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Datafolha deixa staff de Jair Bolsonaro empolgado

Josias de Souza / colunista do uol

 

A nova rodada do Datafolha levou empolgação à cúpula da campanha de Bolsonaro. Deve-se o entusiasmo ao fato de que, pela primeira vez, o instituto colocou Lula e Bolsonaro numa situação de empate técnico. Quatro pontos percentuais separam os adversários tanto na conta dos votos totais quanto na contabilidade dos votos válidos, quando são excluídos brancos e nulos. A margem de erro é de dois pontos —para o alto ou para baixo. Numa situação hipotética em Lula estivesse no piso da margem de erro e Bolsonaro roçasse o teto, os dois estariam empatados. Quando o encontro estatístico ocorre assim, nos extremos do intervalo de segurança da pesquisa, o Datafolha considera que a hipótese do empate é menos provável. Mas o rigor técnico não atenuou a excitação do staff bolsonarista.

 

Em tom de ironia, um dos operadores políticos de Bolsonaro disse que "o Datafolha e outros institutos começam a ajustar seus números à realidade". Dois indicadores foram especialmente celebrados no comitê da reeleição: entre os eleitores que recebem o Auxílio Brasil, a vantagem de Lula sobre Bolsonaro despencou 13 pontos em cinco dias. Nesse nicho, Lula caiu de 62% para 56%. Bolsonaro subiu de 33% a 40%. Além do beneficio de R$ 600, a Caixa Econômica passou a oferecer há nove dias empréstimos consignados a esses eleitores. Já liberou R$ 1,8 bilhão.

 

Entre os evangélicos, Bolsonaro oscilou um ponto para cima, batendo em 66%. Lula decresceu três pontos, estacionando em 28%. O bolsonarismo viu nessa movimentação uma evidência de que o caso em que o presidente difamou adolescentes venezuelanas não afetou sua pose cristã. Nessa versão, a campanha teria conseguido atenuar o efeito eleitoral da frase abjeta do "pintou um clima".

 

Lula não saiu do lugar. Considerando-se o bombardeio que sofre da campanha rival, a estabilidade pode ser interpretada como um grande feito. Mas não atenua o incomodo de enxergar Bolsonaro crescendo aos pouquinhos no retrovisor.

 

Às vésperas do retorno à urna, 94% dos eleitores se dizem ter certeza do voto. Outros 6% declaram que podem modificar sua escolha. A eleição será decidida por esse pedaço do eleitorado indeciso e pela taxa de abstenção. O tamanho da ausência de eleitores nas urnas, por imprevisível, é um imponderável que dificulta ainda mais qualquer tipo de previsão sobre uma corrida presidencial que se insinua como a mais apertada da história.

Cid reúne parlamentares do PDT para definir estratégias da campanha pró-Lula no Ceará

Igor Cavalcante / DIARIONORDESTE

 

O senador licenciado Cid Gomes (PDT), principal liderança do PDT Ceará, reuniu correligionários em seu escritório, em Fortaleza, para articular estretégias de campanha pró-Lula (PT) no Ceará. O encontro ocorre na reta final da disputa, a 10 dias do pleito.

 

Além de Cid e dos deputados federais e estaduais do PDT, estavam presentes o senador em exercício Julio Ventura (PDT), o senador eleito Camilo Santana (PT), o governador eleito Elmano de Freitas (PT), o primeiro-cavalheiro do Ceará, Vevéu Arruda, o prefeito de Sobral, Ivo Gomes (PDT), e o ex-prefeito de Juazeiro do Norte, Arnon Bezerra (PDT).

CID EM CAMPANHA

O encontro ocorre 10 dias após um encontro promovido por Camilo e Cid com prefeitos e parlamentares para fortalecer a campanha de Lula no Ceará. No evento, o petista revelou que o objetivo da campanha pró-Lula é aumentar a votação para Lula no Ceará, superando o índice de 75%.

No primeiro turno, a votação do candidato à presidência pelo PT chegou a 65,9% no Estado.

 

 

Bolsonaro faz discurso com clima de 'virada' a prefeitos em comício com Garcia e Zema

Por Ivan Martínez-Vargas e Guilherme Caetano — São Paulo/ O GLOBO

 

Em um comício com os governadores de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), o presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou passar um clima de "virada" a um público de aproximadamente 400 prefeitos e vereadores paulistas na tarde desta quinta-feira.

 

O comício foi realizado no ginásio da Portuguesa, na Zona Norte de São Paulo, e organizado pela campanha de Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato bolsonarista ao governo de São Paulo, com a ajuda de Garcia, candidato derrotado ao governo.

