Lula hesita em assumir ministério e diz a Dilma que não precisa de foro especial
BRASÍLIA - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse à presidente Dilma Rousseff, na noite desta terça-feira, que precisa amarrar todas as pontas com o PMDB antes de decidir se assume ou não a Secretaria de Governo. Dilma e Lula voltarão a se reunir hoje, em café da manhã no Palácio da Alvorada. Na conversa de ontem, que durou quatro horas e meia, Lula mostrou dúvidas sobre a entrada na equipe e contou ter sido informado por integrantes do PMDB de que sua presença no ministério, nesse momento, não daria "governabilidade plena" a Dilma nem teria o condão de, por si só, barrar o impeachment.
PGR estuda prisão de Mercadante - ISOÉ
Conversa gravada mostra que o homem forte de Dilma e ministro da Educacao ofereceu dinheiro a Delcídio para evitar delação
A homologação da delação do senador Delcídio Amaral, divulgada com exclusividade por ISTOÉ há duas semanas, disparou o sinal de alerta no Planalto e levou a presidente Dilma a convocar mais uma reunião de emergência – na prática, ela não sai mais de seguidas reuniões de emergência nos últimos dias. Tudo porque, pela primeira vez na história do País, um ministro pode vir a ser preso em pleno exercício do cargo.
O PT aposta no medo
Não deveria haver a menor dúvida sobre quais foram os principais alvos da gigantesca manifestação que tomou as ruas do Brasil no domingo. Lá estavam bonecos do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff retratados como presidiários, e multiplicavam-se cartazes e palavras de ordem contra o PT. No entanto, bastou que alguns políticos da oposição fossem vaiados durante os protestos para que o Politburo petista decidisse que estamos todos enganados: para os iluminados do partido, não se tratou de um ato contra o PT ou contra Dilma, mas de uma expressão de descontentamento com o mundo político em geral.
O adeus do PMDB
Para quem conhece o funcionamento do PMDB, o resultado da convenção nacional do partido, realizada no último sábado, dia 12, às vésperas das manifestações pró-impeachment, foi claro – a legenda já não é mais governo. E esse resultado foi mais que corroborado pelas históricas proporções dos protestos de domingo.
Eis a prova inconteste de que as ruas aplaudiram os políticos pró-impeachment.
Certos setores da imprensa têm a sua pauta, vinda sei lá de onde? Têm. Que fiquem com ela. Prefiro ficar com os fatos. Afirmei aqui que era falsa como nota de R$ 3 essa história de que políticos de oposição haviam sido hostilizados na grande manifestação do dia 13. Não venho aqui com trololó, mas com fatos. Ao contrário: os políticos foram aplaudidos com entusiasmo.
O Movimento Brasil Livre liberou o acesso do seu carro de som a políticos de oposição e de partidos da base que são favoráveis ao impeachment. Abaixo, há trechos dos respectivos discursos, na sequência, do deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), do senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) e dos também deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP), Nilson Leitão (PSDB-MT), Pauderney Avelino (DEM-AM), Roberto Freire (PPS-SP) e Darcísio Perondi (PMDB-RS). É breve. Assistam. Volto em seguida.
Ministro Wagner atira nas ruas e acerta na CUT
É dura a vida do governo. O asfalto pede a saída de Dilma na maior manifestação da história do país e o ministro Jaques Wagner (Casa Civil) vem aos holofotes para dizer que “nunca tivemos uma manifestação tão produzida”. O auxiliar de Dilma rogou: “Não me venham falar também de espontaneidade.” Na próxima sexta-feira, movimentos sociais e entidades sindicias como a CUT, braço e mão do PT nas arcas do imposto sindical, farão um “ato nacional contra o golpe”, em defesa de Lula e por mudanças na economia. Será uma manifestação 100% financiada pelo deficit público. Em respeito à inteligência alheia, o ministro Wagner fica obrigado a retornar aos refletores para comentar o volume e a produção desse ato anunciado pelos aparelhos controlados pelo Estado petista. Pode começar explicando a diferença entre sociedade civil e sociedade organizada. Ou a distinção entre o público e a coisa pública. JOSIAS DE SOUZA
Em desespero, Dilma tenta autogolpe com Lula
O brasileiro já ouviu muitas histórias de gente tirando gênio de garrafas. Mas nunca antes na história desse país se ouvira falar de alguém obrigando o gênio a retornar à garrafa. Na versão de um ministro petista é o que Lula está fazendo com Dilma. Vendida em 2010 como gestora genial, ela foi convencida a entregar ao antecessor o futuro dos escombros que restaram do seu governo.
Lula a caminho de Brasília
"A presidente Dilma Rousseff e a cúpula do governo aguardam a chegada do ex-presidente Lula em Brasília nas próximas horas para acertar seu ingresso no ministério. Embora ninguém ouse dizer "ele aceitou", o fato de estar vindo a Brasília indica disposição para aceitar. E com isso, Dilma lança mão de sua última carta, o ás de ouro, no esforço para salvar seu governo"; a informação é da colunista do 247, Tereza Cruvinel; ela pontua que a presidente será acusada ter abdicado para Lula e ele de estar fugindo de Sergio Moro, mas pondera, ao destacar declaração de um dirigente petista: "estamos numa guerra e o outro lado está fazendo uso de armamento pesado"; segundo Cruvinel, é mais provável que Lula vá para a Secretaria de Governo, porque a articulação política está a cargo desta pasta. BRASIL 24-7
LULA QUER MUDAR ECONOMIA PARA ACEITAR CARGO
Ex-presidente Lula só deve aceitar o convite da presidente Dilma Rousseff para assumir um ministério se ela se comprometer a mudar a política econômica; a entrada de Lula no governo deve provocar uma inflexão à esquerda; segundo a colunista Natuza Nery, do Painel, o líder petista só veria alguma saída para a crise se reconectar a gestão de Dilma Rousseff com a base social do PT, insatisfeita com a reforma da Previdência e com corte de gastos sociais; Nelson Barbosa continuaria à frente da Fazenda e Ricardo Berzoini, que deve perder a Secretaria de Governo para Lula, pode ficar como secretário-executivo da pasta. BRASIL 24-7
Foi carro de filho de ministro do STJ que quase invadiu portaria do Palácio da Alvorada
No sábado (12), um veículo quase invadiu a portaria do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República no período da manhã. O carro só não avançou mais porque teve os pneus furados ao passar por uma barreira de pregos. O carro, uma SUV branca, pertence a Otávio Henrique Menezes de Noronha. Ele é filho de João Otávio Noronha, ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Procurado pela EXPRESSO para comentar o episódio, Otávio afirmou em nota: “trata-se de um incidente que não causou nenhum dano, razão pela qual não há o que comentar”.época