XP/Ipespe: Sem Moro, Bolsonaro cresce 4%; Ciro e Doria oscilam positivamente
06 de abril de 2022 | 10h45
A saída de Sérgio Moro da corrida presidencial abriu margem para outros pré-candidatos crescerem na disputa, aponta pesquisa XP/Ipespe divulgada nesta quarta-feira, 6. O presidente Jair Bolsonaro (PL) subiu quatro pontos, de 26% para 30%, do último levantamento para este - seu melhor desempenho registrado até o momento. Ele permanece atrás de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que mantém a liderança com 44%, mesmo patamar da pesquisa anterior.
Excluído o ex-juiz da relação de presidenciáveis, Ciro Gomes (PDT) avançou de 7% para 9% nas intenções de voto; João Doria (PSDB), de 2% para 3%; e Simone Tebet, de 1% para 2%. Todas as oscilações estão dentro da margem de erro. Indecisos e os que preferem votar nulo ou branco também cresceram, e foram de 9% para 12%. Anteriormente, o Estadão mostrou que a saída de Moro influenciava o porcentual de “brancos e nulos”.
O ex-presidente Lula continua liderando o cenário espontâneo, aquele em que o entrevistado expressa sua preferência sem que seja apresentada uma lista de opções, com 36%. O número é o mesmo de março. Já Bolsonaro cresceu, e agora tem 27%. No segundo turno, o petista vence o atual chefe do Executivo com vantagem de 20 pontos, com 53% contra 33%. A distância, contudo, é menor do que há dez dias, quando era de 23 pontos.
O Ipespe ouviu mil eleitores entre os dias 2 e 5 de abril. A margem de erro do levantamento é de 3,2 pontos porcentuais, para mais ou para menos, e o código do registro na Justiça Eleitoral é BR-03874/2022.
Terceira via decide lançar um só candidato à sucessão de Bolsonaro
06 de abril de 2022 | 18h27
BRASÍLIA — Dirigentes do MDB, PSDB, União Brasil e Cidadania fecharam um acordo nesta quarta-feira, 6, e decidiram lançar apenas um candidato à Presidência da República. Mesmo assim, o grupo da terceira via só baterá o martelo sobre quem será o candidato no dia 18 de maio.
Até agora, o nome mais cotado para encabeçar a chapa única é o da senadora Simone Tebet (MDB-MS). O ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) também se movimenta, mas admite ser vice, caso haja essa dobradinha. O impasse ocorre porque quem venceu as prévias do PSDB foi João Doria, ex-governador de São Paulo, e não Leite.
Em comunicado emitido após reunião em Brasília, as cúpulas dos quatro partidos declararam que o objetivo dessa aliança é apresentar uma alternativa à polarização entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que hoje lideram as pesquisas. “Conclamamos outras forças políticas democráticas para que possam se incorporar a esse projeto em defesa do Brasil e de todos os brasileiros", diz a carta.
O texto é assinado pelo presidente do União Brasil, Luciano Bivar; do MDB, Baleia Rossi; do PSDB, Bruno Araújo; e do Cidadania, Roberto Freire. Antes da definição, o União Brasil ainda pretende submeter uma sugestão de nome à análise do grupo, até o próximo dia 14.
O ex-juiz Sérgio Moro se filiou ao União Brasil após deixar o Podemos, mas seu novo partido não quer que ele seja candidato à sucessão de Bolsonaro. A ideia é que Moro concorra a uma vaga na Câmara dos Deputados, por São Paulo. A cúpula do União Brasil avisou que no próximo dia 14 submeterá o nome indicado pelo partido para apreciação do MDB, PSDB e Cidadania.
Na tarde desta quarta-feira, Eduardo Leite se reuniu com Simone Tebet, no Senado. Nesta manhã, em entrevista à Rádio Eldorado, a senadora afirmou ver Leite como um "grande ativo do PSDB".
Sem candidato próprio, Kassab deve liberar palanques regionais, dizem aliados
Victoria Abel, da CBN / o globo
SÃO PAULO - Em meio à falta de nomes para uma candidatura própria à presidência da República, o ex-ministro e presidente do PSD, Gilberto Kassab, pode liberar palanques regionais do partido para apoios a candidatos de diferentes campos políticos, ainda no primeiro turno. A avaliação é de deputados e senadores do PSD. Interlocutores de Kassab afirmam que "não há chance alguma" do partido apoiar o ex-presidente Lula (PT) no primeiro ou segundo turno da corrida ao Planalto.
