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Resposta lenta do Brasil à covid gera mais custo para o governo, diz estudo

Idiana Tomazelli, O Estado de S.Paulo

19 de agosto de 2021 | 05h00

BRASÍLIA - Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) indica que países com pior êxito no controle da disseminação da covid-19 acabaram sofrendo as maiores perdas da atividade e, consequentemente, precisaram lançar mão de pacotes fiscais mais generosos para mitigar os impactos econômicos e sociais da pandemia. 

O Brasil está entre as nações em que a correlação apontada pelo Ipea fica clara. O País registrou um elevado número de mortes pela doença e uma queda de 4,1% no PIB ano passado – tombo que não foi maior porque houve injeção de R$ 524 bilhões em despesas adicionais só em 2020.

Vacinação contra a covid em São Paulo
Mulher é vacinada contra a covid-19. Intervenções para frear a disseminação do vírus ajudaram a reduzir consequências econômicas e sociais. Foto: Leo Souza/Estadão - 16/5/2021

O debate sobre a relação entre o combate à doença e seus efeitos sobre a atividade econômica esteve presente desde o início da pandemia, por causa da recomendação de especialistas em saúde pela adoção de medidas de distanciamento social para frear o avanço do vírus. No Brasil, a discussão ganhou contornos políticos. O presidente Jair Bolsonaro, com frequência, tratava o tema com um dilema.

O estudo do Ipea, elaborado pelo economista Rodrigo Orair, que já foi diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, fornece indícios de que, na crise atual, as intervenções para reduzir a disseminação da covid-19 também ajudaram a mitigar as consequências econômicas e sociais da crise. O texto foi publicado na mais recente edição do Boletim de Políticas Sociais do órgão.

“Aqueles que não conseguiram controlar a crise sanitária tiveram muitas mortes, tiveram mais perdas econômicas e sociais. Na medida em que os danos econômicos e sociais são maiores, eu preciso gastar mais para mitigar esses danos econômicos e sociais.

Quem fez a lição de casa, fez a estratégia de achatamento (da curva de casos e mortes) bem feita, informou a população, tomou medidas de precaução, conseguiu evitar a crise sanitária, evitou os danos econômicos e sai com o sistema econômico social mais resiliente”, afirma Orair.

Segundo ele, o Brasil teve uma das crises mais graves, considerando o número de mortes, a perda do PIB e o tamanho do pacote fiscal. Até o início de março, o País tinha uma média de 1.210 mortes por milhão, uma das maiores em um conjunto de 30 países analisados, e uma perda relativa de 6,1 pontos porcentuais entre o crescimento esperado antes da pandemia e o que foi efetivamente observado. O pacote fiscal, considerando todas as medidas (inclusive de crédito), ficou em 14,5% do PIB, comparável ao adotado em países avançados.

Pós-crise

Além de ter se mostrado “ineficaz” no combate à pandemia, o Brasil parece estar atrás da curva quando se trata de discutir a recuperação no pós-crise. Orair recorre a um esquema adotado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para ilustrar as “etapas” de enfrentamento e resposta da política fiscal à covid-19. Elas envolvem ações emergenciais, de controle da emergência sanitária e dos desdobramentos da crise, e de pós-crise, com estímulo fiscal para retomar o crescimento e, posteriormente, medidas de ajuste nas contas.

“Inúmeros países já anunciaram ou estão anunciando pacotes de estímulo fiscal para favorecer a recuperação econômica e o alcance de objetivos estratégicos de médio e longo prazos, enquanto o Brasil parece apostar na estratégia de que será possível superar a crise social e econômica prescindindo desse tipo de pacote fiscal”, diz o texto.

Segundo Orair, embora o governo programe R$ 127 bilhões em gastos extras em 2021, a solução para este ano foi “de improviso” após o governo ter “apostado” no fim da pandemia.

Covid-19: Saúde recebe 2 milhões de doses da CoronaVac

O Ministério da Saúde informou que recebeu hoje (18) 2 milhões de doses da CoronaVac, imunizante produzido pelo Instituto Butantan.

Do total, 452 mil doses vão ficar em São Paulo, onde está instalada a sede do instituto. As doses restantes, segundo a pasta, serão destinadas aos demais estados e ao Distrito Federal, “de forma proporcional e igualitária”.

Balanço

Dados do ministério mostram que, até o momento, 117 milhões de pessoas já receberam a primeira dose das vacinas contra a covid-19 – 73% do público-alvo definido, formado por 160 milhões de brasileiros com mais de 18 anos.

