Busque abaixo o que você precisa!

Datafolha: Reprovação a Bolsonaro sobe a 51%, novo recorde do presidente

SÃO PAULO

A reprovação a Jair Bolsonaro (sem partido) subiu e atingiu 51%, o maior índice nos 13 levantamentos feitos pelo Datafolha desde que o presidente assumiu o governo, em 2019.

A pesquisa foi feita presencialmente nos dias 7 e 8 de julho com 2.074 pessoas acima de 16 anos em 146 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou menos.

 

Rejeição a Bolsonaro alcança metade da população, de acordo com pesquisa XP/Ipespe

Redação, O Estado de S.Paulo

08 de julho de 2021 | 15h27

A rejeição ao presidente Jair Bolsonaro manteve a tendência de alta em relação às pesquisas anteriores, de acordo com o levantamento mais recente da XP/Ipespe. A avaliação negativa do governo é a pior desde a posse; vem aumentando nas últimas 11 rodadas e atingiu 52% dos entrevistados que apontam a administração como ruim ou péssima. Em outubro, eram 31%. Os que consideram o governo bom ou ótimo caíram de 39% a 25%.

De acordo com a XP/Ipespe, foram realizadas 1.000 entrevistas, de abrangência nacional, nos dias 5, 6 e 7 de julho. O instituto afirma que a margem de erro do levantamento é de 3,2 pontos percentuais, mas não informou qual o índice de confiança correspondente à margem. Sobre um pedido de impeachment do presidente, os favoráveis subiram de 46% a 49% da população. Os contrários eram 47% e hoje são 45%. Em relação ao cenário eleitoral, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem crescendo em relação aos demais potenciais oponentes. Faltando quinze meses até as eleições presidenciais, Lula atingiu 38% das intenções de voto, contra 26% de Bolsonaro.

Jair Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro em reunião com ministros do seu governo na terça-feira. Foto: Alan Santos/PR - 6/7/2021

A pesquisa XP/Ipespe salientou que a piora na imagem do governo está em descompasso com outros indicadores, como a melhora na percepção sobre o caminho da economia – oscilou de 29% para 30% a avaliação de que ela está no caminho – e diminuição do medo em relação à pandemia (os que dizem temer a pandemia caíram de 45% para 38%).

Em relação às suspeitas de desvios sobre a compra de vacinas, 81% dos entrevistados afirmaram ter tomado conhecimento, 63% creem que as denúncias devem ser verdadeiras, 41% acreditam que há participação de membros do governo e 15% avaliam que Bolsonaro é um dos envolvidos. A percepção de que o noticiário é negativo para Bolsonaro também seguiu crescendo e atingiu 60%.

Eleições 2022

Seguindo Lula, que tem 38% das intenções de voto, e Bolsonaro, que tem 26%, aparecem o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (10%), o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro (9%), o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (3%), o governador de São Paulo, João Doria (2%), e o líder do MTST, Guilherme Boulos (2%). 

Em outro cenário, com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, como candidato tucano no lugar de Doria, ele atinge 4%. Nesse mesmo cenário, Moro é substituído pelo apresentador José Luiz Datena, que também pontua 4%. A liderança permanece com Lula, que fica com 35%, ante 27% do atual presidente. Em simulações de segundo turno, Lula também amplia vantagem sobre Bolsonaro e atinge 49%, contra 35%.

 

Lula e Bolsonaro são crias da mesma mãe: o populismo

Quando Lula surgiu, no final da década de 70, nascia um salvador da pátria, que iria nos tirar da ditadura militar e nos recolocar nos trilhos da democracia e paz social. Ledo engano. Ele aproveitou sua popularidade e quando assumiu o poder aproveitou para montar um governo que roubava à título de satisfazer as classes mais pobres, um Robin Hood de araque, pois o que acabamos vendo foi a construção de uma máquina de corrupção que enriqueceu petistas e seus aliados, especialmente suas lideranças, incluindo o próprio Lula. Logo, os brasileiros perceberam que o lulopetismo nada mais era do que uma arapuca para engambelar as massas sofridas e ignaras.

Como o Brasil é um País cuja grande maioria da população vive na miséria absoluta, subdesempregada, baixo poder aquisitivo e cultura precária, o espaço para os salvadores da pátria nunca fica vazio. Com Lula na cadeia e os petistas nas barras dos tribunais, um outro líder populista e oportunista certamente iria ocupar esse vácuo. E foi aí que o fenômeno bolsonarista alicerçou seus tentáculos demagógicos e criou m novo “mito”, que a massa iletrada adotou como futuro timoneiro para a solução de seus dramas sociais. Ao final e ao cabo, tanto Lula, como Bolsonaro, são crias do mesmo infortúnio: a herança caudilhesca de nossos governantes. Basta ver que no passado tivemos Getúlio Vargas com o mesmo perfil e mais recentemente fomos vítimas do líder dos descamisados e caçador de marajás, Collor de Mello, assim como tivemos Lula, o pretenso pai dos pobres, e Dilma, a famigerada mãe do PAC.

