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Senado aprova aumento da margem do consignado do INSS para 40%

Laísa Dall'Agnol / FOLHA DE SP
SÃO PAULO

O Senado Federal aprovou, nesta quarta-feira (10), a proposta que aumenta para 40% a margem do crédito consignado para beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e servidores públicos durante a pandemia de Covid-19. O texto segue agora para sanção presidencial.

Atualmente, aposentados e pensionistas podem comprometer até 35% da própria renda mensal para pagar parcelas debitadas diretamente dos seus benefícios, sendo 30% para o pagamento de empréstimos pessoais e 5% para débitos relativos a despesas ou saques com cartão de crédito.

A proposta, que já havia sido aprovada pelos deputados na segunda (8), eleva a margem do empréstimo pessoal para 35% e, portanto, amplia para um total de 40% a capacidade de endividamento dos beneficiários.

De acordo com o texto, o acréscimo de 5% na margem consignável valerá até 31 de dezembro deste ano.

O relatório final, do senador Plínio Valério (PSDB-AM), não trouxe modificações ao texto encaminhado pela Câmara.

Entre as medidas aprovadas, também foi autorizado que bancos e demais instituições financeiras concedam, de forma facultativa, carência de 120 dias para contratos novos e antigos.

O trecho suscitou críticas de senadores que, apesar de declararem de antemão que votariam a favor do projeto —ele perderia a validade na quinta (11) caso não apreciado pelo Senado— disseram que medida semelhante já havia sido apresentada em 2020, mas que acabou "engavetada" na Câmara.

"Nós aprovamos o projeto de lei 1.328, do senador Otto Alencar [PSD-BA], em junho de 2020, que versava por postergar, por quatro meses, os empréstimos consignados", afirmou o senador Esperidião Amin (PP-SC).

"Fizemos inúmeros apelos para que, junto ao presidente da Câmara, fosse colocada em votação essa matéria, muito menos onerosa do que esta aqui, que vai aumentar o valor do empréstimo em 5%. A proposta tinha o mesmo objetivo e o ônus seria menor porque simplesmente postergaria a prestação, aproveitando uma circunstância de juros baixos", declarou o senador.

 

Em mudança de postura, Bolsonaro usa máscara e defende vacinas em evento no Planalto

Mateus Vargas e Daniel Weterman, O Estado de S. Paulo

10 de março de 2021 | 16h41

Pressionado pelo avanço da covid-19 e críticas sobre a omissão do governo federal na distribuição de vacinas, o presidente Jair Bolsonaro mudou radicalmente sua conduta e usou máscara em evento no Palácio do Planalto nesta quarta-feira, 10, no qual sancionou um projeto para facilitar a compra de mais vacinas. Desde o começo da pandemia, Bolsonaro tem minimizado a doença, desestimulado o uso da proteção e o distanciamento social e rejeitado propostas de compra de imunizantes. 

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) também mudou o tom e pediu aos seus seguidores para compartilhar nas redes sociais uma foto de seu pai com a frase: "Nossa arma é a vacina". O filho do presidente também disse que nos próximos meses o Brasil vai vacinar "dezenas de milhões de brasileiros". 

Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro usando máscara Foto: Dida Sampaio/Estadão

A nova conduta ocorreu horas após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter atacado a gestão do governo no enfrentamento da pandemia. O petista, em seu primeiro pronunciamento após ter as condenações na Lava Jato anuladas pelo Supremo Tribunal Federal, disse que fará propaganda para a população se vacinar, num movimento oposto ao que Bolsonaro adotou até hoje. Ele recomendou que a população não siga nenhuma "decisão imbecil do presidente da República ou ministro da Saúde", além de apoiar governadores que tentam obter vacinas por conta própria..

Em seu discurso, Bolsonaro adotou tom moderado, não fez ataques a governadores e prefeitos e citou de passagem fármacos sem eficácia contra a covid-19, como a hidroxicloroquina, que se tornou uma aposta do governo durante a crise. O presidente disse que o País terá mais de 400 milhões de vacinas até o fim do ano.