Ainda segundo a pasta, mais de 51 milhões de pessoas estão totalmente imunizadas – com as duas doses ou com dose única.

Terceira dose

Mais cedo, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou que a aplicação da terceira dose das vacinas deve começar por idosos e profissionais de saúde. Ele destacou, entretanto, que, para iniciar a chamada dose de reforço, ainda são necessários mais dados científicos para que a pasta possa organizar a aplicação.

Coronavac
Frasco de CoronaVac- Rovena Rosa/Agência Brasil

Pfizer entrega mais de 1 milhão de doses de vacina ao Brasil

Um voo trazendo 1.076.400 doses da vacina contra a covid-19 ComiRNAty, da Pfizer, chegou por volta das 19h30 desta quarta-feira (18) no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). A empresa deve entregar 17,6 milhões de doses entre os dias 3 e 22 de agosto.

É o 49º lote entregue pela farmacêutica ao governo brasileiro. Entre o final de agosto e setembro há a previsão da chegada de quase 52,4 milhões de doses – que fazem parte do primeiro acordo firmado no dia 19 de março e que contempla a disponibilização de 100 milhões de vacinas até o final do terceiro trimestre de 2021.

O segundo contrato, assinado em 14 de maio, prevê a entrega de mais 100 milhões de doses entre outubro e dezembro. Ao longo do ano, a farmacêutica fornecerá um total de 200 milhões de doses de vacina ao Brasil.

Edição: Fábio Massalli / AGÊNCIA BRASIL

Bolsonaro segue Constituição e espera que outros Poderes façam o mesmo, diz general Ramos

Danielle Brant / FOLHA DE SP
BRASÍLIA

O presidente Jair Bolsonaro age nos limites da Constituição Federal e espera que os demais Poderes também joguem dentro das quatro linhas da Carta, afirmou nesta quarta-feira (18) o ministro da Secretaria-Geral, o general Luiz Eduardo Ramos.

As declarações foram dadas em meio a atritos de Bolsonaro com o STF (Supremo Tribunal Federal).

No último fim de semana, o presidente disse em redes sociais que levará ao Senado um pedido de abertura de processo de impeachment contra os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, que também preside o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Ex-ministro da Secretaria de Governo e da Casa Civil, Ramos compareceu à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle para prestar esclarecimentos sobre reunião para discutir a situação dos madeireiros investigados pela Operação Handroanthus, da Polícia Federal.

Na audiência, porém, o ministro foi pouco questionado sobre a ação da PF. A maior parte das perguntas tratava do risco de ruptura democrática, sobre eleições de 2022 e ações do governo de Jair Bolsonaro no enfrentamento à pandemia.

Ramos defendeu o presidente e afirmou que Bolsonaro age dentro das quatro linhas da Constituição Federal. “E ele está agindo. O que ele espera é que os outros Poderes também estejam jogando dentro das quatro linhas. É bom que se esclareça isso.”

O ministro afirmou ainda que, enquanto esteve na ativa do Exército, até julho de 2020, teve contato direto com o alto comando militar. “Em nenhum momento ouvi de qualquer integrante do Alto Comando qualquer coisa com a quebra do estado democrático de direito. Isso aí é muito imprensa.”

Ramos assegurou ainda que as eleições de 2022 serão realizadas, apesar das ameaças de Bolsonaro.

“Eu tenho tanta certeza de que elas vão ocorrer, e eu estou dizendo, pode ser que eu seja cobrado ano que vem, que o vitorioso será Jair Messias Bolsonaro, diferente de institutos de pesquisas que eu não acredito.”

Substituído na Casa Civil por Ciro Nogueira, Ramos elogiou a escolha do senador licenciado e afirmou não questionar o “feeling político” de Bolsonaro. “Eu não dou pitaco, porque ele realmente é profundo conhecedor”, disse o ministro, afirmando que Nogueira foi uma decisão excepcional do presidente.

Assim como o ministro Walter Braga Netto (Defesa), o general qualificou a ditadura militar registrada no Brasil entre 1964 e 1985 de “regime forte de exceção”.

“Meus senhores, eu sou de uma geração, eu saí da academia em 1979. Em 1964 eu tinha 8 anos de idade”, disse.

