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Coronavírus: Paulo Guedes anuncia R$ 147 bilhões em medidas emergenciais

O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou, no final da tarde desta segunda-feira, 16, um conjunto de medidas para amenizar os impactos econômicos causados pela disseminação do novo coronavírus, avaliada em 147 bilhões de reais. Em uma coletiva de imprensa, Guedes apresentou um conjunto de slides que disserta sobre as iniciativas. De acordo com o ministro, o Governo Federal disponibilizará 83,4 bilhões de reais para a população mais vulnerável — como idosos, afetados de forma mais latente pela doença —, e 59,4 bilhões de reais para a manutenção de empregos.

O ministro anunciou a antecipação da segunda parcela do décimo terceiro salário para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social, o INSS, para maio, num incentivo para a economia de 23 bilhões de reais. Os valores não sacados do fundo PIS/Pasep serão transferidos para o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, o FGTS. Com a medida, o ministro avalia injetar 12,8 bilhões de reais no consumo dos brasileiros. Outra medida anunciada por Guedes é o reforço ao Bolsa Família, com a possibilidade de inclusão de 1 milhão de novos beneficiários, com a qual o governo espera um impacto de 3,1 bilhões de reais.

Para fomentar a manutenção de empregos, o governo anunciou o adiamento do prazo de pagamento do FGTS e da bagatela referente à União do Simples Nacional — cujos impactos somam, respectivamente, 30 bilhões de reais e 22,2 bilhões de reais. O pacote também contempla a disponibilidade de 5 bilhões de reais em crédito para micro e pequenas empresas e a redução das contribuições para o Sistema S por três meses, que desanuviarão a economia em 2,2 bilhões de reais. O governo também facilitará as exigências para a obtenção de crédito e a dispensa de documentação para renegociação das dívidas. O governo também promete facilitar a exportação de insumos e matérias-prima industriais.

Como medidas para o combate à pandemia, o ministro prometeu destinar os 4,5 bilhões de reais em recursos do fundo DPVAT para o SUS e a extinção de impostos de importação para produtos de uso hospitalar e médico até o final do ano. O ministro também isentou de IPI os produtos importados que sejam necessários para o combate da doença, além da desoneração temporária de insumos produzidos no Brasil que também estejam listados como essenciais para os tratamentos.

O governo já havia anunciado a suspensão da prova de vida do INSS por 120 dias e a preferência tributária de produtos de uso hospitalar, além da antecipação da primeira parcela do décimo terceiro para o mês que vem.

Como vem defendendo em entrevistas, inclusive a VEJA, o ministro voltou a elencar as reformas estruturantes como medidas a longo prazo para garantir respiro fiscal às contas do governo. No pacote, o ministro voltou a apelar e denotar a importância do Pacto Federativo, que divide a responsabilidade fiscal entre a União e entes federativos; da privatização da Eletrobras; e do Plano Mansueto, que autoriza aos estados a contração de novas dívidas por estados junto à União em troca de medidas próprias em prol de ajustes de suas contas.

As medidas anunciadas na tarde desta segunda-feira, 16

Liberação de 83,4 bilhões de reais para população vulnerável:

– Antecipação da segunda parcela do 13º de aposentados e pensionistas do INSS para Maio (23 bilhões de reais)

– Valores não sacados do Pis/Pasep serão transferidos para o FGTS para permitir novos saques (até 21,5 bilhões de reais)

– Antecipação do Abono Salarial para junho (12,8 bilhões de reais)

– Reforço ao programa Bolsa Família: destinação de recursos para possibilitar a ampliação do número de beneficiários – inclusão de mais de 1 milhão de pessoas (até 3,1 bilhões de reais)

Liberação de 59,4 bilhões de reais para manutenção de empregos:

– Diferimento do prazo de pagamento do FGTS por 3 meses (30 bilhões de reais)

– Diferimento da parte da União no Simples Nacional por 3 meses (22,2 bilhões de reais)- Mais crédito do PROGER / FAT para Micro e Pequenas empresas (5 bilhões de reais)

– Redução de 50% nas contribuições do Sistema S por 3 meses (2,2 bilhões de reais)- Simplificação das exigências para contratação de crédito e dispensa de documentação (CND) para renegociação de crédito

– Facilitar o desembaraço de insumos e matérias primas industriais importadas antes do desembarque

Combate à pandemia:

– Destinação do saldo do fundo do DPVAT para o SUS (4,5 bilhões de reais)

– Redução a zero das alíquotas de importação para produtos de uso médico-hospitalar (até o final do ano)

– Desoneração temporária de IPI  para bens importados listados que sejam necessários ao combate ao Covid-19

– Desoneração temporária de IPI  para bens produzidos internamente listados que sejam necessários ao combate ao Covid-19 VEJA

Bolsonaro vê 'luta pelo poder', rebate Maia e diz que isolar o presidente seria golpe

Matheus Lara, Daniel Weterman e Emilly Behnke, O Estado de S.Paulo

 

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira, 16, que há uma "luta pelo poder" no combate à pandemia do coronavírus no Brasil. Ele reclamou dos ataques dos presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), respectivamente, e afirmou que, depois de 15 meses "levando pancada", agora vai começar a revidar.  Questionado sobre a possibilidade de ser alvo de um pedido de impeachment, Bolsonaro respondeu que "seria um golpe se isolar chefe do Executivo por interesses que não sejam republicanos".

"Está em jogo uma disputa política por parte desses caras (Maia e Alcolumbre)", afirmou Bolsonaro em entrevista ao apresentador José Luiz Datena, na Rádio Bandeirantes. "Grande parte da mídia, chefes do Legislativos e alguns governadores estão batendo o tempo todo. Estou há 15 meses calado, apanhando, agora vou falar."

Bolsonaro disse que não se arrepende de, no domingo, 15, ter ido ao encontro de apoiadores em Brasília apesar de estar orientado a ficar em isolamento até refazer exames para o coronavírus. O presidente voltou a chamar de "histeria" o tema no País. 

"Eu não convoquei o movimento (de domingo, 15). Tenho obrigação de saudar o povo. Se eu me contaminei, ninguém tem nada a ver com isso", afirmou o presidente. "Não faço demagogia. Não faço populismo. Podemos ter problemas sim (por causa do coronavírus), pessoas com deficiência e idosos podem vir a óbito, mas responsabilizar o presidente por tudo isso pelo suposto péssimo exemplo é irresponsabilidade. É luta pelo poder"

Ao falar de sua relação com o Congresso, Bolsonaro reclamou de Maia e ironizou que ele, assim como o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), participaram de evento no Parque do Ibirapuera com mais de mil pessoas, a inauguração da CNN Brasil, na última segunda-feira, 9. "Estou pronto para conversar com o Congresso, mas há uma luta pelo poder."

"Maia me chamou de irresponsável, fez um ataque frontal. Nunca tratei ele dessa maneira. É um jogo. Desgastar, desgastar, desgastar. Tem gente que está em campanha até hoje para 2022 dando pancada em mim o tempo todo. O (ministro da Saúde, Luiz Henrique) Mandetta esteve em São Paulo com o governador Doria e depois que terminou a entrevista o Doria começa a descer o cacete no governo. A elite política se reuniu em 1,3 mil pessoas na oca do Parque Ibirapuera e eu não posso chegar perto das pessoas na rua"

Bolsonaro disse que não se sente responsável pelas bandeiras levantadas pelos manifestantes que o apoiam nas ruas. Atos do domingo tiveram o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) como alvos principais. "Não fiz movimento nenhum contra o Legislativo ou o Judiciário. Não bota isso na minha conta. O que está em jogo? O Brasil está dando certo porque tudo mudou. Se eu estivesse entregando ministérios, dando dinheiro para a grande mídia, não estaria sendo questionado."

Novo exame

Bolsonaro afirmou que fará um novo exame para coronavírus nesta terça-feira, 17. Conforme antecipou o Estado, o chefe do Planalto terá de fazer um novo teste e a orientação era ficar em isolamento até lá. Na entrevista, o presidente declarou estar se sentindo "muitíssimo bem."

Orçamento

Bolsonaro disse que o ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) foi colocado contra a "parede" pelo Congresso nas negociações sobre o Orçamento. Ramos participou de conversas para envio de projetos de lei que garantem ao Congresso o controle sobre uma fatia de R$ 15 bilhões neste ano, período de eleições municipais. Bolsonaro se manifestou contra a tentativa de entregar aos parlamentares a definição sobre a destinação desse dinheiro.

Os projetos estão pautados em sessão do Congresso nesta terça-feira, 17. Bolsonaro negou que haja um acordo para aprovação das propostas. De acordo com ele, o defeito do ministro Ramos, que conversou com lideranças da Câmara e do Senado sobre o tema, é ser "bastante inexperiente ainda". 