O evento no Planalto marcou a sanção de três leis que tratam da pandemia. Um dos textos (PL 534/2021) autoriza a União a assumir riscos e custos de efeitos adversos das vacinas, medida que destrava a compra dos imunizantes da Pfizer e Janssen. A exigência era um dos entraves do governo federal para os negócios.  Além disso, o texto permite que Estados e municípios comprem os imunizantes.  A iniciativa privada também pode adquirir as doses, mas deve doar 100% ao Sistema Único de Saúde (SUS) enquanto grupos prioritários são imunizados pela rede pública. 

Ao mesmo tempo em que Bolsonaro passou a defender a vacina, o Ministério da Saúde admite que a campanha nacional de imunização pode parar pela escassez dos imunizantes. Em carta enviada à Embaixada da China para tentar a compra de 30 milhões de vacinas, a pasta afirma estar ciente da importância de conter a nova variante da covid-19 e impedir que o vírus "se espalhe pelo mundo, recrudescendo a pandemia".

Vacina da China e 'jacaré'

O discurso da pasta contrasta com declarações anteriores do presidente. Ele já afirmou que não compraria doses da Coronavac, desenvolvida na China, devido a sua "origem". Disse ainda, em dezembro, que a pressa pela chegada dos imunizantes "não se justifica" e que as farmacêuticas é que deveriam estar interessadas em negociar com o governo. "Pessoal diz que eu tenho que ir atrás. Não, quem quer vender (que tem). Se sou vendedor, eu quero apresentar", disse Bolsonaro em 28 de dezembro.

O imunizante da Pfizer, citado hoje como solução, já foi alvo de desdém do próprio presidente. “Lá no contrato da Pfizer está bem claro: ‘Não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral. Se você virar um jacaré, é problema de você’”, disse Bolsonaro em 17 de dezembro. 

JAIR BOLSONARO
Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia para sanção dos projetos de lei que ampliam a aquisição de vacinas Foto: MARCELO CAMARGO/AG. BRASIL

Em contraste com discursos anteriores, o presidente ainda evitou críticas a restrições de circulação e lockdowns. Disse que no começo da pandemia essas restrições foram adotadas para que hospitais fossem aparelhados com leitos de UTI e respiradores. "Nenhum prefeito, governador, reclamou de falta de recursos para que tivesse, então, hospitais, leitos e UTI e respiradores."

Em seu discurso, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que as medidas aprovadas no Congresso possibilitaram a compra da vacina da Pfizer, em referência à cláusula sobre a responsabilidade por efeitos colaterais. Em aceno a Bolsonaro, que por meses criticou as exigências da farmacêutica, o general disse que o presidente "pessoalmente" conseguiu adiantar o cronograma de entrega desta vacina em um trimestre. O presidente reuniu-se na segunda-feira, 8, com representantes do laboratório.

"Estamos garantidos para março entre 22 e 25 milhões, podendo chegar a 38 milhões de doses", disse Pazuello. Ele afirmou que o SUS tem capacidade de vacinar de 1 milhão a 1,5 milhão por dia. Desde 17 de janeiro, quando a imunização começou no País, 8,7 milhões de pessoas receberam ao menos uma dose, o que representa 4,13% da população do País.

O ministro também afirmou que todas as vacinas compradas com recursos públicos serão distribuídas por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), em um recado a prefeitos e governadores que planejam realizar a compra de vacinas em paralelo ao governo federal.

Projetos

Ao sancionar projetos relacionados à vacinação, Bolsonaro vetou trecho do PL 534/2021 que previa o uso de recursos da União para Estados e municípios comprarem imunizantes. Prefeitos e governadores podem adquirir, mas desde que com dinheiro próprio.

O presidente sancionou ainda projeto com mudanças na MP 1026/2021. O texto permite que vacinas sejam compradas mesmo antes de aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A lei também dá um prazo de sete dias para a agência se manifestar sobre a permissão de uso emergencial de vacinas já autorizadas em outros países, como Estados Unidos, Rússia, Argentina e Índia. 

