Nova linha de transmissão escoará energias eólica e solar para Sudeste
O governo federal inaugurou, neste sábado (11), uma linha de transmissão que facilitará o escoamento da energia gerada na região Nordeste, em usinas eólicas e solares, para o Sudeste e o Centro-Oeste, preservando o uso de usinas hidrelétricas, fortemente atingidas pela escassez hídrica. O evento de inauguração ocorreu em Janaúba (MG), com as presenças do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, do diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone, e do diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi.
O empreendimento da empresa TAESA (Transmissora Aliança de Energia Elétrica) foi entregue, segundo o governo, com cinco meses de antecedência e recebeu R$ 1 bilhão em investimentos. A linha tem capacidade de transporte de 1.600 megawatts (MW), energia suficiente para o consumo de 5 milhões de pessoas.
“Como cidadão e ministro, fico orgulhoso em apreciar empreendimentos como esse. A geração solar cresceu 200% nos últimos três anos no Brasil. São investimentos vultosos", destacou Bento Albuquerque.
Construção
A construção do empreendimento Janaúba é resultado do leilão 013/2015, promovido pela Aneel, e permite futuras expansões no sistema. A linha fará a integração dos sistemas de transmissão de energia elétrica dos estados da Bahia e Minas Gerais, com duas linhas de transmissão e três subestações, em um percurso de 542 quilômetros de extensão.
“Essa linha inaugurada hoje é de fundamental importância para esse período de escassez hídrica, pelo fato de aumentar em 25% a capacidade de o Nordeste transmitir energia para o Sudeste, assim podemos preservar as águas das hidrelétricas”, afirmou André Pepitone, da Aneel.
A nova linha de Janaúba é formada por dois trechos. Um partindo da Subestação (SE) Pirapora 2 até SE Janaúba 3 (238km) e outro saindo de Janaúba 3 até SE Bom Jesus da Lapa II (304km). Nesse trajeto são 26 travessias ao longo da rede, passando por três subestações (Pirapora 2, Janaúba 3 e Bom Jesus da Lapa II), todas com tensão máxima de 500kV. Segundo o MME, entre os principais números, a obra contou com mais de 30 mil metros cúbicos de concreto, mais de 12 mil toneladas de estrutura, mais de 12,5 mil toneladas de cabos condutores.
** Com informações do Ministério de Minas e Energia
Edição: Nélio Neves de Andrade / AGÊNCIA BRASIL
Quanto custou Abreu e Lima?
Samuel Pessôa
Pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (FGV) e da Julius Baer Family Office (JBFO). É doutor em economia pela USP.
Conjuntamente com Adriano Pires e Luana Furtado, ambos do Centro Brasileiro de Infraestrutura, pesquisei o custo de construção da refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, em Pernambuco, bem como o custo das principais refinarias construídas no mundo nas últimas décadas.
O estudo encontra-se no Blog do Ibre. No post, há um link que permite baixar uma planilha Excel que contém os dados bem como os links para acesso às informações empregadas no estudo.
Nossa amostra contém, além de Abreu e Lima, um total de 11 refinarias construídas nas últimas décadas. A medida de custo empregada foi o custo do investimento dividido pela capacidade de refino em barris de petróleo por dia.
Abreu e Lima custou cinco vezes mais do que a média. Há um caso interessante. Trata-se da refinaria North West Sturgeon, na província de Alberta, no oeste do Canadá. Seu custo foi somente 20% inferior ao de Abreu e Lima.
Sturgeon fez parte de uma iniciativa do setor público com vistas a elevar a diversificação da economia da província. Inicialmente, um projeto relativamente barato, com investimento 100% privado, terminou numa conta de US$ 10 bilhões espetada nos cofres públicos de Alberta. O desastre financeiro de Sturgeon está contado por Tom Morris, ex-ministro da Energia de Alberta, na publicação “The North West Sturgeon Upgrader: Good Money after Bad?”.
Se considerarmos o custo das refinarias construídas observando exclusivamente objetivos comerciais, isto é, excluindo Sturgeon da amostra, Abreu e Lima custou sete vezes mais do que a média.
É possível que haja motivos para a Petrobras construir uma refinaria em Pernambuco, pois se trata de relevante mercado consumidor, em uma região, o Nordeste, muito povoada e com poucas refinarias.
É possível que o custo de distribuição se reduza muito com a instalação da refinaria e compense em parte os maiores custos com a sua construção. Difícil imaginar que esse ganho de produtividade na distribuição compense sobrepreço de 600% no refino.
