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Conheça o avião militar usado pela FAB para combate ao fogo no pantanal; veja vídeo

Fábio Pescarini / FOLHA DE SP

 

SÃO PAULO

A FAB (Força Aérea Brasileira) começou a usar nesta sexta-feira (28) um avião de transporte multimissão KC-390 Millennium para combate às chamas no pantanal.

Essa é a primeira vez que a Aeronáutica faz esse tipo de operação com a aeronave.

enorme avião fabricado pela Embaraer, com quase 34 metros de envergadura —da ponta de uma asa à outra— é operado pelo Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT)— Esquadrão Zeus, sediado na Base Aérea de Anápolis (GO).

Segundo a fabricante, o avião é equipado com um sistema modular aerotransportável de combate a incêndios (MAFFS II, sigla em inglês para Modular Airborne Fire Fighting System), capaz de descarregar até 3.000 galões de água (aproximadamente 11,3 mil litros), com ou sem retardante de fogo, de acordo com o critério de nível de cobertura padrão do solo e em diversos tipos de terrenos.

Conforme a Embraer, o equipamento, que conta com um um grande reservatório, pode ser rapidamente instalado ou removido do compartimento de carga da aeronave a partir de seu próprio trailer.

O reservatório de solo utilizado para fazer o reabastecimento de água na aeronave tem capacidade para 22 mil litros.

Os testes de voo que certificaram o equipamento foram realizados em setembro de 2022, após decolagem na fábrica em Gavião Peixoto, no interior de São Paulo.

O sistema de combate a incêndio requer apenas energia elétrica da aeronave para seu funcionamento, diz a fabricante de aviões.

No ar, os fortes jatos de água é lançada por um tubo acoplado na porta traseira da aeronave.

Conforme a Força Aérea, que iniciou em julho do ano passado os treinamentos de combate a incêndios com o KC-390 Millennium, a partir da Base Aérea de Anápolis, o equipamento aumenta significativamente a eficácia das operações, realizadas em baixas altitude e velocidade e em elevadas temperaturas.

"É possível manter a aeronave pressurizada, ou seja, sem comprometer a performance do KC-390", afirma a FAB.

O avião de transporte militar C-390 Millennium e sua configuração de reabastecimento aéreo, o KC-390, nasceu de um pedido da FAB em 2008 para substituir os velhos C-130 Hércules americanos de sua frota e teve investimento do governo em seu desenvolvimento.

O cargueiro é o principal produto da divisão de defesa da Embraer e nas suas configurações pode realizar uma ampla gama de missões de logística, transporte e lançamento de cargas e tropas, evacuação aeromédica, busca e resgate e missões humanitárias.

Nesta semana, o governo disponibilizou aeronaves militares para ajudar no combate. Como a Folha mostrou em reportagem recente, a falta de aviões e helicópteros atrasa as operações.

Sem o deslocamento rápido proporcionado por aviões e helicópteros, as equipes precisam recorrer a viagens de barco ou de carro que levam horas e atrasam o controle do fogo, que se espalha por grandes extensões.

A falta de apoio aéreo é o principal entrave ao combate aos incêndios no pantanal, segundo brigadistas de diferentes setores que atuam no bioma.

Em 2024, por uma mistura de fatores climáticos e humanos, os incêndios se alastram pela maior planície alagável do mundo de forma inédita para esta época do ano, o que coloca sob pressão —e dúvida— o plano de combate ao fogo dos órgãos públicos, sobretudo do governo federal.

AVIÃO KC 390 PARA FOGO

Conta de luz volta a ter taxa extra depois de mais de dois anos

Nicola Pamplona / FOLHA DE SP

 

Depois de mais de dois anos sem taxa extra na conta de luz, o brasileiro terá que pagar em julho R$ 1,88 por cada 100 kWh (quilowatt-hora) consumidos para sustentar o acionamento de usinas térmicas, mais caras do que as renováveis.

 

É a primeira vez, desde abril de 2022, que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) implanta a bandeira amarela sobre a tarifa. Em todo esse período, o elevado volume de chuvas e o crescimento da geração renovável mantiveram a conta sem taxas extras.

 

Em nota, a Aneel diz que a decisão responde à previsão de chuvas abaixo da média até o fim do ano e à expectativa de consumo acima do normal no inverno, que terá temperaturas superiores à média histórica. Assim, espera-se um acionamento maior de usinas térmicas no período.

O sistema de bandeiras tem quatro diferentes níveis. A verde representa que o sistema está ajustado e não cobra taxa extra na conta de luz. As outras têm valores diferentes para cada 100 kWh consumidos: a amarela, R$ 1,885; a vermelha patamar 1, R$ 4,465; e a vermelha patamar 2, R$ 7,877.

 

Os valores são revistos a cada ano. Em 2024, a Aneel aprovou reduções entre 20% e 37%. Em nota, disse que os cortes foram aprovados "devido ao cenário hidrológico favorável, à grande oferta de energia renovável no país e aos alívios verificados no preço dos combustíveis fósseis no mercado internacional".

