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Bolsonaro, Ciro e Lula: qual o melhor cenário para os pré-candidatos no impasse entre PT e PDT no Ceará

Escrito por  / DIARIONORDESTE

 

Lula Bolsonaro e Ciro

 

As relações entre o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Democrático Trabalhista (PDT) estão estremecidas no Ceará. Os aliados querem montar um palanque duplo para apoiar as candidaturas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e lançar um candidato consensual para concorrer à sucessão do Governo. Os rumos dos petistas e pedetistas no Estado estão, porém, indefinidos.

 

Como toda relação que, quando acaba, traz consequências para os envolvidos, quem ficaria bem e quem ficaria mal com um possível rompimento entre PT e PDT? E se os partidos decidissem continuar juntos para as eleições deste ano? Qual seria o melhor cenário para os três principais pré-candidatos à Presidência do Brasil: CiroLula e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL)? 

De acordo com consultores políticos ouvidos pelo Diário do Nordeste, embora não seja popular no Ceará, Bolsonaro, indiscutivelmente, ganharia com o término entre PT e PDT. Isso, porque ele conseguiria desmobilizar as forças aliadas de Ciro e Lula no Estado.  

Ciro e Lula também ficariam bem. Teriam, enfim, condições de montar palanques puros, que não dividissem atenções e que fossem completamente fiéis às suas campanhas. 

As perdas mais significativas, segundo os especialistas, seriam para os postulantes à sucessão do Governo, especialmente a governadora Izolda Cela (PDT), que é a pré-candidata preferida da maioria dos petistas, mas não dos pedetistas. Também ficaria em maus lençóis o ex-governador Camilo Santana (PT), que é pré-candidato ao Senado e apoiador declarado de Lula e Ciro. 

TÉRMINO BENEFICIA BOLSONARO? 

Para o consultor político Luiz Cláudio Ferreira, que acredita que, nos bastidores, PT e PDT já estão rompidos, Bolsonaro se beneficia com o “divórcio” porque, enquanto as bases aliadas de ambos os partidos teriam de se dividir nos palanques, o dele, provavelmente puxado pelo União Brasil do deputado federal Capitão Wagner, ficaria mais fortalecido e unificado. 

O pensamento é o mesmo do cientista político Cleyton Monte, pesquisador do Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídia da Universidade Federal do Ceará (UFC). 

“Para Bolsonaro, o melhor cenário, aqui, no Ceará, seria da separação entre o PT e o PDT. Porque iria dividir a base aliada, as forças de Ciro e de Lula. Iria desmobilizar esses grupos. Mesmo sabendo que o crescimento do presidente não está ligado à relação entre PT e PDT e, sim, à possibilidade de ele ter palanque próprio ou uma força mais articulada”, observou. 

A análise é endossada pela cientista política e professora universitária Carla Michele Quaresma. "O fim da aliança entre os partidos causaria um impacto nas eleições estaduais porque foi um projeto construído que conseguiu arregimentar lideranças políticas importantes vinculadas tanto ao PDT quanto ao PT. Então isso (o rompimento) poderia causar um dano em relação à eleição estadual, abrindo aí um uma possibilidade de crescimento da oposição representada por Capitão Wagner", afirma.

No que diz respeito aos aliados, devem pesar apoios como o do senador Tasso Jereissati (PSDB) e o do ex-senador Eunício Oliveira (MDB), por exemplo. “O melhor cenário é a divisão de forças entre os dois partidos, mas a aliança é mais ampla do que PT e PDT”, lembrou Rômulo Leitão, professor e coordenador do programa de Pós-Graduação em Direito Constitucional da Universidade de Fortaleza (Unifor). 

LULA E CIRO FORTALECIDOS? 

A briga mais recente entre PT e PDT aconteceu nesta semana, quando Ciro Gomes afirmou existir um “lado corrupto” do PT no Ceará e atacou a deputada federal Luizianne Lins (PT). 

Para Luiz Cláudio, a fala do pedetista foi estratégica, uma vez que ele teria percebido que dividir palanque com Lula, no Estado, atrapalharia sua campanha nacional. Daí, também, ter mencionado o nome do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), no mesmo contexto de ataque ao PT e de sinalização de descontento com a aliança. Ciro disse:

Qual o defeito do Roberto Cláudio? O defeito é que pegou todas as escolas de Fortaleza nomeadas por vereador, três anos de greve, e consertou a escola, que era a pior no Ceará”. 
CIRO GOMES (PDT)
Pré-candidato à presidência do Brasil

“Ele (Ciro) sabe que o único caminho viável é o lançamento de Roberto Cláudio como candidato à sucessão de Izolda. Criaria um palanque literalmente ‘cirista’ e faria, definitivamente, o divórcio com o ex-presidente Lula”, entende o consultor político. 

