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Pesquisa do Instituto Brasmarket diz que Bolsonaro lídera com seis pontos à frente de Lula

Editor chefe da Revista e do site do Maranhão Hoje. Sócio-proprietário da Class Mídia – Marketing e Comunicação
 

CONVERSA FRANCA 

Bolsonaro na frente de Lula?

Uma pesquisa do Instituto Brasmarket, realizada em 428 cidades brasileiras e divulgada nesta sexta-feira (05) contraria os demais levantamentos sobre a corrida presidencial, pois aponta que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem 39,9% das intenções de voto. Em seguida está o Lula (PT), com 33,1%.

Ciro Gomes (PDT) possui 6,3%. Simone Tebet (MDB) tem 1,7%, Pablo Marçal (Pros), 0,7%, Luciano Bivar (UB) possui 0,3%, Leonardo Péricles (UP) e Luiz Felipe D’Ávila (Novo), André Janones (Avante) e Vera Lúcia (PSTU) possuem 0,2%. Brancos e nulos somam 6,8% e não sabe ou não responderam 10%.

O levantamento foi realizando com 2.000 pessoas, entre os dias 30 de julho e 2 de agosto. A margem de erro é de 2,2%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-05691/2022.

Ação contra Lula

O candidato do Novo à presidência Felipe d’Avila acionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quinta-feira para pedir que Lula seja condenado por campanha eleitoral antecipada.

Na representação, d’Avila argumenta que, na convenção do PT em Teresina (PI), na quarta-feira (03), Lula pediu votos para si e para os correligionários Rafael Fonteles e Wellington Dias, postulantes ao Senado e ao Governo do Piauí, respectivamente.

PERGUNTAR NÃO OFENDE 

É ou não é muita prova de amor pelo povo, Edivaldo Holanda e Flávio Dino terem ficado mais pobres como prefeito de São Luís e governador do Maranhão, respectivamente, e estarem em busca de novos cargos públicos?

 

Para onde o vento soprar…

Mais pragmático, impossível. Sempre que é consultado sobre como está posicionado sobre a eleição presidencial, o senador Weverton Rocha (PDT), candidato a governador do Maranhão, deixa bem claro que não está com ninguém, porém está com todos:

    • O meu partido, o PDT, tem como candidato Ciro Gomes, eu sou amigos do ex-presidente Lula e o meu vice (Hélio Soares) e aliado de Jair Bolsonaro.

Eleições 2022: Veja quais pesquisas para presidente e governador serão divulgadas nesta semana

Tribunal Superior Eleitoral (TSE) permite consultar os levantamentos eleitorais que foram registrados recentemente e a data em que eles terão seus resultados divulgados. Segundo o sistema da Justiça Eleitoral, os institutos de análise estatística Quaest e Paraná terão novas pesquisas para a disputa presidencial ao longo desta semana. Veja as datas previstas:

 

Instituto: Quaest | Contratante: Banco Genial | Data de divulgação: 12/08 | Código: BR-08299/2022

Instituto: Paraná Pesquisas | Contratante: Paraná Pesquisas | Data de divulgação: 13/08 | Registro: BR-01028/2022

o estadão

O Instituto FSB divulgou pesquisa nesta segunda-feira, 8. Segundo o levantamento, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 41% das intenções de voto e o presidente Jair Bolsonaro (PL), 34%.

Para esta consulta, foram considerados apenas os institutos que são levados em conta pelo agregador de pesquisas do Estadão, que calcula a Média Estadão Dados. São eles: Datafolha, Ipec (o antigo Ibope), Quaest, Paraná, Vox Populi, Sensus, MDA, PoderData, Ipespe, Ideia, Futura, FSB, Gerp e Real Time Big Data.

O TSE determina que as pesquisas de intenção de voto para presidente sejam registradas no sistema da Justiça Eleitoral até cinco dias antes da divulgação dos resultados. O Rio de Janeiro não teve novos registros nos últimos cinco dias. Cabe frisar que levantamentos registrados ao longo desta segunda-feira, 8, ainda podem sair até o fim da semana.

Completando a lista dos três maiores colégios eleitorais do País, São Paulo e Minas Gerais devem ter levantamentos para governador e senador divulgados pela Quaest.