 

Agora, afirma em nota que as projeções de chuva e demanda já vêm impactando o preço da energia no mercado atacadista, chamado PLD (preço de liquidação das diferenças) e o risco hidrológico das hidrelétricas, que podem gerar menos do que os valores contratados.

 

"Com o sistema de bandeiras, o consumidor consegue fazer escolhas de consumo que contribuem para reduzir os custos de operação do sistema, reduzindo a necessidade de acionar termelétricas", diz a Aneel.

 

Antes das bandeiras, prossegue, o consumidor não tinha a informação de que a energia estava mais cara e, portanto, não tinha um sinal para reagir ao aumento.

 

"Dessa forma, o consumidor ganha um papel mais ativo na definição de sua conta de energia. Ao saber, por exemplo, que a bandeira está vermelha, o consumidor pode adaptar seu consumo para ajudar a reduzir o valor da conta".

 

O sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015 e reflete o custo variável da produção de energia, no país.

 

Em 2021, diante da seca severa nas bacias das regiões Sudeste e Centro-Oeste, o governo acabou criando uma bandeira adicional, chamada de bandeira de escassez hídrica, que tinha valor de R$ 14,20 por 100 kWh consumidos.

Lula poderá desarranjar uma economia razoavelmente equilibrada se insistir na gastança

Por Rolf Kuntz / O ESTADÃO DE SP

 

Com desemprego em queda, inflação no espaço de tolerância, consumo em alta e contas externas em ordem, as finanças públicas são a área principal de incerteza econômica no País. Se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva insistir na gastança, poderá desarranjar uma economia razoavelmente equilibrada e em condições de crescer com segurança. O alerta vem sendo acionado, seguidamente, por suas falas em defesa de uma política orçamentária frouxa. O problema, segundo ele, é saber “se precisa efetivamente cortar ou se a gente precisa aumentar a arrecadação”.

 

Dólar em alta e agitação financeira têm sido efeitos imediatos dessa retórica — eventos acompanhados, nos últimos dias, de ferozes catilinárias presidenciais contra os especuladores do mercado. Lula continua muito menos empenhado em entender do que em xingar o mercado e o presidente do Banco Central (BC)Roberto Campos Neto. De vez em quando, até aceita falar sobre contenção de gastos, atendendo à insistência do ministro da FazendaFernando Haddad, associado, nessa pressão, à colega do PlanejamentoSimone Tebet. Mas esse discurso dura pouco e é difícil acreditar num efetivo compromisso presidencial de austeridade financeira.

 

O governo brasileiro pode e deve gastar mais, segundo o presidente Lula. No Brasil, de acordo com ele, a dívida pública é muito menor que a observada em outros países. Na média, a dívida observada em países da OCDE, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, equivale a 123% do Produto Interno Bruto (PIB). Na China, corresponde a 83%. No Japão, a 237%. No Brasil, anda próxima de 75%. Poderia ter citado mais exemplos, como França, Itália e outros desenvolvidos. Mas faltaria lembrar a diferença entre os juros pagos pelos Tesouros desses países e aqueles cobrados do setor público brasileiro. O complemento desse discurso deveria incluir alguma consideração sobre o risco atribuído pelos emprestadores a cada um desses governos.

 

O risco associado ao setor público brasileiro pode ser exagerado, neste momento, mas é explicável por uma história de irresponsabilidades e de má administração. É preciso, sem dúvida, consertar essa imagem, mas, para isso, será preciso converter em rotina a boa gestão das finanças federais. Neste século — para mencionar um período razoavelmente curto — o Brasil já acumulou o desastre fiscal deixado pela gestão Dilma Rousseff e o golpe do governo Bolsonaro contra os detentores de precatórios, créditos contra o governo reconhecidos pela Justiça.

 

No fim do ano passado, o presidente Lula editou medida provisória para liberar R$ 93 bilhões destinados a liquidar precatórios acumulados desde o período bolsonarista. Fortalecer a credibilidade financeira do governo federal tem sido um dos objetivos declarados do atual ministro da Fazenda. O buraco de R$ 48,64 bilhões nas contas federais de fevereiro foi causado principalmente pela liquidação de precatórios.

 

A área financeira do atual governo tem procurado consertar problemas acumulados em anos de irresponsabilidade. Ao apoiar esse esforço, o presidente Lula contabiliza a seu favor o apoio a um respeitável trabalho de correção e saneamento. Por enquanto, o ministro da Fazenda parece dispor, juntamente com a ministra do Planejamento, de uma forte sustentação no Palácio do Planalto. Mas compromissos de seriedade fiscal têm apoio limitado no Congresso e são com frequência sabotados no Executivo. Além disso, austeridade financeira e rigorosa seleção de gastos podem conflitar com padrões petistas, mais favoráveis à identificação entre governar e gastar.

