Neymar envia avião com doação de suprimentos para atingidos por tragédia no Rio Grande do Sul
Escrito por Diário do Nordeste/Estadão Conteúdo
O atacante Neymar, do Al-Hilal, foi mais um atleta a se mobilizar para ajudar pessoas afetadas pelas inundações no Rio Grande do Sul. O camisa 10 enviou um jatinho particular com doações de suprimentos para os atingidos pela tragédia no estado nesta terça-feira.
Em conteúdo divulgado pelo atleta, é possível ver a aeronave carregada com produtos alimentícios e de higiene. "Momento delicado que o nosso Brasil está passando e ajudar nunca é demais, independente da sua condição financeira, o que importa é o que você carrega no coração. Não gosto e não curto postar tudo que faço ou ajudo porque, quem faz... Faz pelo coração, e não por engajamento", escreveu Neymar.
O atacante ressaltou ainda que a publicação visa incentivar mais pessoas a ajudarem as vítimas da tragédia que assolou o Rio Grande do Sul.
"Desde já, agradeço aos pilotos das minhas aeronaves e a todas as pessoas envolvidas. Tô aqui de longe orando pra que tudo volte ao normal… meu pai está cuidando e dando todo auxílio possível", disse o jogador.
De acordo com a Defesa Civil, o desastre climático no estado já deixou 85 mortos, mais de 130 desaparecidos e milhares de pessoas desabrigadas. Além de Neymar, outros atletas se prontificaram a ajudar as vítimas. É o caso de Caíque, goleiro do Grêmio. Ele utilizou um jet-sky no resgate de pessoas ilhadas Sergio Rochet, arqueiro do Inter, também prestou solidariedade ao auxiliar os necessitados fazendo a distribuição de alimentos.
Relatório da CPI da Enel que pede fim do contrato com a empresa é aprovado na comissão
Com o fim dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou a má prestação de serviços pela Enel Distribuição na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), os membros do órgão colegiado votaram, nesta terça-feira (7), o relatório final. O documento, aprovado por unanimidade, reúne achados e ações a serem tomadas no âmbito da concessão. Uma delas é o pedido de caducidade do contrato junto a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
No que diz respeito ao que foi solicitado para a Aneel, estão dentre outras medidas: alterações no convênio com a Agência Reguladora do Ceará (Arce), abertura de processo de fiscalização rigoroso da Enel, providências para a companhia elétrica ser punida, pedidos de esclarecimentos da concessionária sobre obras especiais atrasadas e a instauração de um processo administrativo disciplinar para formalizar o pedido de encerramento do contrato.
O responsável pelo relatório, o deputado Guilherme Landim (PDT) afirmou que o texto traz, além dos encaminhamentos para a Aneel, outros 39 que serão direcionados para outros órgãos de controle e fiscalização. Algumas questões, pelo que falou o parlamentar, deverão parar em organismos como o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), o Procon, o Decon e a Defensoria Pública, para poderem judicializá-las.
A lista de instâncias acionadas inclui ainda o Legislativo federal. “Solicitamos ao Congresso Nacional que possa rever a legislação dessas concessões e entre com uma CPI contra a Aneel, porque o problema vem de lá de cima. Se ela fizesse o trabalho dela, as empresas não estariam fazendo nos estados o que a Enel tem feito aqui no Ceará”, completou Landim, que salientou que o próprio órgão federal tem descumprindo suas resoluções.
Presidente da CPI da Enel, Fernando Santana (PT) relembrou o trabalho que antecedeu a instalação da comissão. “Há mais de dois anos estamos trabalhando com o foco de mostrar ao povo e, mais ainda, para a Enel que ela está trabalhando de forma errada no estado do Ceará”, alegou. “Estamos pedindo a caducidade do contrato. Pela nossa interpretação, não podemos pedir menos que o cancelamento desse contrato”, frisou Santana ao falar com o Diário do Nordeste.