Também não me parece que o sobrepreço esteja associado à corrupção. Segundo o Ministério Público Federal, “o valor da propina variava de 1% a 5% do montante total de contratos bilionários superfaturados”. Se não houvesse corrupção, em vez de custar US$ 18 bilhões, Abreu e Lima sairia por pouco mais de US$ 17 bilhões, ou sobrepreço de 566%.
O problema, portanto, é de governança do setor público.
Um dos obstáculos para o progresso do país é a dificuldade que temos em aprender com nossas experiências. O debate fica muito politizado, os erros, portanto, não são erros, mas culpa de terceiros, e não há aprendizado.
Por exemplo, no governo Lula ocorreu enorme esforço para construir uma indústria naval. O projeto deu errado. Como ocorrera com o esforço no governo JK, nos anos 1950, e com o esforço do governo Geisel, nos anos 1970. Nos três casos, na década seguinte a indústria naval encolheu em meio a um mar de estaleiros falidos e empregos perdidos.
A evidência é que o custo unitário do trabalho no Brasil é 11 vezes superior ao da China nesse setor. Para que a indústria sobrevivesse, seria necessário que houvesse um rápido aprendizado, com expressiva redução desse custo. A evidência é que, entre 2005 e 2011 —último ano em que temos dados—, o ganho de aprendizado foi nulo (páginas 51 até 53).
Que um próximo governo nacional-desenvolvimentista inicie seu programa de desenvolvimento melhorando muito a governança no setor público.
Covid-19: 70 milhões já receberam duas doses ou dose única da vacina
O Brasil já registra 70 milhões de brasileiros imunizados contra a covid-19 com as duas doses da vacina ou a dose única. Segundo informações divulgadas pelo Ministério da Saúde neste sábado (11), 44% da população maior de 18 anos estão com o ciclo vacinal completo.
Mais 136,9 milhões de aplicações foram realizadas em primeira dose, ou seja, mais de 85% da população adulta vacinável recebeu ao menos uma dose de imunizante contra a covid-19.
No momento, 23 estados já estão com ocupação de leitos de UTI e clínicos abaixo de 50% e dentro dos padrões de normalidade. Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul ainda estão na zona de alerta, com taxas de ocupações que variam de 51% a 69%.
As médias móveis de casos e óbitos também estão em queda e registraram, nos últimos dois meses, redução de 61% e 60%, respectivamente.
“Vamos continuar avançando e contando com o apoio de todos. Quando assumi o Ministério da Saúde, o objetivo era vacinar 1 milhão de pessoas por dia, número que estamos atingindo com normalidade. Se continuarmos nesse ritmo será possível vacinar todo o público-alvo do país com as duas doses até o mês de outubro", afirmou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
Em agosto, a pasta bateu outro recorde e distribuiu mais de 60,8 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 para todos os estados e o Distrito Federal. Desde o início da campanha, já foram distribuídas mais de 259,4 milhões de doses.
Edição: Graça Adjuto / AGÊNCIA BRASIL
Covid-19: Brasil tem 20,9 milhões de casos e 585,4 mil mortes
O número de pessoas que teve o diagnóstico de covid-19 desde o início da pandemia atingiu 20.974.850. Em 24 horas, as autoridades de saúde confirmaram 15.951 novos diagnósticos.
Ainda há 372.843 casos em acompanhamento. O nome é dado ao número de casos ativos de pessoas que tiveram o diagnóstico confirmado e estão sendo atendidas por equipes de saúde ou se recuperando em casa.
A soma de vidas perdidas para a doença alcançou 585.846 pessoas. Entre ontem e hoje, foram registradas 672 mortes em decorrência da covid-19.
Ainda há 3.436 falecimentos em investigação. Nessas situações, os diagnósticos dependem de resultados de exames concluídos após a morte do paciente.
O número de pessoas recuperadas da covid-19 chegou a 20.016.161. Isso corresponde a 95,4% dos infectados no Brasil desde o início da pandemia.
As informações estão no balanço diário do Ministério da Saúde, divulgado na noite desta sexta-feira (10).
Estados
No topo do ranking de mortes por estado estão São Paulo (147.020), Rio de Janeiro (63.641), Minas Gerais (53.525), Paraná (37.954) e Rio Grande do Sul (34.425). Na parte de baixo da lista estão Acre (1.816), Amapá (1.960), Roraima (1.963), Tocantins (3.708) e Sergipe (6.003).