O texto pode beneficiar a entrada no País de vacinas como a Sputnik V e a Covaxin, desenvolvidas na Rússia e Índia, respectivamente, e já adquiridas pelo ministério.  A nova regra dá condições para a Anvisa, se preciso, pedir informações e até negar este aval. No mês passado, Bolsonaro vetou um dispositivo que obrigava a agência a conceder o uso emergencial em cinco dias a imunizantes autorizados em outros países.

O terceiro texto assinado por Bolsonaro (PL 2809/2020) prorroga a suspensão da manutenção das metas quantitativas e qualitativas no Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se de indicadores que devem ser cumpridos por prestadores de serviço do SUS para que recebam recursos do governo. Como a pandemia alterou o perfil dos serviços mais prestados – cirurgias eletivas foram canceladas em alguns momentos, por exemplo –, o texto suspende a análise destas metas.

Em reação a governadores, Bolsonaro indica que vai enviar projeto para ampliar atividades essenciais

Anne Warth e Rafael Beppu, O Estado de S.Paulo

05 de março de 2021 | 23h24

Em mais uma investida para enfraquecer as medidas de isolamento adotadas por governadores e prefeitos em meio ao colapso do sistema de saúde no auge da pandemia da covid-19, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira, 5, que mandou preparar um projeto de lei para enviar ao Congresso e ampliar a lista de atividades essenciais.

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“Essa história do ‘ficar em casa’, para quem tem dinheiro, tudo bem. O pessoal muitas vezes trabalha hoje para comer amanhã, ou comer à noite. Eu falei ontem o que é atividade essencial. Mandei preparar um projeto nesse sentido”, disse Bolsonaro a apoiadores, ao chegar ao Palácio da Alvorada. As atividades essenciais não podem ser interrompidas nem mesmo durante o lockdown.

Segundo o presidente, caberá à Câmara dos Deputados definir a lista de atividades essenciais. “A Câmara é quem vai decidir. Atividade essencial é toda aquela necessária para o chefe de família levar o pão para casa. Por que o cara que é encanador, por exemplo, não é essencial? Ele vai levar o que pra casa?”, perguntou.

Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro diante de aglomeração na cidade de São Simão, em Goiás, nesta quinta, 4 Foto: Alan Santos/PR

No ano passado, por meio de decreto, Bolsonaro incluiu várias atividades no rol de serviços essenciais - inclusive salões de beleza, barbearias e academias. Nesta quinta-feira, 4, Bolsonaro já havia sinalizado essa intenção por meio das redes sociais e aos apoiadores que o aguardavam no Alvorada no fim do dia.

“Aprenderam a definição de trabalho essencial? Já chegou aqui ou não?”, questionou. O chefe do Executivo se referia a um post publicado por ele mais cedo, nas redes sociais, no qual dizia que “atividade essencial é toda aquela necessária para um chefe de família levar o pão para dentro de casa”.

Ao falar sobre a possibilidade de que governadores comprem vacinas diretamente dos laboratórios, sem intermediação do governo federal, Bolsonaro disse não haver problema, desde que os próprios Estados paguem. “Mas quem vai pagar a conta? Eu? Não. Se quiserem comprar, podem comprar, mas a vacina vem para o Plano Nacional de Imunização. Ninguém está contra governador não, mas estamos fazendo contato com o mundo todo.”

Bolsonaro disse, ainda, que o governo não tem capacidade para pagar auxílio emergencial para sempre à população. “Auxílio emergencial é endividamento do Estado, não tem como. Alguns acham que pode dar a vida toda. Não dá”, argumentou ele.

Na conversa com os apoiadores, o presidente admitiu que os novos valores médios, em torno de R$ 250, são pouco, quando comparados aos pagos no ano passado, de R$ 600. “É pouco? Eu preferia ter isso aí do  que não ter nada”, disse.

Discurso 

Em um ajuste no discurso contrário a vacinas, que defendeu durante todo o ano de 2020, Bolsonaro afirmou que o governo vai receber, no mínimo, 20 milhões de doses de vacinas neste mês e mais 40 milhões em abril. 

“Depois que o Congresso deu aval para comprar a Pfizer, já assinamos o contrato”, destacou o presidente. “Em agosto e setembro do ano passado, já assinamos o primeiro contrato para comprar vacina. Em dezembro, tivemos a medida provisória de R$ 20 bilhões. O Brasil é um dos países que mais vacina. Se não me engano, passamos das 10 milhões de doses aplicadas, mais que todo o Estado de Israel, que são 9 milhões de habitantes. Agora, está faltando no mundo todo”.