Cleyton Monte também acredita que manter a aliança com o palanque duplo “não traz tantos resultados positivos para Ciro”, principalmente se a governadora Izolda Cela for a candidata ao Governo, uma vez que ela “não é tão atrelada assim” ao pedetista e dialoga com o PT. “O rompimento com o PT traria um palanque mais aliado a Ciro. E, também, de certa forma, poderia trazer um espaço maior para o ex-presidente Lula”, compreende o cientista político. 

Para Luiz Cláudio, Lula tem capacidade de transferir capital político para um candidato petista ao Governo, se esse for o cenário. “Ele pode, com certeza, fazer uma transferência para o seu candidato petista. Ele já tem uma federação partidária formada pelo PT, PCdoB, PV e, provavelmente, atrairia outros aliados de primeira ordem. Sairia ganhando”, acredita. 

Duas das principais “vítimas” apontadas pelos especialistas num contexto de rompimento entre PT e PDT no Estado seriam o ex-governador Camilo e a governadora Izolda. 

Izolda, porque seus esforços para intermediar os interesses conflitantes da base governista seriam em vão e, Camilo, porque deixaria o petista em uma encruzilhada entre Ciro e Lula. 

“Se a governadora fosse tentar reeleição, ela, com certeza, iria tentar pegar carona no ex-presidente Lula. E ela sabe disso. O Ciro Gomes, notando esse movimento (de Izolda), se antecipou e tenta, agora, impor a candidatura de Roberto Cláudio”, aponta Luiz Cláudio. 

“Camilo Santana deixou o governo com altos índices de popularidade e é favorito à única vaga para o Senado Federal. Mas, um eventual rompimento tende a prejudicá-lo, caso o PDT decida lançar candidatura própria ao cargo, ainda que isso seja um cenário improvável”, observa Rômulo Leitão. 

As vozes das ruas

Germano Oliveira é diretor de redação da revista ISTOÉ

 

O fato de as comemorações do Dia do Trabalho terem sido um grande fracasso, levou à constatação óbvia: o trabalhador não acredita mais em seus líderes sindicais, que antes manipulavam os sindicalizados como moeda de troca para seus conchavos e picaretagens e agora já não conseguem engabelar ninguém. Pior: pouca gente está disposta a se dirigir a manifestações propostas pelos dirigentes dessas entidades, que, invariavelmente, são compostas por políticos à frente dos partidos que dizem representar os fracos e oprimidos. Ledo engano. O povo não é bobo. Se ainda há poucos gatos pingados nesses eventos é para aplaudir músicos famosos. O que eles querem, na realidade, é que os sindicalistas gritem palavras de ordem contra a inflação e juros abusivos (ambas as taxas na casa dos 13%), contra o desemprego e a fome. Mas eles só pensam na eleição.

Os atos esvaziados deste Primeiro de Maio são a demonstração cabal dessa apatia dos trabalhadores. Eles não conseguem ser ouvidos. E isso aconteceu tanto no ato promovido pelas centrais sindicais mais importantes, como a CUT (braço trabalhista do PT) e a Força Sindical (o grupo que domina o Solidariedade). O circo foi armado nesses eventos como forma de mostrar apoio a Lula. O ex-presidente, forjado no movimento sindical do ABC, agora precisa chamar Daniela Mercury para ver se junta umas cinco mil pessoas no Pacaembu e, assim, poder discursar e continuar enganando o povo. Disse que se for eleito jogará na lata do lixo a reforma trabalhista feita em 2017, no governo Temer, do MDB, que ele acusou de golpista, mas que agora deseja ter como apoio para a sua candidatura. Quer novamente cooptar a máquina sindical.

Lula, porém, não se desgastou sozinho. Bolsonaro, aquele que quer dar um golpe desde o início do governo, também saiu queimado. Reuniu umas cinco mil pessoas na Avenida Paulista e outro tanto defronte a Praça dos Três Poderes, em Brasília, e nem conseguiu discursar. Ficou cinco minutos no local. O Centrão, preocupado com suas tradicionais declarações desastradas, o proibiu de falar. Apesar de ter convocado os seus pitbulls em apoio aos atos que enalteceriam sua reeleição, poucos foram aos eventos, a não ser os milicianos da falange do ódio, que ainda esperam que o capitão endureça mais o discurso contra a democracia. Cada dia estão mais ansiosos para que os militares fechem o Congresso e o STF.