Vacinação
Os dados mais recentes do painel de vacinação do Ministério da Saúde mostra que foram aplicadas 205,8 milhões de doses da vacina contra a covid-19, sendo 136,1 milhões como primeira dose e 69,7 milhões como segunda dose.
Ainda conforme o painel de vacinação, foram entregues 239,4 milhões de doses.
Edição: Aline Leal / agência brasil
Covid-19: Brasil recebe mais 1,1 milhão de doses de vacina da Pfizer
O Brasil recebeu na noite de hoje (9) mais um lote de vacinas da Pfizer, com 1.134.900 doses. Os imunizantes chegaram no aeroporto internacional de Viracopos, em Campinas (SP), em um voo da UPS. As vacinas agora serão transportadas para o depósito do Ministério da Saúde, em Guarulhos (SP).
Estavam previstas as chegadas hoje de dois lotes de vacinas da Pfizer, o 67º e o 68º. No entanto, o primeiro, que viria em um voo da Latam Cargo, que traria 1,52 milhão de doses, foi remanejado para amanhã, e deverá chegar na madrugada, por volta das 3 horas.
De acordo com a Pfizer, até o próximo dia 12, a empresa deverá totalizar a entrega de 72 lotes dos imunizantes, com cerca de 72 milhões de doses da vacina.
Segundo a empresa, serão entregues 200 milhões de doses do imunizante ao país até o final de 2021, por meio de dois contratos de fornecimento da vacina. O primeiro, fechado com o Ministério da Saúde, em 19 de março, prevê a entrega de 100 milhões até o final de setembro. Já o segundo, assinado em 14 de maio, prevê mais 100 milhões de doses entregues entre outubro e dezembro.
Edição: Aline Leal / AGÊNCIA BRASIL
Covid-19: Brasil registra 30.891 casos e 753 mortes em 24 horas
Em 24 horas, foram registrados 30.891 novos casos de covid-19 e 753 mortes em decorrência da doença em todo o Brasil. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde em seu balanço diário, publicado nesta quinta-feira (9). Não foram incluídos os dados de hoje de Roraima e de Rondônia.
Com as novas mortes, 585.174 pessoas perderam a vida para a doença desde o início da pandemia. Segundo o Ministério da Saúde, o país ficou com a média móvel de mortes (total de óbitos em uma semana dividido por sete dias) de 543, a menor desde 6 de dezembro.
Ainda há 3.481 falecimentos em investigação. Nessas situações, os diagnósticos dependem de resultados de exames concluídos apenas após o paciente já ter morrido.
Com os novos casos, o total de pessoas infectadas pelo novo coronavírus chegou a 20.958.899. A média móvel de casos está em 20,1 mil, a menor desde o início do ano conforme o Ministério da Saúde.
Ainda há 371.163 casos em acompanhamento. O nome é dado ao número de casos ativos de pessoas que tiveram o diagnóstico confirmado e estão sendo atendidas por equipes de saúde ou se recuperando em casa.
O número de pessoas que se recuperaram da covid-19 ultrapassou os 20 milhões, totalizando 20.002.562. Isso corresponde a 95,4% das pessoas infectadas no Brasil desde o início da pandemia.
Estados
No topo do ranking de mortes por estado estão São Paulo (146.828), Rio de Janeiro (63.545), Minas Gerais (53.424), Paraná (37.904) e Rio Grande do Sul (34.400). Os estados com menos mortes são Acre (1.815), Roraima (1.958), Amapá (1.960), Tocantins (3.706) e Sergipe (6.002).
Vacinação
Dados mais recentes do painel de vacinação do Ministério da Saúde mostram que 203,9 milhões de doses da vacina contra a covid-19 foram aplicadas em todo o país, sendo 135,5 milhões como primeira dose e 68,4 milhões da como segunda dose. Conforme o painel de vacinação, foram distribuídos 259,4 milhões de doses.
Edição: Aline Leal
Paraná tem 14 cidades que sofrem com racionamento de água
Vários municípios do Paraná sofrem com problemas de abastecimento de água por causa da pouca chuva no estado.
Na região metropolitana de Curitiba, 14 municípios, incluindo a capital, convivem com o rodízio há mais de um ano. São 36 horas com água e 36 sem.
A professora da Universidade da Federal do Paraná Joanez Aires reconhece que o racionamento prejudica as atividades diárias da casa, como lavar roupa e tomar banho, mas conta que pôde ver a situação da severidade da falta de chuva durante uma viagem de carro até São Paulo. Segundo Joanez, foi possível perceber ume excesso de queimadas ao longo do caminho.