O Brasil vacinou, até hoje, menos de 4% da população com a primeira dose – foram 7,9 milhões de pessoas. A segunda dose beneficiou ainda menos: 2,6 milhões, pouco mais de 1% da população.

Um dia depois de criticar o isolamento social e falar em “frescura e mimimi”, Bolsonaro disse lamentar as mortes. Reafirmou, porém, que é preciso enfrentar o problema. Lembrou que já teve covid-19 e disse estar imunizado, embora essa imunidade seja temporária, como têm demonstrado estudos e evidências de pessoas reinfectadas.

“Deixa outro tomar vacina no meu lugar. Lá na frente, depois que todo mundo estiver imunizado, se eu resolver tomar – porque, no que depender de mim, é voluntário, não pode obrigar ninguém a tomar vacina –, eu tomarei”, afirmou o presidente. “Disponibilizaremos vacina para todo mundo no Brasil, gratuita e voluntária.”

Enquanto Bolsonaro conversava com os apoiadores, a primeira-dama Michelle Bolsonaro chegou ao Palácio da Alvorada. Michelle também conversou e tirou fotos com o público. Nenhum dos dois usava máscaras de proteção. O casal seguiu em carros separados para a residência oficial.

Guedes anuncia antecipação de 13º de beneficiários do INSS

Pelo segundo ano consecutivo, os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) receberão o décimo terceiro salário de forma antecipada, disse há pouco o ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo o ministro, a medida só vai ocorrer depois da aprovação do Orçamento Geral da União deste ano.

“O abono salarial já foi antecipado. Agora, assim que aprovar o orçamento, vai ser antecipado o décimo terceiro justamente dos mais frágeis, dos mais idosos, como fizemos da outra vez”, disse o ministro. No ano passado, os beneficiários do INSS tiveram o décimo terceiro antecipado para abril como medida de ajuda à população mais afetada pela pandemia de covid-19.

O ministro deu a declaração após reunião com o deputado Daniel Freitas (PSL-SC), relator da proposta de emenda à Constituição (PEC) Emergencial na Câmara dos Deputados. Aprovado ontem (5) em segundo turno pelo Senado, o texto foi encaminhado para a Câmara, onde deve ser votado na próxima semana.

Guedes também anunciou que pretende reeditar o programa de suspensão de contratos e de redução de jornada (com redução proporcional de salários) que vigorou no ano passado. “O BEm, que é o programa de preservação de empregos, já estão sendo disparadas as novas bases. Então, tem mais coisa vindo por aí”, acrescentou Guedes.

Chamado de Benefício Emergencial (BEm), o programa prevê que o trabalhador com contrato suspenso ou jornada reduzida receba a parcela do seguro-desemprego a que teria direito se fosse demitido em troca do corte no salário. Em troca, o empregador não pode demitir o trabalhador após o fim da ajuda pelo tempo em que o trabalhador recebeu o BEm.

Ouça na Radioagência Nacional: AGÊNCIA BRASIL

Bolsonaro suspende Lei Rouanet para artistas de cidades que adotaram medidas restritivas

Secretaria Especial de Cultura do governo Jair Bolsonaro publicou nesta sexta (5) portaria que suspende a análise de projetos que buscam recursos via Lei de Incentivo à Cultura, novo nome da Lei Rouanet, que sejam de cidades que estejam com restrições de circulação.

"Considerando as diversas medidas de restrições de locomoção e de atividades econômicas, decretadas por estados e municípios, só serão analisadas e publicadas no Diário Oficial da União as propostas culturais, que envolvam interação presencial com o público, cujo local da execução não esteja em ente federativo em que haja restrição de circulação, toque de recolher, lockdown ou outras ações que impeçam a execução do projeto", diz a portaria.

A medida valerá por 15 dias, "podendo ser prorrogada ou suspensa, a depender da manutenção ou não das medidas restritivas nos referidos entes da federação".

