Covid-19: Brasil registra 29,7 milhões de casos e 658 mil óbitos
O Ministério da Saúde divulgou hoje (24) novos números sobre a pandemia de covid-19 no país. De acordo com levantamento diário feito pela pasta, o Brasil acumula 29.767.681 casos confirmados da doença e 658.310 mortes registradas.
Em 24 horas, o ministério contabilizou 37.690 casos e 312 óbitos por covid. O total de pacientes recuperados da doença somam 28.407.457 (95,4% dos casos).
Estados
O estado de São Paulo tem o maior número de casos acumulados desde o início da pandemia: 5,2 milhões, além de 166,9 mil óbitos. Em seguida estão Minas Gerais (3,3 milhões de casos e 60,6 mil óbitos), Paraná (2,4 milhões de casos e 42,8 mil óbitos) e Rio Grande do Sul (2,2 milhões de casos e 38,9 mil óbitos).
Edição: Paula Laboissière / AGÊNCIA BRASIL
Bolsonaro tem ainda muita tinta na sua caneta para gastar a seu favor nas eleições
Adriana Fernandes*, O Estado de S.Paulo
O presidente Jair Bolsonaro tem ainda muita tinta na sua caneta para gastar a seu favor nas eleições deste ano.
Como assim?
Essa foi a pergunta que muitos leitores fizeram à coluna diante da reportagem do Estadão que mostrou que o governo Bolsonaro tinha uma “folga” de R$ 45 bilhões para aumentar a aposta em corte de impostos e até lançar mão de subsídios sem furar a meta fiscal.
Até agora, todos os olhos estavam voltados para buscar (com dribles) espaço no teto, regra que impõe um limite anual para as despesas com base na variação da inflação.
A confusão é natural porque o Brasil tem muitas regras fiscais, e a meta fiscal, que trata do resultado primário (calculado pelo valor das receitas menos despesas sem contar o pagamento dos juros da dívida), acabou ficando em segundo plano após a criação do teto em 2016.
Ocorre que em 2022 o limite para ampliação de despesas ficou tomado. Também ficou mais difícil politicamente fazer novos furos no teto depois da festa do ano passado. A consequência é que o espaço para medidas fiscais que possam garantir benefícios eleitorais passou a ser do lado das receitas.
É por isso que só este ano o governo já abriu mão de R$ 49,8 bilhões em redução de receitas e mesmo assim a arrecadação ficará R$ 87 bilhões maior do que a prevista quando o Orçamento foi aprovado.
O presidente pega carona nesse cenário e usa a sua caneta para reduzir os tributos e atender a todo tipo de demandas (até mesmo para cortar imposto de carro importado, jet ski e motocicletas) que só olham o curto prazo.
O movimento está longe de acabar porque as receitas têm sido favorecidas pela inflação alta e pela elevação do preço do petróleo, que vai engordar em mais R$ 37,2 bilhões o caixa do governo. Estão bombando.
A meta folgada de déficit de R$ 170,4 bilhões abriu a porteira para essa onda de desonerações embalada no cenário eleitoral.
O governo pode optar em adotar um novo subsídio aos combustíveis, como quer Bolsonaro, abrindo crédito extraordinário sem afetar o teto nem decretar estado de calamidade para suspender as regras fiscais. Basta ter espaço na meta fiscal e uma justificativa “perfeita” para editar o crédito. Esse tipo de crédito não entra no limite do teto, mas o mesmo não acontece com a meta fiscal. Ao contrário do teto, as despesas com esse crédito entram no cálculo da meta. Daí que olhar para a folga fiscal que a meta permite passou a ser importante. É claro que ela pode ser mudada pelo Congresso. Já vimos esse filme tantas vezes.
*REPÓRTER ESPECIAL DE ECONOMIA EM BRASÍLIA
Governo entrega sistemas de abastecimento de água no Ceará
O presidente Jair Bolsonaro e uma comitiva de ministros participaram de solenidade em Quixadá (CE), na tarde desta quarta-feira (23), para o lançamento da Força-Tarefa das Águas, que prevê a execução de obras de abastecimento de água no semiárido nordestino. A cidade fica no sertão central do Ceará, a cerca de 160 quilômetros de Fortaleza.
Foram entregues, oficialmente, 74 sistemas simplificados de abastecimento, que vão atender 15 municípios, 90 comunidades e mais de 23 mil habitantes. Na região, também estão foram inaugurados cerca de mil poços artesianos, que devem beneficiar 58 mil pessoas.
