Progressistas de SP anuncia apoio a Tarcísio na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes
Por Guilherme Caetano — São Paulo O GLOBO
Dois dias após a eleição que confirmou a derrota do governador Rodrigo Garcia (PSDB) na eleição, o Progressistas de São Paulo, que integrou a aliança do tucano, anuncia apoio a Tarcísio de Freitas (Republicanos). O ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) vai enfrentar Fernando Haddad (PT) no segundo turno, após liderar a votação no estado.
Na manhã desta terça-feira, o diretório estadual do PP foi decorado com faixas em homenagem a Tarcísio. O apoio é considerado pela campanha do Republicanos um movimento natural, já que o PP integra a base de apoio a Bolsonaro no âmbito nacional.
Tarcísio se encontra com lideranças do PP neste momento no diretório estadual do partido e em seguida deve fazer um pronunciamento.
O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, está presente na reunião. O deputado federal Marcos Pereira, que preside o partido de Tarcísio, e lideranças locais dos dois partidos também marcaram presença.
Após Zema, Cláudio Castro reforça apoio a Bolsonaro: 'O Rio vai ser a capital da vitória do presidente'
O governador Cláudio Castro (PL) reforçou o apoio ao presidente Jair Bolsonaro, do mesmo partido que ele, no segundo turno. —Eu, como sou do partido do presidente, apoiador do presidente, não tinha como não vir aqui. Não preciso lhe franquear meu apoio porque o senhor já tem. O Rio vai ser a capital da vitória do presidente Bolsonaro
Castro foi reeleito no primeiro turno governador do Rio de Janeiro, com quase 60% dos votos. O GLOBO
Zema declara apoio a Bolsonaro no segundo turno: ‘Gestão do PT foi desastrosa em Minas’
O governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), declarou apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da disputa presidencial contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele foi a Brasília se encontrar com o presidente e fez um pronunciamento ao lado de Bolsonaro, no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência.
“Sempre dialoguei com Bolsonaro, vamos colocar divergências de lado. Acredito muito mais na proposta de Bolsonaro do que na do adversário”, disse o governador, principal figura hoje de seu partido, o Novo, que disputou o Planalto com Felipe d’Avila. Zema justificou sua escolha com base na política mineira.
No pronunciamento, Zema criticou o governo de Fernando Pimentel (PT), seu antecessor, em Minas. “Foi uma gestão desastrosa que arruinou o Estado de Minas”, declarou. “É só perguntar para qualquer prefeito de Minas Gerais o estrago que o PT fez no Estado”, disse o governador reeleito.”Então, estou aqui para declarar o meu apoio à candidatura do presidente Bolsonaro, porque eu mais do que ninguém herdei uma tragédia”, disse Zema.
Ao criticar Lula, o governador mineiro disse que o governo do petista no começo foi “muito bom”, mas depois “a conta veio amarga”.
O presidente definiu o apoio como “mais que bem-vindo”, “essencial” e “decisivo”. “Minas é o segundo colégio eleitoral do País”, afirmou Bolsonaro. “Dizem que só quem ganha em Minas pode chegar à Presidência da República. Mais que bem-vindo, o apoio do Zema é essencial e decisivo para minha reeleição.”
Zema foi reeleito neste domingo, 2, como governador de Minas Gerais. O candidato do Novo obteve mais de 6 milhões de votos. Logo após a vitória, ele voltou a criticar o PT e já deu sinais de que poderia apoiar Jair Bolsonaro (PL).
Como mostrou o Estadão, Zema evitou se envolver na disputa nacional durante a sua campanha, enquanto seu principal adversário, Alexandre Kalil (PSD), adotou outra estratégia e colou sua imagem a Lula. O palanque formal de Bolsonaro no Estado era Carlos Viana (PL), mas o chefe do Executivo flertou com Zema em declarações. Disse, por exemplo, em live no fim de setembro, que o governador do Novo fez um “bom trabalho”.
Já no domingo, 2, Zema havia sinalizado a reaproximação com Bolsonaro, mas se comprometeu a ouvir o partido e seguir a orientação do Novo, que emitiu nota para “liberar” seus filiados a seguir o posicionamento que desejassem. O mesmo texto, entretanto, manifestava repúdio ao “lulismo e ao PT”. D’Avila, porém, preferiu se manter neutro. Logo após votar, em São Paulo, afirmou que não apoiaria “nenhum dos dois populistas”: “O populismo vai continuar, infelizmente, erodindo a democracia e a liberdade brasileira”, disse. / COM BROADCAST
Veja a íntegra da nota do Novo:
“O NOVO trabalhou muito para oferecer aos brasileiros uma alternativa presidencial contra a polarização entre Lula e Bolsonaro, mas infelizmente sem sucesso.
Diante do cenário eleitoral do segundo turno, o partido se vê na obrigação de reforçar seu posicionamento institucional histórico, totalmente contrário ao PT, ao lulismo e a tudo o que eles representam, e libera seus filiados, dirigentes e mandatários, para declararem seus votos e manifestarem seu apoio de acordo com sua consciência e com os valores e princípios partidários.
Seguiremos trabalhando para oferecer as melhores alternativas aos eleitores e construir um Brasil melhor para todos.
Rodrigo vai apoiar Tarcísio em SP e marca encontro com Bolsonaro
O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), entrou em acordo com Tarcísio de Freitas (Republicanos) para declarar apoio ao candidato de Jair Bolsonaro (PL) ao Governo de São Paulo.
Nesta terça-feira (4), Rodrigo também tem um encontro com o presidente na capital paulista, indicando que o apoio a Bolsonaro na corrida pela Presidência também está encaminhado.
