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Bolsonaro diz desconhecer hospitais lotados: 'Não é isso tudo que estão pintando'

Por Guilherme Mazui e Filipe Matoso, G1 — Brasília

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (2) desconhecer "qualquer hospital que esteja lotado". Segundo ele, a crise sanitária provocada pelo coronavírus "não é isso tudo que estão pintando".

Bolsonaro deu a declaração à tarde em conversa sobre a crise do coronavírus com pastores evangélicos na portaria do Palácio da Alvorada, ao retornar para a residência oficial da Presidência.

Em vários estados, devido ao risco de que a rede hospitalar não comporte a demanda, governos locais estão instalando hospitais de campanha em estádios, ginásios de esportes e equipamentos públicos a fim de receber doentes contaminados pelo coronavírus. Segundo estimativa do Ministério da Saúde, os casos de coronavírus no país vão disparar entre abril e junho.

"Desconheço qualquer hospital que esteja lotado. Desconheço. Muito pelo contrário, tem hospital no Rio de Janeiro, o tal de Gazola, se eu não me engano, tem 200 leitos e tem 12 ocupados. Não é isso tudo o que estão pintando", afirmou o presidente.

Bolsonaro vê uma competição entre "alguns" governadores para determinar quem toma mais medidas contra a doença.

Aqui no Brasil a temperatura é diferente. Me parece que houve competição entre alguns de quem toma mais medidas para dizer que está protegendo a tua vida", declarou o presidente.

O Hospital Ronaldo Gazolla, em Acari (Zona Norte do Rio de Janeiro), foi destacado pela Secretaria Municipal de Saúde como referência para casos de internação por coronavírus. Segundo a secretaria, tinha, até esta quinta-feira, 56 pacientes internados com suspeita de coronavírus, dos quais 21 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A unidade dispõe de 128 leitos dedicados exclusivamente para internação de pacientes com a doença e está sendo ampliada para abrigar 381 leitos.

Questionado sobre a declaração de Bolsonaro em uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto, o ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde) disse que o presidente foi "muito feliz" porque, segundo afirmou, está "constatando" que as medidas adotadas pelo governo estão segurando a "espiral de casos".

"O presidente está constatando uma coisa muito boa porque estamos conseguindo evitar que os hospitais estejam superlotados. A partir do momento em que não estão superlotados, é uma constatação muito positiva, muito boa. A gente espera que fique assim durante todo o período", acrescentou Mandetta.

'Medinho'

Antes de dar essa declaração sobre os hospitais, o presidente também classificou de "brincadeira" alguém dizer que tem medo de contrair o novo coronavírus.

"Tá com medinho de pegar vírus? Tá de brincadeira. O vírus é uma coisa que 60% vai ter ou 70%. Não vai fugir disso. A tentativa é de atrasar a infecção para hospitais poderem atender", afirmou Bolsonaro aos pastores.

De acordo com o Ministério da Saúde, até a tarde desta quinta-feira, o Brasil tinha registrado 299 mortes por coronavírus, além de 7.910 casos confirmados.

Nesta quinta-feira, o número de contaminados em todo o mundo ultrapassou 1 milhão, segundo levantamento da Universidade John Hopkins (Estados Unidos). O total de mortos pelo novo coronavírus, de acordo com o estudo, passa de 50 mil.

Depois de fracasso com 'o Brasil não pode parar', governo lança slogan 'ninguém fica para trás'

Julia Lindner, O Estado de S.Paulo

 

BRASÍLIA - Depois da repercussão negativa da campanha "O Brasil não pode parar", o governo lança novas peças publicitárias esta semana com o mote "ninguém fica para trás" para falar sobre a covid-19 nas redes sociais. Em uma das imagens, compartilhada pela Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), a frase é acompanhada de uma foto onde aparecem duas pessoas com luvas e roupas de proteção dando as mãos.

Jair Bolsonaro
'Seguimos lutando para que nenhum brasileiro fique para trás!' escreveu o presidente no Twitter nesta quarta, 1º Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

"Desde o início, todos os esforços para repatriar brasileiros mundo afora... R$ 750 bilhões já foram mobilizados pelo Governo Federal para combater a pandemia e suas consequências sanitárias, sociais e econômicas. Afinal, #NinguémFicaPraTrás!", diz um texto da Secom. O presidente Jair Bolsonaro também usou a frase em seu Twitter nesta quarta: "Seguimos lutando para que nenhum brasileiro fique para trás!", escreveu. 