 

O presidente Lula mostrará compromisso com a seriedade se continuar apoiando o uso moderado e criterioso do dinheiro público. Isso deverá envolver uma seleção cuidadosa dos investimentos e uma escolha rigorosa das políticas sociais. O rótulo “social” é tão insuficiente quanto a palavra “investimento” para indicar o uso produtivo e socialmente útil do orçamento. Muitos bilhões foram desperdiçados, neste século, em projetos mal concebidos, mal-executados e frequentemente emperrados. O ministro Haddad parece saber disso. Parte do governo nem parece dar alguma importância a esse tipo de preocupação.

Foto do autor
Análise por Rolf Kuntz

Jornalista

 

 

Qual o saldo das entrevistas de Lula?

Por Vera Magalhães / O GLOBO

 

O governo Lula 3 superou a marca dos 500 dias em maio. O mês de junho foi marcado por uma turnê de entrevistas do presidente a rádios e portais de internet, algo sempre bem-vindo, pois a prestação de contas é primordial em governos democráticos. Mas qual o saldo das falas do petista? Se for feita uma pesquisa, provavelmente o que mencionarão serão as críticas, em diferentes tons de agressividade, ao Banco Central, à política monetária e ao presidente da instituição, Roberto Campos Neto.

 

No dia da primeira das entrevistas da série, à CBN, o dólar fechou em R$ 5,43, maior patamar desde janeiro de 2023. Durante a fala ao UOL, na última quarta-feira, a moeda americana rompeu o patamar de R$ 5,50 pela primeira vez desde janeiro de 2022. Não adianta o presidente perder a esportiva e chamar de “cretinos” os que apontam coincidência entre suas falas e os movimentos do câmbio, porque a entrevista foi ao vivo, e a oscilação da moeda em tempo real. Claro que a depreciação do real não se deve exclusivamente às entrevistas do presidente, mas xingar a imprensa, ainda mais com dados imprecisos, não retira o peso das palavras.

 

Uma rodada de entrevistas geralmente é pensada pela equipe de assessoria de governantes para comunicar alguma ideia-guia específica. Aos 500 dias, o que Lula pretendia destacar? Quais as conquistas, os programas em andamento, os próximos projetos prioritários e o que tem sido feito para chegar aos objetivos? Pouco se soube a esse respeito nas falas de Lula, e não por responsabilidade da imprensa, como pode vir a reclamar o presidente, pelo que se depreende da disposição de incorrer no surrado expediente de culpar o mensageiro.

 

O ano de 2023 foi de êxito na resistência a uma tentativa de golpe de Estado por parte de bolsonaristas, gestada pelo próprio Jair Bolsonaro ao longo de quatro anos no poder e, sobretudo, nos dias finais em que se trancou no bunker do Alvorada. Também foi um ano em que o governo teve apoio no Congresso desde a transição, que lhe rendeu a PEC ampliando a margem para gastos, depois, a aprovação de reformas como o arcabouço fiscal e a tributária. A economia reagiu bem, o crescimento superou a expectativa, a inflação andou na linha, os juros começaram a cair, o emprego foi positivo.

 

E em 2024? O governo começou o ano com o pé torto, tentando desfazer projetos do Congresso por Medida Provisória, revendo a meta fiscal antes de ela completar um ano de aprovação e fracassando em tentativas de equilibrar as contas aumentando a arrecadação — receita que também funcionou em 2023, mas que agora cobra uma contrapartida em contenção de gastos, que Lula se recusa a enfrentar.

 

A tragédia do Rio Grande do Sul drenou esforços, recursos e atenções. Representou um bom momento de Lula como governante neste ano, se mostrando empático, presente, ágil e assertivo nas iniciativas de socorro ao estado devastado por uma catástrofe climática inédita. É difícil avaliar quanto a imagem de um político pode se beneficiar de um evento tão dramático, mas pesquisas que mostraram a interrupção na queda da avaliação do petista ao menos sugerem que a população, e não só a gaúcha, aprovou a ação sem rodeios no Sul.

 

Diante dessa cronologia, fica difícil entender por que o presidente optou por desperdiçar uma vitrine em rádios e portais nacionais e regionais para ficar de picuinha com o presidente do BC, transformando-o em adversário, especulando sobre a própria sucessão, ressuscitando Bolsonaro e até fazendo apostas de alto risco, como dizer que só presidente incompetente não se reelege, quando se vê, mundo afora, uma alternância de mandatos maior que a História mostrava nas décadas passadas.

 

O saldo, portanto, do road show de entrevistas de Lula, para seu próprio governo, é o oposto da disparada do dólar: bastante negativo.