São Paulo

Instituto: Quaest | Contratante: Banco Genial | Data de divulgação: 11/08 | Código: SP-02135/2022

Minas Gerais

Instituto: Quaest | Contratante: Banco Genial | Data de divulgação: 12/08 | Código: MG-09990/2022

Militares cogitam usar boletim impresso de urna para apuração eleitoral paralela

Por Felipe Frazão / o estadão

 

MILITARES NO TSE

 

BRASÍLIA - Representantes das Forças Armadas já discutem como realizar uma contagem paralela de votos nas eleições deste ano – medida que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem cobrado desde abril. Em conversas reservadas, integrantes do Ministério da Defesa admitiram, pela primeira vez, que estão se preparando para a tarefa. O mais provável até agora é que uma contagem patrocinada pelos militares use os boletins impressos pelas urnas eletrônicas após o encerramento da votação

 

Além dos boletins de urna (BUs), outra alternativa avaliada para a contagem paralela seria ter acesso a dados retransmitidos pelos tribunais regionais ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os boletins de urna são registros do resultado de cada equipamento, impressos ao fim da votação. Indicam a quantidade de votos recebida por candidato e partido, nulos e brancos. Internamente, esses votos ficam registrados digitalmente na mídia das urnas, embaralhados para impedir a identificação do eleitor e criptografados.

 

Militares lotados no comando da Defesa, que têm acompanhado o processo de fiscalização das urnas junto ao TSE, afirmam que a decisão de realizar a totalização de votos por conta própria ainda não foi oficializada, tampouco comunicada ao TSE. Segundo um general, tudo depende de uma decisão política a ser transmitida pelo ministro da pasta, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. Comandante supremo das Forças Armadas, Bolsonaro insiste na contagem paralela pela Defesa.

O “acompanhamento da totalização”, como vem sendo chamado na Defesa, seria parte do plano de fiscalização dos militares, que montaram uma equipe própria para a tarefa, formada por dez oficiais da ativa do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. A Defesa afirma que age de forma técnica para contribuir com o aperfeiçoamento da segurança e transparência do sistema. Os argumentos costumam abastecer a campanha política de descrédito das eleições empreendida por Bolsonaro.

A proposta foi sintetizada pelo presidente, em 27 de abril, durante cerimônia oficial no Palácio do Planalto. Na ocasião, ele defendeu pela primeira vez em público que as Forças Armadas contassem os votos paralelamente à Justiça Eleitoral. Segundo o presidente, essa sugestão havia partido dos militares.

A soma de votos pelas Forças Armadas é uma missão não prevista na Constituição nem nas diretrizes de Defesa Nacional. A Corte Eleitoral tem a missão exclusiva de promover as eleições, apurar e proclamar o resultado. Bolsonaro chegou a sugerir que a apuração seja semelhante à da Mega Sena.

O TSE já desmentiu que a apuração seja terceirizada ou realizada numa “sala secreta”. Por recomendação da Polícia Federal, a totalização é feita na sede da Corte, usando um supercomputador fornecido por uma multinacional de tecnologia, instalado na sala-cofre do TSE e operado por funcionários especializados do Judiciário.

Os dados com a parcial de votos apurada em cada urna, registrados em mídias, são transmitidos a Brasília não pela internet comum, mas sim por meio de uma rede dedicada de acesso restrito, com criptografia e uma série de barreiras de segurança. Nunca houve divergências no resultado.

Auditoria

Os militares entendem que a apuração por conta própria, a partir de dados oficiais do TSE, é parte das atividades de auditoria possíveis.

O TSE decidiu publicar todos os boletins de urna online com códigos QR, como forma de ampliar a transparência. Com isso, os militares e outras entidades fiscalizadoras, como partidos e Ministério Público, poderão consultar imediatamente os votos apurados e fazer somatórios independentes. Os militares argumentam que a apuração paralela, com a publicação dos boletins de urna na internet, pode ser feita por qualquer cidadão e se daria dentro das regras de fiscalização estabelecidas pelo TSE.

A resolução da Corte em vigor, aprovada em dezembro de 2021, prevê oito momentos de atuação das entidades. A última etapa é justamente após a totalização das eleições. É facultada então a “verificação da correção da contabilização dos votos, por meio da comparação com os BUs impressos”.

A equipe das Forças Armadas pediu ao TSE cópia das bases de dados dos BUs e seu formato de publicação na internet em eleições de 2014 e 2018, para poder estimar o esforço do desenvolvimento de programas de análise e modelagem dos boletins.