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Governo anuncia R$ 200 bilhões para socorrer trabalhadores e empresas

Publicado em 01/04/2020 - 13:19 Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil - Brasília

O presidente Jair Bolsonaro anunciou hoje (1º) cerca de R$ 200 bilhões em medidas para socorrer trabalhadores e empresas e ajudar estados e municípios no enfrentamento aos efeitos da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.

Em pronunciamento à imprensa no Palácio do Planalto, Bolsonaro explicou que, de hoje para amanhã, serão editadas três medidas provisórias (MP) e sancionado o projeto que prevê o auxílio emergencial de R$ 600 para trabalhadores informais, autônomos e sem renda fixa.

Ao lado do presidente, o ministro da Economia, Paulo Guedes explicou que esse auxílio custará R$ 98 bilhões aos cofres públicos e deve beneficiar 54 milhões de brasileiros. “De forma que eles tenham recursos nos próximos três meses para enfrentar a primeira onda de impacto, que é a onda da saúde. Há uma outra onda vindo de desarticulação econômica que nos ameaça”, disse.

O governo federal também vai transferir R$ 16 bilhões para os fundos de participação dos estados e dos municípios. “É para reforçar essa luta no front, onde o vírus está atacando, os sistemas de saúde e segurança”, explicou Guedes.

Manutenção de empregos

De acordo com o ministro, as outras medidas são para ajudar as empresas na manutenção dos empregos. São R$ 51 bilhões para complementação salarial, em caso de redução de salário e de jornada de trabalho de funcionários, e R$ 40 bilhões (R$ 34 bilhões do Tesouro e R$ 6 bilhões dos bancos privados) de crédito para financiamento da folha de pagamento.

“Então a empresa que resolver manter os empregos, nós não só complementamos o salário como damos crédito para o pagamento. A empresa está sem capital de giro e reduziu, por exemplo, em 30% a jornada e o salário, nós pagamos 30% do salário. E ela está sem dinheiro para pagar os outros 70% que se comprometeu a manter, nós damos o crédito”, explicou.

Segundo o ministro Guedes, as medidas custarão ao Tesouro o correspondente a 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país.

Conversa com Trump

O presidente Bolsonaro também disse que conversou hoje, por telefone, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Tump sobre “esse problema que é mundial”. “Obviamente, estamos juntos na busca do melhor para os nossos países”, disse no pronunciamento à imprensa.

Mais cedo, em publicação no Twitter, Bolsonaro informou que trocou informações sobre o impacto da covid-19 e sobre as experiências no uso da hidroxicloroquina. “Na oportunidade, reafirmamos a solidariedade mútua entre os dois países”, escreveu.

A cloroquina, e sua variação hidroxicloroquina, está sendo testada para o tratamento de pacientes internados com covid-19. Esses medicamentos são utilizadas normalmente contra a malária, nos casos de lúpus e artrite reumatoide.

Jair M. Bolsonaro
@jairbolsonaro

- Nesta manhã tive contato telefônico com o Presidente dos EUA, @realDonaldTrump .Trocamos informações sobre o impacto do covid-19, bem como experiências no uso da hidroxicloroquina.

- Na oportunidade, reafirmamos a solidariedade mútua entre os dois países. Com @ernestofaraujo

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Edição: Denise Griesinger

A pandemia invade as contas públicas

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo

01 de abril de 2020 | 03h00

Empenhado em gastar para conter os efeitos do coronavírus, o governo federal já admite fechar o ano com um rombo de pelo menos R$ 350 bilhões em suas contas primárias, calculadas sem os juros. A pandemia tirou de cena os R$ 124,1 bilhões previstos no Orçamento como limite para o déficit primário do governo central. O saldo em vermelho será algo próximo do triplo desse valor. Corresponderá, portanto, a uns 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo estimativa do Ministério da Economia. Sacrificam-se as contas públicas, em 2020, para tentar frear o contágio, impedir o colapso do sistema de saúde e dar algum apoio aos trabalhadores de baixa renda, incluídos os informais.