Rodrigo terminou o primeiro turno da eleição em terceiro lugar, com 18,4% dos votos válidos, e não avançou para o segundo turno, numa derrota histórica para o PSDB no estado.
O apoio declarado dos tucanos paulistas a Tarcísio e Bolsonaro é um revés para as campanhas de Fernando Haddad (PT) e Lula (PT), que também buscavam atrair a sigla nesta segunda etapa da disputa em que enfrentam os bolsonaristas. Tarcísio terminou com 42,32% contra 35,70% do petista.
Na segunda-feira (3), a campanha de Haddad chegou a procurar interlocutores de Rodrigo, mas não teve contato direto com o governador.
De acordo com aliados de Rodrigo, o governador viu vantagem em fechar uma aliança com Tarcísio na expectativa de que o PSDB mantenha parte dos cargos e das secretarias que ocupa hoje na estrutura governamental, incluindo o Sebrae. A manutenção do comando da Assembleia Legislativa também é um pleito dos tucanos.
Os tucanos levaram em conta que Tarcísio e sua coligação não teriam quadros suficientes e precisariam do apoio do PSDB para tocar o governo. Além disso, o movimento de apoio também busca blindar que tucanos sejam alvo de investigações ou retaliações promovidas pelo eventual governo Tarcísio.
Pesou ainda o fato de que Tarcísio é considerado favorito para o cargo num estado que sempre elegeu governos de direita. O bolsonarista terminou o primeiro turno em primeiro lugar e tem rejeição menor do que o adversário Haddad.
O PSDB em São Paulo também considera o PT um adversário histórico e, de acordo com interlocutores de Rodrigo, não havia sentido apoiar os petistas no segundo turno.
No interior, prefeitos ligados ao PSDB já iniciaram um embarque na campanha de Tarcísio, a exemplo do prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira (PSDB). "Por coerência, não posso apoiar um candidato [Lula] que foi condenado e preso pelo maior escândalo de corrupção do nosso país. Luto contra a corrupção generalizada no PT há muitos anos", disse.
Rodrigo deixou a corrida eleitoral com mágoa dos adversários —os ataques de Haddad a ele contribuíram com a migração para Tarcísio. A campanha do PT preferia enfrentar Tarcísio no segundo turno, considerando que o bolsonarista seria menos competitivo e, por isso, centrou críticas em Rodrigo.
Haddad, por exemplo, questionou Rodrigo sobre o desconhecimento dos atos praticados pelo irmão Marco Aurélio Garcia, o Lelo, condenado por lavagem de dinheiro na chamada máfia do ISS.
De acordo com a coluna Mônica Bergamo, a condenação de Lelo gerou aversão da família de Rodrigo em relação a Haddad, já que o esquema foi investigado pela gestão do petista quando ele era prefeito da cidade de São Paulo.
Na campanha, o petista também tentou colar a imagem de Rodrigo na de Paulo Maluf, enquanto o tucano dizia que debutou na política durante a gestão de Mário Covas (PSDB).
A campanha de Haddad manteve peças ressaltando a ligação entre Rodrigo e o impopular João Doria (PSDB), além de o ex-prefeito ter feito fortes críticas ao governo e ao governador durante debates. O aumento de impostos na pandemia foi um ponto explorado pelo petista.
A questão dos ataques a Rodrigo e a menor artilharia contra Tarcísio é uma crítica forte por parte da equipe de Lula à equipe de Haddad. Os lulistas cobravam ataques mais fortes em Tarcísio para fragilizar o palanque de Bolsonaro em São Paulo, onde o presidente acabou, por fim, tendo mais votos que Lula.
Emissários de Lula chegaram a propor que Haddad amenizasse as críticas a Rodrigo, na expectativa de que, com o gesto, o tucano viesse a apoiá-los em um segundo turno.
Como mostrou a Folha, a eleição em São Paulo embaralha a busca de Lula por apoios na corrida presidencial, inclusive o do PSDB. A executiva nacional do PSDB, que se reúne nesta terça, tende a ficar em cima do muro e liberar os líderes para apoiar Lula ou Bolsonaro.
A sigla está dividida entre a bancada de deputados federais —que são mais próximos do bolsonarismo do que da esquerda— e os cabeças brancas, que preferem Lula. O ex-senador Aloysio Nunes (SP) já estava com o petista no primeiro turno, e o senador Tasso Jereissati (CE) declarou apoio nesta segunda.
Novo não atinge cláusula de barreira, vira partido nanico e tem desempenho criticado por Amoêdo
O Partido Novo elegeu somente três deputados federais e não atingiu a cláusula de barreira nas eleições deste ano. O dispositivo estabelece um porcentual mínimo de votos e de deputados eleitos para manter o acesso à propaganda eleitoral, ao fundo partidário e para ter participação garantida em debates na TV. Na disputa de 2022, cada partido precisava eleger ao menos 11 deputados federais ou conseguir 2% dos votos válidos. A sigla elegeu apenas Marcel van Hattem pelo Rio Grande do Sul, Adriana Ventura por São Paulo e Gilson Marques por Santa Catarina. Além disso, nestas eleições, o partido garantiu a eleição de cinco deputados estaduais espalhados pelo País e a reeleição de Romeu Zema no governo de Minas. O desempenho foi criticado por João Amoêdo, fundador e ex-diretor da sigla. “Com estes resultados, os candidatos do partido não terão participação garantida nos debates eleitorais até, pelo menos, 2028″, disse o empresário...
O ESTADÃO