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O PSD é dividido. De um lado, o partido abriga apoiadores do ex-presidente Lula, principalmente no Norte e Nordeste do país, como os senadores Omar Aziz, do Amazonas, e Otto Alencar, da Bahia. Do outro lado, a sigla é preenchida por uma bancada mais conservadora, com parlamentares ligados à igreja evangélica Assembleia de Deus.
Um deles foi líder da bancada religiosa na Câmara em 2021, o deputado federal Cezinha de Madureira, liderança do Ministério Madureira da Assembleia, um dos ramos da igreja. Em São Paulo, a deputada estadual Marta Costa é filha do pastor presidente da Assembleia de Deus, José Wellington Bezerra da Costa.
– Pegou mal. Temos valores muito diferentes da esquerda – disse Marta Costa sobre a possibilidade aventada de Kassab apoiar Lula.
Diante dessa divisão, a liberação de palanques deve ser a saída mais provável de Kassab.
– Caso o partido não venha a ter um nome oficial, provavelmente os palanques nos estados estarão liberados para qualquer tipo de composição – disse o senador Ângelo Coronel.
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Kassab ainda quer lançar um nome do partido e afirma aos colegas de legenda que tem até julho para a definição.
– O PSD insistirá até o último segundo de jogo em ter uma candidatura própria. Se o intento não se concretizar, a tendência, creio, será a de liberar os seus membros até porque dentro das bancadas da Câmara e do Senado há posições pró Lula e pró Bolsonaro – afirmou o deputado federal Fábio Trad (PSD).
Kassab tem se dividido entre Brasília e São Paulo, em meio às costuras para achar um nome do partido que agrade a todos para candidatura à presidência da República. O nome mais recente que circula na sigla é do deputado federal André de Paula, ex-líder da bancada do PSD na Câmara. Parlamentares afirmam que o deputado tem um perfil mais neutro, já que não é nem lulista, nem evangélico.
Sentiu: chefão petista se assusta com Tebet, Leite e Moro juntos
Ricardo Kertzman / ISTOÉ
Lula da Silva, o ex-tudo (ex-presidente, ex-presidiário, ex-corrupto e ex-lavador de dinheiro) pode gostar de muita coisa – de dinheiro a poder, passando por uma cachacinha -, mas não suporta concorrência e democracia verdadeiras – aliás, nunca suportou.
Não à toa, conduz seu PT (Partido dos Trabalhadores) com mão de ferro e chave do cofre, desde sua fundação, jamais abrindo espaço para a renovação, muito menos permitindo aos demais partidos de esquerda, a participação efetiva no jogo eleitoral.
Todos sabem muito bem o porquê de suas indicações. Por exemplo: Dilma Rousseff e Fernando Haddad. Aliás, indicações, não, exigência; imposição. Como são sabidos os eternos boicote e subjugo a Marina Silva, Ciro Gomes e Guilherme Boulos, entre outros.
Ao trazer Geraldo Alckmin para sua chapa este ano, muito mais do que um aceno ao centro, o meliante de São de Bernardo deseja, como sempre, inviabilizar qualquer possibilidade de surgimento de uma nova liderança no partido ou em seus satélites.
Como eu disse, o barba não suporta concorrência. Talvez por isso a frase dita ontem, segunda-feira (4/4), sobre a possibilidade de união entre Simone Tebet, Eduardo Leite e Sergio Moro em torno de uma terceira via, ou centro democrático.
O pai do Ronaldinho dos Negócios disse: o que essas pessoas fizeram? Para ser líder tem de trabalhar muito, escutar muito. Não basta querer ser e pronto’. Ulalá, falou aquele que escuta muito (por um ouvido e sai pelo outro) e despreza o que lhe dizem.
Tebet, Leite e Moro têm muitos feitos, cada um em seu caminho. Escrevi a respeito disso e vocês podem saber um pouco mais sobre os três. Muito além, todos possuem qualidades que Lula jamais sonhou em ter; será este o grande incômodo do ‘pai dos pobres’?
O líder do petrolão e mensalão quer saber o que eles fizeram, mas vou dizer o que jamais fizeram: roubar! Jamais apoiaram e financiaram ditaduras e ditadores. Jamais chamaram de ‘amigo’ e ‘irmão’ terroristas sanguinários mundo afora. Que tal?