Se optarem por esse caminho, a ideia inicial dos militares é conferir apenas uma amostragem representativa e não todas as zonas eleitorais do País. Durante as discussões na Comissão de Transparência Eleitoral, eles sugeriram a possibilidade de transmissão do conjunto de dados, para processamento da contagem por conta própria em mais de uma zona eleitoral ao mesmo tempo.

Presidente quer Forças envolvidas em contagem

O presidente Jair Bolsonaro já disse publicamente mais de uma vez que deseja ver os militares realizando uma contagem de votos, missão que não é atribuição das Forças Armadas. Atrás de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas de intenção de voto, o presidente promove, mesmo sem provas, uma campanha de desconfiança sobre o Tribunal Superior Eleitoral e o sistema eletrônico de votação.

A Polícia Federal já declarou publicamente que nunca encontrou indícios de fraude envolvendo urnas eletrônicas e que os registros de irregularidades foram detectados quando os votos ainda eram em cédula de papel.

De acordo com Bolsonaro, o método do TSE não tem transparência. Mesmo sem apresentar provas, ele sustenta que houve fraudes nas eleições de 2014 e de 2018.

Além da contagem paralela de votos pelas Forças Armadas, os militares pressionam para que o TSE adote mudanças em duas fases anteriores, relacionadas a testes de segurança das urnas.

Roberto Cláudio (PDT) culpa PT por rompimento de aliança no Ceará

Isac Godinho / FOLHA DE SP
BELO HORIZONTE

O candidato do PDT ao governo do Ceará, Roberto Cláudio, afirmou que o rompimento da proposta de aliança entre seu partido e o PT foi uma decisão unilateral dos petistas. Segundo ele, o PDT tinha autonomia para a decisão de quem seria o candidato ao governo e utilizou critérios objetivos e bem definidos para escolher seu nome.

Roberto Cláudio, que já foi prefeito de Fortaleza por dois mandatos, afirmou que seu nome apresentou cerca de 20% de vantagem em relação à atual governadora, Izolda Cela, nas pesquisas feitas pelo partido.

De acordo com Roberto Cláudio, da mesma forma, o PT tinha total autonomia para a escolha do nome para o Senado na chapa e o PDT e demais partidos não intervieram na decisão. Para ele, o apoio do PT ao nome de Cela ganhou força nos últimos meses, após ela assumir o governo, em abril.

O ex-prefeito também afirmou que não acha moral o uso da máquina pública para promover candidaturas.

Em relação às críticas pelo fato de partido não escolher uma mulher para a disputa, tendo uma governadora da legenda ocupando o cargo, Roberto Cláudio afirmou que o PDT tem orgulho de ter tido a primeira mulher a ocupar os cargos de vice-governadora e governadora no Ceará. Ele também disse que em seus mandatos na prefeitura da capital sempre houve grande participação de mulheres em suas secretarias.

Na última sexta (5), seu rival na campanha Elmano de Freitas (PT) fez críticas à postura de Roberto Cláudio e disse que ele teria dificuldades para dialogar e construir pontes.

Em sua defesa, Roberto Cláudio afirmou que em suas gestões na prefeitura conseguiu desenvolver bons diálogos com a comunidade e com os vereadores de Fortaleza. Ele também afirmou que na eleição atual é o candidato que possui a maior aliança na disputa pelo governo.

A entrevista foi conduzida por Fabíola Cidral e pelos jornalistas Carlos Madeiro, do UOL, e João Pedro Pitombo, da Folha. As sabatinas são realizadas ao vivo e transmitidas nos sites dos dois veículos.

Cada postulante tem direito a 60 minutos de fala. O primeiro entrevistado foi o candidato Elmano de Freitas (PT). O próximo a ser sabatinado será Capitão Wagner (União Brasil), na quarta-feira (10), às 10h.

Datafolha: em eventual segundo turno, Bolsonaro atrai voto dos mais ricos e Lula avança entre jovens

Por Nicolas Iory, O Globo — São Paulo

Datafolha: em eventual segundo turno, Bolsonaro atrai voto dos mais ricos e Lula avança entre jovens
Vendedor comercializa toalhas com rostos de Bolsonaro e Lula no Centro do Rio Brenno Carvalho / Agência O Globo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cresceria entre jovens, moradores do Nordeste e eleitores de baixa renda em uma eventual disputa em segundo turno contra Jair Bolsonaro (PL). O pré-candidato à reeleição, por sua vez, atrairia para si o voto da parcela mais rica da população.

