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Modalmais/Futura: Bolsonaro abre 11 pontos sobre Lula em MG

Gabriel Mansur  / PLENO NEWS

Se as eleições fossem hoje, o presidente Jair Bolsonaro (PL) venceria seu principal adversário na disputa pelo Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com uma margem considerável em Minas Gerais.

 

 

497 dos 513 deputados federais são candidatos na eleição de outubro

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indicam que 448 deputados federais  atualmente em exercício vão concorrer a um novo mandato na Câmara dos Deputados nas eleições de 2 de outubro – o equivalente a cerca de 9 em cada 10 parlamentares. São 389 deputados e 59 deputadas que se recandidataram.

O número de recandidaturas supera o da eleição passada (2018), quando 406 deputados buscaram a reeleição.

Outros 49 deputados disputarão cargos diversos, no Legislativo e no Executivo (veja gráfico abaixo). Somente 16 parlamentares não se candidataram a nenhum cargo, número inferior ao de 2018, quando 31 deputados decidiram não disputar a eleição.

Os partidos com mais candidatos à reeleição para a Câmara são PL (70), PT (53) e PP, PSD e União (os três com 44).

No total, segundo o TSE, 10.407 candidatos disputam as 513 vagas da Câmara dos Deputados, o que dá uma média de 20,3 candidatos por vaga.

Sistema proporcional
Pelas regras constitucionais, cada unidade da Federação elege um número de deputados proporcional à sua população, mas nenhuma bancada estadual pode ter menos de 8 ou mais de 70 representantes na Câmara. Os deputados são eleitos pelo sistema proporcional (entenda mais aqui).

Além de sugerir, discutir e votar propostas de lei, os deputados têm uma série de outras atribuições, como fiscalizar os atos dos demais poderes e autorizar a abertura de processo contra o presidente e o vice-presidente da República e os ministros de Estado.

Reportagem – Janary Júnior
Edição – Wilson Silveira

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Bonner e Renata pareciam fora de lugar na entrevista com Bolsonaro no JN

Nelson de Sá / FOLHA DE SP
SÃO PAULO

William Bonner, sobretudo ele, e Renata Vasconcellos pareciam fora de lugar, deslocados do papel costumeiro, na entrevista com Jair Bolsonaro. Diferentemente do que acontece no exterior e no próprio canal de notícias da Globo, não são apresentadores identificados com opinião ou sequer com entrevistas regulares.

O que o presidente chamou de "pronunciamento" de Bonner não foi bem uma pergunta, de fato, mas quase um manifesto apresentado para assinatura. Estendeu-se e editorializou, assim como outras intervenções dos jornalistas, totalizando mais de um terço do tempo dedicado à entrevista dentro do Jornal Nacional.

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, que é ligado ao SBT, partiu daí para questionar em mídia social as "caras de deboche" do apresentador, que teriam ajudado o presidente-candidato a "jantar o Bonner". No ambiente de opinião extrema em que Bolsonaro se estabeleceu, é ele quem comanda o espetáculo.

Ainda foram perguntas incisivas para o padrão dos telejornais brasileiros, mas que morriam nas respostas que não respondiam, sem que os apresentadores pudessem persistir, mais parecendo um debate eleitoral de regras rígidas, saltando aceleradamente de uma questão para outra, deixando quase tudo no ar.

Especialmente frustrantes foram as perguntas abertas e as respostas vazias sobre os planos para o segundo mandato, enquanto temas antes centrais, como "rachadinhas" ou a defesa da ditadura e de Carlos Brilhante Ustra, eram deixados de lado.

Soou por vezes como uma lista do que não fazer, numa entrevista.

Não que já tenha sido achada a fórmula para lidar jornalisticamente com personagens como o presidente brasileiro ou Donald Trump, para os quais a realidade importa pouco.

Mas alguma objetividade fria no interrogatório poderia ter evitado que a bancada do JN se perdesse constrangedoramente no mundo de Bolsonaro.

Se os apresentadores se vincularam perigosamente à lacração característica do presidente, este caminhou na direção oposta, deixando a entrevista quase como uma pessoa normal.

 

Além de sair ileso do Jornal Nacional, Bolsonaro esmurra Globo sem tocá-la.