No fundo, é que o povo não está disposto a referendar as candidaturas nem de Lula e nem de Bolsonaro, à espera de que surja uma terceira alternativa. Todos estão cansados dos candidatos que representam o extremismo, tanto de direita, como de esquerda. Os trabalhadores desejam é que os presidenciáveis adiram às suas lutas pela sobrevivência do dia a dia.
O problema é que nem Lula e nem Bolsonaro conseguem mais ouvir as vozes das ruas.

Pesquisa Ipespe divulgada nesta sexta-feira (6), a primeira do mês de maio

Pesquisa Ipespe divulgada nesta sexta-feira (6), a primeira do mês de maio, mantém o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na liderança das intenções de voto para a Presidência com 44% das intenções de voto. O presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece com 31%, seguido por Ciro Gomes (PDT), com 8%.

Na sequência do levantamento estimulado de primeiro turno (para o qual é apresentada ao eleitor uma lista de opções de pré-candidatos), estão João Doria (PSDB), com 3% das intenções de voto, e André Janones, com 2%. Simone Tebet (MDB) e Felipe d’Ávila (Novo) estão empatados, com 1%. José Maria Eymael (PDC), Vera Lúcia (PSTU) e Luciano Bivar (União Brasil) não pontuaram nesta pesquisa.

Segundo turno

Nas projeções para segundo turno, Lula mantém a liderança sobre os demais candidatos em todos os cenários testados. Contra Bolsonaro, o petista teria 54% dos votos e o presidente, 34%. Em um suposto segundo turno com Ciro Gomes, Lula registra 52% contra os 25% do ex-ministro. Na disputa contra Doria, Lula pontua 55% e o tucano, 19%.

Foram entrevistadas mil pessoas entre os dias 2 a 4 de maio. A margem de erro é de 3,2 pontos porcentuais e o nível de confiança é de 95,5%. A pesquisa foi financiada pela XP e registrada na Justiça Eleitoral sob número BR-03473/2022. o estadão

Bolsonaro diz que fará auditoria privada nas urnas e adota tom de ameaça ao TSE

 
bolsonaro em cerimonia dos ex ministros
 
BRASÍLIA

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quinta-feira (5) que uma empresa contratada pelo PL irá fazer uma auditoria privada das eleições deste ano.

No momento em que amplia os questionamentos ao processo eleitoral e faz insinuações golpistas, Bolsonaro sugeriu, em tom de ameaça, que os resultados da análise podem complicar o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) se a empresa constatar que é "impossível auditar o processo".

"[A empresa] pode daqui a 30, 40 dias, chegar à conclusão que, dada a documentação que tem na mão, dado o que já foi feito até o momento para melhor termos eleições livres de qualquer suspeita de ingerência externa, pode falar que é impossível auditar e não aceitar fazer o trabalho", disse Bolsonaro durante sua transmissão semanal nas redes sociais. "Olha a que ponto podemos chegar", afirmou.

Na sequência, Bolsonaro disse que "estamos vendo o TSE", além de os ministros da corte, "ficarem numa situação bastante complicada". Ele citou o presidente do tribunal, Edson Fachin, além de Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Ricardo Lewandowski.

O novo capítulo da ofensiva do presidente contra o sistema eleitoral foi feito no mesmo dia em que o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, pediu que o TSE divulgue os questionamentos feitos pelas Forças Armadas sobre o pleito deste ano.

Os militares têm cobrado mudanças no sistema eleitoral desde que foram convidados, no ano passado, a integrar a CTE (Comissão de Transparência das Eleições).

Em fevereiro, o tribunal publicou em seu site documento com respostas a uma série de questionamentos das Forças Armadas, mas segue sob sigilo um documento com cobranças feitas mais recentemente.

"Deixo claro, adianto ao TSE, essa auditoria não vai ser feita após as eleições. Uma vez contratada, a empresa começa a trabalhar, a empresa vai pedir ao TSE, com toda certeza, quantidade grande de informações. Ela vai pedir às Forças Armadas o trabalho que fez até agora", disse o presidente.