Com a calamidade pública reconhecida pelo Congresso, o Executivo fica dispensado, neste ano, do rigor da Lei de Responsabilidade Fiscal. O governo deve dar prioridade à preservação da vida e, tanto quanto possível, atenuar os danos econômicos da pandemia. Mas terá de voltar à disciplina em 2021, submetendo-se aos limites de gastos e, de modo geral, aos padrões legais do Orçamento.

Mas os problemas do poder central compõem apenas uma parte dos desafios. A crise atinge também as finanças de Estados, municípios e estatais. Somados todos os danos fiscais, o déficit primário do setor público poderá chegar a uns R$ 400 bilhões, superando 5% do PIB. Em 2019 esse déficit ficou em R$ 61 bilhões, ou 0,9% do PIB.

Os danos ocasionados pela pandemia ainda são pouco visíveis nos últimos dados fiscais, mas os números de fevereiro são preocupantes. O déficit mensal do setor público, nas contas primárias, chegou a R$ 20,90 bilhões, o pior valor para um mês de fevereiro desde 2017, quando atingiu R$ 23,47 bilhões. Esse conjunto inclui os três níveis de governo e um grupo de estatais, excluídas Petrobrás e Eletrobrás. Os números globais do setor público são calculados pelo BC e os saldos correspondem às necessidades de financiamento.

No primeiro bimestre o resultado foi um superávit de R$ 35,37 bilhões, refletindo o saldo positivo de janeiro. Em 12 meses, no entanto, o resultado primário foi negativo em R$ 58,46 bilhões. Ainda sem os efeitos do coronavírus, os números comprovam, mais uma vez, o peso dos gastos previdenciários.

O déficit acumulado em 12 meses pelo INSS, de R$ 217,96 bilhões, engoliu o superávit de R$ 133,45 bilhões contabilizado pelo Tesouro Nacional. Mais uma vez o buraco nas contas federais, de R$ 85,32 bilhões, foi o maior componente do déficit primário. A pandemia ofuscou parcialmente, nas últimas semanas, o problema das crescentes despesas obrigatórias, incluídos os gastos previdenciários. Estes gastos poderão subir mais devagar nos próximos anos, quando os efeitos da reforma aprovada em 2019 forem mais sensíveis. Mas ainda faltará muito trabalho para desengessar as contas públicas.

Quando se acrescentam os juros, chega-se ao chamado resultado nominal, um déficit de R$ 440,42 bilhões em 12 meses. Esse valor corresponde a 6% do PIB. Para cobrir esse enorme buraco o setor público tem de se endividar, pagando juros maiores que aqueles cobrados na maior parte das grandes economias. Apesar disso, tem havido notícias positivas. O custo financeiro do governo tem evoluído mais suavemente, graças à redução dos juros básicos pelo BC. Boa parte da dívida é remunerada com base nesses juros.

Como a inflação deve continuar baixa, por causa da perda de renda dos trabalhadores e do freio na demanda, o BC poderá evitar aumento de juros nos próximos meses. Talvez possa realizar novo corte. Segundo projeção do mercado, a taxa básica poderá cair de 3,75% para 3,50% no fim do ano.

Juros contidos ajudarão a limitar a expansão da dívida pública. O endividamento aumentará, de toda forma, para cobrir o déficit crescente. Em fevereiro, a dívida bruta do governo geral (três níveis) atingiu R$ 5,61 trilhões e passou de 76,1% para 76,5% do PIB. Membros da equipe econômica falavam em mantê-la abaixo de 80% do PIB, mas isso será difícil neste ano. A esperança é retomar esse trabalho em 2021.

Depois de pregar união, Bolsonaro posta vídeo com ataque a governadores

Era só conversa. Jair Bolsonaro foi à TV na noite desta terça-feira pedir união e um pacto em defesa da vida com o Judiciário, o Legislativo, além de governadores e prefeitos. Parecia que o presidente finalmente havia recolhido as armas e decidido liderar uma frente de combate ao coronavírus. Parecia. Há pouco, ele voltou a atacar governadores ao postar um vídeo nas redes.

