Virada à paulista
A primeira pesquisa do Datafolha sobre o segundo turno da corrida ao Palácio dos Bandeirantes confirma o que o resultado da primeira rodada já indicava: a eleição complicou-se sobremaneira para o outrora líder Fernando Haddad (PT).
O bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), que foi o mais votado no último domingo (2), aparece agora com 50% das intenções, ante 40% do petista. Brancos e nulos somam 6%, e indecisos, 4%. Em votos válidos, são 55% a 45% para o candidato do Palácio do Planalto.
O antipetismo do eleitorado paulista, em particular o do interior, parece um dos fatores a explicar a arrancada de Tarcísio —ao que tudo indica, ele recebeu o voto útil de centristas e direitistas.
Essa hipótese se torna bastante verossímil quando se considera a votação do governador Rodrigo Garcia (PSDB). O tucano não estava tão atrás nas pesquisas, mas minguou nas urnas —um movimento sugestivo de que boa parte de seus potenciais eleitores migrou para o candidato bolsonarista.
São óbvias as dificuldades de Haddad agora. Viradas em segundo turno, embora obviamente possíveis, estão longe de ser a regra. Nunca aconteceram num pleito presidencial; nos estaduais e municipais, os postulantes que saem na frente confirmam a vitória em cerca de três quartos das vezes.
A rejeição ao ex-prefeito da capital, ademais, chega a 51%, enquanto a do rival é de 39%. Quanto aos padrinhos presidenciáveis, cumpre recordar que Jair Bolsonaro (PL) teve 48% dos votos válidos em São Paulo no primeiro turno, ante 41% de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Entre os eleitores de Rodrigo, 57% afirmam que ele deveria apoiar Tarcísio agora, enquanto 39% se inclinam por Haddad —os demais pregam voto branco ou nulo ou dizem não saber. O dado reforça a percepção de que, ideologicamente, os apoiadores do governador estão mais próximos do candidato do Republicanos.
O próprio Rodrigo, que encerrará um período de 28 anos de hegemonia tucana em São Paulo, já escancarou sua preferência —ou ao menos sua aposta política. Na terça-feira (4), declarou "apoio incondicional" a Bolsonaro e Tarcísio, num movimento que rachou ainda mais o já combalido PSDB.
Figuras históricas do partido, ainda identificadas à social-democracia, apressaram-se em distanciar-se do governador e declarar voto em Lula no segundo turno. Rodrigo perdeu ainda três de seus secretários, que não admitiram cerrar fileiras com o presidente.
Trata-se de desfecho um tanto melancólico para o sétimo mandato consecutivo do partido no estado, acentuando o esvaziamento nacional refletido na eleição de apenas 13 deputados federais.
Pesquisa revela cenário eleitoral na disputa presidencial no RS
Correio do Povo
Um levantamento do instituto Paraná Pesquisas, divulgado nesta sexta-feira, mostrou como está a corrida à presidência da República no segundo turno entre os eleitores do Rio Grande do Sul. Foram entrevistados no Estado 1.540 eleitores por meio de entrevistas pessoais com eleitores com 16 anos ou mais em 60 municípios entre os dias 4 e 6 de outubro. A pesquisa atingiu um nível de confiança de 95%, com uma margem estimada de erro de 2,5 pontos percentuais para os resultados gerais.
De acordo com a Resolução-TSE n.º 23.600/2019, a pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o n.º BR-06988/2022. Pesquisa foi contratada pelo Diretório do Partido Liberal no Rio Grande do Sul.
Estimulada
Jair Bolsonaro (PL): 51,8%
Lula (PT): 38,8%
Não sabe/Não respondeu: 4,4%
Nenhum/ Branco/Nulo: 5%
Estimulada - Votos válidos
Jair Bolsonaro (PL): 57,2%
Lula (PT): 42,8%
Pesquisa PoderData: Lula, 52%, Bolsonaro, 48% no segundo turno
Pesquisa PoderData divulgada nesta quinta-feira, 6, mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 52% dos votos válidos para o segundo turno da eleição presidencial, enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem 48%. A distância entre ambos, de apenas 4 pontos, é a menor já registrada por esse instituto de pesquisa em um embate direto entre eles.
Quanto aos votos totais, considerando brancos e nulos, o candidato do PT tem 48% da preferência; Bolsonaro, 44%. O presidente tem ampla vantagem entre os evangélicos (69% a 31%). A maior vantagem do petista está entre eleitores do Nordeste (67% a 33%).
O levantamento consultou 3.500 eleitores por telefone entre os dias 3 e 5 de outubro. A margem de erro é de 1,8 pontos porcentuais, para mais ou para menos. O código de registro na Justiça Eleitoral é BR-08253/2022.
O ESTADÃO SP
Bolsonaro lidera em SP com 55,9% dos votos válidos, indica Paraná Pesquisas
Renato Souza, do R7, em Brasília
Uma pesquisa para a Presidência da República realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas em São Paulo mostra que o presidente Jair Bolsonaro (PL) lidera as intenções de voto no estado para o segundo turno. De acordo com o levantamento, o atual chefe do Executivo tem 55,9% dos votos válidos, seguido por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 44,1%.
Segundo o levantamento, 5,6% pretendem votar nulo ou em branco e 4% não sabem ou não responderam.
