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No JN, Marina faz pose de Lula sem Lava Jato

No momento em que o TSE se equipa para proibir a candidatura de Lula, a pergunta que pode alterar os rumos da sucessão é a seguinte: para onde irão os votos que seriam destinados ao presidiário do PT? Em entrevista ao Jornal Nacional, sem mencionar o nome de Lula, Marina Silva apresentou-se aos telespectadores como uma versão feminina do líder petista —com estudo e sem menções na Lava Jato.

“Seu tempo acabou”, sentenciou William Bonner, antes de convidar Marina a informar, no prazo cronometrado de um minuto, que Brasil deseja para o futuro. Para uma candidata que terá 21 segundos para vender o seu peixe no horário político da TV, um minuto é um latifúndio. E a entrevistada, espremida durante os 27 minutos anteriores, degustou cada segundo. Sem interrupções, produziu um grand finale.

Marina realçou traços biográficos que a tornam parecida com Lula e com o pedaço mais importante do eleitorado: a maioria. “…Eu sou mulher, sou negra, mãe de quatro filhos, fui seringueira, empregada doméstica, me alfabetizei aos 16 anos. E eu sei que muita gente acha que pessoas com a minha origem não têm capacidade para ser presidente da República. Eu estou aqui trazendo mais que um discurso. Eu trago uma trajetória…”

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Está em curso uma caçada irracional à política e aos políticos

Está em curso uma verdadeira caçada àquilo que os tontos e os oportunistas chamam “a política tradicional”. As ações de improbidade administrativa, por exemplo, se transformaram em meros instrumentos de perseguição política, aplicável quando o Ministério Público se dá conta de que inexistem evidências para uma ação penal.

Uma ação de improbidade, diga-se, motivada por supostas irregularidades numa ciclovia, transformou em réu Fernando Haddad, que vai substituir Lula na chapa petista que disputa a Presidência. JoãoDoria, do PSDB, candidato ao governo de São Paulo, já foi condenado em primeira instância em ação da mesma natureza —no caso, com perda dos direitos políticos. Teria associado sua imagem a um programa da prefeitura. A Justiça Eleitoral investiga se Geraldo Alckmin, presidenciável tucano, recorreu a dinheiro de caixa dois em campanhas passadas.

 

Até a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL), que é um Deltan Dallagnol que fala bolsonarês, chegou a ser alvo de especulações. Afinal, em 2016, o STF inventou que réus não podem assumir a Presidência nem como interinos. Se é assim, pergunte-se: como um réu poderia se eleger presidente? A indagação faz sentido, sim! Ocorre que ela é a derivação lógica de um delírio do direito criativo.

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Lama ocupou 62% do tempo de Alckmin no JN

Na entrevista que concedeu ao Jornal Nacional, Geraldo Alckmin tentou apresentar-se como candidato transformador pelo menos 18 vezes. Fez isso nas dez passagens em que repetiu a palavra “reforma”, seis das quais no plural. Ou nas oito ocasiões em que pronunciou os vocábulos “mudar” ou “mudanças”. A despeito do esforço, o presidenciável tucano revelou-se diante das câmeras uma novidade com aparência de pão dormido. Numa conversa de 27 minutos, a lama ocupou 62% do tempo.

Nos primeiros 17 minutos, Renata Vasconcelos e William Bonner abriram diante de Alckmin o gavetão das pendências tucanas: a companhia tóxica do centrão, com seus 41 caciques enrolados na Lava Jato; a convivência partidária com o réu Aécio Neves e o presidiário Eduardo Azeredo; a verba suja da Odebrecht, supostamente coletada pelo cunhado; o ex-secretário do governo paulista preso por desvios no Rodoanel; o operador Paulo Preto, com R$ 113 milhões escondidos no estrangeiro…

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No Jornal Nacional, Marina se compara a Itamar Franco e diz que fará um ‘governo de transição’

Marianna Holanda, O Estado de S.Paulo

30 Agosto 2018 | 21h41

 

A candidata da Rede à Presidência da República, Marina Silva, disse, nesta quinta-feira, 30, que fará um “governo de transição”, assim como o ex-presidente Itamar Franco (MDB). Em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, defendeu que “liderar não é ter todo mundo embaixo do mesmo guarda-chuva” e repetiu que governará com os melhores.

“Eu vou fazer um governo de transição. Durante quatro anos, eu vou governar este País para que a gente possa combater a corrupção, fazer ele crescer e ser um País justo para todas as pessoas”, afirmou. A ex-ministra defende uma reforma política com o fim da reeleição e mandatos de 5 anos para presidentes. 

Marina Silva
A candidata Marina Silva durante entrevista no Jornal Nacional Foto: TV GLOBO

Itamar Franco assumiu o País em 1992, após a renúncia do então presidente Fernando Collor em meio a um processo de impeachment. Durante sua gestão, fez um plebiscito sobre a forma de governo do País, quando então prevaleceu a república presidencialista.

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Carta de Lula contra Alckmin e sua vice já é uma aposta: tucano iria ao 2º turno contra Haddad. Será que tal otimismo permite incendiar navios?

Publicada: 29/08/2018 - 22:30

O petista Fernando Haddad e o tucano Geraldo Alckmin: Lula já aposta que essa será a polarização

Mais do que os eventos de uma disputa eleitoral em si, o que interessa, nessa fase da corrida, é tentar entender a leitura que os contendores estão fazendo da disputa.

Lá da cadeia, Luiz Inácio Lula da Silva, ainda candidato do PT à Presidência, já faz o seu prognóstico, que até coincide com o de muitos “politicólogos”. Mas há nele boa dose de crença. Não sendo isso, pode ser coisa pior: a aposta no dilúvio. Esclareço o que quero dizer.

Em carta endereçada a rádio Guaíba, do Rio Grande do Sul, o líder petista desceu o sarrafo em Geraldo Alckmin, candidato tucano à Presidência, e em sua vice, a senadora Ana Amélia (PP). Pior: por caminhos tortos, ligou um episódio de violência, de que sua caravana foi vítima no Paraná, aos dois adversários. Afirmou ter sido recebido com muito carinho pelos pobres, mas com hostilidade pelas elites.

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