 

Os dados são da última pesquisa do Datafolha, publicada na semana passada. O levantamento mostra Lula com 47% das intenções de voto no primeiro turno, contra 29% de Bolsonaro. Para o segundo turno, o petista iria a 55% dos votos totais, com o atual chefe do Executivo federal chegando a 35%. O Pulso analisou o crescimento dos dois candidatos em cada estrato social entre o primeiro e o segundo turno de votação.

Lula contaria, em uma disputa direta com Bolsonaro, com o voto de seis em cada dez eleitores de 16 a 24 anos (63%). No primeiro turno a parcela desse grupo que declara a intenção de votar no petista é de 52%.

O ex-presidente supera Bolsonaro em todos os grupos etários num eventual segundo turno. Mas há hoje oscilação numérica favorável ao atual chefe do Executivo quando observado o crescimento entre os eleitores de 60 anos ou mais: sobe sete pontos percentuais do primeiro para o segundo turno, enquanto Lula cresce seis pontos.

 

A pesquisa do Datafolha, feita de 27 a 28 de julho, tem margem de erro estimada em dois pontos percentuais para mais ou menos. Para cada grupo específico do universo de entrevistados essa margem é diferente, já que eles também têm tamanhos diferentes. Mas a evolução dos candidatos em cada grupo pode dar pistas importantes para as campanhas, segundo afirma o sociólogo Mauro Paulino, ex-diretor do Datafolha e atualmente comentarista da GloboNews.

O entorno de Bolsonaro está ciente das dificuldades do presidente entre o eleitorado jovem. O pré-candidato à reeleição intensificou a presença em redes sociais como o TikTok e passou a fazer discursos mais direcionados a esse público — e também aos pais dos eleitores novatos. Em junho, o PL usou sua primeira propaganda partidária na TV para divulgar vídeo de Bolsonaro em uma roda de conversa com jovens.

Paulino diz haver características diferentes no comportamento dos eleitores em uma disputa em segundo turno, e que há espaço para mudanças entre uma votação e outra. O sociólogo avalia que os apoiadores de Ciro Gomes (PDT) serão o principal grupo a ser disputado em eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro.

— Na grande maioria das vezes, os eleitores já têm na véspera do primeiro turno praticamente a decisão tomada para a disputa em segundo turno. O eleitor, ao decidir seu candidato na primeira votação, acompanhou a campanha e já tem uma ideia muito aproximada de quem escolherá no segundo caso o escolhido dele não passe. Mas há espaço para a persuasão de pequenos grupos do eleitorado. O Aécio passou na frente da Dilma nas primeiras pesquisas pós-primeiro turno em 2014. Neste ano os eleitores do Ciro podem ser o fiel da balança — analisa o comentarista da Globo News e ex-diretor do Datafolha.

VOTO NO NORDESTE

Na região Nordeste, Bolsonaro tem 24% da preferência dos eleitores no primeiro turno e chegaria a 28% em eventual disputa direta com Lula. A oscilação de quatro pontos percentuais indica que o presidente fica praticamente estagnado de um turno para outro. Já Lula sairia de 59% das intenções de votos dos nordestinos no primeiro turno para 67% num cenário contra Bolsonaro em segundo turno.

 

Os números do Datafolha se assemelham com os captados pela pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta semana. O levantamento mostra Lula com 67% e Bolsonaro com 26% em um segundo turno só com eleitores nordestinos. No primeiro turno esse placar é de 61% a 20% para o petista.

— Teoricamente, os candidatos do primeiro turno levam para o segundo os seus votos e mais uma parcela razoável dos votos nos candidatos adjacentes no espectro político e ideológico. No campo da esquerda tem também o Ciro Gomes (PDT), que hoje tem 8% ou 9% das intenções de voto. A votação do Lula se expande nesse segmento. Já o Bolsonaro não tem nenhum candidato minimamente adjacente ideologicamente. Com a saída do João Doria (PSDB) da disputa, ele ficou isolado nesse campo — analisa o cientista político Antonio Lavareda, do Ipespe.