Ao que apontou o relatório da CPI, houve o descumprimento de cláusulas dos contratos de compra e venda da extinta Companhia Energética do Ceará (Coelce) e de concessão da distribuição e de normativas da Aneel. Deveriam ser garantidas por estas exigências:
- O acordo para investimentos especiais formalizado pela Coelce com o Estado;
- A realização de manter ou melhorar o nível de qualidade do fornecimento de energia elétrica;
- A não imposição de ônus para o solicitante ou consumidor na prestação do serviço de distribuição de energia;
- A concessão de benefício tarifário a que o consumidor e os demais usuários têm direito.
Pelo que indicou o resultado da CPI, de 1998 a 2002, quando o fornecimento de energia era de responsabilidade da estatal, o investimento médio foi de 21,23% da receita operacional líquida. Já entre 2019 e 2023, a Enel teria reduzido a média, que passou a ser de 15,73% do montante líquido resultante da operação.
Landim relatou que o diretor-presidente da Enel Ceará, José Nunes, na oitiva feita pela Alece, apresentou dados que acusam um investimento de R$ 6,7 bilhões nos últimos seis anos. Entretanto, o percentual destinado ao atendimento comercial, em torno de 3,9%, foi baixo e menos de 10% do total investido foi para manutenção da rede no período.
O QUE DIZ A INVESTIGADA
Por meio de nota, a Enel se manifestou afirmando que “está alinhada aos desejos de melhoria dos consumidores no estado”. Conforme informou a empresa, foi apresentado aos deputados e à sociedade um plano de investimentos que envolve R$ 4,8 bilhões até 2026, para a melhoria da qualidade do fornecimento, modernização do sistema e novas contratações.
“Dentro do plano de investimentos, além do reforço significativo das equipes de profissionais próprios que atuam em campo — contratação de 1.750 novos colaboradores até 2026 — destaca-se a intensificação das manutenções preventivas, o aumento do número de podas preventivas e a modernização da rede elétrica. Por ano, a companhia planeja realizar mais de 50 mil manutenções, cerca de 320 mil podas e inspeções em 90 mil pontos da rede elétrica em todo o estado”, detalhou.
Ao que alegou a companhia de eletricidade, foram incluídas no plano a construção de quatro novas subestações, a modernização de outras três e a ampliação de 10 subestações, de modo que serão beneficiados cerca de 2 milhões de clientes.
“A companhia também irá construir mais de 170 km de rede de alta tensão para apoiar os novos pontos de suprimentos. Além da alta tensão, até 2026, cerca de 10 mil km de média e baixa tensão serão construídos, para dar apoio às estruturas e conexão de novos clientes. De equipamentos e materiais, mais de 13 mil transformadores e 123 mil postes serão inseridos na infraestrutura atual. Já na área de atendimento, a companhia está planejando investir em abertura de novas lojas e na reforma das existentes, além da ampliação de canais digitais, autoatendimento e unidades móveis”, completou.
Comissão de Orçamento analisa mudanças na LDO de 2024 nesta quarta-feira
O relator do projeto (PLN 4/24) que modifica a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2024 (LDO), deputado AJ Albuquerque (PP-CE), acatou proposta que permite ao governo executar com prioridade os recursos de emendas parlamentares ao Orçamento para cidades em situação de calamidade pública, que é o caso dos municípios gaúchos no momento.
O relatório deve ser votado nesta quarta-feira na Comissão Mista de Orçamento e na quinta-feira no Plenário do Congresso Nacional. A LDO estabelece as regras para a elaboração e execução do Orçamento.
A proposta relacionada aos afetados por calamidades foi feita por 13 deputados da bancada do Rio Grande do Sul e também prioriza municípios em situação de emergência de saúde pública. As emendas parlamentares são individuais na modalidade “transferência especial”, que são enviadas diretamente para as prefeituras.
AJ Albuquerque também acatou proposta que permite às agências financeiras oficiais de fomento, como o BNDES, concederem empréstimos com valor superior a R$ 30 milhões sem exigir dos tomadores a apresentação de políticas de integridade e conformidade. Em reunião da Comissão Mista de Orçamento nesta terça-feira, o deputado Claudio Cajado (PP-BA) disse que é contrário à mudança. “Isso simplesmente afasta todo o trabalho que o País teve para avançarmos enquanto governo responsável e que está dentro de mercados com critérios estabelecidos de forma muito clara com relação a financiamentos", afirmou. Para ele, a emenda é "um grande retrocesso”.