‘Escolas Nota 10’ premiadas pelo Governo do CE estão sem receber valor da recompensa desde a edição 2018

Thatiany Nascimento / DIARIONORDESTE

 

A premiação Escola Nota 10, criada por lei, em 2009, pelo Governo do Ceará e concedida anualmente às escolas públicas municipais a partir do desempenho dos alunos está com o pagamento atrasado. A recompensa  reconhece as unidades cujos estudantes do 2º, 5º e 9º ano do ensino fundamental tiveram os melhores resultados de aprendizagem no Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (Spaece), avaliação externa feita, todo ano, pela Secretaria da Educação do Ceará (Seduc) nos 184 municípios. 

Conforme apurado pelo Diário do Nordeste, escolas premiadas pelo Governo em 2018, 2019 e  2022 (já que 2020 e 2021 não teve devido à pandemia de Covid) - na gestão de Camilo Santana e Izolda Cela e também na atual, de Elmano de Freitas, já que anúncio de 2023 se refere a 2022, - ainda não receberam o dinheiro

Este ano, a edição do Escola Nota 10 relativo ao desempenho de 2023, conforme anunciado pela Seduc, ocorrerá nesta sexta-feira (28), no Centro de Eventos, em Fortaleza. Mas, enquanto aguardam o anúncio das unidades reconhecidas, profissionais lotados em escolas premiadas, alegam nas redes sociais e também em contato com o Diário do Nordeste que o pagamento das edições anteriores ainda está pendente. 

A premiação foi criada justamente para servir de indutor para melhoria do desempenho das escolas no Spaece, que mede o nível de alfabetização (no 2º ano) e português e matemática nas demais séries, e é reconhecida como uma iniciativa extremamente relevante pelas redes municipais que são atreladas às prefeituras.  

QUEIXAS E AUSÊNCIA DE INFORMAÇÃO

Nas redes sociais, profissionais destacam como o não pagamento das bonificações tem comprometido a credibilidade da premiação que é bem vista pelos trabalhadores e gestores da educação. Esse cenário, argumentam, gera desânimo para quem foi agraciado e aguarda, e um certo descrédito da premiação historicamente tida como significativa pelas comunidades escolares. 

“Descaso”, “professores passam de 5 a 6 anos esperando”, "minha escola foi premiada no ano passado e não recebemos nada" e "desmotiva qualquer equipe gestora a trabalhar por resultados melhores se não recebemos o incentivo que merecemos": esses são alguns dos relatos feitos nas redes sociais por profissionais da educação sobre o prêmio. 

Diário do Nordeste tentou contato com diversos profissionais que publicaram as queixas, mas embora elas estejam em ambientes virtuais abertos ao público, muitos preferiram não serem identificados na matéria. 

 Nos contatos, no entanto, foi reiterado atraso do pagamento. Um funcionário de uma escola premiada em 2018 relatou ao Diário do Nordeste que a unidade onde trabalha, no Litoral Norte, “foi esquecida” no pagamento do prêmio e que mesmo tendo sido reconhecido o desempenho dos alunos do 5º, o dinheiro ainda não foi pago. “Não tivemos nenhuma explicação e nem se fala sobre essas premiações”, completou. Ele reforçou que a situação não é pontual no município, sendo um problema generalizado. 

Uma gestora da Secretaria Municipal de Educação de uma cidade do Sertão Central também disse ao Diário do Nordeste que “não é um problema só no nosso município, todas as escolas premiadas estão na mesma situação”.  De acordo com ela, os gestores têm aguardado o anúncio da premiação 2023 nesta sexta-feira (28) para saber o que será resolvido sobre os anos anteriores. 

O QUE DIZ A SEDUC?

A  Seduc foi contactada na quarta-feira (26) pelo Diário do Nordeste sobre a situação. As seguintes questões foram enviadas à pasta: 

  1. Procede a informação de que o pagamento da premiação das Escolas Nota 10 está atrasada desde 2018? Se sim, qual a justificativa para essa situação? 
  2. Houve algum atraso pontual, pois algumas escolas estão reclamando do não pagamento?  Se sim, esse atraso ocorre em quais cidades?
  3. Se estiver em atraso, quando os valores serão pagos?
  4. É possível discriminar o valor (pago) ou a ser pago para cada escola contemplada no prêmio em 2018, 2019 e 2022?

Em nota enviada ao Diário do Nordeste, nesta quinta (27), a Seduc confirmou o atraso e informou que “em decorrência das restrições relacionadas à legislação eleitoral e aos desafios impostos pela pandemia, as transferências de recursos para as escolas premiadas foram temporariamente interrompidas”.

Segundo a pasta, a regularização dos repasses “começa na próxima semana, logo após realização da primeira solenidade de premiação pós-pandemia, destinada às Escolas Nota 10 do biênio 2022-2023”. 

A Seduc também reforçou que o Prêmio “é uma das principais políticas públicas educacionais do Estado, servindo como um mecanismo essencial para a melhoria dos resultados de aprendizagem dos estudantes do Ensino Fundamental das redes municipais” e que, “diante das impossibilidades legais desses períodos anteriores, o Ceará se destacou ao estruturar rapidamente ações de apoio às escolas”. 