O impacto não fica apenas no abastecimento de água. O setor agropecuário também tem tido graves prejuízos com a falta de chuva.
Segundo o presidente do Sindicato Rural Patronal de Cascavel, no oeste do Paraná, Paulo Orso, a seca afeta as culturas agrícolas. No ano passado, cerca de 25% da produção de soja foram perdidos. Em 2021, aproximadamente 70% da segunda safra de milho se perderam.
Outras cadeias produtivas do município, como leite e carne, também sofreram o impacto. Segundo Orso, o custo da estiagem acaba sendo muito alto. O munício teve prejuízo de mais de R$ 600 milhões.
Além da região metropolitana de Curitiba, outros municípios do estado também estão com rodízio no abastecimento. São eles Ibaiti, Jandaia do Sul, Jardim Alegre, Santo Antônio do Sudoeste e Pranchita.
Mais 13 municípios têm alerta de nível crítico. Entre eles estão Santo Antônio da Platina, Quatiguá, Siqueira Campos, Carlópolis, Jacarezinho e Goioerê.
No início de agosto, o governo do Paraná prorrogou por mais 90 dias a situação de emergência hídrica em todo o estado.
Edição: Sâmia Mendes e Guilherme Strozi/ AGÊNCIA BRASIL
Covid-19: Brasil acumula 20,92 milhões de casos e 584,4 mil mortes
As autoridades de saúde no Brasil registraram, desde o início da pandemia, 20.928.008 pessoas infectadas pelo coronavírus. Em 24 horas, foram confirmados 14.430 novos diagnósticos positivos.
Ainda há 376.894 casos em acompanhamento, situação em que houve um diagnóstico confirmado e o paciente está sendo atendido por equipe de saúde ou se recuperando em casa.
As secretarias de saúde também contabilizaram 584.421 pessoas que perderam a vida para a covid-19. Entre ontem e hoje, foram registrados 250 novos óbitos por causa da doença.
Ainda há 3.491 mortes em investigação. Nessas situações, os diagnósticos dependem de resultados de exames concluídos apenas após o paciente já ter morrido.
A atualização foi divulgada pelo Ministério da Saúde na noite desta quarta-feira (8). O balanço da pandemia consolida dados sobre casos e mortes enviados por secretarias estaduais de saúde.
O número de pessoas que se recuperaram da covid-19 subiu para 19.966.693. Isso corresponde a 95,4% das pessoas infectadas no Brasil desde o início da pandemia.
Os dados em geral são menores aos domingos e segundas-feiras em razão da dificuldade de alimentação do sistema pelas secretarias estaduais. Essa dificuldade também ocorre aos feriados, como ontem. Já às terças-feiras os resultados tendem a ser maiores pela regularização dos registros acumulados durante o fim-de-semana.
Estados
No topo do ranking de mortes por estado estão São Paulo (146.610), Rio de Janeiro (63.354), Minas Gerais (53.407), Paraná (37.858) e Rio Grande do Sul (34.362). Os estados com menos mortes são Acre (1.815), Roraima (1.958), Amapá (1.960), Tocantins (3.706) e Sergipe (6.001).
Vacinação
Até esta quarta-feira, o painel de vacinação do Ministério da Saúde marcava 203,2 milhões de doses da vacina contra a covid-19 aplicadas em todo o Brasil, sendo 135,3 milhões como primeira dose e 67,9 milhões como segunda dose. Nas últimas 24 horas, foram aplicadas 452,8 mil doses. Ainda conforme o painel de vacinação, foram distribuídas 253,7 milhões de doses.
Edição: Aline Leal
Empresários são suspeitos de se passar por MEIs para sonegar impostos; prejuízo pode chegar a R$ 5 milhões
Uma operação conjunta entre o Ministério Público do Ceará (MPCE) e a Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) identificou supostas fraudes de empresários que estariam se passando por Microempreendedores Individuais (MEIs) no Estado para sonegar impostos. Os prejuízos aos cofres públicos podem chegar a R$ 5 milhões.
Na operação, denominada Limbus, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão pela Vara de Crimes contra a Ordem Tributária da Comarca de Fortaleza, dos quais quatro se deram contra pessoas físicas e três contra pessoas jurídicas da Capital. A Justiça também autorizou a quebra do sigilo bancário e fiscal dos alvos.