O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) disse que a mudança tem o objetivo de acelerar os contratos do Programa de Aceleração do Crescimento. “Essa exigência consta apenas da LDO, ela não consta de nenhuma outra lei no Brasil. Lógico que é uma exigência importante, é um progresso na política de integridade. Porém, nós precisamos dar tempo para que as empresas, as prefeituras se adaptem”, explicou.
LDO de 2025
O deputado Julio Arcoverde (PP-PI), presidente da CMO, indicou o senador Confúcio Moura (MDB-RO) para a relatoria do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025 (PLN 3/24). E o senador Jayme Campos (União-MS) foi eleito vice-presidente da comissão.
Reportagem - Silvia Mugnatto
Edição - Ana Chalub
Fonte: Agência Câmara de Notícias
Lula dá mais uma facada pelas costas em Haddad
Fernando Canzian / O ESTADÃO DE SP
O presidente Lula (PT) explicitou da forma mais transparente possível nesta terça (7) o que pensa da situação fiscal do Brasil. E como, se depender dele, o governo não atacará o déficit nas contas públicas que paralisa o país há anos —desde que sua protegida Dilma Rousseff arruinou o Orçamento.
No programa oficial "Bom dia, Presidente", detalhou o que pensa: "Eu às vezes fico um pouco irritado com esse negócio de déficit primário: vai ser zero, não vai ser zero. Veja, isso é uma discussão que nenhum país do mundo faz", começou.
Para acrescentar: "A dívida pública bruta dos Estados Unidos é 112% do PIB. A dívida do Japão é 235% do PIB. A dívida da Itália é quase 200%. Ou seja, esse não é o problema. Não é o problema ficar só olhando que você não pode gastar tanto. Você tem que saber se você está gastando ou se você está investindo."
Desde que o governo abandonou há algumas semanas as metas do arcabouço fiscal que ele próprio criou, os juros futuros de dez anos no país não param de subir, o que limitará investimentos privados.
O Banco Central também pode reduzir a marcha de corte na Selic, pressionando ainda mais a dívida pública, que atingiu 75,7% como proporção do PIB em março.
A dívida pública do Brasil de fato é menor do que as citadas por Lula. Mesmo assim, o país pagou R$ 720 bilhões em juros a uma minoria em 2023 para rolá-la —muitas vez mais do que os R$ 170 bilhões destinados a 21 milhões de beneficiários do Bolsa Família.
Mas a diferença fundamental é que os países citados por Lula têm dólares, ienes e euros como moedas. E o Brasil, o real, que se desvaloriza frente a elas cada vez que o país aumenta o rombo em suas contas.
Na entrevista, Lula disse que aprendeu economia com a mãe. O que dona Lindu não explicou é que esses países só podem ter dívidas altas porque suas moedas são consideradas reserva de valor. E que são ricos, com imensas classes médias. Assim, têm espaço para elevar a carga tributária e diminuir o endividamento em caso de emergência.
O Brasil não apenas já tem a maior carga tributária entre os emergentes como possui renda média per capita muitas vezes menor do que os países citados por Lula.
No conjunto, as declarações do presidente são mais uma facada pelas costas no ministro Fernando Haddad (Fazenda), que vem ensaiando discussões —com medidas impopulares, mas necessárias— sobre ajustes mais duradouros na Previdência e na vinculação de gastos em saúde e educação. Ao que parece, o ministro vai ficar falando sozinho.
Avaliação positiva do governo Lula cai e chega a 37,4%, aponta pesquisa CNT/MDA
Por Caio Spechoto (Broadcast) / o estadão de sp
BRASÍLIA – O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve queda na popularidade, segundo dados da pesquisa CNT/MDA divulgada nesta terça-feira, 7. Para 37,4% das pessoas, a gestão petista é boa ou ótima. No levantamento anterior, em janeiro, 42,7% avaliavam positivamente o governo. A diferença de 5,3 pontos porcentuais está acima da margem de erro da pesquisa, de 2,2 pontos porcentuais. No atual levantamento, 30,5% consideram o governo ruim ou péssimo. Eram 27,9% em janeiro.
