Busque abaixo o que você precisa!

Genial/Quaest: Lula tem 42% em Minas Gerais, e Bolsonaro, 33%

Por João Paulo Nucci / o ESTADÃO

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera a corrida presidencial em Minas Gerais, com 42% das intenções de voto, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada na madrugada desta sexta-feira, 12. O presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece com 33%, o ex-governador Ciro Gomes (PDT) tem 6% e a senadora Simone Tebet (MDB), 1%. Os demais candidatos não pontuaram.

 

Em relação à pesquisa de julho, Lula caiu quatro pontos porcentuais e Bolsonaro subiu cinco. A diferença entre eles recuou de 18 pontos porcentuais para nove no período. Já a parcela de indecisos oscilou de 7% para 9%. Porém, a rodada mais recente do levantamento inclui a senadora Soraya Thronicke (União Brasil) na disputa e exclui André Janones (Avante), que desistiu para apoiar o candidato do PT. Por isso, não é possível comparar com precisão.

 

Lula lidera corrida eleitoral em Minas, mas vantagem sobre Bolsonaro caiu 9 pontos em um mês.
Lula lidera corrida eleitoral em Minas, mas vantagem sobre Bolsonaro caiu 9 pontos em um mês. Foto: Nelson Almeirda/AFP

Na simulação de segundo turno, o petista aparece com 49% da preferência do eleitor mineiro, contra 37% de Bolsonaro. Há um mês, o placar estava em 55% a 30% a favor do ex-presidente.

A pesquisa Genial/Quaest entrevistou 2 mil eleitores mineiros, de forma presencial, entre o sábado, 6, e a terça-feira, 9. A margem de erro é de dois pontos porcentuais e o intervalo de confiança é de 95%. O levantamento foi registrado na Justiça Eleitoral sob os protocolos MG-09990/2022 e BR-08299/2022.

As primeiras pesquisas eleitorais do Ipec (ex-Ibope) para a Globo em SP, RJ, MG, PE, RS e DF

Por Lauro Jardim / O GLOBO

As primeiras pesquisas eleitorais do Ipec (ex-Ibope) para a Globo em SP, RJ, MG, PE, RS e DF
Urna eleitoral: preparativos do TSE enquanto partidos fecham alianças estaduais Cristiano Mariz
 

A primeira leva de pesquisas do Ipec (ex-Ibope) para medir a intenção de voto para governador e senador no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Distrito Federal será divulgada na noite de segunda-feira, dia 15.

​​​​​​​Encomendada pela Globo, está sendo feita desde ontem e será realizada até a própria segunda-feira, data das últimas entrevistas. O instituto entrevistará presencialmente 1,2 mil pessoas acima de 16 anos em cada um desses estados — exceto no Rio Grande do Sul, onde serão ouvidos mil eleitores. A margem de erro é de três pontos percentuais para cima ou para baixo.

As entrevistas estão sendo feitas num momento importante da campanha. Seja porque a pesquisa está sendo realizada com todas as chapas de candidatos aos governos e ao Senado completas; seja por que as alianças entre os partidos estão definidas, depois de muita negociação, briga e traição. Em todos esses estados e no Distrito Federal o que não faltou no processo de escolha dos candidatos foram esses três itens.  

No questionário do Ipec, há perguntas sobre em quem o entrevistado vai votar para governador e senador (e na qual ele vai responder tanto de forma espontânea quanto estimulado por uma lista de nomes), assim como se a decisão já é definitiva e o grau de rejeição a cada um dos candidatos e qual a expectativa sobre quem vencerá o pleito, independentemente do candidato escolhido. Também será medida a intenção de voto para presidente da República.

O Ipec está querendo saber ainda a avaliação dos eleitores em relação aos atuais governadores — todos eles, com exceção de Paulo Câmara, em Pernambuco — candidatos à reeleição.