De acordo com a pasta, “foi feita reconfiguração orçamentária destinada à recomposição das aprendizagens dos estudantes das redes municipais, por meio do Pacto pela Aprendizagem”.  Na iniciativa, foram investidos, diz a Seduc, “mais de R$ 44,5 milhões em apoio pedagógico, implementação do tempo integral, fortalecimento das competências socioemocionais e melhorias na infraestrutura das escolas”.

O QUE É O PRÊMIO ESCOLA NOTA 10?

O Prêmio Escola Nota Dez foi criado pelo Governo do Ceará através da Lei 14.371/2009 e sofreu algumas alterações. No mais recente, passou a ser regida pela Lei 15.923/2015 e regulamentada pelo Decreto 32.079/2016. Pela norma, as escolas premiadas devem receber recursos financeiros para aplicá-los em projetos educacionais. 

Mas a premiação também considera as escolas com o pior desempenho. Nesse caso, enquanto as bem colocadas são beneficiadas com o prêmio, as segundas (no qual se considera o desempenho dos alunos do 5º e 9º ano) devem receber apoio financeiro por parte do Governo e técnico por parte das escolas bem sucedidas para desenvolver projetos educativos. 

O dinheiro pago na premiação é oriundo do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecop) .

Para receber o prêmio, a escola precisa atender aos seguintes critérios: 

  • Ter no momento da avaliação do Spaece pelos menos 20 alunos matriculados no Ensino Fundamental regular. 
  • Ter média de Índice de Desempenho Escolar: IDE Alfa – entre 8,5 e 10,0 IDE 5º ano – entre 7,5 e 10,0 IDE 9º ano – entre 7,5 e 10,0 3. Ter no mínimo 90% de alunos avaliados pelo Spaece.  
  • O município deverá ter no mínimo 70% de alunos do 2º ano EF da rede no nível Adequado da escala do Spaece e 30% dos alunos no nível adequado da escala de LP e de MT do 5º ano, como condição para que sua rede possa receber o prêmio com exceção do município de Fortaleza.

Cada escola premiada deve receber o equivalente a R$ 2 mil por cada aluno avaliado. Já para aquelas que ainda precisam melhorar os resultados, o valor do apoio financeiro é de R$ 1 mil por aluno avaliado. 

O pagamento das premiadas é feito em duas parcelas. No caso do melhor desempenho ocorre da seguinte forma: 

  • primeira parcela de 75% do valor total devido à escola deve ser disponibilizado pela Seduc após a aprovação do Plano de Aplicação de Recursos Financeiros
  • segunda de 25% deve ser repassada após a escola atender às seguintes condições: comprovação da execução da ação de cooperação técnico pedagógica com as escolas que tenham obtido os menores resultados; manutenção ou elevação do bom desempenho alcançado e melhoria dos resultados da escola apoiada.

No caso das escolas com os piores desempenho, a contribuição financeira é repassada em duas parcelas de 50% cada. 

Cada escola com bom desempenho fica obrigada a desenvolver, por 2 anos, em parceria com uma das escolas de menor desempenho, ações de cooperação técnico-pedagógica com a finalidade de melhorar os resultados de aprendizagem dos alunos. No caso das escolas de baixo desempenho, a transferência da segunda parcela da contribuição financeira está condicionada ao atingimento das metas de melhoria dos resultados. 

 

 

Geração de empregos perde fôlego, e abertura de vagas cai 15% em maio, mostra Caged

Por — Brasília / O GLOBO

 

 

O Ministério do Trabalho divulgou dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) nesta quinta-feira. Em maio, o país teve um saldo de abertura de empregos formais de 131,8 mil - uma queda de aproximadamente 23 mil novos postos de trabalho em relação a maio de 2023, ou de 15,31%.

 

O Rio Grande do Sul foi o único estado com redução na abertura de vagas. Foram 22 mil novos postos a menos em maio deste ano no estado, fortemente afetado por enchentes no período. Assim praticamente toda a queda na geração de vagas ocorreu por causa do Rio Grande do Sul.

 

– Creio que vamos voltar a ter números positivos em agosto – disse o ministro do Trabalho, Luiz Marinho.

 

No acumulado do ano, de janeiro a maio, o saldo foi de 1,88 milhão de postos de trabalho. Um resultado melhor do que o mesmo período em 2023, quando o saldo de novos postos foi de 874 mil 289. O número acumulado, porém, é menor do que o de 2022, quando foram gerados 1,103 milhão de empregos e do que em 2021, quando o montante foi de 1,162 milhão de novos postos.

 

-- Se não fosse o Rio Grande do Sul, teríamos empatado com maio do ano anterior. Tivemos alta de novos postos em todos os estados da federação, com exceção do Rio Grande do Sul. O Rio Grande do Sul tem segmentos que estariam contratando agora. No acumulado de seis meses, poderíamos ter resultados melhores -- disse a assessora especial do Ministério do Trabalho, Paula Montagner.