"O pessoal te bota na parede, botou o Ramos na parede para conversar (sobre) projetos para andar lá, compromissos futuros. Talvez o Ramos tenha se perdido um pouco pela sua imaturidade, inocência e honestidade", disse Bolsonaro na entrevista. 

Medida provisória editada no sábado, 14, transfere R$ 5 bilhões que seriam controlados pelo Congresso para o guarda-chuva do Executivo em ações de combate ao novo coronavírus. Bolsonaro manifestou interesse em recuperar os R$ 10 bilhões restantes indicados como emendas do relator do Orçamento.

"Se afundar a economia, acaba o meu governo, acaba qualquer governo. É uma luta de poder. Há por parte de alguns, não estou dizendo todos, irresponsabilidade nisso aí."

Governo do DF suspende abertura de cinema, teatro e antecipa férias da rede pública

Thiago Resende / FOLHA DE SP
BRASÍLIA

O governo do Distrito Federal ampliou as medidas para tentar conter a transmissão do novo coronavírus. Decreto do governador Ibaneis Rocha (MDB) impede o funcionamento de salas de cinema e de teatro por 15 dias.

A partir desta segunda-feira (16), as aulas nas redes pública e privada de ensino –​inclusive universidades e faculdades– também ficarão suspensas por mais 15 dias. As escolas estão fechadas desde quinta (12). O governador, portanto, prorrogou essa medida.

O decreto deste sábado (14) faz ajuste no calendário da rede pública. Rocha antecipa as férias escolares para esse período de aulas suspensas, cujo objetivo é reduzir o risco de contaminação.

Para as escolas e faculdades particulares, o governador não determina a antecipação de férias. Isso ficará a critério de cada unidade.

Outra medida de Rocha foi prorrogar, por mais 15 dias, a suspensão de eventos com público acima de 100 pessoas que necessitem de licença das autoridades públicas locais.

Os prazos estabelecidos no decreto poderão ser revistos a qualquer momento pelo governo do Distrito Federal.

O governador reforçou que, nesses 15 dias, os bares e restaurantes deverão manter uma distância mínima de dois metros entre as mesas.

No decreto que ampliou as medidas de combate ao coronavírus, Rocha também determina que os eventos esportivos no Distrito Federal semente poderão ocorrer com os portões fechados ao público e precisarão de autorização sanitária.

Servidores públicos e prestadores de serviço contratados pelo Distrito Federal deverão permanecer em casa ou em regime de teletrabalho caso apresentem sintomas, como febre, tosse seca e dor de garganta. A medida também vale para esses funcionários em caso de viagem internacional realizada nos últimos dez dias.

Nesta sexta (13), o governo do Distrito Federal criou um grupo para desenvolver ações de prevenção e enfrentamento ao covid-19.

Rocha, agora, incluiu o Procon nesse grupo. A preocupação do governador é com o aumento abusivo de preços de produtos e serviços.

O decreto que amplia e prorroga medidas no Distrito Federal já entrou em vigor neste sábado.​

 

Governo libera R$ 5 bilhões por medida provisória para combate ao coronavírus

O presidente Jair Bolsonaro editou nesta sexta-feira (13) a Medida Provisória (MP) 924/20, que libera R$ 5,099 bilhões para o enfrentamento da crise de saúde pública provocada pelo novo coronavírus (Covid-19).

Desse total, R$ 4,8 bilhões serão destinados ao Fundo Nacional de Saúde para ações coordenadas pelo Ministério da Saúde em parceria com os estados e municípios.

Do restante, R$ 204 milhões serão destinados aos hospitais universitários federais (administrados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) e R$ 57 milhões irão para o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, que funciona em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), todos vinculados ao Ministério da Educação.

Outros R$ 20 milhões serão liberados para a Fundação Oswaldo Cruz, principal instituto brasileiro de pesquisa em vacinas.

REUNIÃO NA CAMARA FEDERAL

J.Batista/Câmara dos Deputados

Os valores foram retirados de emendas individuais e coletivas ao Orçamento que já estavam destinadas ao Fundo Nacional de Saúde, mas seriam liberadas para unidades apontadas pelos parlamentares. A medida faz parte do acordo com o Congresso em que deputados e senadores abriram mão de parte das despesas vinculadas às emendas parlamentares para ajudar a conter os efeitos da epidemia do Covid-19 no Brasil.