 

Tanto Bolsonaro quanto Tarcísio fizeram menções a supostos dados internos de suas campanhas apontando para um distanciamento de votos entre o presidente e Lula em estados do Sudeste e entre Tarcísio e Haddad.

 

Bolsonaro também pediu que os prefeitos convençam indecisos a voltarem nele.

 

— Não basta (ter) apenas o voto da família, tem que buscar fora dela. Nós já viramos Minas Gerais. Em São Paulo, ampliamos a vantagem — disse Bolsonaro, que disse ter crescido "em todos os estados" em intenções de voto. O presidente aparece numericamente atrás de Lula no último levantamento do Datafolha. Ambos estão empatados no limite da margem de erro.

 

Bolsonaro afirmou que “dá para virar voto de lá para cá”, em alusão a votos que no primeiro turno foram para Lula. — De cá para lá não vai, mas de lá para cá vem — disse.

 

'Eu vou saber expressar a minha gratidão'

 

Garcia mobilizou a base de prefeitos que o apoiaram no primeiro turno no intuito de auxiliar os bolsonaristas a ampliarem suas vantagens eleitorais no estado. Houve, porém, desfalque no evento. A organização esperava ao menos 500 pessoas.

 

Em seu discurso, Tarcísio de Freitas pediu o engajamento da base de prefeitos em sua campanha e na de Bolsonaro.

 

— Cada um de vocês tem uma missão — disse, ao pedir que os políticos distribuam material de campanha e “impulsionem vídeos”.

 

Segundo o advogado eleitoral Alexandre Rollo, resolução do Tribunal Superior Eleitoral determina que o impulsionamento de propaganda eleitoral só pode ser feito pelos candidatos, seus partidos e coligações, não por prefeitos da base aliada.

 

Ao pedir apoio, Tarcísio disse aos prefeitos que “saberá expressar gratidão”:

 

— Eu vou saber expressar a minha gratidão, o presidente vai saber expressar a gratidão dele — afirmou.

 

Beneficiar prefeitos por critério político fere o princípio da isonomia da gestão pública e pode ser questionado na Justiça.

 

Tarcísio disse, ainda, que “felizmente, o PT nunca governou o estado de São Paulo” e que um governo do partido no estado seria “uma chaga”.

 

— A gente tem que espantar esse mal (o PT) do Brasil. Vão faltar dois anos em que os senhores vão completar os seus mandatos. A tarefa vai ficar muito mais fácil se tiver um alinhamento do governo do estado com o governo federal. Vai ser muito mais fácil se o presidente Bolsonaro for presidente da República — afirmou Tarcísio.

 

O governador Garcia foi quem abriu o evento, com um discurso inflamado a favor de Bolsonaro. Parlamentares que o apoiaram veem o empenho do tucano como uma tentativa de obter espaço em um eventual novo governo do presidente.

Ao comentar o apoio de tucanos históricos ao ex-presidente Lula, Garcia partiu para o ataque:

— Questione os outros que tomaram outra decisão. Minha história de vida é o combate ao PT. O PT que votou contra a Constituição do Brasil, contra o Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal. O PT que cometeu o maior assalto de dinheiro público deste país — disse, aos gritos.

O governador disse que “não havia outra decisão a tomar” se não apoiar Bolsonaro e Tarcísio “porque amo o Brasil”.

— Temos muito trabalho pela frente. Temos não só que virar voto, mas mostrar a verdade, a importância da reeleição do presidente Bolsonaro. Aqui ganhamos por 1,8 milhão de votos. Temos que conseguir 4 milhões de votos, tem que ser mais de 60% a 40% para a virada — afirmou.

 

Acompanharam Garcia ao palco aliados como o presidente estadual do PSDB, Marco Vinholi, e o presidente da Assembleia Legislativa, Carlos Pignatari (PSDB). Ambos eram próximos do ex-governador paulista João Doria (sem partido), notório desafeto de Bolsonaro. Doria deixou a sigla após a declaração de apoio de tucanos a Tarcísio e Bolsonaro.

Uma revista da Associação Nacional dos Prefeitos e Vice-Prefeitos do Brasil, com propaganda positiva do governo Bolsonaro e publicidade das Lojas Havan, foi distribuída aos convidados. A publicação listava a criação do Pix, que é um projeto do Banco Central idealizado na gestão Temer, e a transposição do rio São Francisco, iniciada no governo Lula, como ações do governo federal, embora tenham sido feitas em gestões anteriores.