“O que eu sei pela história e por depoimentos tanto de elementos que estiveram do lado oposto como no lado do governo militar...era uma outra época. Era um regime forte, de exceção. Agora, isso aí é uma semântica, ditadura, não ditadura.”

Ele comparou o governo militar com o de Getúlio Vargas, “quando o Congresso não funcionava.”

“Havia um controle muito grande da polícia do estado à época. E durante o governo do regime militar, o Congresso pode ter sido fechado, mas [continuou] funcionando.” “Eu diria que foi um regime militar de exceção muito forte”, concluiu.

 

PRESIDENTE Bolsonaro culpa estados pela alta do gás e da gasolina em evento ao lado do governador do Amazonas

João ValadaresRosiene Carvalho / FOLHA DE SP
 
bolsonaro em manaus
RECIFE e MANAUS

Ao lado do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) culpou, na manhã desta quarta-feira (18), em Manaus, parte dos governadores pela alta do preço do gás e dos combustíveis. Ele reconheceu a inflação e disse que o povo tem razão em reclamar.

“Sabemos que a inflação está batendo na porta de vocês, mas lá atrás grande parte dos governadores e da nossa mídia disse que deveríamos respeitar aquela máxima: ‘fique em casa que a economia a gente vê depois’”, discursou.

Ao classificar os preços como absurdos, Bolsonaro destacou que a população precisa perceber quem está sendo o verdadeiro vilão.

“Hoje em dia, o litro da gasolina é vendido nas refinarias na casa de R$ 1,95. Se está R$ 6, R$ 7 o litro, o que é um absurdo, o imposto federal na casa de R$ 0,70, vamos ver quem é o vilão nessa história”, afirmou.

Bolsonaro aproveitou o discurso para fustigar, sem citar nominalmente, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), um dos seus adversários políticos.

“O vilão não é o governo federal. A gente lamenta que alguns estados do Brasil, como o maior estado economicamente ativo, foi o estado que mais aumentou o ICMS em plena pandemia. É lamentável isso”, discursou.

Mais uma vez, o presidente afirmou que o governo federal foi alijado das ações de combate à pandemia.

“Só o fato a obrigarem vocês a ficar em casa, ao decretarem toque de recolher e confinamento, jogaram praticamente na miséria em torno de 40 milhões de pessoas no Brasil. O governo federal fez sua parte, criou o auxílio emergencial que acabou no fim das contas atingindo sessenta e oito milhões de pessoas”, declarou.

Em guerra com o STF (Supremo Tribunal Federal), o presidente, desta vez, não fez ataques a ministros. A missão coube ao pastor Silas Malafaia, que discursou na cerimônia de entrega de habitações populares.

"Eu queria fortalecer uma verdade, supremo poder é o povo. O povo é o supremo poder. Não é uma caneta de ministro do STF e ninguém que vai tirar um presidente legítimo com o voto do povo na caneta", disse. Neste momento, parte da plateia levantou as mãos para o céu como se estivessem celebrando uma oração.

É a terceira vez que Bolsonaro vai ao Amazonas desde que o sistema de saúde do estado colapsou com crise de abastecimento de oxigênio e o aumento de casos de Covid-19 na segunda onda da pandemia.

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, alvo de investigação em decorrência da gestão do combate à Covid-19, esteve presente na cerimônia. A primeira visita de Bolsonaro ocorreu às vésperas do início dos trabalhos da CPI da Pandemia no Senado.

No primeiro trimestre, foram 6.600 mortes no Amazonas, um dos índices per capita mais elevados do mundo. Além da falta de leitos clínicos, os pacientes que conseguiram vagas em hospitais sofreram com falta de insumos e morreram sem oxigênio.

Nas visitas, o presidente não fez referências às vítimas ou prestou solidariedade às famílias.

O governo também é investigado na CPI por ter ignorado duas ofertas da ONU (Organização das Nações Unidas) e uma do governo dos Estados Unidos para transportar de forma mais rápida oxigênio até o estado, no período em que pacientes internados morreram asfixiados sem o insumo em Manaus e no interior do estado.

A agenda rápida do presidente em Manaus também teve forte conotação política em função do palanque em construção no estado para reunir três máquinas públicas contra adversários.

No aeroporto, Bolsonaro foi recebido pelo aliado e governador Wilson Lima, que é pré-candidato à reeleição. Também esteve presente o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), de linha evangélica e conservadora, além do amigo pessoal do presidente, coronel da reserva Alfredo Menezes.