Reunião
A edição da MP havia sido anunciada na última quarta-feira (11), após reunião de emergência entre os líderes partidários da Câmara e do Senado com o ministro da Saúde, além de outros ministros, incluindo o da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

A liberação dos recursos foi garantida pelos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre.

Reportagem - Marcello Larcher
Edição - Wilson Silveira

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Em rede nacional, Bolsonaro manda recado ao Congresso e defende presidencialismo

TRAUMP E BOLSONARO
BRASÍLIA e RIO DE JANEIRO

O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta quinta (12), em pronunciamento na televisão e no rádio, o adiamento das manifestações previstas para o domingo (15), que ele ajudou a convocar.

No discurso de dois minutos, ele aproveitou a oportunidade para mandar um recado ao Poder Legislativo, com o qual tem enfrentado um desgaste nas últimas semanas pela definição dos recursos do Orçamento impositivo.

O presidente ressaltou que o país é uma "democracia presidencialista". Ele disse que a população exige "respeito à Constituição Federal" e "zelo pelo dinheiro público". A manifestação a favor do governo pretendia pressionar o Congresso a devolver ao Executivo o controle sobre R$ 30,8 bilhões.

"Os movimentos espontâneos e legítimos marcados para o dia 15 de março atendem aos interesses da nação, balizados pela lei e pela ordem. Demonstram um amadurecimento da nossa democracia presidencialista e são expressões evidentes da nossa liberdade. Precisam, no entanto, diante dos fatos recentes, serem repensados", disse.

"Não podemos esquecer, no entanto, que o Brasil mudou. O povo está atento e exige de nós respeito à Constituição Federal e zelo pelo dinheiro público", afirmou.

Bolsonaro disse ainda que a OMS (Organização Mundial de Saúde) declarou pandemia do coronavírus e que é provável que o número de infectados "aumente nos próximos dias".

"O sistema de saúde brasileiro, como os demais países, tem um limite de pacientes que podem ser atendidos. O governo está atento para manter a evolução do quadro sob controle", disse.

Nesta quinta, organizadores decidiram suspender os atos de domingo.

Os protestos estavam previsto desde o fim de janeiro, mas mudaram de pauta e foram insuflados após o chefe do Gabinete de Segurança nacional, General Heleno, ter chamado o Congresso de chantagista na disputa entre Executivo e Legislativo pelo controle do Orçamento deste ano.

Heleno disse que a postura de deputados e senadores de exigir a administração do montante "contraria os preceitos de um regime presidencialista" e acrescentou que eles devem mudar a Constituição Federal "se desejam o parlamentarismo".

Dias depois, Bolsonaro compartilhou em um grupo de aliados um vídeo que convocava a população a ir às ruas para defendê-lo. Na semana seguinte, em discurso, chamou a população a participar do ato, o que mais uma vez irritou as cúpulas do Congresso e do Supremo.

Além de apoiar o presidente, os organizadores da manifestação carregam bandeiras contra o Legislativo e o Judiciário e a favor das Forças Armadas. Nas redes sociais, usuários compartilharam convocações com mensagens autoritárias, pedindo, por exemplo, intervenção militar.

Ao longo do dia, Bolsonaro consultou aliados sobre a hipótese de desestimular publicamente a presença de apoiadores no ato. Segundo interlocutores do presidente, o empresário Luciano Hang foi um dos que o aconselharam a desencorajar a participação dos simpatizantes.

Entre os argumentos apresentados a Bolsonaro estava o risco de o medo do coronavírus inibir a mobilização a favor do governo. Nas conversas, o presidente citou a ameaça de aparição de black blocs, usando como exemplo o fato de o governador do Distrito Federal ter informado que não enviaria policiais para a proteção do ato em Brasília.

O presidente realizou exames nesta quinta, depois da confirmação de que o chefe da Secom (Secretaria Especial de Comunicação da Presidência), Fabio Wajngarten, está com a covid-19.

Wajngar fez parte da comitiva liderada por Bolsonaro que, entre 7 e 10 de março, realizou uma visita oficial à Flórida (EUA).