 

O estado que mais gerou postos de trabalho foi São Paulo, com 42, 3 mil novos empregos, seguido por Minas Gerais, com 19,4 mil e Rio de Janeiro, com 15, 6 mil. Os que menos geraram novos postos foram Amapá, com 316 postos e Tocantins, com 527 novos empregos.

 

O salário médio real de admissão em maio foi de R$2.132,64, estabilidade em relação a abril, com queda de apenas R$3,30.

 

– A maior parte das contratações estão ocorrendo em faixas salariais mais baixas. Quem contrata mais, fica com média menor de salários – explicou Paula Montagner.

 

Os cinco grandes agrupamentos de atividades econômicas registraram saldos positivos, sendo a maior geração de postos no setor de serviços, com 69 mil novos empregos formais. A agropecuária registrou elevação de 19,8 mil vagas, a construção civil de 18,1 mil, a indústria também de 18,1 e o comércio de 6,3 mil.

No setor de serviços, a maior quantidade de empregos foi gerada em serviços de escritório e apoio administrativo, atividades de vigilância e segurança privada, limpeza em prédio e domicílios. A administração pública também foi responsável por parcela importante dos postos, 24, 2 mil.

Lula chama de cretinos os que dizem verdades factuais

Por Fabiano Lana / O ESTADÃO DE SP

 

Em 2014, a agressiva campanha de Dilma Rousseff à reeleição criou um personagem para ridicularizar qualquer pessoa que apresentasse prognósticos não favoráveis à economia brasileira: o Pessimildo. Eram peças criadas pelo marqueteiro João Santana que terminavam assim: “chega de pessimismo, pense Dilma”. O triste é que já no começo de 2015, após a vitória da presidente, estava mais que óbvio que o Pessimildo estava errado. O Brasil se encontrava em situação muito pior do que a mais negativa das pessoas imaginava no ano anterior e entramos numa espiral de recessão, inflação, déficit público - uma crise sem fim da qual ainda não nos recuperamos. Dilma nem mesmo sobreviveu como presidente ao caos que ajudou a criar.

 

O presidente Lula resolveu dar mais uma volta no parafuso. Agora os pessimistas se tornaram “cretinos”, conforme declaração dada hoje junto ao chamado Conselhão, no Palácio do Itamaraty. Sofreram ataques do presidente apenas por falarem algo auto evidente. Além de toda a questão internacional, que precisa ser levada em conta, a falta de compromisso do presidente com metas fiscais, reiterada em diversas situações, têm provocado uma série de consequências, nenhuma delas positiva para a população como um todo.

 

Podemos citar que o Real é uma das moedas com menor desempenho em comparação ao dólar em todo mundo no ano; que a instabilidade já afeta a cesta de consumo brasileira, sobretudo de alimentos; que o déficit em maio, de R$ 60,9 bilhões, é o pior resultado para o mês nos últimos 27 anos; que a bolsa brasileira já perdeu R$ 43 bilhões em 2024, assim como sobem o risco Brasil e o juros futuros.

 

O mercado, em qualquer lugar do mundo, não é exatamente uma instituição política. São agentes muitas vezes anônimos, amorais, e pulverizados que por trás de toda a complexidade das operações agem de maneira elementar: colocam dinheiro no que pode gerar lucro e tiram o dinheiro quando sentem cheiro do prejuízo – erram e acertam nesse processo. Cada declaração de Lula no sentido de que as nossas contas não precisam ser ajustadas como quer o mercado, o resultado visível é que buscam outro lugar para colocarem seus recursos. E, pior, como país deficitário, o Brasil precisa desesperadamente desse capital desses gestores “maus”.

 

Curiosa a explicação dos petistas para a conjuntura atual. Invocam os números da inflação e do desemprego além do crescimento econômico de cerca de 3% em 2024 para dizer que está tudo bem e os críticos (os comentaristas) são contra o país. Ora, no tempo da Dilma o PIB também havia crescido 3% em 2013, na época das eleições o desemprego estava com as taxas mais baixas da história, e a inflação ainda não havia disparado. A preocupação com déficit público apenas se iniciava. Para que olhava para cima, não em direção ao horizonte, o céu estava azul.

 

Logo, se você analisamos a fotografia, podemos estar nos conformes. Mas no filme existem riscos futuros porque certas condições pré-caos dilmista se repetem – assim como a mentalidade de alguns de nossos governantes. E, assim como sua ex-pupila política, Lula tenta contornar o problema das contas acreditando no seu gogó e investindo contra os críticos. Em breve, com a substituição do presidente do BC Roberto Campos Neto, por alguém à escolha do PT, nem bode expiatório não terão além dos comentaristas... Aliás, Roberto Campos tem agido de maneira algo temerário na política, mas bom lembrar que patrocinou a subida dos juros em 2022, ano eleitoral, prejudicando Jair Bolsonaro. Já pararam para pensar que numa eleição decidida por tão pouco as ações do BC naquele ano foram mais favoráveis a Lula do que ao então presidente? Já agradeceram ao Roberto Campos?