Pré-candidato ao Senado, Menezes é figura constante no Planalto e, nos últimos meses, desbancou a bancada do Amazonas da função de elo entre os dois senadores e o presidente. Além disso, Menezes ataca constantemente o presidente da CPI da Covid, senador por Amazonas Omar Aziz (PSD), que deve tentar se reeleger no próximo ano.

No dia 8 de junho, Bolsonaro teve uma reunião que durou cerca de 40 minutos com o prefeito de Manaus e Menezes. Ao final do encontro, um vídeo dos três foi gravado e distribuído na cidade com promessas de repasse de recursos à capital.

Em entrevista ao UOL, em junho, ao comentar os vetos às emendas da bancada do Amazonas, Omar declarou: "Ele [Bolsonaro] tem feito vídeos com adversários meus no estado prometendo mundos e fundos. Não sei de onde. Mas veta emendas parlamentares. Não tem problema, mas é uma forma não muito republicana como ele tem anunciado recursos para o estado", disse.

Um estudo sobre o orçamento de 2021 do Inop (Instituto Nacional de Orçamento Público) aponta que, no ranking por estados, o Amazonas foi o que recebeu o maior corte em termos percentuais e absolutos. Foram vetados 50% dos repasses ao estado relacionados às emendas de comissão (RP2), o que representa um total de mais de R$ 220 milhões.

Bolsonaro participou, em abril, de uma inauguração de um anexo de um centro de convenções construído em governos anteriores. Em maio, participou da inauguração de uma ponte de madeira de 18 metros na Terra Indígena (TI) Balaio, em São Gabriel da Cachoeira, no extremo norte do País.

Em julho, Bolsonaro adiou ida a Manaus, quando participaria de uma motociata, em função da internação com um quadro de obstrução intestinal. No entanto, do leito do hospital, participou por vídeo-chamada do evento e fustigou Omar Aziz, defendendo que o estado faça uma renovação política.

Bolsonaro desembarcou em Manaus na manhã desta quarta no aeroporto Eduardinho. Apoiadores organizaram caravanas para recepcioná-lo no estacionamento do local, onde foi montado um cercadinho.

Sem usar máscara, o presidente provocou aglomerações, abraçou crianças e teve contato com os seguidores.

Parte dos apoiadores acompanhou com motos e carros o deslocamento de Bolsonaro entre o aeroporto e o local do evento, o residencial Cidadão Manauara 2 no bairro Santa Etelvina, Zona Norte de Manaus.

Acompanhado pelo ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, o presidente fez a entrega de 500 apartamentos populares. De acordo com dados da Prefeitura de Manaus, as moradias foram construídas a partir do repasse de R$ 607,5 milhões do Ministério de Desenvolvimento Regional, no primeiro trimestre.

 

Bolsonaro culpa estados pela alta do gás e da gasolina em evento ao lado do governador do Amazonas

João ValadaresRosiene Carvalho
RECIFE e MANAUS

Ao lado do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) culpou, na manhã desta quarta-feira (18), em Manaus, parte dos governadores pela alta do preço do gás e dos combustíveis. Ele reconheceu a inflação e disse que o povo tem razão em reclamar.

“Sabemos que a inflação está batendo na porta de vocês, mas lá atrás grande parte dos governadores e da nossa mídia disse que deveríamos respeitar aquela máxima: ‘fique em casa que a economia a gente vê depois’”, discursou.

Ao classificar os preços como absurdos, Bolsonaro destacou que a população precisa perceber quem está sendo o verdadeiro vilão.

 

“Hoje em dia, o litro da gasolina é vendido nas refinarias na casa de R$ 1,95. Se está R$ 6, R$ 7 o litro, o que é um absurdo, o imposto federal na casa de R$ 0,70, vamos ver quem é o vilão nessa história”, afirmou.

 

Covid-19: Brasil passa da marca de 570 mil mortes

O Brasil bateu a marca de 570 mil mortes em decorrência da covid-19. Nas últimas 24 horas, foram registrados 1.106 novos óbitos, totalizando 570.598 vidas perdidas para a pandemia. Ontem, o número estava em 569.492.

Ainda há 3.576 óbitos em investigação uma vez que há casos em que o diagnóstico depende de resultados de exames concluídos apenas após o paciente já ter morrido.

