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Bolsonaro diz em posse na Defesa haver decisões que fogem do político e vão para o militar

Marianna Holanda / FOLHA DE SP
 
BOLSONARO NA CERIMONIA DE FORMATURA
BRASÍLIA

A uma plateia de comandantes e generais, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta sexta-feira (1º) que há decisões que fogem do político e vão para o militar.

"Nós todos aqui, sem exceção, somos privilegiados. Vivemos um momento onde há decisões e em última análise fogem em campo político e vem pro campo militar", afirmou.

A declaração foi feita em discurso de posse do novo ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e do novo comandante, Marco Antônio Freire Gomes.

Filiado ao PL, o general Walter Braga Netto deixou a pasta para concorrer como vice de Bolsonaro.

 

Como mostrou a Folha, aliados do presidente viram na escolha de nomes uma tentativa de ele tentar ampliar sua influência no Comando do Exército em ano eleitoral.

A cerimônia de posse desta sexta foi fechada para a imprensa, e ocorreu no ministério e contou com a presença de ministros e militares de altas patentes.

 

Horas depois, contudo, o Pingo dos Is, programa da TV Jovem Pan simpático a Bolsonaro, veiculou trechos do discurso do chefe do Executivo

"Jamais podemos nós ousar imaginar dois, três anos a frente, voltar seus olhos para o passado e se perguntar: o que eu não fiz para que chegássemos a esse ponto? Certas coisas não se conquistam para sempre", afirmou, sem detalhar do que tratava.

O presidente também disse que interessa a todos os que estavam na cerimônia cumprir a Constituição. E retomou metáfora das quatro linhas, dizendo que é preciso obrigar quem está fora das leis atuar dentro delas.

Bolsonaro disse ainda que "os fatos dos últimos anos bem demonstram a todos que as Forças Armadas são o último obstáculo para o socialismo no Brasil".

O presidente costuma recorrer à ameaça do socialismo e comunismo, que utiliza como sinônimos, para se referir ao PT.

De acordo com o último Datafolha, Bolsonaro recuperou fôlego, mas continua em segundo lugar em intenção de voto, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O Golpe Militar de 1964 fez 58 anos nesta quarta-feira (28), e o presidente defendeu, mais uma vez, a ditadura e mandou ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) calarem a boca.

O Ministério da Defesa divulgou uma nota, chamada de ordem do dia, em que diz que o golpe foi "marco histórico da evolução política brasileira".

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