Conforme a secretária da Fazenda do Ceará, Fernanda Pacobahyba, alguns números "chamaram atenção" da Pasta pelo volume, dado que havia empresas com faturamentos milionários. Os prejuízos se dão a partir da sonegação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
A Sefaz está em procedimento de monitoramento, inclusive de empresas com dados mais baixos — os quais, segundo a secretária, também configuram sonegação fiscal —, para posterior entrega à Receita Federal do Brasil.
"O viés da Sefaz é recolher o crédito tributário, pois é super importante nós mantermos a arrecadação prevista até para criar um ambiente de harmonia", ressalta a secretária, considerando que, no atual cenário pandêmico, tais práticas provocam vantagem competitiva não aceitável a algumas empresas.
"Quando uma operação dessa acontece, certamente já houve vários indicativos que foram descumpridos", pontua Pacobahyba.
INVESTIGAÇÃO
A investigação foi iniciada em maio deste ano a partir de um relatório de inteligência da Sefaz, elaborado com cruzamento de dados fiscais. De acordo com o promotor de Justiça do MPCE Ricardo Rabelo, o procedimento é fruto de uma parceria institucional existente desde 2008, renovado recentemente.
O documento, feito, conforme o promotor, de forma "absolutamente técnica e objetiva", indicou um suposto esquema criminoso de evasão fiscal. A prática envolvia contribuintes registrados como MEI com movimentação financeira bastante superior ao limite anual de faturamento do segmento, de R$ 81 mil.
No levantamento preliminar, dezenas de empresas cadastradas como MEIs tiveram movimentação maior que R$ 500 mil em apenas um ano. Uma delas, só em 2020, chegou a faturar R$ 4 milhões.
Entre as empresas visualizadas no relatório, estão listadas companhias de equipamentos eletrônicos, venda de produtos saneantes e confecções. "São empresas que faturam alto, mas não querem se submeter à legislação do ICMS pertinente às suas próprias atividades", aponta Ricardo Rabelo.
As investigações continuam, visto que as movimentações bancária e fiscal dessas empresas — cujos sigilos foram afastados — serão analisadas. "Até mesmo para saber se existem outros crimes associados aos crimes contra a ordem tributária, como lavagem de dinheiro, ocultação patrimonial, falsidade ou algo nesse sentido", complementa o promotor.
'LARANJAS'
Em um dos esquemas investigados, a forma de burlar o fisco se dava pelo cadastro de várias empresas como MEIs constituídas em CPFs distintos, mas com mesma razão social.
De acordo com Ricardo Rabelo, um grupo de empregados de empresas que pertencem a um mesmo proprietário foi identificado, que teria aberto cerca de seis cadastros como MEI com as mesmas razão social e venda de produtos.
Conforme o procurador-geral de Justiça Manuel Pinheiro, a apuração, feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal (Gaesf), visualizou faturamentos a partir da ordem de R$ 500 mil.
"Eram grandes empresas faturando através dessas estruturas e deixando a imputação de ICMS, muitas vezes, em nome de laranjas", destaca Pinheiro.
Ele alertou que o empréstimo de CPFs pode configurar crime. "Essas pessoas que estão alugando, vendendo seu CPF, estão concorrendo para a prática do crime de sonegação fiscal, e podem e devem receber as sanções penais correspondentes", adverte.
"As pessoas, às vezes, acham que não têm consequência, que podem emprestar o CPF a um parente ou amigo ao montarem uma empresa, mas as pessoas podem [ser responsabilizadas], diz, indicando que pessoas que não tinham renda ou patrimônio compatível — como vigilantes e vizinhos — observados nas investigações figuram como titulares de empresas que sonegam o ICMS.
O QUE É MEI
O regime de Microempreendedor Individual (MEI) foi criado em 2008 com o objetivo de regularizar os profissionais que exerciam atividades na informalidade. Dessa forma, pode-se ampliar alcance de benefícios sociais com amparo legal e segurança jurídica.
A arrecadação dos impostos ocorre de forma unificada pelo regime do Simples Nacional, e o MEI fica isento dos impostos federais. Nos casos de comércio e indústria, é recolhido R$ 1 de ICMS. Outras obrigações tributárias são dispensadas.
Em julho de 2021, o Ceará possuía, no Cadastro Geral da Fazenda, 214.803 contribuintes enquadrados no regime MEI, em diversas atividades econômicas. O número representa 69,58% dos contribuintes inscritos, com participação de 0,18% na arrecadação do Estado. DIARIONORDESTE
Vice-presidente visita a Amazônia na companhia de embaixadores
Ciceroneado pelo vice-presidente da República, Hamilton Mourão, um grupo de diplomatas, parlamentares e jornalistas estrangeiros começa hoje (8) a percorrer parte da Amazônia brasileira. Segundo a Vice-Presidência, apesar de concentrada em cidades do Pará, a viagem é uma oportunidade para o governo federal apresentar a representantes da comunidade internacional a realidade regional e as ações públicas para preservação do bioma e desenvolvimento econômico da região, que compreende nove estados: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão.