A quantidade de pessoas que contraíram covid-19 desde o início da pandemia subiu para 20.416.183. Entre ontem e hoje, foram registrados 37.613 novos casos. Ontem, o sistema de informações do Ministério da Saúde marcava 20.378.570 casos acumulados.

Ainda há 532.039 casos em acompanhamento. O nome é dado para pessoas cuja condição de saúde é observada por equipes de saúde e que ainda podem evoluir para diferentes quadros, inclusive graves.

O número de pessoas que se recuperaram da covid-19 chegou a 19.313.546.

Boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde em 17/08/2021
Boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde em 17/08/2021 - 17/08/2021/Divulgação Ministério da Saúde

As informações estão no balanço diário do Ministério da Saúde, divulgado nesta terça-feira (17).

Os dados, em geral, são menores aos domingos e segundas-feiras em razão da dificuldade de alimentação do sistema pelas secretarias estaduais. Já às terças-feiras, os resultados tendem a ser maiores pela regularização dos registros acumulados durante o fim de semana.

Estados

São Paulo é o estado que registra mais mortes pela covid-19 (143.135), seguido pelo Rio de Janeiro (60.771), por Minas Gerais (52.002), pelo Paraná (36.584) e Rio Grande do Sul (33.807). Já os estados onde a doença menos matou são: Acre (1.808), Roraima (1.920), Amapá (1.941), Tocantins (3.627) e Sergipe (5.951).

Vacinação

O painel de vacinação, também mantido pelo Ministério da Saúde, ainda não divulgou os dados relativos às ações de imunização hoje. Até ontem, o número de doses aplicadas estava em 168,1 milhões.

Edição: Lílian Beraldo / AGÊNCIA BRASIL

Governo promete pacote para municípios e ganha apoio de prefeitos na reforma do IR

BRASÍLIA

projeto de lei que altera o Imposto de Renda ganhou o apoio da CNM (Confederação Nacional dos Municípios) após o Ministério da Economia e líderes do Congresso aceitarem um acordo que envolverá a aprovação de outros projetos, incluindo maiores repasses para os prefeitos.

A Câmara pode votar o projeto do Imposto de Renda ainda nesta terça-feira (17). A versão mais recente do projeto diminui o corte no IRPJ (Imposto de Renda de Pessoa Jurídica), de 9,5 pontos percentuais para 8,5. Com isso, a alíquota-base do IRPJ cairia de 15% para 6,5%.

Como o Imposto de Renda é dividido com governadores e prefeitos, os municípios queriam uma redução mais branda. "A gente estava brigando para que ficasse em 7,5%. Então propus uma negociação mais aprofundada", afirma Paulo Ziulkoski, presidente da CNM.

Em reuniões entre representantes dos municípios, integrantes do governo e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) foi acordado que haverá apoio da CNM à proposta mesmo com a entidade vendo perdas de receitas com o texto. Foi demandado, em contrapartida, um pacote com três itens.

Um deles é a elevação por meio de uma PEC (proposta de emenda à Constituição) dos valores repassados aos municípios via FPM (Fundo de Participação dos Municípios), que está sendo reduzido com as mudanças no Imposto de Renda.

Os repasses aumentariam gradativamente a partir do ano que vem, começando com um impacto fiscal para a União de R$ 800 milhões em 2022. Até 2027, esse montante subiria para R$ 4,5 bilhões e viraria permanente.

Um segundo item é a votação para a derrubada de um recurso parlamentar que existe há dez anos e que impede o Congresso de mudar a correção do piso do magistério. O item já está na pauta do dia do plenário da Câmara.

O recurso foi capitaneado em 2011 pela então deputada Fátima Bezerra (PT-RN), hoje governadora do Rio Grande do Norte, e barrava a mudança nos reajustes dos professores que havia sido discutida em comissão do Congresso.

Na época, Bezerra mencionou o argumento de garantir "a manutenção do poder de compra dos integrantes da carreira do magistério público da educação básica".

O objetivo da CNM é derrubar a trava para que se use apenas o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) no reajuste do salário dos professores.

Hoje, é usada uma fórmula baseada no crescimento do valor anual mínimo por aluno a ser destinado pelos gestores à educação. Historicamente, a regra atual concede um aumento maior do que a inflação aos professores.

De acordo com cálculos da própria CNM, a categoria recebeu aumento de 2009 a 2020 de 203,61%. No mesmo período, o salário mínimo cresceu 121,7% e a inflação, pelo INPC, 61,4%.