Ela é assinada pelo secretário André Porciuncula, titular da subpasta de Fomento e Incentivo à Cultura.

A avaliação, entre representantes do setor cultural, é que essa é uma medida de retaliação do governo federal. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem atacado governadores que estão tomando medidas para conter o contágio do novo coronavírus.

Tanto Porciuncula quanto o secretário da Cultura, Mario Frias, são alinhados do presidente no discurso contra lockdown —e usam as redes sociais para atacar governadores.

No último fim de semana, Bolsonaro voltou a criticar medidas de isolamento social determinadas pelos estados e fez campanha contra governadores ao publicar nas redes sociais tabelas com valores de repasses orçamentários a unidades da federação, sugerindo que não tem responsabilidade pelo momento crítico pelo qual o país passa.

Em resposta, governadores de 16 estados assinaram carta em que criticaram o presidente e afirmaram que a prioridade do governo federal parece ser a criação de confrontos.

Mônica Bergamo / FOLHA DE SP

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

Saúde inicia nova remessa de 2,5 milhões doses da CoronaVac

Mais 2.552.820 doses da vacina CoronaVac, contra a covid-19, produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, estão sendo enviadas pelo Ministério da Saúde a todos os estados e o Distrito Federal nesta quarta-feira (3). Segundo a pasta, a distribuição das doses está sendo feita de forma proporcional e igualitária e é destinada a vacinar o restante dos trabalhadores da saúde, indígenas do estado do Amazonas e a população brasileira de 80 a 84 anos de idade.

De acordo com o quarto Informe Técnico da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) da pasta, divulgado hoje, a nova remessa de vacinas do Butantan corresponde à entrega de duas doses. A orientação é que estados e municípios façam a reserva da segunda dose para garantir que o esquema vacinal seja completado no período recomendado de duas a quatro semanas.

Reforço

Desta vez, mais regiões estão sendo contempladas com o Fundo Estratégico, que destina 5% do total de doses para estados com cenário de maior emergência no momento. A medida está em vigor para estados do Norte desde a segunda pauta de distribuição. Nesta nova remessa, 127.641 mil doses foram divididas entre o Amazonas (30%), Pará (10%), Rondônia (5%), Roraima (5%), Ceará (10%), Paraíba (5%), Sergipe (5%), Paraná (10%), Santa Catarina (10%) e Goiás (10%), para ampliar ainda mais a vacinação dos grupos prioritários de idosos. No total, 60.781 pessoas estão sendo contempladas com a estratégia.

Com esse novo lote, o Ministério da Saúde contabiliza mais de 17 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 desde o dia 18 de janeiro, quando começou a campanha de vacinação, sendo que dessas mais de 7,5 milhões de doses já foram aplicadas. A pasta prevê o envio de mais de 200 milhões de doses até julho, com meta de imunizar 50% da população brasileira vacinável.

Novos lotes

Ao longo de março, segundo o Ministério da Saúde, devem chegar novos lotes de vacinas. Além de remessas do Butantan, mais doses da AstraZeneca/Oxford, já produzidas no Brasil pela Fiocruz (3,8 milhões). Do mesmo laboratório, o Brasil também deve receber ao longo do mês mais 2 milhões de doses importadas da Índia e outras por meio do consórcio Covax Facility.

A pasta informou que assinou o contrato com o laboratório Precisa Medicamentos/Bharat Biotech, responsável pela vacina indiana Covaxin. Das 20 milhões de doses acordadas, 8 milhões já devem estar disponíveis para o Programa Nacional de Imunizações (PNI) ainda este mês.

Edição: Fernando Fraga / AGÊNCIA BRASIL

Ministério da Saúde decide comprar vacinas da Pfizer e da Janssen

Mateus Vargas, O Estado de S.Paulo

03 de março de 2021 | 16h16

BRASÍLIA – O Ministério da Saúde informou nesta quarta-feira, 3, que irá comprar as vacinas da Pfizer e da Janssen, após meses rejeitando propostas destas empresas. Segundo a pasta, o ministro Eduardo Pazuello pediu para a sua equipe "acelerar" os contratos. Em reunião com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), o general afirmou que a compra com a Pfizer poderia ser concluída ainda nesta quarta.