Bolsonaro não afirmou qual empresa será contratada para a auditoria. Disse apenas que se trata de firma que faz este serviço "no mundo todo". Afirmou ainda que pode "pedir socorro" a outros partidos para pagar a análise, "se ficar muito caro".

Atualmente, os partidos políticos já podem indicar técnicos para acompanhar as fases de especificação e de desenvolvimento de todos os programas de computador do TSE utilizados nas urnas eletrônicas e para o processo de votação.

Pelas normas, os códigos-fonte usados nas urnas precisam estar disponíveis para verificação da sociedade civil e partidos um ano antes da realização do primeiro turno.

Procurado, o advogado da campanha de Bolsonaro, o ex-ministro do TSE Tarcísio Vieira de Carvalho Neto, disse desconhecer informações sobre a contratação da empresa mencionada pelo presidente. A assessoria do PL afirmou, por sua vez, não ter detalhes sobre o tema.

"É o momento para o TSE mostrar para o mundo, a partir dessa empresa que vai fazer auditoria, que temos sistema mais confiável no mundo no tocante às eleições", declarou o presidente.

Ele afirmou duas vezes durante a transmissão que não deseja dar um golpe. "Ninguém quer dar golpe."

"Alguns dizem que quero dar golpe. Como quero dar golpe se já sou presidente?"

Em tom irônico, Bolsonaro afirmou que o trabalho da auditoria externa pode garantir a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder das pesquisas ao Planalto.

"A gente vê no mundo, nas republiquetas, o chefe do Executivo conspirar para ficar no poder, cooptar órgãos para fraudar eleições. Aqui é exatamente o contrário", disse Bolsonaro.

"Já que pesquisas dizem que o senhor Lula tem 40%, o Lula vai ganhar, quero garantir a eleição do Lula com esse processo aqui [de auditoria]."

"Ninguém precisa fazer campanha pro Lula, não. Não precisa, por exemplo, uma autoridade ou outra, que a gente vê acontecendo, ficar desmonetizando páginas de pessoa que nos apoiam, retirando páginas de pessoas que nos apoiam, ameaçando ou prendendo pessoas que nos apoiam", afirmou ainda, referindo-se a decisões do TSE e STF que atingiram seus apoiadores.

O TSE vem adotando uma série de medidas para ampliar a transparência do sistema eletrônico de votação na tentativa de esvaziar o discurso do chefe do Executivo de que as urnas são passíveis de fraudes.

Em mais de uma ocasião, Bolsonaro cobrou que o TSE aceite as sugestões das Forças Armadas para o processo eleitoral. Uma das sugestões, segundo ele, seria que os militares acompanhassem a apuração final dos votos, no dia das eleições.

Ainda na mesma transmissão, Bolsonaro e o ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Augusto Heleno, negaram que o diretor da CIA, William Burns, disse a autoridades do governo brasileiro que o presidente não deveria questionar as eleições.

"Seria extremamente deselegante um chefe de agência como a CIA ir a outro país, vir ao Brasil, para dar recado. A gente vê que é uma mentira, uma fake news", declarou.

O presidente disse que a notícia sobre a cobrança do governo dos EUA pode ser uma forma de "criar narrativa plantada fora do Brasil" no momento em que a Defesa cobra a divulgação de seus questionamentos sobre as urnas.

"Já é um tempo bastante longo que o TSE não se manifesta no tocante a isso [os questionamentos das Forças Armadas]", afirmou.

Bolsonaro já insinuou que ele mesmo foi chamado ao debate sobre as eleições com o convite feito pelo TSE aos militares.

"Eles [TSE] convidaram as Forças Armadas a participarem do processo eleitoral. Será que esqueceram que o chefe supremo das Forças Armadas se chama Bolsonaro?", disse o presidente no último dia 27, ao promover um evento oficial no Planalto com ataques ao STF.

No mesmo evento, o presidente voltou a desacreditar o sistema eleitoral. "Não pense que uma possível suspeição da eleição vai ser apenas no voto do presidente. Vai entrar no Senado, Câmara, se tiver, obviamente, algo de anormal", afirmou o presidente a parlamentares que acompanhavam o ato.

A tensão entre os Poderes escalou recentemente após Bolsonaro conceder perdão de pena ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado pelo STF a 8 anos e 9 meses de prisão, em regime inicial fechado.