 

 

 

 

Bolsonaro recebe R$ 47 milhões de doadores no segundo turno; Lula tem 98% da receita vinda do PT

Por Lucas Mathias — Rio de Janeiro / O GLOBO

 

Em busca de reverter o resultado do primeiro turno, o presidente Jair Bolsonaro (PL) mal precisou de recursos de seu partido para turbinar sua receita de campanha. Para este segundo turno, ele tem à disposição cerca de R$ 47,4 milhões de reais, especialmente por causa da contribuição de empresários como Salim Mattar, da Localiza, nomes do agronegócio e o pastor evangélico Fabiano Campos Zettel. Mas também reforçaram o orçamento do presidente os pequenos doadores: mais de 52 mil pessoas transferiram até 100 reais, grupo que rendeu a Bolsonaro mais de R$1,2 milhão. O cenário é oposto ao do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): 98% de sua receita de R$ 34,7 milhões no segundo turno veio do PT.

 

Quem encabeça a lista de maior doador de Bolsonaro neste segundo turno é o advogado, investidor e pastor evangélico na Igreja Bola de Neve, Fabiano Campos Zettel. Sua transferência foi de R$ 3 milhões, o equivalente a 6,3% do total que o presidente recebeu desde o início de outubro. Em seguida, aparecem nomes como Mattar, que doou R$ 1,8 milhão, e o fundador do Grupo Progresso, Cornelio Adriano Sanders, que atua no agronegócio e contribuiu com mais R$ 1 milhão. Somados, os três contribuíram com R$ 5,8 milhões para o orçamento.

Aparecem na lista ainda nomes como o de Jorge Eduardo Beira, presidente do Conselho Administrativo da Ypê, que doou R$ 750 mil, além de outros nomes ligados à família que controla a empresa, como Antônio Ricardo Beira (R$ 250 mil), Ana Maria Veroneze Beira (R$ 250 mil) e Waldir Beira Junior (R$ 250 mil). Ao todo, o grupo contribuiu com R$ 1,5 milhão. Luciano Hang, dono da Havan e nome próximo de Bolsonaro, contribuiu com R$ 1,2 milhão neste segundo turno. Já a família Brandão Resende, também ligada à Localiza, teve Flavio e Antonio Claudio como representantes na lista: cada um doou R$ 600 mil.

 

O PL, sigla do presidente, no entanto, não teve contribuição neste segundo turno. O valor oriundo de partidos ficou a cargo do Progressistas, que está na coligação de Bolsonaro e doou R$ 1 milhão.

De grão em grão

Na lista de Bolsonaro, divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) neste segundo turno, constam mais de 61,4 mil doações — o que não não corresponde ao número de doadores, já que é possível doar mais de uma vez à campanha.

 

Parte dessas pessoas, inclusive, foi cativada após campanha dos apoiadores do presidente, que incentivava seus eleitores a doarem ao menos R$ 1 para contribuir: foram mais de 17 mil doações nesse valor. Outras 539 transferências aos cofres do presidente tinham valor inferior a R$ 1. Apesar dos pequenos montantes, no entanto, a soma do exército de doadores bolsonaristas fez a diferença em seu saldo final. O grupo que doou até R$ 1 somou mais de 17,1 mil reais para Bolsonaro.

Ao todo, o presidente teve R$ 90,5 milhões desde o início da campanha.

 

Peso do PT

Líder na apuração do primeiro turno, o ex-presidente Lula tem à disposição R$ 34,7 milhões neste segundo turno, valor majoritariamente preenchido por doações do PT. O partido foi o responsável por doar R$ 34,05 milhões. Entre as pessoas físicas, foram 19 doações, o que evidencia o contraste em relação a Bolsonaro.

O maior doador do petista foi Helio Martins Tristão, que contribuiu com R$ 113,5 mil, seguido por Sandra Marques de Jesus Silva (R$ 105 mil) e Marilene Trappel de Lima (R$ 95 mil). Ao todo, o petista chegou a R$ 126,2 milhões desde o início da campanha. Foi ele o presidenciável que mais gastou até aqui.

Datafolha: Bolsonaro tem melhor patamar de aprovação e intenção de votos entre público do Auxílio Brasil

Eduardo Cucolo / FOLHA DE SP

 

O presidente Jair Bolsonaro (PL) alcançou numericamente os melhores patamares de intenção de votos e avaliação de governo entre pessoas que recebem o Auxílio Brasil ou moram com alguém que é beneficiário do programa, de acordo com a terceira rodada da pesquisa Datafolha feita após o primeiro turno das eleições.