Na Fiesp, Lula omite operações da PF e ignora suspeitas de corrupção em estádios da Copa

Por Luiz Vassallo / o estadão

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) minimizou nesta terça-feira, 9, denúncias de corrupção envolvendo estádios em obras da Copa do Mundo de 2014, em sua sabatina com empresários na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O petista se utilizou de um antigo relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) para dizer que não houve corrupção nos estádios.

No entanto, operações da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público (MP) deflagradas recentemente apuraram suspeitas de desvios e corrupção em pelo menos três estádios. Os casos estão sob análise da Justiça Eleitoral após entendimento de que os desvios abasteciam o caixa de 2 de campanhas de políticos.

“Não sei se vocês sabem, mas eu acho que uma das coisas que fizeram o País perder a Copa do Mundo da forma vergonhosa que perdeu era o clima de instabilidade que estava nesse País, que envolvia jogador, técnico, todo mundo.” afirmou o ex-presidente.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Fiesp, Josué Gomes; petista visitou a entidade nesta terça-feira
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Fiesp, Josué Gomes; petista visitou a entidade nesta terça-feira Foto: NELSON ALMEIDA / AFP

Lula disse ainda ter tido uma conversa com Valmir Campelo, que foi relator do processo de acompanhamento de obras e investimentos públicos nos estádios no TCU. “Eu queria saber em quantos estádios tinha havido corrupção e, para a minha surpresa, ele me entregou um relatório mostrando que nenhum estádio tinha havido corrupção.”

Lula ainda afirmou ter indagado o ministro. “E eu disse: como você deixou durante meses e meses se vender a ideia de que a corrupção estava imperando nos estádios. ‘Ah, porque a gente não podia falar. Se a gente falasse contra, a gente apanhava’”, disse o petista.

De fato, o TCU chegou a apontar atrasos e até aumento dos preços dos estádios em relação aos seus projetos originais. No entanto, não constatou má-fé do poder público. O acompanhamento se deu durante as obras, a partir de 2012, e até pouco depois desse período.

Operações

A fala de Lula omitiu que nos anos seguintes aos trabalhos do TCU, a PF realizou uma série de operações durante investigações de supostos desvios de dinheiro na construção dos estádios.

No Rio Grande do Norte, por exemplo, investigações sobre contratos da OAS para a construção da Arena das Dunas chegaram a resultar em denúncias à Justiça contra políticos. A investigação foi parar na Justiça Eleitoral e ainda não foi julgada. A suspeita do MP é a de que tenha havido superfaturamento de R$ 77 milhões, além de pagamento de propina a agentes públicos.

Em Brasília, o Tribunal Regional Federal da 1.ª Região (TRF-1) recentemente enviou à Justiça Eleitoral um processo contra políticos por suspeita de esquemas de propinas e fraudes na construção do Mané Garrincha. Investigadores chegaram a apontar superfaturamento no estádio, que custou R$ 1,5 bilhão, conforme as investigações.

No Rio de Janeiro, o Ministério Público chegou a ajuizar ação civil pública, em 2017, pedindo que fossem devolvidos aos cofres do Estado cerca de R$ 200 milhões superfaturados nas obras do estádio do Maracanã – que foi palco da final da Copa em 2014.

Em São Paulo, o Ministério Público Federal chegou a investigar a cúpula do Corinthians em razão da construção da Arena Corinthians, em Itaquera, mas o inquérito, que tinha como base a delação da Odebrecht, foi arquivado.

Estadão não conseguiu localizar ontem o ex-ministro do TCU Valmir Campelo.

Você gosta de Lula ou Bolsonaro? Pesquisa mostra novos índices de sentimentos sobre candidatos

Por Flávio Tabak — São Paulo / O GLOBO

É uma forma diferente de investigar opiniões de entrevistados que a pesquisa Genial/Quaest usará, até o fim das eleições, para medir índices de polarização afetiva e que o Pulso publicará sempre em primeira mão. Enquanto 41% dos entrevistados dizem gostar de Lula, 29% dizem o mesmo de Bolsonaro. Embora dentro da margem de erro, os dados mostram diferenças entre gostar e pretender votar: na comparação com as intenções de voto da mesma pesquisa, 44% disseram que pretendem votar em Lula, e 32% em Bolsonaro.