Seus filhos jamais enriqueceram às custas deles, ou melhor, dos cargos que ocupam ou ocuparam. E nenhum jamais dirigiu um partido político que foi protagonista dos maiores escândalos de corrupção do planeta e suspeito, inclusive, de dois assassinatos.
Eduardo Leite sinaliza que pode ser vice em chapa com Simone Tebet
04 de abril de 2022 | 09h50
Atualizado 04 de abril de 2022 | 13h34
O ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) sinalizou que pode ser vice na chapa da senadora Simone Tebet (MDB) para a disputa da Presidência da República. Em entrevista à Rádio Eldorado nesta segunda-feira, 4, o tucano afirmou ter “humildade” para abrir mão de aspirações pessoais e fazer composição com uma candidatura que se mostre viável contra a polarização. A parlamentar, segundo ele, “tem toda a condição de liderar esse projeto”.
"Temos de ter um entendimento do nosso papel como lideranças políticas, não apenas buscando ocupar um espaço político concorrendo, mas apoiando eventualmente aqueles que tenham essa capacidade. Entre outras pessoas, há o nome da senadora Simone Tebet, que tem toda a condição de ser uma liderança nesse projeto. É muito prematuro falar em que posição cada um tem que assumir. Mas a disposição nossa tem que ser construindo, apoiando, disputando na chapa como vice-presidente, se for o caso", afirmou Leite.
Segundo o tucano, a senadora tem uma aspiração legítima em se apresentar como candidata. "Tudo tem de ser muito conversado para viabilizar aquilo que tenho mais capacidade eleitoral. Tenho muito respeito pelo mandato da senadora, e sua aspiração legítima de se apresentar como candidata. Ainda não avançamos em conversas nessa direção, mas haverá o momento apropriado", complementou, sobre a formação da chapa.
Após ser derrotado nas prévias do PSDB, Leite intensificou articulações com o PSD para se viabilizar como possível pré-candidato do partido, mas, por fim, decidiu permanecer no ninho tucano. Este, segundo ele, foi mais um movimento que indica sua disposição de abrir mão de ser cabeça de chapa, já que, de acordo com o ex-governador, a sigla de Gilberto Kassab não foi a única a oferecer a possibilidade.
“Se eu quisesse mesmo ser candidato, tinha mais opções que o PSD. Eu tinha opções para uma candidatura, e mesmo assim não fui atrás desses caminhos mais fáceis”.
O gaúcho disse considerar que o momento pede “desprendimento” por parte dos nomes que se apresentam como “terceira via”. Seu principal adversário no PSDB, o governador João Doria, atual pré-candidato do partido, tem mostrado resistência a assumir o posto de vice de outras chapas. Na última quinta-feira, o paulista admitiu que, ao anunciar desistência da eleição, sua intenção era forçar a legenda a dar primazia à sua pré-candidatura, movimento que ele classificou como “estratégia política”.
Hoje, dias após telefonar a Doria dizendo respeitar o resultado das prévias, das quais o governador de São Paulo saiu vitorioso, Leite afirmou que a convenção nacional do partido é soberana, dando a entender que a candidatura do tucano paulista continua não sendo definitiva no partido. Leite afirmou que, até a data do evento, marcado para julho, “cada um vai ajustar seu papel nesse processo”. Esse ajuste, ele adiantou, será feito após conversas “francas e honestas” com Doria.
Apesar de reiterar que respeita as prévias, Leite condicionou seu respaldo a Doria ao alcance de viabilidade eleitoral do paulista. Disse que o governador terá “todo seu apoio”, desde que se mostre viável. “O PSDB reconhece a legitimidade das prévias, mas sabe também que vai precisar estar atento à competitividade das candidaturas”, afirmou. Além da baixa intenção de voto de Doria nas pesquisas - 2% -, Leite citou a alta rejeição marcada por ele, em torno de 30%, como uma dificuldade para o avança de seu nome.
O gaúcho afirmou que deve aproveitar esta semana, a primeira após deixar o Palácio Piratini, para intensificar conversas e tomar uma decisão sobre seu futuro político. Ele disse estar pronto tanto “para liderar o projeto, se for o caso”, quanto para apoiar aquele que tiver as melhores condições.