No surrealismo nosso de cada dia, PT oficializa o nome de Haddad como candidato; ex-prefeito passa, agora, a ser também alvo de adversários
Acabou a primeira fase de “Surrealismo Jurídico Brasileiro”. Poderia ser um daqueles seriados da “Amazon Prime Video” ou do Netflix destinados a não acabar nunca, não é?
A cúpula do PT finalmente se reuniu e decidiu que o candidato do partido à Presidência da República é Fernando Haddad. Afinal, como aqui se disse desde que o debate existe, Lula não seria candidato porque inelegível segundo a Lei da Ficha Limpa. O partido ainda entrou com um pedido de medida cautelar no Supremo e com Recurso Extraordinário. O primeiro buscava garantir uma liminar para, quando menos, dilatar até o dia 17 o prazo para substituir o nome. Enquanto escrevo, Celso de Mello ainda não se pronunciou. Vai negar. Já o Recurso Extraordinário contesta a decisão do TSE em favor da inelegibilidade. O julgamento será sobre o nada porque Lula já não é mais candidato.
Definição pragmática pela candidatura de Haddad esvazia discurso da vitimização de Lula e do PT
Uma ala minoritária do PT defendia até o último momento a manutenção da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em qualquer circunstância. Mesmo com o risco de ficar sem um nome na disputa com a possibilidade de indeferimento dos recursos.
PGR DÁ A CIRO DIREITO DE RESPOSTA CONTRA VEJA
247 - O presidenciável Ciro Gomes (PDT) obteve da Procuradoria Geral Eleitoral parecer favorável ao direito de resposta contra a revista Veja pela reportagem de capa da edição de 5 de setembro. De acordo com a reportagem, intitulada “O esquema cearense”, empresários obtinham a liberação de créditos fiscais do governo Cid Gomes, irmão do candidato, em troca de propinas para campanhas eleitorais.
A revista teve como base uma entrevista com Niomar Calazans. Ex-tesoureiro do antigo partido de Ciro Gomes, o Pros, ele disse que o presidenciável sabia e participava do esquema de pagamento de propinas, mas confessou não ter provas da acusação.
Ciro e a coligação do PDT entraram com a representação no Judiciário, alegando que a publicação tem implicações danosas sobre a campanha eleitoral.
Celso de Mello nega suspender inelegibilidade de Lula e ampliar prazo para registro de substituto
O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, negou pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para suspender a inelegibilidade do petista e também negou pedido para ampliar o prazo para registro do substituto – o prazo final dado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) termina às 19h desta terça-feira (11).
Na madrugada do último dia 1º, por seis votos a um, o TSE barrou a candidatura de Lula com base na Ficha Limpa, e deu dez dias corridos para que a coligação substituísse o ex-presidente na chapa.
Alckmin inaugura a pregação do voto útil anti-PT
Geraldo Alckmin inaugurou uma nova fase em sua campanha —a fase do mal menor. Incapaz de demonstrar que não é um candidato ruim, o tucano tenta convencer o eleitor de que há na praça coisa muito pior. Passou a fazer a defesa de um tipo específico de voto útil, aquele que vai para o seu cesto, para evitar que o PT retorne ao poder. Quer reaver um discurso que já do PSDB e que Jair Bolsonaro tomou.
Espremido em sabatina, Alckmin grudou nos rivais Ciro Gomes, Marina Silva, Fernando Haddad e Henrique Meirelles a pecha de “adoradores de Lula”. Declarou que Jair Bolsonaro sempre votou “juntinho com o PT” na Câmara. Acrescentou que, hoje, o capitão tornou-se um “passaporte para a volta do PT”, pois perde no segundo turno para qualquer adversário, inclusive para os “adoradores de Lula”.