 

Enfim, Lula com certeza vive a enorme nostalgia de ter comandado um país que cresceu a uma taxa superior a 7% em 2010, para sua consagração interna e externa. Tudo isso sem ele ter patrocinado nenhuma reforma importante em seus mandatos, na onda do crescimento que beneficiou praticamente todos os países emergentes produtores de commodities no planeta.

 

Os tempos atuais são mais duros e há uma parte da população e da classe política que pratica uma oposição de maneira quase feroz. Acabou a moleza. Muitas vezes, aqueles comentaristas que alertam sobre os riscos no desequilíbrio das contas fazem apenas o seu dever de dizer o que consideram ser fidedigno. Até porque já pagamos na nossa história várias vezes o preço da irresponsabilidade com as finanças públicas e a conta sempre fica mais cara para os de fato pobres.

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Opinião por Fabiano Lana

Filósofo e consultor político

Contas públicas têm rombo de R$ 61 bi em maio, segundo pior para o mês na história

Idiana Tomazelli / folha de sp

 

pagamento do 13º aos beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e as despesas extras para enfrentar a calamidade no Rio Grande do Sul levaram as contas do governo central a acumularem déficit de R$ 61 bilhões em maio, informou nesta quarta-feira (26) o Tesouro Nacional.

Trata-se do segundo pior resultado para o mês na série histórica, iniciada em 1997. Um resultado mais negativo só foi observado em 2020, quando a União precisou abrir os cofres públicos para enfrentar a pandemia de Covid-19 e registrou um rombo de R$ 165,1 bilhões, em cifras atualizadas.

As contas do governo central incluem Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social.

Com o resultado de maio, as finanças públicas revertem o quadro positivo observado nos primeiros quatro meses, e agora acumulam um déficit de R$ 30 bilhões no ano.

Nessa comparação, o dado também é o pior para o período desde 2020, mas há influência negativa do calendário do 13º do INSS e da antecipação no pagamento de sentenças judiciais (precatórios).

Em 12 meses, o governo central acumula déficit de R$ 268,4 bilhões, em valor corrigido pela inflação, equivalente a 2,36% do PIB (Produto Interno Bruto).

O ministro Fernando Haddad (Fazenda) traçou o objetivo de alcançar um déficit zero em 2024, mas a margem de tolerância criada pelo novo arcabouço fiscal autoriza um resultado negativo em até R$ 28,8 bilhões sem configurar estouro da meta.

Na segunda avaliação do Orçamento, divulgada em julho, o governo estimou um déficit de R$ 27,5 bilhões, incluindo R$ 13 bilhões em despesas extraordinárias decorrentes da calamidade no Rio Grande do Sul. Como esses gastos podem ser descontados da meta fiscal, o dado que vale para o cumprimento da regra é estimado em déficit de R$ 14,5 bilhões.

O alcance desse resultado, porém, depende de R$ 168,3 bilhões em receitas extras a partir de medidas aprovadas pelo Congresso Nacional —algumas das quais têm tido performance abaixo do esperado.

Como mostrou a Folha, a negociação especial para contribuintes derrotados pelo voto de desempate nos julgamentos do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) —principal medida de arrecadação para 2024, calculada em R$ 55,6 bilhões— teve adesão zero até agora.

Nesta quarta-feira, (26) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) colocou em dúvidas a necessidade de efetuar um corte de gastos para melhorar o equilíbrio fiscal do governo. O mandatário afirmou que será preciso analisar se a questão pode ser resolvida com aumento da arrecadação.

"O problema não é que tem que cortar. Problema é saber se precisa efetivamente cortar ou se precisa aumentar a arrecadação. Temos que fazer essa discussão", afirmou o presidente, em entrevista ao portal UOL.

A pressão para o governo cortar gastos cresceu nas últimas semanas com o aumento da desconfiança dos investidores com o compromisso do governo Lula de garantir o equilíbrio das contas públicas.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já repetiu que os esforços do governo com relação às contas públicas era o de evitar cortes que impactem os trabalhadores e os mais pobres —um discurso de que Lula também se utiliza.

Lula critica STF por decisão sobre maconha: ‘A Suprema Corte não tem que se meter em tudo’

Por Victor Ohana (Broadcast) e Sofia Aguiar (Broadcast) / O ESTADÃO DE SP

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o fato de o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir sobre descriminalização do porte da maconha. Segundo ele, o tema não deveria precisar de ser submetido à deliberação da Corte Suprema do Poder Judiciário.