Os novos números estão agora próximos do que foi verificado no primeiro levantamento feito após a votação.

A parcela dos entrevistados que afirmaram que irão votar no atual mandatário passou de 37% para 33% nos dois primeiros levantamentos e chegou agora a 40%. Considerando apenas votos válidos, foi de 40% para 35% e 42%, respectivamente.

Disseram que irão votar no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno 56% dos eleitores consultados, ante 62% na pesquisa anterior e 56% na primeira rodada. Nos votos válidos, o petista passou de 60% para 65% e 58%, respectivamente.

A margem de erro é de quatro pontos percentuais para esse público.

O levantamento, que ouviu 2.912 pessoas em 181 cidades entre terça (17) e quinta (19), foi contratado pela Folha e pela TV Globo e está registrado na Justiça Eleitoral sob o número BR-07340/2022.

Entre pessoas que não recebem o benefício, as intenções de votos praticamente não se alteraram nessas três semanas e estão agora em 46% para o petista e 47% para Bolsonaro.

Os eleitores beneficiados pelo auxílio representam 26% dos entrevistados.

Entre os eleitores de famílias que estão no programa, 53% responderam que "com certeza" votarão em Lula, ante 59% uma semana antes e 55% na primeira rodada. Para Bolsonaro, o percentual de certeza passou, respectivamente, de 36% para 32% e 37% nos três levantamentos.

Quando se consideram todos os entrevistados, beneficiados ou não pelo programa, Lula tem 49%, e Bolsonaro, 45% das intenções de voto neste momento.

Lula lidera por 57% a 37% no eleitorado que ganha até dois salários mínimos. Entre aqueles que ganham de dois a cinco mínimos, é Bolsonaro que tem uma vantagem: 52% a 43%. O atual presidente mantém a dianteira sobre o petista em todos os estratos de renda acima disso.

A pesquisa fotografa esta etapa da corrida eleitoral e não necessariamente prediz a votação que eles terão no dia 30, quando será realizado o segundo turno.

AVALIAÇÃO DO GOVERNO

Ainda de acordo com o Datafolha, 32% dos eleitores que recebem o benefício, ou moram com alguém que é beneficiário, consideram o atual governo ótimo ou bom, ante 29% na semana passada e 31% no primeiro levantamento após o primeiro turno.

São 39% os que consideram a gestão de Bolsonaro ruim ou péssima —eram 44% na última pesquisa e 41% na anterior. Já os que a classificam como regular somam 28%.

A avaliação negativa ficou pela primeira vez numericamente abaixo da marca de 40% nos levantamentos feitos desde maio nesse grupo. Em junho, chegou a 47%. A avaliação positiva começou em 19% em maio.

Entre os que não recebem o auxílio, os percentuais de avaliação oscilaram um ponto desde a última pesquisa para 40% de aprovação e 39% de reprovação.

REJEIÇÃO

A rejeição a Bolsonaro está em 53% entre os beneficiados pelo programa e em 46% entre os demais eleitores entrevistados. Rejeitam Lula 37% e 45%, respectivamente.

Entre os que recebem o Auxílio Brasil, 24% dizem confiar sempre no que o presidente diz. Antes do primeiro turno, eram 18%.

Segundo o levantamento, 50% dos beneficiários dizem nunca confiar nas falas de Bolsonaro, ante 55% na rodada anterior e 49% uma semana antes.

AUXÍLIO E FGTS

Auxílio Brasil recebeu reajuste para R$ 600 dois meses antes da eleição e teve seu alcance ampliado às vésperas do segundo turno. Na semana passada, a Caixa iniciou a contratação do empréstimo consignado para esses beneficiários. Neste mês, o calendário de pagamentos foi antecipado para o período de 11 a 25 de outubro, antes do segundo turno.

reajuste do valor do benefício foi uma das principais apostas de Jair Bolsonaro nesta eleição. De 19 a 30 de setembro, a renda foi paga a 20,65 milhões de famílias, 450 mil a mais do que em agosto, quando 20,2 milhões tiveram direito. Segundo o Ministério da Cidadania, o Auxílio Brasil é pago a 21,1 milhões de famílias em outubro, após a inclusão de 480 mil novos beneficiários.

No primeiro turno, contudo, a expansão do programa não conseguiu reverter a tendência de votos no PT entre os mais pobres.

O presidente lançou uma ofensiva adicional para tentar cooptar o eleitorado que ganha até dois salários mínimos ofertando um adiantamento de recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) ainda não recebidos pelo trabalhador para uso em casa própria.

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