A cerimônia faz parte das comemorações do Dia Mundial da Água, celebrado nesta terça-feira (22).
"A água é um bem inigualável. Cada vez mais estamos concluindo a transposição do Rio São Francisco e trazendo dignidade a todos vocês", disse Bolsonaro em seu discurso.
A Força-Tarefa das Águas envolve diferentes instituições federais, como a Fundação Nacional de Saúde (FNS), a Companhia de Desenvolvimento do Vale do Rio São Francisco (Codevasf), o Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), além dos ministérios da Cidadania, Desenvolvimento Regional, Saúde e Defesa. A meta do governo é atender 1,5 milhão de pessoas com perfuração de poços, implantação de cisternas e de sistemas simplificados de abastecimento de água.
Mais cedo, em outra agenda oficial, desta vez em Paudalho (PE), o presidente Jair Bolsonaro participou do lançamento da pedra fundamental da Escola de Formação e Graduação de Sargentos do Exército. A nova escola militar das Forças Armadas dará mais de 2,4 mil oportunidades para jovens que desejam seguir a carreira militar. O investimento é de mais de R$ 1,5 bilhão.
Edição: Fernando Fraga / AGÊNCIA BRASIL
Em Quixadá, Bolsonaro exalta ministros nordestinos, nega corrupção e faz críticas a Lula e a Camilo
Escrito por Igor Cavalcante, / DIARIONORDETE
O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a fazer uma série de acenos aos eleitores do Nordeste durante a passagem por Quixadá, no Ceará. Na cerimônia de lançamento do programa "Força Tarefa das Águas", ele exaltou o papel dos ministros nordestinos em seu governo, em aproximação aos eleitores da região.
O chefe do Executivo federal ainda atacou o ex-presidente Lula (PT) e criticou governadores brasileiros, entre eles o cearense Camilo Santana (PT). Bolsonaro também negou que haja corrupção em seu Governo.
PT
Em seu discurso, Bolsonaro criticou governos recentes do PT, tanto o liderado pelo ex-presidente Lula quanto o do governador Camilo Santana.
"Vejo com satisfação, depois de três anos, a volta do patriotismo. Cada vez mais, as cores verde e amarelo são vistas pelos quatro cantos do País. Vamos deixando para trás a cor vermelha, a cor do comunismo, a cor do atraso e da corrupção", disse.
"Quando se fala em corrupção, nós temos o que falar. Temos três anos e três meses de governo sem qualquer denúncia de corrupção em nossos ministérios (...) Tentam nos igualar aos que nos antecederam, mas não conseguirão"JAIR BOLSONARO (PL)Presidente da República
A fala do presidente ocorre em um momento de pressão contra ele, após um áudio revelado pela Folha de S. Paulo mostrar o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmando que daria prioridade a pedidos de recursos de pastores.
Ribeiro ainda afirmou, na gravação, que a liberação de recursos foi um "pedido especial" de Bolsonaro. Até agora, o presidente não comentou o caso.
PANDEMIA
O presidente também voltou a criticar as medidas adotadas para combater o avanço da Covid-19 no País. Assim como fez em outras visitas ao Ceará, Bolsonaro atacou os governadores.
"Lamentamos os anos 2020 e 2021, onde a pandemia se abateu sobre nós e a política equivocada e desastrosa do 'fique em casa, a economia a gente vê depois', de muitos governadores, fez com que muita gente perdesse sua renda. O Governo Federal não fechou uma só casa de comércio", disse.
Neste momento, o discurso do presidente foi interrompido por seus apoiadores, que gritavam "fora, Camilo".
"Governar é assumir desafios, correr riscos e decidir. Nós sempre estivemos do lado certo, fui certamente um dos raros chefes de estado do mundo que não adotou a conduta daqueles que defendiam o politicamente correto naquele momento", disse.
NORDESTE
Em outro momento, o presidente foi novamente interrompido pelos apoiadores que gritavam contra Lula. "Agora que estou no Nordeste, estou com ministros cabra da peste, mostrando como não era difícil a Transposição do São Francisco (...) Vocês lembram quem administrou o Brasil entre 2003 e 2015? Sabem quem esteve na Presidência?", instigou Bolsonaro. Que foi seguido por gritos de "Lula, ladrão" dos apoiadores.
"É um País riquíssimo, mas que foi roubado em um passado curto. Mostrando isso, mostrando o que estamos fazendo, sinalizamos a vocês que o Brasil não é mais o País do futuro, é o País do presente", acrescentou.