A pesquisa, que está em sua 161ª, é bancada pela Confederação Nacional dos Transportes e executada pelo Instituto MDA Pesquisa. O nível de confiança é de 95%. As informações foram coletadas em 2.002 entrevistas presenciais de 1º a 5 de maio.
A aprovação do trabalho do presidente Lula também apresentou queda, mostra a pesquisa. Agora, 50,7% dos entrevistados responderam que aprovam o presidente, enquanto 43,7% disseram que desaprovam. A edição anterior do levantamento mostrou que Lula tinha 55,2% de aprovação e 39,6% de desaprovação.
A pesquisa CNT/MDA também fez a comparação entre os governo de Lula e do seu antecessor e principal adversário político, Jair Bolsonaro (PL). Para 43,3%, a gestão do petista é melhor que a anterior. Os que acham pior são 32,4%.
A tragédia no Sul conseguiu e Madonna ilustrou o que Lula quis e não fez: união nacional
Por Eliane Cantanhêde / o estadão de sp
A tragédia do Rio Grande do Sul, a maior da história do Estado, e o mega show da Madonna em Copacabana, o quinto mais concorrido do planeta, servem como lembrança de algo que há muito anda esquecido, ou desdenhado, no Brasil: a união faz a força de uma Nação e a radicalização não leva a nada. Todos os lados se uniram para socorrer o Estado e para ver Madonna.
A crise entre os poderes sucumbiu ao desastre do Sul, que uniu no mesmo avião e na mesma foto os presidentes Lula, Arthur Lira, da Câmara, Rodrigo Pacheco, do Senado, além do vice-presidente do Supremo, Édson Fachin. Simbologia: acima de ideologias, partidos e interesses, institucionais ou pessoais, está a responsabilidade pública, com estados, municípios, cidadãos.
No show de Madonna, regado a irreverência, sensualidade, igualdade e homenagens aos grandes, inclusive do Brasil, a meninada de amarelo entrou sambando e a ícone do pop desfraldou a bandeira verde e amarela com Pablo Vittar, num País campeão de assassinatos do grupo LGBTQIA+ e profundamente dividido, com o bolsonarismo monopolizando a bandeira nacional como sua.
Os casamentos, em tese, unem “na alegria e na dor”. Os brasileiros de todas as regiões, religiões e partidos, lulistas, bolsonaristas ou independentes, se uniram na alegria em Copacabana e na dor no Sul, em grandes demonstrações de solidariedade. Até campeões de surf correram para ajudar no resgate de grávidas, bebês, velhos e pets. São de esquerda? De direita?
E, mais do que simbólicas, as reuniões de Lula com o governador Eduardo Leite, ministros e presidentes de poderes produziram ações de emergência e de reconstrução do Estado: verbas sem limites fiscais, renegociação da dívida, flexibilidade para gastos dos municípios, canalização de emendas parlamentares.
As Forças Armadas saem de manchetes sobre golpes e entram com 13.400 homens, helicópteros e aeronaves. O MST, sempre tão demonizado, distribui milhares de quentinhas. Ambos levando segurança e alento para milhares que perderam tudo e saíram de suas casas sem ideia de quando, e se, vão voltar. A tragédia apagou o passado e não desenha o futuro. Devastador, mas a mão amiga, o prato de comida, a garrafa d’água, o cobertor… vão ficar para sempre na memória de quem doou e de quem recebeu.
O difícil é a solidariedade e a união durarem. Os poderes e a solidariedade são rápidos na emergência, mas logo recuam quando as águas secam e as vítimas são enterradas. Acabou o show de Madonna? Parou de chover? Junto com o Guaíba, a guerra entre os poderes, os interesses mesquinhos, a polarização e a incivilidade também voltam ao “normal”.