 

Apesar da diferença, de julho a agosto Bolsonaro oscilou três pontos percentuais para cima; e Lula, três para baixo. Entre os que não gostam, há um empate técnico entre os dois adversários: 35% dizem não gostar de Bolsonaro (queda de cinco pontos em relação a julho) e 32%, de Lula (oscilação de dois pontos para cima desde julho). A pesquisa também dava a opção "nem gosta, nem desgosta": Lula registra 25%, e Bolsonaro, 33%.

As mulheres gostam muito mais de Lula do que os homens (44% contra 37%). No eleitorado feminino, outras 26% dizem não gostar do petista, enquanto 38% dos homens dizem o mesmo. Bolsonaro tem desempenho inferior entre as mulheres (25% dizem que gostam e 36% que não gostam). Já entre os homens, um empate técnico: 34% não gostam e 33% gostam. 

 

Sentimentos específicos em relação ao PT

O levantamento da Genial/Quaest também mediu sentimentos em relação ao PT: 38% não gostam, 30% gostam e 28%, nem um, nem outro. Os números são consideravelmente piores do que a avaliação de Lula feita isoladamente. O partido tem seus melhores índices no Nordeste (46%) e piores no Sul (21%) e Norte (22%).

Enquanto, entre as mulheres, o "gosto", "não gosto" e "não gosto nem desgosto" ficam em empate técnico entre 31% e 32%, os homens têm resultados diferentes: 45% não gostam do partido de Lula, 28% gostam e 25% não gostam nem desgostam. A renda é outro ponto de grande diferença sobre o PT: 52% de quem ganha acima de 5 cinco salários mínimos como renda mensal dizem não gostar do PT, enquanto esse número cai para 28% entre quem ganha até dois salários. Nesse segmento dos que têm menor renda, são 39% os que dizem gostar. Na outra ponta da pirâmide social, 19% gostam do PT (entre quem ganha acima de cinco salários).

Metade (49%) dos evangélicos dizem não gostar do PT, enquanto 33% dos católicos dizem o mesmo. Apenas 20% dos evangélicos gostam, enquanto 36% dos católicos aprovam o partido de Lula.

A pesquisa Genial/Quaest fez 2.000 entrevistas presenciais entre 28 e 31 de julho com eleitores de 16 anos ou mais. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos, dentro de um intervalo de confiança de 95%. O levantamento está registrado no TSE com o número BR-02546/2022.

Você gosta de Lula ou Bolsonaro? Pesquisa mostra novos índices de sentimentos sobre candidatos
Ilustração Andre Mello André Mello
 

A mais recente pesquisa presidencial da série Genial/Quaest, feita com entrevistas presenciais entre 28 e 31 de julho, revela que o ex-presidente e pré-candidato ao Planalto pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, está à frente do presidente e pré-candidato à reeleição pelo PL, Jair Bolsonaro, quando a pergunta é: você gosta dele?

Fator 'medo' em pesquisas pode alterar resultados, especialmente entre beneficiários do Auxílio Brasil

Por Nicolas Iory, O Globo — São Paulo

 

O sociólogo americano Herbert Hyman (1918-1985) escreveu que todo experimento científico está sujeito a erros. E que é melhor estar ciente disso para estudar suas origens, tentar minimizá-los e estimar sua magnitude do que permanecer ignorante a respeito de possíveis distorções.

No Brasil, pesquisadores dos principais institutos que fazem sondagens de opinião pública seguem protocolos rigorosos para tentar reduzir a influência do entrevistador nas respostas obtidas. Mas ainda assim é impossível eliminar totalmente esse fator.