Em diversas falas, os ministros ressaltaram os investimentos feitos pelo Governo Federal no Nordeste. A região, historicamente, apoia o ex-presidente Lula ou candidatos indicados pelo petista.
QUIXADÁ
O presidente visitou a cidade para inaugurar a central de abastecimento no município, construída com recursos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). A unidade deve servir de projeto-piloto para o programa, que será ampliado para os outros estados nordestinos e para Minas Gerais.
Na cerimônia, o presidente entregou 74 Sistemas Simplificados de Abastecimento de Água (SSAA), que contemplam 15 municípios, 90 comunidades e 23.808 cearenses. Também inaugurou 973 poços, que beneficiarão 58.380 moradores da região.
Ordens de serviço para a construção de 182 SSAA, alcançando 61 municípios, 189 comunidades e 35.516 pessoas; e para construção de mais 427 poços, que vão atender mais 25.620 pessoas, também foram assinadas no evento. As obras serão concluídas em aproximadamente 5 meses.
ALIADOS
O presidente chegou a Quixadá cercade de aliados. Ele desfilou em carro aberto pela cidade ao lado do deputado federal Capitão Wagner (PL), pré-candidato ao Governo do Ceará.
Outros parlamentares também participaram do evento, entre eles os deputados federais Domingos Neto (PSD), Dr. Jaziel (PL) e Nelho Bezerra (Pros); deputados estaduais André Fernandes (PL), Delegado Cavalcante (PL) e Dra. Silvana (PL); vereadores de Fortaleza Sargento Reginauro (Pros), Inspetor Alberto (Pros), Carmelo Neto (Republicanos) e Priscila Costa (PSC).
Brasil registra 394 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas
O Brasil registrou, desde o início da pandemia, 657.696 mortes por covid-19, segundo o boletim epidemiológico divulgado hoje (22) pelo Ministério da Saúde. O número total de casos confirmados da doença é de 29.682.615.
Em 24 horas, foram registrados 41.021 casos. No mesmo período, foram confirmadas 394 mortes de vítimas do vírus.
Ainda segundo o boletim, 28.286.808 pessoas se recuperaram da doença e 738.111 casos estão em acompanhamento.
Estados
São Paulo lidera o número de casos, com 5,1 milhões, seguido por Minas Gerais (3,30 milhões) e Paraná (2,39 milhões). O menor número de casos é registrado no Acre (123,7 mil). Em seguida, aparece Roraima (154,8 mil) e Amapá (160,2 mil).
Em relação às mortes, São Paulo tem o maior número de óbitos (166.746), seguido de Rio de Janeiro (72.534) e Minas Gerais (60.601). O menor número de mortes está no Acre (1.990), Amapá (2.122) e Roraima (2.144).
Vacinação
Até hoje, foram aplicadas 391,5 milhões de doses de vacinas contra a covid-19, sendo 171,8 milhões com a primeira dose e 148,9 milhões com a segunda dose. A dose única foi aplicada em 4,7 milhões de pessoas. Outras 63,3 milhões já receberam a dose de reforço.
Edição: Lílian Beraldo / AGÊNCIA BRASIL
Média móvel de óbitos caiu 60,4% desde o pico da Ômicron, diz Saúde
O Brasil registrou queda de 60,4% na média móvel de óbitos por covid-19 desde o pico nas ocorrências causadas pela variante Ômicron. Segundo o Ministério da Saúde, o recuo foi de 895,36, em 18 de fevereiro, para 354,3, registrado na segunda-feira (21). A média móvel de casos caiu 77,7% desde o dia 5 de fevereiro, quando a pandemia atingiu a máxima histórica de casos, registrando média de 183 mil.
De acordo com a pasta, a vacinação contra a covid-19 é a principal responsável pela queda nos registros. Atualmente, 91,38% da população acima de 12 anos está vacinada com a primeira dose (D1) e 85,35% desse mesmo público está imunizada com a dose única ou com a segunda dose (D2).
Pesquisa da Universidade de Oxford indica que a vacinação aumenta em até 100 vezes a imunidade contra a doença. Até o momento, 41% do público vacinável tomou o reforço. Atualmente, 59,4 milhões de brasileiros estão prontos para o recebimento da dose de reforço, mas ainda não voltaram aos postos de vacinação. A mesma pesquisa indica 17,6 milhões de pessoas só receberam a primeira dose.