O piso salarial do magistério em 2020 ficou em R$ 2.886,24, um valor 12,84% maior que no ano anterior e que foi alvo de reclamações por parte da CNM por causa de um impacto de R$ 8,7 bilhões.

E o terceiro item do acordo pela reforma no Imposto de Renda é a PEC 122, que foi apresentada por iniciativa da própria CNM para proibir a criação de novas despesas para municípios sem uma devida compensação orçamentária.

Segundo Ziulkoski, entre os exemplos recentes de problemas para os orçamentos municipais que a PEC 122 poderia barrar está a tramitação no Congresso sobre o aumento do piso dos enfermeiros e auxiliares de enfermagem. "Em tese a gente concordaria, mas estamos sem dinheiro", diz ele.

A adesão dos municípios tende a deixar os estados isolados dentre as vozes do poder público contra o projeto. Nesta terça, o Comsefaz (comitê de secretários estaduais de Fazenda) chamou o projeto de inadmissível e pediu para que ele seja rejeitado.

Ziulkoski afirma que os estados ficaram de fora das discussões e estão desatualizados. "Eles não estão atualizados, desconhecem", afirmou.

País atinge 50 milhões de pessoas com vacinação completa contra covid

O Ministério da Saúde informou, hoje (17), que mais de 50 milhões de pessoas já tomaram as duas doses ou a vacina de dose única contra a covid-19, o que representa 31,9% da população acima de 18 anos de idade com a imunização completa contra a doença.

O andamento da vacinação pode ser conferido na plataforma LocalizaSUS, atualizada diariamente.

De acordo com os dados da base nacional do Programa Nacional de Imunizações (PNI), 49.062.641 pessoas completaram o ciclo vacinal. Além delas, 2.089.449 também já tomaram as duas doses ou dose única, conforme informado pelas secretarias estaduais de Saúde, mas que ainda aguardam registro na base do PNI. O total, então, chega a 51.152.090 pessoas imunizadas.

O Ministério da Saúde reforça aos brasileiros que ainda não completaram o ciclo vacinal que procurem uma unidade de saúde para a segunda dose. Para que as vacinas atinjam a efetividade esperada, é necessário tomar as duas doses - ou a dose única, no caso da vacina da Janssen.

A orientação é que a segunda dose seja aplicada no período recomendado, de 12 semanas para as vacinas da Pfizer/BioNTech e da Astrazeneca/Fiocruz e de quatro semanas para a CoronaVac/Butantan. No entanto, mesmo para quem perdeu o prazo, a orientação é procurar um posto de vacinação para completar o ciclo vacinal.

A meta do governo é imunizar toda a população adulta com duas doses até o fim do ano. De acordo com os registro no PNI e nos painéis das secretarias estaduais, o Brasil já aplicou mais de 168 milhões de doses, no total, sendo que mais de 70% da população (117 milhões de pessoas) acima de 18 anos de idade já está com a primeira dose no braço.

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, o andamento da vacinação vem refletindo na redução no número de casos, óbitos e internações pela doença. Na última semana, todos os estados e o Distrito Federal registraram taxa de ocupação de leitos covid-19 abaixo de 80%. “É a primeira vez no ano que o Brasil atinge esse índice, reforçando a importância da imunização para acabar com o caráter pandêmico no país”, disse a pasta.

Edição: Fernando Fraga / AGÊNCIA BRASIL

‘Vacinação não deve e não pode ser a condição para o retorno para as aulas presenciais’, diz Milton Ribeiro

Melissa Duarte o globo

 

BRASÍLIA — O ministro da Educação, Milton Ribeiro, defendeu nesta terça-feira que as escolas públicas retomem as aulas presenciais mesmo sem a imunização de profissionais da educação, na esteira do que é dito pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Além disso, o pastor e professor aifirmou que que essas atividades devem ser classificadas como essenciais, com a aprovação de projeto de lei que tramita no Senado. 

— A vacinação não deve e não pode ser a condição para o retorno para as aulas presenciais — disse no seminário "Educação híbrida e os novos quadrantes do ensino e da aprendizagem", realizado pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes).

Aprovada na Câmara dos Deputados em 21 de abril em meio a um intenso debate, a proposta determina que aulas do ensino básico ao superior sejam serviços essenciais durante a pandemia da Covid-19. Também prevê que a suspensão das aulas só poderá ocorrer se não houver condições sanitárias nos estados, no Distrito Federal ou nos municípios.

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