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A fala de Pazuello ocorre no momento de explosão de internações e colapso de sistemas de saúde em todo o País. O governo é pressionado para ampliar a oferta de imunizantes, mas Pazuello e o presidente Jair Bolsonaro rejeitam há meses a oferta da Pfizer.

Eduardo Pazuello
Eduardo Pazuello, ministro da Saúde Foto: Dida Sampaio/Estadão

O ministro não informou quantas doses da Pfizer devem ser compradas. Em apresentações recentes a prefeitos e governadores, Pazuello disse que a negociação seria por 100 milhões de doses, mas com a entrega de uma primeira parcela de 8,71 milhões de doses em julho. O restante, entre outubro e dezembro.

A Câmara aprovou na terça-feira, 2, um projeto para que a União possa assumir as responsabilidades por eventuais efeitos adversos de vacinas da covid-19. Trata-se de exigência da Pfizer e da Janssen que o governo vinha apontando como abusiva.

Como revelou o Estadão, esta permissão chegou a ser colocada em versão prévia da medida provisória 1.026/2021, com aval da pasta de Pazuello e da área jurídica do governo, mas foi excluída do texto final, publicado em janeiro.

Pazuello também pediu para a sua equipe acelerar a compra da vacina da Janssen, segundo apurou o Estadão com um auxiliar do ministro. Este imunizante tem eficácia de 66% e exige a aplicação de apenas uma dose, mas ainda não tem aval para uso no Brasil. O Brasil negocia 38 milhões de doses desta vacina, que chegariam ao País a partir de outubro.

A vacina da Pfizer foi a primeira a receber registro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) contra a covid-19, em 23 de fevereiro. O imunizante tem eficácia global de 95%. Para a população acima de 65 anos, alcança 94%, segundo avaliou a agência sanitária.

Apesar da alta eficácia, Bolsonaro desdenhou em mais de uma oportunidade da proposta do laboratório para venda da vacina. “Lá no contrato da Pfizer está bem claro: ‘Não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral. Se você virar um jacaré, é problema de você’”, disse o presidente em 17 de dezembro. Procurada pela reportagem, a farmacêutica americana ainda não se manifestou. 

A previsão de compra de Pazuello também pode esfriar articulações de prefeitos e governadores para a compra de vacinas em consórcio. Esta possibilidade foi levada ao ministro durante a reunião. O titular da Saúde, no entanto, tem dito que todas as vacinas com registro no País serão adquiridas pelo governo federal, não havendo a necessidade de que Estados e municípios adquiram por conta própria.

O governador João Doria (PSDB), por exemplo, disse nessa terça-feira que autorizou a compra de 20 milhões de doses da Pfizer e também 20 milhões de doses do imunizante russo Sputnik V. 

Bolsonaro prepara pronunciamento para defender isenção de diesel e criticar lockdown

Gustavo Uribe / FOLHA DE SP
BRASÍLIA

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) prepara um pronunciamento em cadeia nacional para esta quarta-feira (3) no qual pretende defender a isenção de impostos sobre o diesel e criticar as medidas de restrição por causa do aumento de internações pelo coronavírus.

A ideia inicial era de que a fala em cadeia nacional fosse transmitida nesta terça-feira (2), mas o presidente decidiu adiá-la.

Segundo assessores palacianos, ele preferiu aguardar a aprovação de projeto de lei, que deve ser votado nesta terça-feira (2), que autoriza a compra de vacinas contra o coronavírus pela iniciativa privada.

O texto do pronunciamento começou a ser escrito nesta manhã pela equipe do presidente e a expectativa é de que seja gravado ainda nesta terça-feira (2).

A ideia é que ele aproveite a fala para explicar as medidas tributárias adotadas pelo governo que afetam o setor de combustíveis, bancos e cooperativas de crédito.

Para compensar a queda de receita após o corte de tributos sobre diesel e gás de cozinha, o governo propôs um aumento da taxação sobre bancos até o fim do ano. A medida também afeta cooperativas de crédito e corretoras de câmbio.