Vacinação
Ao todo, foram distribuídas 464,8 milhões de vacinas contra a covid-19. Dessas, 391,5 milhões de doses chegaram aos braços dos brasileiros como D1 e D2 – respectivamente 171,8 milhões e 153,7 milhões.
Na etapa da dose de reforço, 63,3 milhões de brasileiros acima de 18 anos, público-alvo dessa estratégia, receberam a proteção. Quanto ao público infantil, 8,9 milhões de crianças entre 5 e 11 anos tomaram a D1.
Edição: Fábio Massalli / AGÊNCIA BRASIL
Adesão a parcelamento do Simples Nacional vai até 29 de abril
Os micro e pequenos empresários e os microempreendedores individuais terão até 29 de abril para aderirem ao parcelamento especial de dívidas com o Simples Nacional. O Diário Oficial da União publicou hoje (22) resolução que define as regras para o Programa de Reescalonamento de Débitos do Simples Nacional (Relp).
A adesão ao parcelamento poderá ser feita na Secretaria Especial da Receita Federal; na Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), no caso de débitos inscritos em dívida ativa; e nas secretarias de Fazenda dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, para débitos com governos locais. A renegociação abrangerá os débitos com o Simples Nacional vencidos até a competência de fevereiro de 2022, com parcelas pagas em março.
Vetada pelo presidente Jair Bolsonaro no início do ano, a renegociação especial de débitos com o Simples Nacional foi restabelecida pelo Congresso, que derrubou o veto há duas semanas. No dia 18, o Diário Oficial da União publicou a lei complementar que estabeleceu o Relp.
Criado como medida de socorro a pequenos negócios afetados pela pandemia de covid-19, o Relp prevê o parcelamento de dívidas com o Simples Nacional em mais de 15 anos, com desconto na multa, nos juros e nos encargos legais. Os débitos poderão ser parcelados em até 188 meses (15 anos e oito meses). Desse total, as empresas pagarão uma entrada parcelada em até oito vezes mais 180 prestações.
Cada parcela terá valor mínimo de R$ 300 para as micro e pequenas empresas e de R$ 50 para o microempreendedor individual. Haverá desconto de até 90% nas multas e nos juros de mora e de até 100% dos encargos legais.
Modalidades
Haverá várias modalidades de parcelamento, que variam conforme o impacto da pandemia sobre o faturamento das empresas. Por meio da comparação entre o volume financeiro de março a dezembro de 2020 em relação ao observado no mesmo período de 2019, os contribuintes inscritos no Simples Nacional poderão fazer a adesão com parcelas de entrada e descontos diferentes. Empresas que fecharam durante a pandemia também podem participar.
A resolução estabelece os valores mínimos de entrada, que deverá ser parcelada em até oito meses, antes do pagamento do restante da dívida. A divisão foi feita da seguinte forma:
Perda de faturamento | Valor da entrada |
Menos de 15% | 12,5% da dívida consolidada |
A partir de 15% | 10% da dívida consolidada |
A partir de 30% | 7,5% da dívida consolidada |
A partir de 45% | 5% da dívida consolidada |
A partir de 60% | 2,5% da dívida consolidada |
A partir de 80% ou empresa fechada durante a pandemia | 1% da dívida consolidada |
Edição: Fábio Massalli / AGÊNCIA BRASIL
Em Fórum de Governadores, Ziulkoski pede integração entre Estados e Municípios
O presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, participou na manhã desta terça-feira, 22, do X Fórum Nacional de Governadores. Em sua fala, ele pediu a união dos gestores estaduais em relação a pautas que têm impactos expressivos nos cofres de Estados e Municípios. Coordenada pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, a reunião colocou em debate temas como tributação do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS) incidente sobre os combustíveis; corte no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); e flexibilização de medidas relativas à pandemia de Covid-19.
“Agradeço a oportunidade de estar aqui, mas está faltando, a meu ver, a integração entre Estados e Municípios”, disse Ziulkoski, ao listar medidas com reflexos em ambos os Entes, mas que não têm atuação forte por parte dos governos estaduais. Entre as medidas, ele citou o piso do magistério, cujo critério foi revogado com a Lei que regulamentou o novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), mas, a partir de portaria publicada pelo governo federal, teve percentual de reajuste definido em 33,24%, com impacto de R$ 30,46 bilhões em 2022 apenas aos Municípios.
