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Eleições municipais devem manter polarização

Por Merval Pereira / O GLOBO

 

A chapa Boulos/Marta Suplicy para a prefeitura de São Paulo é uma chapa petista, quase puro-sangue. O PSOL ainda não tem vida própria para impor candidato. É Guilherme Boulos que tem luz própria, em que partido estiver e poderia estar no PT. E Marta nunca deixou de ser petista.

 

Embora tenha rompido com o partido em algum momento, não tem identificação com nenhum outro. Não há nada que faça com que esta chapa seja de esquerda, com vice de centro, ou de centro-esquerda.

 

É uma chapa puro-sangue que pode atrapalhar, porque o eleitorado paulista não é muito petista. Quando ganhou, foi pelo nome do candidato. A disputa vai ser entre Bolsonaro e PT, independe do candidato. Com a ida de Martha para o PT, não sobrou espaço para outra candidatura. Tabata é uma candidata que tenta entrar pelo centro e ser a razão da despolarização, mas não tem força política para tal. É uma grande figura nova da política brasileira, mas ainda não tem força para quebrar a polarização.

 

E em muitas partes do país, a disputa será mesmo entre PT e Bolsonaro. Teremos ao final da eleição municipal um quadro bastante claro para onde as forças políticas estarão caminhando em 2026.

 

No Rio, Eduardo Paes tem vantagem pela história dele, e terá apoio da esquerda – o governador Claudio Castro está cada vez mais indo para o lado de Bolsonaro e seu candidato representará o polo da direita bolsonarista. Ramagem, candidato de Bolsonaro não parece ter muita força e pode ficar mais enfraquecido caso Castro apresente outro candidato. Se aderir a Ramagem, pode ser que a polarização ganhe novas dimensões.

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