No vídeo, um homem que diz estar na central de distribuição de alimentos de Belo Horizonte, segue a cartilha de terror do gabinete do ódio nessa pandemia para falar que não é só o coronavírus que mata, “fome, desespero, caos também mata”.

Ele repete a estratégia dos filhos de Bolsonaro, desmentida ontem por Sergio Moro, que falam em caos social por causa do isolamento social imposto nas cidades contra a pandemia. Segundo a narrativa do gabinete do ódio, destacada pelo homem no vídeo, haverá uma “quebradeira geral” por causa do fechamento das cidades e aí virá o “desespero em massa”.

Para fechar a receita bolsonarista, o homem lembra quem assiste que “a culpa disso aqui é dos governadores, porque o presidente da República está brigando insistentemente para que haja uma paralisação responsável” e lamenta que os “governadores querem ganhar nome e projeção política à custa do sofrimento da população”.

Jair M. Bolsonaro
@jairbolsonaro

- Não é um desentendimento entre o Presidente e ALGUNS governadores e ALGUNS prefeitos..
- São fatos e realidades que devem ser mostradas.
- Depois da destruição não interessa mostrar culpados.

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 VEJA

Camilo afirma que Governo avalia decretar estado de calamidade

O governador Camilo Santana disse na manhã desta quarta-feira (1º), em entrevista ao programa Bom Dia Ceará, no Sistema Verdes Mares, que o Governo do Estado avalia decretar estado de calamidade pública na saúde, diante do aumento no número de casos de coronavírus. Segundo o governador, a equipe econômica e jurídica do Governo realiza um estudo nesse sentido.

Camilo informou que o custo com o pagamento da conta de famílias que consumirem até 100 quilowatts por leitura da Eneel deverá ficar em torno de R$ 5 milhões ao mês. Segundo o governador, a estimativa é que cerca de 534 mil famílias sejam beneficiadas, mensalmente.

Sobre a questão do ano letivo nas escolas públicas estaduais, Camilo disse que o aluno não será prejudicado e que há possibilidade da antecipação das férias.

O governador avaliou que o alto número de contaminados no Estado é resultado do número de voos internacionais, quando defendeu a suspensão completa, mas também é resultado do maior número de testes no Ceará, em relação aos outros estados. Camilo lamentou a dificuldade da compra de equipamentos hospitalares e de material de proteção, diante da falta de oferta no mercado.

Camilo Santana voltou a fazer um apelo ao cearense para que permaneça em casa. OPOVO

Guedes agradece decisão do STF para descumprir orçamento

PAULO GUEDES MIN ECON

O ministro da Economia, Paulo Guedes, detalhou, nesta terça-feira, 31, as medidas de sua pasta para arrefecer os impactos econômicos acusados pela pandemia do novo coronavírus. Ao lado dos ministros Luiz Henrique Mandetta, da Saúde, general Walter Braga Netto, da Casa Civil, e Sergio Moro, da Justiça, Guedes agradeceu aos demais poderes, Legislativo e Judiciário, pelo auxílio na gestão da crise. Ele elencou a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, neste domingo 29, que autoriza o governo a descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei de Diretrizes Orçamentárias, cujo desrespeito poderia incutir em crime de responsabilidade fiscal — e um possível afastamento do presidente Jair Bolsonaro. “Podemos regulamentar esses atos graças ao Supremo”, disse Guedes.

Segundo ele, o Brasil vem gastando mais do que outros países da América Latina para mitigar o desemprego e garantir o pagamento de salários. Ele relembrou a aprovação da projeto de lei do Auxílio Emergencial a Informais (AEI) na segunda-feira, 30, que prevê o apelidado ‘coronavoucher’ para trabalhadores em condição de informalidade, de 600 reais mensais — Guedes agradeceu aos deputados e senadores pela aprovação. Para a medida, de acordo com o ministro, serão destinados mais de 50 bilhões de reais. O texto aguarda sanção presidencial. Questionado acerca dos motivos da demora para a sanção de Bolsonaro, Guedes pediu mais paciência aos brasileiros e disse que o governo tem respondido em alta velocidade às necessidades da população.