O presidente publicou na noite de segunda-feira (1º) uma medida provisória alterando a alíquota da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) para empresas do setor financeiro.

Uma medida provisória tem efeito imediato, mas precisa de aprovação na Câmara e no Senado em até 120 dias para se tornar lei e não perder a validade. Mas, no caso de aumento de tributos, o impacto ocorre após cerca de 90 dias, a chamada noventena.

Em transmissão ao vivo pelas redes sociais há menos de duas semanas, o presidente afirmou que o PIS/Cofins sobre o diesel seria zerado por dois meses, a partir desta segunda-feira (1). Na mesma data, segundo ele, também passaria a valer uma isenção definitiva dos mesmos tributos sobre o gás de cozinha.

Nesta terça-feira (2), em conversa com apoiadores, Bolsonaro disse ​que, nos próximos dois meses, a equipe econômica estudará a possibilidade da redução se tornar permanente.

"Quando zera o imposto, pela Lei de Responsabilidade Fiscal, tem de arranjar recurso em outro lugar. Esses dois meses são um prazo para a gente estudar como a gente vai conseguir, de forma definitiva, zerar impostos federais sobre o diesel", afirmou.

Os caminhoneiros vêm fazendo pressão sobre o governo e ameaçam entrar em greve, o que traria forte impacto à economia. Até o momento, no entanto, o movimento grevista não avançou e não houve paralisação nacional. ​

Enquanto o corte no tributo do diesel valerá nos meses de março e abril, não há previsão de fim do corte referente ao gás de uso residencial.

Além do aumento da cobrança para os bancos, o governo apresentou outras medidas para compensar a queda de receita ao zerar o PIS e Cofins sobre o óleo diesel: a redução de incentivos do setor petroquímico e de carros adaptados para pessoas com deficiência.

De acordo com o governo, as diminuições nos impostos terão impacto de R$ 3,67 bilhões em 2021. Nos dois anos seguintes, a redução na tributação do gás terá impacto na arrecadação de R$ 922 milhões e de R$ 945,1 milhões, respectivamente.

Nos últimos dias, o presidente iniciou um embate com os governos estaduais e municipais que adotaram restrições de deslocamento e fechamento de comércios por causa da piora do quadro de saúde em decorrência do coronavírus.

Bolsonaro tem defendido que a atividade econômica não pode ser afetada pelas medidas de saúde, correndo o risco de o número de miseráveis aumentar no país.

O Brasil completou nesta segunda-feira (1) 40 dias com mais 1.000 mortes de média móvel. O valor da média também foi recorde, pelo terceiro dia consecutivo, chegando a 1.223.

 

Titular da Sefaz apresenta metas fiscais e esclarece repasses federais para combate à Covid-19

Titular da Sefaz apresenta metas fiscais e esclarece repasses federais para combate à Covid-19foto : José Leomar

 
A titular da Secretaria da Fazenda do Ceará (Sefaz), Fernanda Pacobahyba, informou, nesta segunda-feira (01/03), que o estado do Ceará recebeu apenas R$ 2,1 bilhões do Governo Federal para enfrentamento da pandemia da Covid-19. A afirmação foi feita durante audiência pública virtual realizada pela Comissão de Orçamento, Finanças e Tributação (COFT) da Assembleia Legislativa para apresentação das metas fiscais do último quadrimestre do ano passado, bem como dados consolidados de 2020.

O presidente do colegiado, deputado Sérgio Aguiar (PDT), ressaltou a importância da manutenção da sustentabilidade fiscal no Estado, sobretudo no contexto de crise econômica e sanitária decorrente da pandemia. “São empregos que são gerados e, por sua vez, são recursos que entram na economia que, por outra consequência, são impostos e taxas que vêm para o Estado, fazendo esse ciclo virtuoso para que o Ceará possa ter essa atuação”, explicou.

Durante a reunião, Pacobahyba tirou dúvidas de parlamentares a respeito de vários temas, entre eles, o dado divulgado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, de que o Governo Federal teria transferido R$ 42 bilhões para o Ceará em 2020 para enfrentamento da Covid-19. A secretária explicou que transferências correntes são todos os valores recebidos pelo Governo Federal aos Estados – não por favor, mas por determinação constitucional, na maioria das vezes.