VOTO FEMININO E POR FAIXA DE RENDA

Entre as mulheres, Lula salta de 46% de preferência no primeiro turno para 56% na disputa só com Bolsonaro se o segundo turno tivesse acontecido na semana passada. O chefe do Executivo avança menos, indo de 27% para 33% de um turno para o outro.

A preferência das eleitoras pelo petista, no entanto, já foi maior. Na rodada anterior do Datafolha, em julho, 62% das entrevistadas escolhiam Lula, enquanto 27% optavam por Bolsonaro no segundo turno.

 

Para a professora de ciência política Mayra Goulart, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a preferência das mulheres por Lula reflete os efeitos do discurso de Bolsonaro ao longo de sua trajetória política. Efeitos esses que se reproduzem também em outros estratos demográficos.

— Bolsonaro tem inequivocamente um perfil de candidato que cresce entre os ricos, e que cresce entre aqueles que se percebem vencedores, enquanto Lula tem identificação com os vulnerabilizados. E nisso eu incluo as mulheres, os negros, os pobres, os nordestinos. Esse grupo tem maior rejeição ao voto em Bolsonaro. Se você pega os discursos do Bolsonaro enquanto deputado federal, sua imensa maioria é voltada aos militares e também às camadas médias. Não é dirigido às camadas populares. Ele se constrói como uma liderança política de perfil identitário de classe média e não se dirige aos marginalizados, aos oprimidos — diz a professora.

O eleitorado feminino é outro segmento em que a pré-campanha de Bolsonaro tem direcionado foco. O presidente passou a destacar mais as ações de seu governo que beneficiaram esse grupo, tal como fez a primeira-dama Michelle Bolsonaro na convenção que oficializou a pré-candidatura do marido, no fim do mês passado.

Mayra Goulart avalia que a primeira-dama tem potencial para elevar o percentual de votos de Bolsonaro entre as evangélicas:

— Eu atribuo a variação positiva do Bolsonaro entre as mulheres ao fato de que ele consolidou a preferência dos evangélicos. E isso é atribuído muito às mulheres evangélicas, que é para elas a quem a Michelle fala. O discurso dela é muito dirigido às mulheres conservadoras, com essa ideia de que o homem deve conferir proteção. E as lideranças evangélicas influenciam outros segmentos no campo conservador, inclusive entre outras religiões.

 

No recorte por renda, o crescimento de Lula é mais expressivo nas camadas mais pobres, que ganham, na família, até dois salários mínimos ou de dois a cinco salários mínimos por mês. O ex-presidente chega a 63% e 50% dos votos nesses grupos num segundo turno com Bolsonaro, respectivamente.

Já o atual presidente cresce mais entre os ricos, que têm rendimentos superiores a dez salários mínimos mensais na família. Bolsonaro superaria Lula nesse grupo, com 50% dos votos contra 35% do petista.

Para Mayra Goulart, a preferência do eleitorado mais rico pode representar um trunfo para Bolsonaro em um eventual segundo turno devido ao poder de influência desse grupo.

— Essa parcela é muito pequena em termos de potencial de voto. Mas esses eleitores são formadores de opinião. Eles têm acesso a mecanismos de formação de opinião, seja pelas mídias tradicionais, seja por outros meios. Eles são influentes e geram identificação entre membros das camadas populares que não se identificam com as camadas populares. Existem segmentos das classes mais baixas que se identificam com os mais ricos, e por isso mimetizam seus comportamentos — diz a professora da UFRJ.

O sociólogo e matemático Vinicius Pinheiro Israel, autor de artigo sobre estratificação social e tendências e padrões de votação, explica que o histórico social dos eleitores também influencia na definição do voto.

— O reconhecimento da mobilidade de classe se aplica aos indivíduos que vieram de famílias das classes trabalhadoras e tiveram ascensão social. Isso pode gerar um viés de voto, e foi o que aconteceu em 2006, quando Lula foi reeleito. Não é só o quanto o indivíduo ganha, mas também de onde ele veio e a percepção de que aquela pessoa melhorou de vida durante determinado governo. Ainda não temos como dizer se isso impactará a tentativa de reeleição de Bolsonaro — diz Israel, que é professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Uni-Rio).

Contratado pela "Folha de S.Paulo", o Datafolha entrevistou, entre 27 e 28 de julho de 2022, 2.556 eleitores em 183 municípios de todas as regiões do país. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-01192/2022. A margem de erro é de dois pontos percentuais, e o índice de confiança é de 95%.

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