“Nós estamos lidando com recursos públicos. Se fosse um dinheiro nosso, nós colocávamos a mão no bolso e liberávamos um cheque em 30 minutos. O problema é que estamos falando de recursos públicos, que depende de Controladoria-Geral da União (CGU), Advocacia-Geral da União (AGU)… Se tivermos descuidos, mais tarde isso pode gerar problemas de pedalada fiscal, impeachment etc. Então, nós precisamos do apoio do Congresso. Isso é um trabalho de cooperação. Nós só vamos sair juntos disso com cooperação”, afirmou. VEJA apurou que o ministro estuda cortar em 30% os salários de servidores públicos que recebem mais de 10 mil reais mensais para realizar os pagamentos. “Todos os recursos para a saúde e manutenção de empregos serão mobilizados”, disse o ministro.

Guedes também elencou o envio de 88 bilhões de reais para estados e municípios enfrentarem o que vem apelidando de “primeira onda”, referindo-se ao tratamento dos acometidos pela doença. A “segunda onda”, segundo o ministro, seria o desemprego e a crise econômica posteriores, que as propostas do governo vêm tentando arrefecer. Ele também comentou sobre o adiamento do pagamento de impostos para empresas manterem seus quadros de funcionários e para aposentados e pensionistas. O governo já provisionou 800 bilhões de reais no combate à pandemia — o mesmo percentual que os Estados Unidos se considerada a renda per-capta. “Nós iremos injetar 800 bilhões de reais na economia para os próximos três meses. Isso é um cinturão de defesa, que está lançado para proteger os pequenos negócios, os empregos, mas primordialmente a vida dos brasileiros”, afirmou.

Isolamento social

Apesar de publicamente defender as medidas de isolamento referendadas pelo Ministério da Saúde, nos bastidores, atribui-se a Guedes a mudança de postura de Bolsonaro em relação à crise. Altos executivos da pasta garantem que o ministro convenceu Bolsonaro de que a crise econômica posterior ao enfrentamento no campo da saúde será mais abrupta e nociva do que os impactos diretos da doença. Até por isso, o ministro disse que o governo lançou um desafio solidário para as 500 maiores empresas do país. A mineradora Vale foi a primeira a se mexer. Nesta segunda, um primeiro lote com 500.000 kits de teste rápido para diagnosticar a doença chegou da China ao país. Mais 4,5 milhões de unidades restantes serão entregues ao longo do mês de abril. Da quantidade total, cerca de 70.000 kits serão usados para atestar funcionários da companhia e o restante será doado ao governo brasileiro, que cuidará da sua logística de distribuição no país. 

Publicada no domingo, a decisão liminar do ministro Alexandre de Moraes permitiu ao governo que ultrapasse os gastos previstos baseando-se nas “consequências desastrosas para a população, caso não sejam adotadas medidas de efeito imediato, inclusive no tocante a garantia de subsistência, empregabilidade e manutenção sustentável das empresas”, como escreveu no despacho. Em isolamento em sua casa no Rio de Janeiro durante a última semana, Guedes voltou a Brasília nesta segunda-feira. VEJA

Moro autoriza uso da Força Nacional pelo Ministério da Saúde

Uma portaria do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, autorizou nesta segunda-feira (30) o emprego da Força Nacional de Segurança Pública para dar apoio ao Ministério da Saúde nas ações de combate ao novo coronavírus.

A decisão sobre o emprego da Força Nacional foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União, vale até o dia 28 de maio, pode ser prorrogada e ficará a cargo do Ministério da Justiça em acordo com os estados ou municípios.

Autorizações para o uso da Força Nacional já foram concedidas por Moro em ocasiões como durante onda de ataques a ônibus e prédios públicos no Ceará no início do ano passado, no combate às queimadas na Amazônia e em terra indígena do Maranhão após caciques serem assassinados.

A medida desta segunda-feira tem como objetivo, por exemplo:

  • dar auxílio a profissionais de saúde nos atendimentos relacionados ao novo coronavírus
  • dar segurança no funcionamento de centros de saúde (hospitais, UPAs, etc)
  • garantir segurança na distribuição e armazenamento de itens médicosfarmacêuticos, alimentícios e de higiene
  • garantia da segurança e auxílio no controle sanitário realizado em portos, aeroportos, rodovias e centros urbanos

Medidas coercitivas para realizar exames

A portaria também prevê que a Força Nacional possa atuar na "aplicação das medidas coercitivas previstas" na legislação que trata da obrigatoriedade da realização de exames médicos, testes laboratoriais e o isolamento.

