Governo mapeia cargos do PMDB para distribuí-los a aliados
BRASÍLIA E SÃO PAULO - Após dar como perdida a batalha para manter o PMDB na base aliada, o governo decidiu fazer um mapeamento dos cargos hoje ocupados por apadrinhados peemedebistas — o objetivo é redistribuir esse espólio a outros partidos que possam dar votos para salvar a presidente Dilma Rousseff do processo de impeachment no Congresso.
Governo Dilma usa cargos para atrair siglas da base
Diante da certeza de um desembarque do PMDB, o governo Dilma vai oferecer a partidos como PP, PR e PSD cargos hoje em poder dos peemedebistas e a promessa de terem um papel de "protagonistas" caso a petista sobreviva ao impeachment. Nas contas de assessores da presidente Dilma, quase 500 cargos podem entrar nas negociações se todos os peemedebistas decidirem seguir a decisão do diretório nacional do PMDB, na terça-feira (29), quando deve ser oficializado o rompimento.
Com queda de repasses, prefeituras fecham escolas e demitem servidores
Em um ano, a Prefeitura de Porteirinha (MG), a 594 km de BH, precisou demitir 350 funcionários, fechar 37 das 54 escolas municipais e reduzir em 15% os salários de todos os servidores comissionados. O município tem 39 mil habitantes e metade vive na zona rural. Por isso, tem baixa arrecadação de IPTU (tributo sobre imóveis urbanos) e ISS (taxa sobre serviços cobrada de empresas), os principais impostos municipais. Assim, depende dos repasses de verba dos governos estadual e federal para sobreviver.
A velocidade do desemprego
É dramático o custo social que a irresponsabilidade na condução da política econômica ao longo dos 13 anos do governo do PT está impondo ao País. Nada menos que 9,6 milhões de brasileiros não encontram trabalho. O índice de desemprego de 9,5% no trimestre encerrado em janeiro é o mais recente recorde aferido pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os próximos meses continuarão a mostrar o crescimento do desemprego, já havendo previsões de que, em meados do ano, serão mais de 13 milhões de trabalhadores à procura de ocupação.
SEM EMPREGO E COM RECISÃO PARCELADA
Tradicional fabricante de produtos têxteis, a Polyenka, instalada em Americana (SP) há 45 anos, já foi uma das maiores empresas do ramo de filamentos de poliéster no País e chegou a empregar 2 mil pessoas no fim dos anos 90. Em janeiro, encerrou atividades e fez um acordo com os atuais 350 funcionários para parcelar o valor das rescisões.
CRISE PROVOCA O FECHAMENTO DE MAIS DE 4 MIL FÁBRICAS EM SÃO PAULO EM UM ANO
A crise que paralisa a economia brasileira deixa um rastro de empresas desativadas. Só no Estado de São Paulo, 4.451 indústrias de transformação fecharam as portas no ano passado, número 24% superior ao de 2014, quando 3.584 fabricantes deixaram de operar, segundo a Junta Comercial.
Grupo de Temer diz ter 80% dos votos para rompimento com Dilma -
BRASÍLIA - Após dias de reclusão em São Paulo, o vice-presidente Michel Temer desembarcará em Brasília amanhã para tentar unificar o PMDB em torno da decisão majoritária de deixar o governo Dilma Rousseff. Nas contas de integrantes da cúpula do partido, já há maioria folgada para o rompimento de cerca de 80% dos votos do Diretório Nacional. O governo ainda tenta arregimentar apoio do principal partido aliado, mas admite que, na reunião do diretório, terça-feira, a derrota é inevitável.
PMDB pró-rompimento se rebela contra permanência de ministros no governo
Depois de tornar-se majoritário, o grupo que articula o rompimento do PMDB com Dilma Rousseff se move para evitar uma manobra da ala que ainda resiste ao desembarque. Acertados com o Planalto, os sete ministros que representam o partido na Esplanada tentam obter uma espécie de salvo-conduto para permanecer no governo mesmo depois que a legenda se bandear para a oposição. Para evitar punições, esses ministros se licenciariam do PMDB.
Governo Dilma congela reforma agrária
Tradicional bandeira do PT, a reforma agrária foi paralisada pela gestão Dilma Rousseff. Desde janeiro de 2015, o governo não realiza desapropriações, para fins de reforma agrária, de terras consideradas improdutivas.
Isso ocorre mesmo com o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) tendo enviado no ano passado para a Casa Civil, responsável pela publicação final, 22 decretos para novas desapropriações. Segundo o próprio Incra, as publicações ainda não ocorreram porque a Casa Civil precisa antes consultar outros órgãos do governo. Essa metodologia foi estabelecida por um decreto baixado pela gestão Dilma em dezembro de 2013, que tornou mais lento o processo.
Dilma teme que PP, PR e PSD sigam PMDB na debandada do governo
Aliados da presidente Dilma Rousseff temem um "efeito manada" sobre a base do governo caso o PMDB confirme o rompimento com o Planalto em reunião de seu diretório nacional na próxima terça (29). Os mais afetados tendem a ser PP, PR e PSD. O governo dá como certa a saída do PMDB, partido do vice-presidente Michel Temer, da base. Nas contas do Planalto, a ala rebelde do partido é agora majoritária e deve sacramentar a ruptura da aliança com o PT.