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Em Pernambuco, Bolsonaro discursa contra Bolsa Família e exalta Auxílio Brasil

Por Izael Pereira e Lavínia Kaucz / O ESTADÃO

 

BRASÍLIA - O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) voltou a exaltar o Auxílio Brasil em contraponto ao Bolsa Família neste sábado, 17. Em discurso a apoiadores em Caruaru (PE), Bolsonaro disse que o seu governo gastou em 2020 “o equivalente a 15 anos do Bolsa Família”.

 

O presidente repetiu em seu discurso que o “PT só pensa em ajudar as pessoas na época da eleição” e que o partido votou contra o Auxílio Brasil de R$ 600 no Congresso. Apesar de vir repetindo em seus comícios de campanha que os petistas votaram contra o Auxílio Brasil, a afirmação não é verdadeira. Os parlamentares do PT tentaram barrar a chamada “PEC dos Precatórios”, que permite adiar o pagamento de dívidas reconhecidas pela Justiça, e não contra o benefício, que foi criado por meio de Medida Provisória.

Presidente Bolsonaro no Rio de Janeiro, no dia 15 de setembro.
Presidente Bolsonaro no Rio de Janeiro, no dia 15 de setembro. Foto: Bruna Prado/AP Photo

Criado pelo governo petista, o benefício do Bolsa Família foi substituído pelo Auxílio Brasil no final do ano passado. As duas campanhas, do presidente Bolsonaro e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), têm prometido manter o valor de R$ 600,00 do Auxílio em 2023. A ideia do PT, no entanto, é que o benefício seja um Novo Bolsa Família.

Bolsonaro participou de motociata por cidades de Pernambuco, Estado onde tem apenas 22% das intenções de voto, segundo pesquisa Ipec de 6 de setembro. A preferência do eleitorado pernambucano, segundo o levantamento, é do ex-presidente Lula, que lidera com 62% das intenções de voto.

Durante o discurso, o presidente voltou a criticar o fechamento dos estabelecimentos durante a pandemia da covid-19. “Repito, eu não fechei nenhuma casa de comércio no Brasil, não fechei nenhuma escola.”

Em aceno ao Nordeste, Bolsonaro disse que a região “será grande potência em energia” e que seu governo começou a instalação de cataventos na costa do Nordeste. “Geraremos energia equivalente a 50 Itaipus.”

Bolsonaro também citou o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), setor aliado de Lula com força no Nordeste. Ele disse que seu governo transformou “antes integrantes da máfia do MST em cidadãos” e que “deu títulos da reforma agrária para mais de 400 mil assentados”. Destacou ainda que a maior parte dos títulos foram dados a mulheres - parcela do eleitorado que tem forte rejeição à sua candidatura.

Pauta de costumes

O presidente voltou a defender a pauta de costumes. “Nós defendemos a família de verdade. Não teremos legalização de drogas e do aborto e não admitimos ideologia de gênero aqui no Brasil”, disse.

Em aceno a evangélicos, Bolsonaro disse que “o Estado é laico, mas o presidente da República, seus ministros e candidatos são cristãos”. Também afirmou, em referência velada ao Supremo Tribunal Federal (STF), alvo frequente de suas críticas, que é preciso se preocupar com “aqueles que querem tirar liberdade no Brasil”.

Bolsonaro exaltou ainda a melhora na economia no seu governo e disse que o Brasil está com “combustível lá embaixo, desemprego lá embaixo, o PIB lá em cima”. A melhora nos indicadores econômicos foi puxada pela retomada das atividades no cenário pós-pandemia. Já a queda nos preços dos combustíveis é resultado da diminuição da cotação do barril de petróleo no mercado internacional e da redução de impostos forçada pelo governo em ano de eleições.

Em crítica ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder das intenções de voto no Nordeste, Bolsonaro disse que “falta escolhermos pessoas adequadas para compormos nosso parlamento, a presidência da República, para sairmos da situação de 3° mundo” e que “não queremos a volta dos escândalos que tínhamos no passado”.

De Caruaru, o atual chefe do Executivo segue para Garanhuns (PE), cidade natal de Lula, para participar da “Marcha para Jesus”. Depois, segue para Recife, onde embarca para a Inglaterra, para participar do funeral da Rainha Elizabeth II, na segunda-feira, 19.

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