Colunista do UOL

23/08/2022 00h38

 

Bolsonaro obteve na entrevista ao Jornal Nacional dois feitos. Saiu ileso do embate com William Bonner e Renata Vasconcelos. E executou um golpe inédito no pugilismo. Esmurrou o Grupo Globo sem tocá-lo. Em gestos ensaiados, o capitão sacudiu as mãos abertas diante das câmeras. Exibia na mão esquerda uma cola. Nela, liam-se os nomes de três países —Nicarágua, Argentina e Colômbia— e de uma pessoa: Dario Messer, o "doleiro dos doleiros".

Bolsonaro não precisava de cola para lembrar dos três países que ele inclui na "onda vermelha" que varre o continente. Foram anotados apenas para tornar a cola mais chamativa. Era Messer que o entrevistado desejava realçar, como se convidasse o espectador a passar o nome no Google. Coisa combinada com o filho Carlos Bolsonaro, gestor da engrenagem que industrializa o ódio bolsonarista.

Pilhado na Lava Jato, Dario Messer fez delação premiada em 2020. Disse ter repassado dólares em espécie à família Marinho na década de 1990. Em nota, os proprietários do Grupo Globo negaram ter realizado operações de câmbio no mercado clandestino. Citando-o, Bolsonaro amargaria o contragolpe de um desmentido formal. Exibida sorrateiramente, a maledicência ganhou as redes sociais sem resposta..

Afora o golpe abaixo da linha da cintura, Bolsonaro atravessou os 40 minutos de entrevista desviando dos jabs de Bonner e Renata com as esquivas de praxe: mentiras, meias verdades e manipulações. Convidado a assumir o compromisso de aceitar o resultado das urnas, disse que respeitará, se as eleições forem "limpas". Quer dizer: não tolerará senão a própria vitória. Negou as ofensas a ministros do Supremo, mesmo tendo chamado um de "canalha" e outro de "filho da puta". Fabulou sobre meio ambiente, terceirizou culpas na economia, classificou o golpismo dos seus devotos como "liberdade de expressão", torturou as vacinas e defendeu a cloroquina.

Instado a rever as declarações estapafúrdias sobre a pandemia, Bolsonaro preferiu continuar ignorando as mais de 680 mil autopsias a fazer uma autocrítica. Fustigado por Renata com a imitação de um paciente de covid sem fôlego, o capitão esteva na bica de perder a calma. Conteve o ímpeto.

No geral, Bolsonaro mentiu e desconversou com respeito e sobriedade. Ou seja: soou na bancada do Jornal Nacional como se estivesse completamente fora de si. E ainda alardeia que foi à entrevista sem treinamento! Não disse nada capaz de seduzir multidões de eleitores pobres ou de ex-bolsonaristas indecisos. Tampouco roubou votos de Lula, poupado durante toda a entrevista. Mas é certo que, a despeito dos panelaços, não perdeu votos com a entrevista. Algo que, para um presidente precário, é um grande feito..

PL cobra candidatos para não esconderem Bolsonaro nas campanhas e ameaça com corte de verba

Por Marlen Couto e Berenice Seara / o globo

 

Com a disputa eleitoral na rua e as pesquisas indicando liderança do ex-presidente Lula (PT) com vantagem entre 15 e 12 pontos, a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) tenta enquadrar seu próprio partido para que se engaje em seu projeto de reeleição. A dificuldade do presidente em ampliar com mais velocidade suas intenções de voto e seu alto índice de rejeição tem levado nomes importantes da legenda em corridas majoritárias a “esconderem” nas redes o apoio ao presidente. Para os cargos de deputado federal e estadual, a sigla já anunciou que pretende usar o caixa das campanhas como instrumento de pressão.

 

Um levantamento feito pelo GLOBO com 14 das principais candidaturas do PL aos governos estaduais e ao Senado aponta que, no Facebook, principal plataforma digital no país, os perfis de cinco candidatos citaram Bolsonaro em menos de 10% das suas publicações nos últimos três meses. Os dados das últimas pesquisas não devem ajudar a mudar o cenário. O último Datafolha mostrou que a rejeição a Bolsonaro entre os eleitores segue a mais alta entre os candidatos, com 51%, embora venha caindo.