 

Lula afirmou que, se um dia fosse solicitado por um ministro do STF para dar um conselho sobre o assunto, diria para recuar. “A Suprema Corte não tem que se meter em tudo. Ela precisa pegar as coisas mais sérias sobre tudo o que diz respeito à Constituição e virar senhora da situação, mas não pode pegar qualquer coisa e ficar discutindo, porque aí começa a criar uma rivalidade que não é boa, a rivalidade entre quem manda, o Congresso ou a Suprema Corte”, disse.

 

Lula classificou, no entanto, como “nobre” a diferenciação entre o consumidor e o traficante de maconha, após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de descriminalizar o porte da droga para usuários.

 

Em entrevista ao portal UOL, nesta quarta-feira, 26, Lula afirmou ser necessária a regulamentação do porte de maconha. “Eu acho que é nobre que haja diferenciação entre o consumidor, o usuário e o traficante. É necessário que a gente tenha uma decisão sobre isso, não na Suprema Corte, pode ser no Congresso Nacional, para que a gente possa regular”, declarou.

 

O presidente disse ainda que a avaliação sobre o porte da maconha deveria ser “da ciência e não do advogado”. Ele disse ainda que sugeriu ao presidente do STF, Luís Roberto Barroso, que convocasse uma reunião com a comunidade médica para discutir o tema. O STF formou maioria para a descriminalização do porte da maconha para usuários, em sessão na terça-feira, 25.

Menções à corrupção no governo Lula disparam nas redes sociais

Por Sergio Denicoli / o estadão de sp

 

As menções à corrupção no governo Lula têm disparado nas redes sociais. Este ano, as publicações sobre o tema já tiveram um crescimento de 97,3%, em relação a todo o ano passado, segundo dados da AP Exata Inteligência Digital. Como ainda estamos em junho, se o governo seguir desatento a essa narrativa, corre o risco de tornar a corrupção novamente protagonista principal das conversações sobre a gestão federal.

 

Na última eleição presidencial, a ideia de corrupção foi sempre o maior obstáculo para o crescimento do PT, tendo pautado, durante toda a disputa, a militância da direita, que centrou nessa questão os ataques ao então candidato Lula.

 

Mas, apesar de sua relevância e onipresença nas discussões sobre o pleito, o tema acabou sendo eclipsado pelas preocupações mais imediatas com a economia, em particular a inflação, e pela bem sucedida campanha da esquerda, que colocou a defesa da democracia como um agregador de votos. Isso atraiu muitos eleitores de centro, que torciam o nariz para o PT, mas acabaram escolhendo o candidato do partido.

 

No entanto, os dados mostram que o assunto voltou com força, se tornando uma grande pedra no sapato do governo Lula. A narrativa ganhou tração especialmente com a crise do arroz, que emergiu como um catalisador, reacendendo as discussões sobre a integridade do governo, diante de uma licitação que virou um escândalo político e acabou sendo anulada.

 

Informações de que algumas empresas vencedoras da concorrência não tinham capacidade técnica e financeira para a entrega de centenas de milhares de toneladas de arroz suplantaram o discurso de que o governo agiu para impedir a alta de preços do alimento, após as fortes chuvas que afetaram o Rio Grande do Sul, que é um dos estados-chave no cultivo de arroz no Brasil.

 

Alegações de superfaturamento e favorecimento de empresas ligadas a políticos desencadearam uma onda de indignação nas redes sociais. A isso somou-se outro escândalo – o indiciamento do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, pela Polícia Federal, por suspeitas de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e fraude em licitação. Lula defendeu o seu ministro, o que intensificou as críticas.

 

Em 2023, o volume de menções sobre corrupção relacionadas ao governo Lula já era significativo, com cerca de 598 mil publicações ao longo do ano, de acordo uma amostra feita a partir de dados observados no X, de forma geolocalizada em 145 cidades do País, em todas as regiões. Em 2024, esse volume já é de cerca de 1,18 milhão de menções.

 

As redes sociais, portanto, têm desempenhado um papel fundamental na amplificação dessas discussões, se mostrando como um termômetro das preocupações e insatisfações da população, que mostra uma demanda crescente por maior transparência e correição.

 

Se o governo não conseguir demonstrar um firme compromisso com a retidão e a responsabilidade no uso dos recursos públicos, a imagem dele poderá ficar seriamente comprometida. Sem agir nessa direção, a administração corre o risco de se tornar sinônimo de escândalos e má gestão, o que pode ter consequências devastadoras e repetir um filme que o Brasil já assistiu e que, certamente, não quer repetir.

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Opinião por Sergio Denicoli

Autor do livro TV digital: sistemas, conceitos e tecnologias, Sergio Denicoli é pós-doutor pela Universidade do Minho e pela Universidade Federal Fluminense. Foi repórter da Rádio CBN Vitória, da TV Gazeta (Globo-ES), e colunista do jornal A Gazeta. Atualmente, é CEO da AP Exata e cientista de dados.

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