“A questão do piso do magistério é gravíssima. O critério foi revogado com o novo Fundeb e estamos esclarecendo que ele não existe mais, sendo que o próprio MEC [Ministério da Educação] confirmou em seu site que houve essa revogação”, pontuou. Ziulkoski alertou aos governadores que ainda tramitam pelo menos 158 projetos de pisos salariais no Congresso Nacional.
Como solução, ele citou a urgência em aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 122/2015. O texto foi aprovado no Senado e em comissão especial da Câmara, faltando apenas a aprovação no Plenário da Casa. “O nosso movimento está trabalhando nessa pauta há anos para proibir a criação de novos encargos sem a fonte de custeio, incluindo os Estados nisso. Isso termina com essa festa que existe hoje no Brasil”, destacou. Dessa forma, poderão ser criadas despesas, como pisos salariais, mas tendo a necessidade de se indicar a fonte dos recursos para o seu custeio.
Também fizeram parte da fala de Ziulkoski a questão dos royalties do petróleo, que aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) há mais de dez anos acerca da distribuição dos recursos. “É uma grande confusão que existe no Brasil”, disse. Ele lembrou que essa pauta tem grandes impactos às finanças estaduais e que também é necessário estar unido para garantir uma solução.
A preocupação de Ziulkoski e a necessidade de união entre os Entes foi reforçada na fala do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa. Ele destacou que, além dos impactos aos Estados, os governadores precisam estar atentos aos recursos que deixam de chegar aos Municípios. “Precisamos também fazer essa discussão. Isso causa uma preocupação geral”, disse.
IPI e ICMS
Ao apresentar os temas da reunião, o governador do Piauí, Welington Dias, alertou que os governadores se colocam favoráveis a uma política de controle que permita baixar os preços do combustível, pela importância que social e econômica, mas criticou que o aumento seja creditado ao imposto de competência estadual. Ele apontou que mesmo com o congelamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) houve aumentos nos preços. Já em relação ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o governador mencionou que a medida representa “um crime eleitoral”. “Aqui mais grave, através de um decreto, uma medida totalmente inadequada, em um ano eleitoral, sem estudo do impacto, altera um tributo que afeta todos os níveis de governo”, disse.
O presidente do Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz), Décio Padilha, reforçou que o impacto do corte do IPI será de R$ 12 bilhões para Estados e Municípios. “Infelizmente, nos resta a judicialização. Ou, se não for assim, um corte de custeio que os Estados precisarão fazer”. Já em relação ao ICMS combustíveis, Padilha apresentou uma solução de regulamentação pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), mas, segundo ele, a estimativa é de R$ 14 bilhões de perdas apenas em relação ao diesel.
Ziulkoski pontuou que o movimento municipalista tem a mesma preocupação, trabalhando também fortemente junto ao Congresso Nacional para amenizar os impactos de medidas como essas. “Nós devemos nos encaminhar nessa mesma direção. Estamos trabalhando bastante no Congresso, porque nos resta atuar politicamente. Destaco que em relação a esses dois temas vamos acompanhar e agregar forças a vocês, pois, somando Estados e Municípios, os impactos ficam na ordem de R$ 30 bilhões”, mencionou.
Da Agência CNM de Notícias
Foto: Renato Alves / Agência Brasília
Zerar imposto da gasolina beneficia classe média alta e ‘não é uma boa política’, diz secretário de Guedes
Manoel Ventura / O GLOBO
BRASÍLIA — Num momento em que o presidente Jair Bolsonaro defende abertamente zerar os impostos federais sobre a gasolina, o Ministério da Economia avaliou nesta terça-feira que essa medida não é uma “boa política” pública. O secretário especial do Tesouro e Orçamento da pasta, Esteves Colnago, afirmou que subsidiar a gasolina beneficia principalmente a classe média alta.
o óleo diesel.
— O diesel é diferente porque está atendendo transporte urbano, caminhão, navios. Quem transporta alimentos e a população. Ele tem uma externalidade positiva e um efeito econômico mais evidente do que reduzir (o imposto da) gasolina, que em grande parte atende a classe média alta — disse o secretário.
O governo zerou os impostos federais sobre o óleo diesel, com impacto de R$ 19 bilhões nas contas públicas e de R$ 0,33 na bomba. Logo em seguida, Bolsonaro passou a falar publicamente na redução dos impostos federais sobre a gasolina.
Os impostos cobrados pelo governo federal sobre a gasolina representam R$ 0,69 no litro do combustível, com arrecadação de cerca de R$ 30 bilhões. Colnago admitiu que há pressão para reduzir o imposto, mas disse que essa não é uma boa política pública.