 

Distanciamento

Entre os que tentam se eleger governador pelo PL, Cláudio Castro, no Rio, e Ronaldo Dimas, no Tocantins, são os que mais evitam explorar a imagem de Bolsonaro. Nos últimos três meses, o atual governador do Rio, que está empatado tecnicamente com Marcelo Freixo (PSB) em primeiro lugar, fez apenas seis publicações com referências a Bolsonaro no Facebook, entre 177 postagens.

 

A mais recente foi feita no dia 14 de agosto e se limita a registrar a presença do presidente na Marcha para Jesus, realizada no Rio naquele dia. “Me sinto um homem abençoado por poder fazer parte, junto ao presidente Jair Messias Bolsonaro, da maior manifestação evangélica do mundo”, escreveu. Antes disso, Bolsonaro só foi lembrado em 24 de julho, no lançamento de sua candidatura no Maracanãzinho. No Rio, Lula tem 41% das intenções de voto, ainda segundo o Datafolha, enquanto Bolsonaro marca 35%.

 

Já Ronaldo Dimas citou Bolsonaro apenas cinco vezes em suas mais de 400 postagens no período. Na região Norte, Bolsonaro está empatado tecnicamente com Lula. A título de comparação, o ex-ministro João Roma (PL), candidato a governador na Bahia, que tem feito a associação com o presidente, mencionou Bolsonaro em 77 publicações, o equivalente a 40% do total.

 

Nas disputas pelo Senado, Romário (RJ) e os ex-ministros Flávia Arruda (DF) e Rogério Marinho (RN) são os que mais evitam se ligar ao presidente. Romário fez apenas duas citações a Bolsonaro nos últimos três meses. As publicações foram sobre projetos de lei sancionados pelo presidente voltados para as categorias dos enfermeiros e dos profissionais de educação física.

Já Flávia, que lidera a disputa no Distrito Federal, economiza nas menções a seu antigo chefe. Foram apenas sete desde o fim de maio. A última ocorreu após o início da campanha, na quinta-feira. A ex-ministra compartilhou uma foto com Bolsonaro e lembrou seu papel no governo. “Ao lado do presidente Jair Bolsonaro, recebi prefeitos de todo o país para fortalecer nossa aliança pela construção de um Brasil melhor”, postou.

 

Outro ex-ministro com a mesma estratégia é Rogério Marinho, que ocupou a pasta de Desenvolvimento Regional. As postagens sobre Bolsonaro se tornaram mais escassas em agosto. Se em julho, foram nove publicações mencionando o presidente, este mês foram apenas duas, nenhuma delas após o início da campanha.

Com dificuldade em enquadrar os candidatos menos fiéis, a estratégia do PL vai ser “fechar a torneira” do fundo eleitoral para os concorrentes a deputado como forma de exigir apoio a Bolsonaro. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, baixou uma ordem para todos os diretórios da legenda condicionando o acesso ao fundão.

Estopim

Uma semana antes de pôr a campanha oficialmente na rua, o presidente nacional do PL chamou a Brasília o responsável pelo diretório estadual do Rio, o deputado federal Altineu Côrtes, e anunciou a medida. O lançamento de duas candidaturas ao Senado no campo bolsonarista, Daniel Silveira (PTB) e Clarissa Garotinho (União), estava dividindo forças no partido e, com isso, drenando o projeto de reeleição de Romário. Durante a conversa com Altineu, Valdemar acabou decidindo baixar uma ordem unida que valeria para todos os diretórios.

 

O PL vai receber, de acordo com a divisão feita pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), R$ 288,5 milhões do fundo eleitoral. Em um vídeo que gravou para ser distribuído no Rio, Valdemar afirmou que o dinheiro é pouco para o tamanho que o partido tomou.

— O partido hoje triplicou de tamanho e continuamos com o mesmo fundo — expôs, para, em seguida, dar o recado. — Então é o seguinte: nós vamos repassar o dinheiro só para quem estiver na campanha com o Bolsonaro, com o Cláudio (Castro) e com o Romário. Precisa ter na propaganda os três. Nós vamos passar em partes, o dinheiro, e vamos ter esse controle. Isso é vida ou morte para nós.

A mesma mensagem foi encaminhada em versão escrita.

 

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