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Até a covid-19 dá lição a Bolsonaro e aos fiéis dos Protocolos dos Sábios de Olavão

REINALDO AZEVEDO

O “Encontro Anual da Educação Já”, promovido pela ONG Todos Pela Educação, começou e terminou no dia 9, embora previsto para mais dois. Priscila Cruz, presidente-executiva da entidade, passou mal e fez o teste para detecção da covid-19. Deu negativo felizmente. O episódio, no entanto, deu “positivo” para o vírus das trevas.

Abraham Weintraub, ministro da Educação, que comanda o segundo maior orçamento da Esplanada — ou terceiro caso se inclua a Previdência, mas acho impróprio —, resolveu se manifestar no Twitter. Postou oito mensagens atacando Priscila. No momento mais eloquente, mandou ver: “Para fechar o bloco de informações sobre Priscila Cruz e sua ONG ‘Todos pela Educação’: CORONAVÍRUS!!!".

É pouco? Veio a conclusão: “Salmos 94:23: O Senhor fará recair sobre eles a sua própria iniquidade, e os destruirá na sua própria malícia; o Senhor nosso Deus os destruirá.” Weintraub afirmava com todas as letras que a covid-19 é um castigo divino que atinge os que ele considera adversários do governo.

Na terça-feira (10), em discurso em reunião acanhada, o presidente Jair Bolsonaro decidiu estrear como líder global. Refletiu em Miami: “Obviamente temos no momento uma crise, uma pequena crise. No meu entender, muito mais fantasia, a questão do coronavírus, que não é isso tudo que a grande mídia propala ou propaga pelo mundo todo”.

É difícil adequar a pontuação da fala às regras da gramática, mas está claro o sentido moral do que diz o visionário. No dia seguinte, a OMS elevou a contaminação à condição de pandemia. E, por óbvio, no que diz respeito à prevenção, a nossa maior esperança de saída da crise, com menos trauma possível, reside no trabalho da imprensa profissional, aquela mesma que é odiada pelo sábio pensador.

A estupidez impune no governo federal e no entorno de Bolsonaro é de tal ordem que essa gente está recebendo lição de moral até de microorganismo. Sim, é uma ironia. Aqueles seres insidiosos, até onde a ciência pode alcançar, são amorais e agnósticos. Fabio Wajngarten, que comanda a guerra que Bolsonaro decidiu travar contra a imprensa, voltou de Miami com a covid-19. Estão, pois, sob observação o presidente da República, todos os que integraram a comitiva e, ora vejam!, até Donald Trump.

Quando Mônica Bergamo publicou na Folha que Wajngarten havia se submetido a exame para eventual detecção do vírus, ele próprio foi ao Twitter: “Em que pese a banda podre da imprensa já ter falado absurdos sobre a minha religião, minha família e minha empresa, agora falam da minha saúde. Mas estou bem, não precisarei de abraços do Drauzio Varella.”

Assim como a crase nos textos de Weintraub, parafraseando Ferreira Gullar, o coronavírus não foi feito para humilhar ninguém. Também não estamos diante de uma lição de história. Agora que a contaminação comunitária no país é uma realidade, qualquer um de nós está sujeito a ser capturado por aquela bela ilustração: uma bolota azul, ornada de filamentos vermelhos.

Diabos! O ministro da Educação, como sempre, está errado. O vírus não escolhe seus alvos, iníquos ou não. Também ele se submete aos ditames da história e da economia. Espalha-se por intermédio de quem pode viajar — há aí um primeiro corte de classe — e, depois, na contaminação comunitária, é especialmente perverso com os pobres: outro corte de classe. Os sem-grana têm especial atração por doenças pré-existentes sem o devido tratamento. E também gostam de economizar cano de esgoto, segundo Marcelo Crivella. Por isso morrem soterrados em deslizamentos.

Como se nota, e eu sou a prova, há um risco associado a esse troço já percebido pelos seguidores dos Protocolos dos Sábios de Olavão: o tal bicho é parte da guerra contra os justos levada adiante pelo marxismo cultural...

Para encerrar: ou bem a China agiu corretamente, como notam analistas e especialistas, ao conter a expansão da covid-19 com uma severa quarentena — e não li nenhuma contestação a respeito —, ou bem estamos por aqui a brincar com o perigo, convencidos de que o bichinho, que só atacaria os iníquos, é uma fantasia da grande mídia.