Ainda foi agravada por falas do ministro Luís Roberto Barroso sobre as Forças Armadas, rebatidas pelo Ministério da Defesa.

Os ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral são uma rotina em seu governo. No passado, por exemplo, afirmou diversas vezes sem apresentar provas que havia vencido as eleições de 2018 no primeiro turno.

crise institucional de 2021, patrocinada por Bolsonaro, teve início quando o presidente disse que as eleições de 2022 somente seriam realizadas com a implementação do sistema do voto impresso —apesar de essa proposta já ter sido derrubada pela Câmara.

No ano passado, ele também fez uma transmissão ao vivo para apresentar supostas provas que tinha contra a confiabilidade das urnas e que o pleito havia sido fraudado. No entanto, apenas levou teorias que circulam há anos na internet, sem comprovação.

Naquela live recheada de mentiras, Bolsonaro divulgou documentos de uma investigação sigilosa aberta em 2018 sobre um ataque hacker no sistema do TSE.

Por causa disso, Bolsonaro virou alvo de investigação. A delegada Denisse Ribeiro, da Polícia Federal, já enviou ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, a conclusão segundo a qual ocorreu crime na atuação do presidente naquele caso.

Mesmo sem o indiciamento formal, essa foi a primeira vez que a PF imputa crime ao presidente no âmbito das investigações que tramitam sob a relatoria de Moraes.

Executiva do MDB se reúne e consolida pré-candidatura de Simone Tebet

Por Pedro Venceslau / O ESTADÃO

SENADORA SIMONE TEBET

Em mais um sinal do esfacelamento da chamada terceira via, a Executiva Nacional do MDB se reuniu nesta quarta-feira, 4, em Brasília para assistir a uma apresentação do marqueteiro Felipe Soutello, que é o estrategista da senadora Simone Tebet (MS), pré-candidata da sigla.

O encontro, que foi organizado pelo presidente do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), e contou com a participação de 50 integrantes, consolidou a tese majoritária da candidatura própria emedebista no momento em que o União Brasil lançou Luciano Bivar à Presidência e desistiu de tentar formar um palanque único.

“Os resultados são animadores e demonstram que há espaço para furar os polos colocados. O que se busca é uma novidade, equilibrada e moderada, mas com experiência, que são as características da nossa pré-candidata, Simone Tebet. O MDB está no caminho certo”, disse Baleia aos correligionários.

A cúpula emedebista recebeu os resultados de uma pesquisa qualitativa sobre o potencial de votos de Simone Tebet entre os eleitores fora da polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Os dados foram estruturados no universo dos 40% dos brasileiros que se declaram indecisos, querem um nome alternativo ou votam em outros pré-candidatos, mas admitem mudar de posição. Foram realizados 17 grupos de pesquisa em todo Brasil nos quais vídeos da presidenciável foram expostos.

Pelo calendário original dos líderes partidários da terceira via, o dia 18 de maio seria a data da escolha do pré-candidato único do consórcio entre MDB, União Brasil e PSDB/Cidadania. Na prática, porém, cada legenda já está seguindo seu caminho.

O MDB e o PSDB sinalizaram ao ex-governador de São Paulo e pré-candidato João Doria que, se ele aceitasse ser o vice de Simone Tebet, os dois partidos poderiam seguir juntos, mas o tucano rejeitou a proposta e ameaça judicializar o resultado das prévias do ano passado, se houver algum movimento para tirá-lo da corrida presidencial.

Ritmo eleitoral

Faltando menos de 15 dias para o prazo final da escolha da terceira via, a senadora Simone Tebet mantém uma agenda intensa de viagens. Nesta quinta-feira, 5, ela desembarcou no fim da manhã em Porto Alegre (RS), onde está um dos mais fortes redutos antipetistas do MDB.

Em clima de campanha, a senadora foi recebida no aeroporto por lideranças políticas e representantes de núcleos emedebistas ligados a mulheres, jovens e diversidade.

Foram recebê-la no Aeroporto Salgado Filho o deputado estadual e pré-candidato ao governo gaúcho pelo MDB, Gabriel Souza, o ex-governador do Rio Grande do Sul e coordenador do plano de governo de Simone Tebet à Presidência, Germano Rigotto, o prefeito de Rio Grande e presidente da Executiva Estadual do MDB, Fábio Branco, além dos deputados federais Giovani Feltes, Márcio Biolchi e Alceu Moreira, também presidente Nacional da Fundação Ulysses Guimarães (FUG).

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