O Brasil vive, assim, de ilusionistas, populistas e ludibriadores da boa fé popular. Basta ver que para seduzir os famélicos nordestinos, Lula criou o Bolsa Família e Bolsonaro, que agora sonha em se reeleger, quer incrementar esse programa assistencialista. Tanto Lula, quanto Bolsonaro, são farinha do mesmo saco, pois nenhum deles pensa em projetos de distribuição de renda. Apenas adotam programas eleitoreiros que mantêm essas populações dependentes das benesses estatais.

Afinal, assim como Lula foi uma criatura desse sistema popularesco, Bolsonaro foi filhote do lulismo. Sem Lula preso e o petismo escorraçado, o bolsarismo não teria chegado ao poder em 2018. O lulismo foi o pai do bolsonarismo. E agora, com Bolsonaro nas cordas, acuado por toda sorte de denúncias de corrupção e malfeitos, Lula volta a ter chances de retornar ao poder. O Brasil vive, assim, sua sina de ter um populista no governo, ora de esquerda, ora de direita. E é por essa razão que vivemos, há décadas, no eterno Fla-Flu do atraso e da desesperança.

Germano Oliveira / ISTOÉ

Lula venceria Bolsonaro no 1º e 2º turnos, mostra pesquisa CNT/MDA

Por Ricardo Brito / ISTOÉ

BRASÍLIA (Reuters) – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vence o presidente Jair Bolsonaro nas simulações de primeiro e segundo turnos da eleição presidencial do ano que vem, segundo pesquisa CNT/MDA divulgada nesta segunda-feira, que também indicou uma forte rejeição a Bolsonaro.

No primeiro turno, em uma pesquisa estimulada, Lula (PT) tem 41,3% das intenções de voto, Bolsonaro (sem partido) aparece com 26,6%, Ciro Gomes (PDT) e o ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro (sem partido) somam 5,9% cada um, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), fica com 2,1%, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) registra 1,8%, votos brancos e nulos somam 8,6% e indecisos 7,8%.

 Num eventual segundo turno, Lula bateria Bolsonaro por 52,6% a 33,3%. Ciro também venceria o atual presidente em um eventual segundo turno, por 43,2% a 33,7%. Bolsonaro aparece numericamente à frente, mas dentro da margem de erro num confronto com Doria, 36,3% a 33,5%.
 

O levantamento, feito pelo instituto MDA para a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), também questionou os entrevistados sobre o que é mais importante para as eleições para presidente da República em 2022, e 45,1% dos ouvidos disseram que o mais importante seria Bolsonaro não ser reeleito. Outros 27,7% afirmaram que o mais relevante seria Lula não ser eleito e 21,2% disseram que não é nenhuma das duas opções.

 

A pesquisa indagou ainda qual o preferência dos entrevistados para a eleição presidencial, e 40,3% disseram que é Lula vencer e voltar a ser presidente, 30,1% afirmaram que preferem que um candidato que não seja ligado nem a Lula nem a Bolsonaro vença e 25,1% optaram pela reeleição do atual presidente.

Além disso, apontou o levantamento, 61,8% dos entrevistados afirmaram que não votariam em Bolsonaro de jeito nenhum. Outros 22,8% disseram que votariam nele com certeza e ainda 11,6% poderiam votar nele.

A sondagem apontou que Lula tem o menor nível de rejeição entre os nomes colocados, com 44,5% dizendo que não votaria no petista de jeito nenhum. Ao mesmo tempo, a pesquisa apontou 56,7% de rejeição a Moro, 52,4% a Ciro, 57,9% a Doria e 51,5% a Mandetta.

URNA ELETRÔNICA

A pesquisa também questionou os entrevistados sobre o sistema de urnas eletrônicas, e 32,9% manifestaram confiança elevada no sistema, ao passo que 30,8% disseram ter confiança moderada, 15,8% confiança baixa e 18,7% nenhuma confiança.

Além disso, 58% dos entrevistados disseram ser a favor das urnas com impressão do voto, alegando que a iniciativa iria gerar maior confiança nos resultados. Outros 34,9% afirmaram serem contra a prática, porque o sistema atual já funciona bem. Outros 7,1% não souberam ou não responderam.

Bolsonaro tem defendido a adoção do voto impresso na eleição do ano que vem, em meio a frequentes acusações sem fundamentos de que existem fraudes no sistema atual.

O presidente, que afirma de maneira errada que a votação eletrônica não é auditável, diz ter provas de fraude na eleição presidencial de 2018, alegando tê-la vencido ainda no primeiro turno. Ele, no entanto, jamais apresentou as provas que alega possuir e, na semana passada, diz que as apresentará “se quiser”.

A eventual adoção do voto impresso –em discussão no Congresso Nacional– tem enfrentado resistências de partidos políticos, inclusive aliados do governo.

O instituto MDA realizou 2.002 entrevistas nos dias 1º e 3 de julho e a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.