Reinaldo Azevedo

Jornalista, autor de “O País dos Petralhas”. FOLHA DE SP

Após apelo de Bolsonaro, movimentos adiam ato pró-governo

Ricardo Galhardo e Pedro Venceslau, O Estado de S.Paulo

12 de março de 2020 | 20h14

Diante do apelo do presidente Jair Bolsonaro, líderes dos principais movimentos que convocaram as manifestações contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram adiar os atos de rua e fazer mobilizações virtuais na internet e outros tipos de protestos neste domingo, 15. 

Jair Bolsonaro máscara cirúrgica
Presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, usam máscaras cirúrgicas em live no Facebook Foto: Facebook / Reprodução

“Vamos seguir o pedido do governo federal. Decidimos criar uma hashtag (palavra-chave) no dia 15 e pedir que todos usem camiseta do Brasil”, disse Tomé Abduch, porta voz do movimento Nas Ruas. “É um adiamento, não um cancelamento. Ainda não temos data para a próxima manifestação”, completou Abdouch.

Nesta quinta-feira, 12, Bolsonaro, usando máscara cirúrgica, fez uma live em sua página no Facebook pedindo que as manifestações fossem adiadas em função do risco de contágio do coronavírus. A informação de que o presidente iria desaconselhar os atos foi antecipada pelo estadão.com.br.

“O que nós devemos fazer é evitar que haja uma explosão de pessoas infectadas, porque os hospitais não dariam vazão a tanta gente. Uma das ideias é adiar e suspender para daqui um ou dois meses”, disse Bolsonaro. “Eu, como presidente, tenho que tomar uma posição”, afirmou. Em seguida, disse que o ato não era dele e ocorreu de forma “espontânea”.

O presidente compartilhou a convocação por meio de sua conta pessoal no WhatsApp, conforme revelou o BR Político e depois em uma entrevista coletiva em Roraima. O governo também difundiu as manifestações nas redes sociais da Secretaria de Comunicação. 

Consultorias já detectavam queda de engajamento pelas manifestações

Empresas que fazem o monitoramento das redes sociais já haviam detectado uma queda no engajamento pelas manifestações contra o Congresso e o STF nas redes sociais desde o início da semana.

“A pauta continua bem fraca, restrita aos grupos mais ideológicos. Hoje tentaram uma operação pesada subindo a hashtag #Dia15VaiSerGigante. Alcançou os trending topics (temas mais comentados do Twitter), mas dólar a R$5 e coronavírus atropelaram. Eles não estão com hegemonia sobre a pauta”, disse Pedro Bruzzi, da Arquimedes.

Após avanço do coronavírus, Bolsonaro fará pronunciamento em rede nacional
O presidente Jair Bolsonaro caminha ao lado de Celio Faria Junior, assessor chefe da Presidência, que usa máscara de proteção no Palácio do Alvorada Foto: Dida Sampaio/Estadão

Ao longo do dia, mesmo diante das notícias de aumento exponencial do número de pessoas contaminadas, os movimentos mantinham a intenção de ir para a rua no domingo. A posição só mudou depois da live de Bolsonaro. 

O Avança Brasil soltou um comunicado no qual anuncia o adiamento do ato de rua e conclama para um panelaço contra o Congresso no domingo. “Conclamamos porém, que todos juntem-se a nós em um mega panelaço no dia 15 às 20h em desagravo às atitudes de congressistas irresponsáveis que não tem o Brasil acima de tudo e que somente pensam em seus benefícios particulares”, diz a nota.

Os grupos República de Curitiba e Movimento Direita Digital (MDD) já haviam decidido não participar da manifestação de domingo por causa do risco de contaminação por coronavírus antes do apelo presidencial. “Não quero ter minhas mãos sujas de sangue caso alguém se contamine e acabe morrendo”, disse Victor Carazzatto, 16 anos, fundador do MDD.

O movimento Brasil Nova Atitude (BNA) também acatou o pedido do presidente. “Se ele pediu nós vamos respeitar. Vamos nos manifestar de outra forma, pela internet”, disse Henrique Watanabe, representante do BNA.

Dos grupos que estiveram na reunião com a Polícia Militar na segunda-feira, 9, para organização do ato, o único que afirmou que vai manter a manifestação de rua é o Movimento Conservador (ex- Patriotas do Brasil). 

“Agora é que vamos mesmo. E vamos com tudo afirmou”, disse Anilo Anunciato, representante do grupo.  Segundo ele, o coronavírus é uma invenção chinesa. 