— A pressão está sempre presente. Para novas políticas públicas, para reduzir impostos. Existe essa pressão, (mas) nós entendemos que não é uma boa política, porque está atendendo a um pessoal de classe média alta. Eu deveria olhar aquele que mais precisa — disse.
alta, mas disse que reduzir o imposto desse produto é uma medida cara.
— É verdade sempre? Não. Ela é injustificável? Não. Eu estou falando que é muito caro e nós entendemos que há políticas mais adequadas se for o caso e quando for o caso. Nós entendemos que ainda não é o caso. As coisas podem evoluir nesse sentido? Podem. Mas nós entendemos que ainda não está nessa situação — avaliou.
A pressão pela redução dos preços dos combustíveis cresceu nas últimas semanas com a disparada do petróleo no mercado internacional causada pela guerra na Ucrânia. Colnago disse que este é um momento de esperar a evolução da guerra e dos impactos das medidas já adotadas.
— Entendemos que esse momento é de aguardar. Precisamos entender como vai evoluir, tanto a parte do câmbio quanto a guerra — disse.
O secretário alertou que todas as medidas têm um custo para a sociedade. As medidas serão tomadas “conforme a necessidade”, acrescentou.
— Temos que entender que todas as medidas que se adotam têm um custo para a sociedade. A medida necessária vai ser feita, mas ela precisa ser regrada. Não há uma possibilidade de gastos infinitos. A gente precisa fazer quando se caracterizar a necessidade. Nesse momento, é melhor esperar um pouco — afirmou.
Questionado se haveria um cenário em que se apresenta a necessidade de adotar medidas, como o valor do dólar e do barril de petróleo, ele disse que não.
— Não existe um turning point (ponto de virada) definido. O que você vai vendo é que medidas adotar de acordo com a situação que você está. Nós entendemos que estamos em um momento de aguardar — disse.
O secretário também foi perguntado sobre eventuais medidas focalizadas, como aumento temporário do Auxílio Brasil. Para isso, porém, ele disse que é necessário haver espaço no teto de gastos (a regra segundo a qual as despesas não podem crescer acima da inflação e que já limita o Orçamento).
— Quero aumentar o Auxílio Brasil? Não tem espaço no teto para isso. Há justificativa para o crédito extraordinário? Eu tenho dificuldade de visualizar isso — disse.
Presidente visita construção de ponte em Xambioá, sobre o Rio Araguaia
O presidente Jair Bolsonaro participou hoje (22) de uma vistoria aos trabalhos de construção da ponte sobre o rio Araguaia, no município de Xambioá, divisa entre os estados do Tocantins e Pará. Também participaram do evento o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), general Santos Filho.
“Temos tudo para mudar o destino do Brasil. Reconheço os problemas que temos enfrentado: inflação nos alimentos e [aumento de] preço nos combustíveis, consequência daquela política do ‘fica em casa, a economia a gente vê depois’. E consequência também de outros fatores, como uma guerra há dez mil quilômetros daqui”, afirmou Bolsonaro durante o evento de hoje, em Xambioá (TO).
A ponte Xambioá será a maior do estado e vai beneficiar 500 mil pessoas, além de contribuir para o desenvolvimento econômico de toda a região. Realizada pelo governo federal, a obra de 1,7 mil metros de extensão é um importante eixo de interligação entre Tocantins e Pará, na BR-153. O empreendimento é um dos mais relevantes do Ministério da Infraestrutura e uma demanda antiga da população dos dois estados.
O custo estimado da obra é de R$ 193,1 milhões e até o momento foram executados R$ 94,5 milhões. Na fase atual da obra, já foram executados 73% das fundações e blocos, 66% dos pilares e travessias e 22% das vigas e lajes.
Xambioá fica na margem direita do Rio Araguaia, e seu nome vem de um termo indígena que significa pássaro veloz. O município de São Geraldo do Araguaia está localizado à esquerda do rio. O empreendimento eliminará a travessia por balsa e possibilitará mais segurança, redução de fretes, menor tempo de viagem e melhores condições de trafegabilidade na região.
A expectativa é de que a ponte também estimule o desenvolvimento econômico da região, com um melhor escoamento da produção de bens e diminuição dos custos no transporte de cargas.
A ligação vai permitir também acesso mais rápido à BR-010, fundamental para ligar a região Norte, em especial o sudeste do Pará, ao Centro-Sul do país.
Edição: Denise Griesinger / AGÊNCIA BRASIL