O significado do não - Denis Lerrer Rosenfield, O Estado de S.Paulo

A sociedade brasileira tem oscilado de um não a outro, sem saber precisamente o que quer. Disse não ao petismo, sem saber exatamente em quem ou em que votava. Pesquisas de opinião mostram atualmente outro não, o não ao atual presidente e ao bolsonarismo, passando, na falta de opção, a uma escolha por Lula, farta do atual governo e dos seus descalabros mórbidos. Saímos do antipetismo, para o antibolsonarismo, sem que se desenhe, por enquanto, o sim a outros valores e princípios. A sociedade sabe o que não quer, mas não o que quer.

Caberia à classe política descortinar esse novo horizonte, apresentando novas ideias, fazendo com que o não se torne um sim que ultrapasse esses dois tipos de negação, que estão levando o Brasil a um impasse e a um futuro sombrio. Contudo o navegar nestes mares revoltos está exibindo, até agora, a ausência de um condutor, de um partido que consiga indicar um rumo, embora aqui e ali se consigam ouvir algumas vozes alternativas se desenhando. Mas o que impera é a polarização entre Bolsonaro e Lula numa rixa que parece não ter fim.

O antipetismo na eleição do presidente Bolsonaro teve a sua razão de ser. Os 13 anos do reinado petista terminaram no desalinhamento total do País, deixando-o com divisões profundas. A corrupção foi o sinal mais visível, dando força à emergência da Operação Lava Jato, prometendo uma limpeza das instituições.

O PT afundou no lamaçal sem saber o que dizer, até ser resgatado pelo Supremo Tribunal Federal, que, em seu afã de lutar contra excessos dessa operação, terminou dando carta de cidadania para que Lula surgisse novamente. O partido, que não tinha mais nem narrativa, ganhou uma, a de que Lula seria “inocente”, quando as provas contra os governos petistas foram e são abundantes. O ex-presidente foi literalmente ressuscitado. Diria que foi um “milagre” jurídico.

Bolsonaro foi astuto. Soube arvorar a bandeira contra a corrupção, alçou o seu símbolo, o juiz Sergio Moro, a ministro da Justiça, colocando-se como seu mais digno representante. Seria um justo a redimir o País. Mas a realidade, vemos agora, é bem outra. O ex-juiz foi defenestrado, a Lava Jato foi enterrada com o apoio do presidente e a sua preocupação central tornou-se defender seus filhos de qualquer acusação. Tanto defender significa que há algo a esconder.

Lula pretende, por sua vez, se apresentar como alternativa, procurando fazer tábula rasa de seus malfeitos. Se é bem verdade que seu primeiro governo foi muito bom, graças a uma dupla liberal, Antônio Palocci e Henrique Meirelles, nada mais fazendo do que seguir a herança bendita do governo Fernando Henrique Cardoso, apesar de o petista esbravejar esquizofrenicamente contra ela.

O Lula que o próprio personagem procura resgatar é o de seu primeiro mandato nas esferas econômica e social, embora lá o esgoto moral já se fizesse presente. O verdadeiro Lula é o da segunda metade do segundo mandato e o seu resultado no governo Dilma. O Brasil mergulhou na crise econômica, fiscal, ética e social, profundamente fraturado e desesperançado, com as conquistas sociais do primeiro mandato relegadas às traças. Apesar de não querer dizê-lo, Lula é Dilma.

Bolsonaro, após receber um governo arrumado do ex-presidente Temer, pronto para deslanchar, saiu à procura de inimigos imaginários, procurando encontrar comunistas até debaixo da cama. Em vez de aproveitar a oportunidade que a sociedade lhe ofereceu, partiu para o aprofundamento das divisões políticas. O liberalismo anunciando foi morto de morte morrida. Nem se fala mais de redução dos gastos estatais, de controle do desperdício, da luta contra a corrupção. Em seu lugar só se fala em aumento de impostos, com os rigores do disfarce de que não haverá aumento nenhum.

O tratamento dado à pandemia é macabro. Recusa de vacinas, tergiversações, apropriação de vacinas de iniciativa alheia (caso da Coronavac, tomada do governador João Doria), negacionismo, troças contra o uso de máscaras e, com o seu exemplo, pondo o povo cada vez mais em risco. Não bastava a pandemia, temos agora o demônio a incentivá-la. Valores religiosos e morais foram estilhaçados, com o abandono do (e o ódio ao) próximo. Não é demais lembrar que, até hoje, o presidente não visitou nenhum hospital, nenhum lar de idosos, nenhum orfanato. Ausência completa de compaixão! Para fechar a cena atual, temos as “negociações” da vacina indiana Covaxin, com a corrupção batendo à porta do Palácio do Planalto.

Não deixa, porém, de ser algo indesejado que o não ao projeto de Bolsonaro volte a ser um sim ao petismo, também rechaçado. Se Lula tem alto índice de intenção de votos, é por ausência de opção. Os seus potenciais eleitores não são petistas e lulistas, mas tão somente antibolsonaristas, da mesma forma que nas últimas eleições foram antipetistas, e não pró-Bolsonaro. Falta um nome e um conjunto de ideias, valores e princípios que sejam um sim que diga não à polarização atual.

 

PROFESSOR DE FILOSOFIA NA UFGRS. E-MAIL: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

Compartilhar Conteúdo

444