Ao todo, de acordo com o instituto, foram ouvidas 1.810 pessoas em 75 municípios entre 4 e 6 de outubro. A pesquisa, registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-01901/2022, tem índice de confiança de 95% e margem de erro de 2,4 pontos percentuais, para mais ou para menos. A maioria dos entrevistados era do sexo feminino, representando 53% da amostra analisada.
Durante a pesquisa, o instituto também ouviu os eleitores para entender as opções de voto para o cargo de governador. O ex-ministro e candidato Tarcísio de Freitas lidera a disputa. De acordo com o levantamento, o candidato do Republicanos tem 50,4% das intenções de voto, contra 38,4% de Fernando Haddad (PT).
De acordo com os dados, votos em branco e nulos somaram 5,9%, e não sabem ou não responderam, 5,3%. No cenário de votos válidos, Tarcísio de Freitas chegou a 56,8%, e o petista, a 43,2%.
Arquidiocese diz que não convidou Bolsonaro para Círio de Nazaré e afirma não permitir uso político
A arquidiocese de Belém afirmou em nota divulgada na noite desta sexta-feira (7) que não convidou o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, para participar do Círio de Nazaré, uma das maiores celebrações religiosas e populares do país.
A unidade da Igreja Católica, responsável pela organização da festa, disse ainda que o acesso do candidato à embarcação da Marinha é uma responsabilidade da própria Força e que não está permitida a utilização política ou partidária do evento religioso.
Bolsonaro decidiu usar o Círio de Nazaré no Pará para fazer campanha na tentativa de reeleição.
A campanha de Bolsonaro confirmou a presença dele no chamado Círio fluvial, quando uma imagem de Nossa Senhora de Nazaré é colocada numa embarcação da Marinha e levada de um distrito de Belém até o centro da cidade, seguida de jet skis e embarcações com capacidade para até 700 pessoas.
O presidente chegou à Base Aérea de Belém no começo da noite desta sexta-feira (7).
"Tomamos conhecimento da presença do senhor presidente da República, Jair Bolsonaro, na Corveta da Marinha Garnier Sampaio durante a romaria fluvial", cita a nota divulgada depois das 22h desta sexta.
"Comunicamos não ter havido nenhum convite da parte da arquidiocese de Belém, nem da diretoria da festa de Nazaré, a qualquer autoridade seja em nível municipal, estadual ou federal. Entretanto reconhecemos ser responsabilidade da Marinha do Brasil o acesso à referida embarcação", diz a nota, assinada pelo arcebispo de Belém, dom Alberto Taveira Corrêa.
"Cabe ao arcebispo de Belém a condução da imagem peregrina em todas as etapas de embarque e desembarque do Garnier Sampaio", afirma. "Temos o dever de observar a plena liberdade de qualquer cidadão ou cidadã de participar dos eventos do Círio de Nazaré. Todavia, não desejamos e nem permitimos qualquer utilização de caráter político ou partidário das atividades do Círio."
A romaria fluvial, a ser realizada neste sábado (8), não é vista como uma das principais do Círio de Nazaré.
Conforme o que consta na agenda divulgada pela campanha de Bolsonaro, a participação do presidente se limitaria a essa romaria.
Segundo integrantes da arquidiocese de Belém, uma das responsáveis pela festa, a Presidência da República fez contatos na quinta (6) para repassar orientações sobre a presença de Bolsonaro no Círio. Ele deve ficar no navio da Marinha para recepcionar a imagem de Nossa Senhora de Nazaré.
A confirmação da presença do candidato na festa causou desconforto entre integrantes da arquidiocese. A diretoria da festa vinha mantendo o silêncio a respeito.
O gesto do candidato é considerado raro na arquidiocese. O ex-presidente Lula (PT), que disputa o segundo turno das eleições com Bolsonaro, disse que não vai comparecer para evitar uso político de um evento religioso. O governador reeleito do Pará, Helder Barbalho (MDB), aliado de Lula, vem criticando o uso político do Círio por Bolsonaro.
Os festejos do Círio de Nazaré começaram na terça (4). Nesta sexta, houve uma romaria rodoviária, um trecho de 57 quilômetros que envolve Belém, Ananindeua e Marituba.
No sábado, logo cedo, a imagem é levada até o distrito de Icoaraci. O navio da Marinha, onde Bolsonaro deve estar, sai do Porto Naval e vai até o distrito para buscar a imagem.
A procissão fluvial, então, é realizada, um percurso de 26 km de navegação. Cerca de 500 embarcações devem acompanhar a romaria.
À tarde, no sábado, ocorre a romaria que é considerada a segunda mais importante do Círio, entre a basílica e a catedral. Esta romaria é feita com a imagem original —as anteriores usam o que os católicos chamam de imagem peregrina.
Nesta romaria já existem as cordas, que puxam o carro com a imagem e que são procuradas por multidões de fiéis. Para esta romaria, segundo a arquidiocese, é esperado 1,5 milhão de pessoas, num percurso de 3,7 km.
A principal romaria ocorre no domingo (9), quando são esperados 2 milhões de pessoas. Os eventos do Círio prosseguem pelos dois fins de semana seguintes, conforme a arquidiocese de Belém.
O Círio é realizado há mais de 200 anos na capital do Pará, e é considerado uma das maiores manifestações católicas do mundo.