“Por exemplo, uma parte do IPI (Imposto sobre os Produtos Industrializados) arrecadado tem repartição obrigatória para os estados, assim como nós, quando arrecadamos R$ 10 de IPVA, enviamos R$ 5 para os municípios. Isso não é um favor que o estado do Ceará está fazendo para os municípios, está escrito na Constituição que a gente precisa repartir esses impostos. Então essas transferências correntes não são benesses”, enfatizou.

No tocante às transferências para enfrentamento da pandemia, Fernanda informou que foram recebidos R$ 2,136 bilhões do Governo Federal, dos quais  R$ 499 milhões estão previstos na Medida Provisória (MP) 938; R$ 919 milhões na Lei Complementar 173 (ICMS); R$ 300 milhões também da LC 173 (Saúde e Assistência Social); e R$ 418 milhões no qual estão inclusas emendas de parlamentares, transferências do SUS, entre outras verbas.

METAS FISCAIS

De acordo com relatório da Sefaz, o desempenho das receitas correntes atingiu o percentual de realização de 106,69% da previsão para o terceiro quadrimestre. O documento também aponta que, no período de janeiro a dezembro de 2020, as receitas correntes apresentaram um incremento nominal de 5%, enquanto as receitas de impostos, taxas e contribuições de melhoria recuaram 2,22% – cerca de R$ 328 milhões – se comparadas com 2019.

Ainda conforme dados da Sefaz, no quadrimestre de setembro a dezembro, a despesa realizada ficou 1,52% acima da fixada, excluídas as despesas intraorçamentárias. Em 2020, houve também um aumento de 25,35% na aplicação de recursos na função saúde em relação a 2019, passando de R$ 3,69 bilhões para R$ 4,63 bilhões. O documento aponta ainda um aumento do gasto em inversões financeiras proveniente da aquisição do Hospital Leonardo da Vinci e do Hospital Geral de Crateús.

Fernanda Pacobahyba também apontou a dolarização como grande responsável pelo aumento da dívida do Estado e também do preço dos combustíveis, contestando o argumento de que o ICMS seja o grande vilão desse crescimento. Ela esclareceu que, segundo dados da Faculdade Getúlio Vargas (FGV), a dolarização transformou o Real na moeda mais desvalorizada do planeta. "Uma parte considerável da dívida do Estado do Ceará é dolarizada, e isso reflete nos nossos dados de dívida consolidada e dívida consolidada líquida", explicou.

Participaram da reunião os deputados Júlio César Filho (Cidadania), Augusta Brito (PCdoB), Carlos Felipe (PCdoB), Renato Roseno (Psol), Tony Brito (Pros) e Delegado Cavalcante (PSL); o secretário executivo do Tesouro Estadual, Fabrizio Gomes; o contador geral da Sefaz, Talvani Rabelo, e o orientador da Célula de Planejamento da Sefaz, Takeshi Koshima.

BD/LF

Bolsonaro zera PIS e Cofins do diesel e do gás de cozinha

O presidente da República editou na noite desta segunda-feira (1º) um decreto e uma medida provisória que zera as alíquotas da contribuição do Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS) e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) incidentes sobre a comercialização e a importação do óleo diesel e do gás liquefeito de petróleo (GLP) de uso residencial. A nova alíquota entra em vigor imediatamente.

Em relação ao diesel, a diminuição terá validade durante os meses de março e abril. Quanto ao GLP, ou gás de cozinha, a medida é permanente. A redução do gás somente se aplica ao GLP destinado ao uso doméstico e embalado em recipientes de até 13 quilos. “As duas medidas buscam amenizar os efeitos da volatilidade de preços e oscilações da taxa de câmbio e das cotações do petróleo no mercado internacional”, informou a Secretaria-Geral da Presidência da República.

Para cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal, como forma de compensação tributária, também foi editada uma medida provisória aumentando a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das instituições financeiras, alterando as regras de Imposto sobre os Produtos Industrializados (IPI) para a compra de veículos por pessoas com deficiência e encerrando o Regime Especial da Indústria Química (Reiq). ISTOÉ

 

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