“Nós vamos para a Avenida Paulista. Isso (coronavírus) é coisa que a China está inventando. A nossa ideia é levar até 1 milhão de pessoas às ruas, mas pode ser que esse número seja reduzido por causa disso”, disse Anunciato. O grupo pagou R$ 9 mil no aluguel de um caminhão de som que ficará em frente a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).

Pandemia, governo antecipa 13º de aposentadorias do INSS

gov fed antecipa decimo terceiro

Para fazer frente à crise do novo coronavírus, o Ministério da Economia anunciou nesta quinta-feira (12) que vai antecipar de novembro para abril o pagamento de R$ 23 bilhões referentes à parcela de 50% do 13º salário de aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social).

Também estão em análise mudanças no programa do saque imediato do FGTS, que liberou a retirada de recursos das contas dos trabalhadores.

A decisão é parte de um conjunto de medidas anunciadas como forma de combater efeitos da crise provocada pelo novo coronavírus.

A pasta instituiu um grupo de monitoramento dos impactos econômicos da pandemia, coordenado pelo secretário-executivo, Marcelo Guaranys. O grupo buscará medidas com base nas orientações do Ministério da Saúde.

Das cinco ações apresentadas nesta quinta, três fazem referência ao INSS. Além da antecipação do 13º, será suspensa a exigência de prova de vida dos beneficiários por 120 dias. Também será proposta uma redução do teto dos juros de empréstimos consignados feitos por beneficiários do INSS.

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Com pandemia, governo antecipa 13º de aposentadorias do INSS

Para fazer frente à crise do novo coronavírus, o Ministério da Economia anunciou nesta quinta-feira (12) que vai antecipar de novembro para abril o pagamento de R$ 23 bilhões referentes à parcela de 50% do 13º salário de aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social).

Também estão em análise mudanças no programa do saque imediato do FGTS, que liberou a retirada de recursos das contas dos trabalhadores.

A decisão é parte de um conjunto de medidas anunciadas como forma de combater efeitos da crise provocada pelo novo coronavírus.

A pasta instituiu um grupo de monitoramento dos impactos econômicos da pandemia, coordenado pelo secretário-executivo, Marcelo Guaranys. O grupo buscará medidas com base nas orientações do Ministério da Saúde.

Das cinco ações apresentadas nesta quinta, três fazem referência ao INSS. Além da antecipação do 13º, será suspensa a exigência de prova de vida dos beneficiários por 120 dias. Também será proposta uma redução do teto dos juros de empréstimos consignados feitos por beneficiários do INSS.

Em outra decisão, será definida uma lista de produtos médicos importados que terão preferência tarifária para garantir o abastecimento. Também será organizado um desembaraço aduaneiro de produtos médicos e hospitalares.

Em nota, o Ministério da Economia afirmou que serão monitoradas as dimensões fiscal, creditícia, federativa, tributária, gestão pública, setor produtivo, e trabalho e Previdência. O grupo vai avaliar riscos potenciais e apresentar medidas que mitiguem os impactos econômicos causados no país.

"Neste momento crítico, mesmo diante do exíguo espaço fiscal, o Ministério da Economia buscará, em conjunto com a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, a realocação ágil de recursos orçamentários para que não falte suporte ao sistema de saúde brasileiro", afirmou.

De acordo com a pasta, uma instrução normativa elaborada pelo Ministério da Saúde será publicada nesta sexta-feira (12) com recomendações sobre o funcionamento do serviço público federal. "Outras medidas podem ser adotadas de acordo com o andamento dos trabalhos do grupo de monitoramento e orientações do Ministério da Saúde", disse. diarionordeste

De máscara, Bolsonaro pede para adiar manifestações do dia 15

bolsonaro lire E O CORANAVIRUS

O presidente da República, Jair Bolsonaro, sugeriu nesta quinta-feira que os movimentos de rua suspendam as manifestações marcadas para o dia 15 de março. O apelo foi feito em live em sua página oficial do Facebook. Após ter incetivado os atos no último fim de semana, o presidente decidiu recuar com a perspectiva de que o número de pessoas contaminadas com o coronavírus aumentará nas próximas semanas.

O ato foi convocado por grupos Bolsonaristas em defesa do seu governo e contra parlamentares do chamado “centrão”.

“Daqui um mês, dois meses faz [os protestos]. O que nós devemos fazer é evitar que haja uma explosão de pessoas infectadas, porque os hospitais não dariam vazão para atender todo mundo”, afirmou o presidente. VEJA

 

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