"Esta viagem vai se desenvolver na Amazônia Oriental, mais especificamente no estado do Pará. O objetivo é apresentar a essas autoridades estrangeiras - bem como ao público brasileiro, por meio dos formadores de opinião que irão nos acompanhar - a realidade da região e as principais políticas [federais e estaduais] com vistas ao desenvolvimento da Amazônia Legal”, disse Mourão na última segunda-feira (6), no programa Por Dentro da Amazônia, transmitido pela Rádio Nacional AM.
Maior floresta tropical do mundo, a conservação da Amazônia desperta atenção internacional, já que, além dos prejuízos imediatos para a população local e para a economia brasileira, sua destruição causaria impactos globais, dentre eles a liberação de grande quantidade de gases de efeito estufa. No início de agosto, após a divulgação dos dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), o vice-presidente disse que o Brasil não atingirá, este ano, a meta de reduzir em 10% o desmatamento da Amazônia.
“Provavelmente, não vou cumprir aquilo que eu achava que seria o nosso papel: chegar a 10% de redução. Acho que vai dar na faixa de 4% a 5%, uma redução muito pequena, muito irrisória, mas que já é um caminho andado”, disse Mourão a jornalistas. Dias depois, o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Orlando Leite Ribeiro, destacou os esforços da pasta para reverter imagem negativa do Brasil no exterior em relação ao desmatamento e a queimadas.
“É preciso diferenciar o problema que temos do problema da imagem. Temos, sim, problemas com o número crescente de desmatamento. O governo está ciente disso e tenta reverter. Mas existe um problema maior que é a percepção, no exterior, dessa situação. No imaginário popular europeu, a Amazônia está queimando e estão extraindo madeira no coração da Amazônia, mas a gente sabe que não é isso”, disse Ribeiro durante evento promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Forças de Segurança
Além de servidores federais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes (ICM-Bio), militares das Forças Armadas (Aeronáutica, Exército e Marinha) e agentes da Força Nacional de Segurança Pública vêm atuando na prevenção e repressão a crimes ambientais na região amazônica.
Em agosto, o Conselho Nacional da Amazônia Legal prorrogou a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) Samaúma, por mais 45 dias, contados a partir de 31 de agosto.
Segundo o Ministério da Defesa, entre 28 de agosto e o fim do mês passado, cerca de 1.200 militares e 150 servidores de vários órgãos, incluindo as polícias Federal e Rodoviária Federal, realizaram 191 ações preventivas e 309 inspeções nos estados do Amazonas, Mato Grosso, Pará e Rondônia. Foram apreendidos 8.536,56 metros cúbicos de madeira; 34.396 litros de combustíveis; 50 tratores, escavadeiras, caminhões, veículos diversos e embarcações; 28 armas e 137 maquinários de serraria e mineração. Durante toda a ação, foram aplicadas 189 multas, que totalizaram em mais de R$ 270 milhões.
Já o Ministério da Justiça e Segurança Pública informou hoje (8) que mais de 600 policiais e bombeiros da Força Nacional de Segurança Pública estão participando das 17 operações desenvolvidas pela tropa federativa na Amazônia Legal.
De acordo com a pasta, desde o início de janeiro, o efetivo da Força Nacional deslocado para a região participou de ações que, somadas, resultaram na aplicação de mais de R$ 13 milhões em multas ambientais. Os policiais e bombeiros cedidos à tropa federativa também atuaram em 763 ações de fiscalização e da apreensão de 1.946 m³ de madeira ilegal, de 15,5 mil litros de combustíveis, drogas, armas e veículos, além do resgate de 186 animais silvestres e da abordagem a 4.065 pessoas.
Parte das 17 ações que contam com a participação da Força Nacional de Segurança Pública integra a chamada Operação Guardiões do Bioma. Deflagrada no fim de julho deste ano, a operação é parte do Plano Estratégico Operacional de Atuação Integrada no Combate a Incêndios Florestais, cujo objetivo é combater crimes ambientais na Amazônia, no Cerrado e no Pantanal, segundo demanda dos governos estaduais.
O texto foi ampliado às 17h04
Edição: Valéria Aguiar / AGÊNCIA BRASIL