O texto faz referência à lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, assinada como forma de combate ao novo coronavírus, e à portaria interministerial nº 5, de 17 de março de 2020, que trata da compulsoriedade (obrigatoriedade) de medidas que o governo pode tomar.

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Prefeitos cobram mais apoio do Governo na crise do coronavírus

Em meio à pandemia do coronavírus, prefeitos cearenses cobram mais apoio do Governo do Estado a necessidades dos municípios do interior no que diz respeito ao enfrentamento à Covid-19. Alguns também relatam insatisfação com declarações do titular da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, quanto à postura que municípios têm adotado em meio à pandemia que chegou ao Ceará. 

Gestores municipais dizem que, em uma rede social, o secretário teria afirmado que “há um erro processual dos 184 municípios do Ceará que foram orientados a adquirir os insumos desde o início de janeiro e a ter os seus planos de contingência”. 

Além disso, de acordo com prefeitos, Cabeto fala em R$ 18 milhões enviados pela União ao Estado que foram utilizados para comprar insumos hospitalares e equipamentos de proteção individual (EPI), a serem repassados integralmente aos municípios. Na rede social, segundo gestores, o titular da Sesa teria afirmado que “esses (insumos) já deveriam ter sido adquiridos há muito tempo (pelos gestores), como foram orientados”. 

Para os prefeitos, o chefe da Sesa deu a entender que orientou as prefeituras a fazerem seus planos de contingência de combate ao coronavírus desde janeiro e que só o fizeram após receberem uma solicitação do Ministério Público Estadual (MPCE), em março. 

Eles alegam, no entanto, que só foram notificados para apresentar um plano de contingência no dia 28 de fevereiro, e não em janeiro como informa Cabeto. Além disso, eles tinham até 6 de março para enviarem os documentos. A preocupação dos gestores é que eles sejam vistos como negligentes caso a crise na saúde se intensifique no interior. 

“Está todo mundo aguardando uma posição dele. Estamos aguardando uma retratação. Se lá na frente estourar (o número de casos no Estado), a culpa vai ficar para a gente. É uma coisa muito cruel. É uma mentira”, disse um prefeito da região Norte. 

Outro prefeito, da região Oeste, admitiu que há uma insatisfação geral com a declaração. “A gente tem muito boa vontade com o governador, mas sabe o que é questão? A questão da falta do dinheiro a gente até se entende, o problema é que essa fala não procede. É importante que o próprio secretário se manifeste”, argumentou. 

Questionado se falas de Cabeto estariam gerando incômodo entre os gestores, um prefeito da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) declarou que os gestores cobram que o secretário da Saúde faça uma retratação pública sobre as declarações. 

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Camilo cede benefícios, mas setor produtivo quer mais medidas de apoio

praça do ferreira

Em resposta aos anseios do setor produtivo em meio à pandemia do novo coronavírus, o Governo do Estado divulgou ontem um pacote de medidas de apoio às empresas cearenses que dividiu opiniões. Enquanto o segmento de comércio e serviços indicou ainda esperar medidas mais efetivas para dar suporte aos negócios no período, hotelaria, bares e restaurantes viram com bons olhos a sinalização feita pelo governador Camilo Santana. Já a indústria reconhece que boa parte das reivindicações foi acatada, mas que é preciso avançar mais.

A lista de iniciativas conta com a prorrogação do prazo para empresas se adequarem à documentação de ações fiscaliza-tórias por 90 dias; extinção do pagamento Fundo de Equilíbrio Fiscal por 3 meses; e prorrogação da validade das certidões negativas por 90 dias, para que empresas possam participar de licitações.

O pacote ainda conta com a prorrogação por 90 dias da apresentação de obrigações acessórias das empresas; da suspensão da necessidade de pagamento do refinanciamento por impostos atrasados; da suspensão de inscrições na dívida ativa do Estado, para que as empresas evitem problemas fiscais; e dos regimes especiais de tributação.

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