Para o cientista político Antonio Lavareda, o desafio de obter respostas sinceras que não tenham o medo ou outra emoção como motivação é maior entre eleitores de menor renda e nível de escolaridade. Lavareda preside o conselho científico do Ipespe, que faz estudos a partir de ligações telefônicas.

— Esse eleitor mais vulnerabilizado, em especial, pode se sentir constrangido diante de um pesquisador. Imagine o morador de uma cidadezinha pobre recebendo em sua casa um desconhecido que faz perguntas segurando um tablet na mão. O que você acha que um beneficiário do Auxílio Brasil nessa situação responderia sobre o que ele pensa do governo? Pode sim haver um componente de medo que o leve a ter receio de perder o benefício a depender do que ele disser — analisa Lavareda, autor do livro “Emoções ocultas e estratégias eleitorais” (2009), da editora Objetiva.

O percentual de beneficiários do programa, que começou nesta terça-feira a fazer os pagamentos no novo valor de R$ 600, que reprovam o governo Bolsonaro caiu de 48% para 39% em um mês, segundo mostra a pesquisa mais recente da série Genial/Quaest.

A professora Mayra Goulart, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), diz ser possível que o fator medo tenha influenciado na melhora da avaliação do governo junto a beneficiários do Auxílio Brasil. Mas que ainda assim parte do eleitorado mais pobre associa programas sociais aos governos do PT, o que restringe o espaço para o crescimento da pré-candidatura de Bolsonaro nesse grupo.

 

— A expectativa é sempre melhor que a realidade. Então a melhor hora para mensurar essa melhora do governo é mesmo na véspera dos pagamentos com o novo valor. E mesmo neste momento, em que Bolsonaro estaria surfando nessa novidade, a oscilação na aprovação foi consideravelmente pequena (passou de 24% para 28%, segundo a Quaest). Essa parcela da população ainda identifica esses programas de transferência direta de renda com o Partido dos Trabalhadores — afirma a professora.

A pesquisa “A cara da democracia” — feita a partir de entrevistas presenciais — indica que três em cada quatro leitores reconhecem Bolsonaro como criador do Auxílio Brasil. O Bolsa Família, substituído pelo programa do atual governo, é ainda lembrado como uma política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por 55% dos eleitores.

A menos de dois meses da eleição, a indefinição ainda é grande entre os que recebem o auxílio do governo. Os dados do Datafolha mostram que passou de 75% para 69% a parcela de beneficiários do Auxílio Brasil que dizem estar totalmente decididos sobre o voto na eleição presidencial de outubro.

 

O Pulso já mostrou que há críticas e vantagens às diferentes metodologias para fazer sondagens como as de intenção de voto.

 

A Quaest faz suas pesquisas enviando entrevistadores às casas dos eleitores. O Datafolha, por sua vez, ouve os entrevistados presencialmente com pesquisadores parados em regiões onde há fluxo de pessoas.

Há na literatura acadêmica uma vasta produção analisando o impacto de entrevistadores no resultado de pesquisas. Artigo publicado em 1997 pelas americanas Kathleen Ford e Anne Norris, por exemplo, indica que mulheres tinham maior ou menor propensão a ser sinceras sobre sua vida sexual a depender da idade de quem faz a pergunta. O estudo de Ford e Norris foi feito por meio da análise de uma sondagem feita a partir da visita a 1.435 moradoras dos Estados Unidos, em 1991.

Mas engana-se quem pensa que esse tipo de comportamento ocorre apenas em sondagens feitas face a face. Estudo publicado por pesquisadores da Universidade de Michigan em 1995 mostra que cidadãos negros eram mais suscetíveis a relatar problemas com alcoolismo ou uso de drogas, por exemplo, quando pensavam estar falando com um entrevistador também negro ao telefone. Curiosidade: todos os entrevistadores da pesquisa em questão eram negros, e 73% dos entrevistados presumiram isso corretamente.

Compartilhar Conteúdo

444