PT fraco nas urnas e aliados de Lula apoiando Tarcísio aumenta pressão por reforma ministerial
Mônica Bergamo / FOLHA DE SP
O encerramento das eleições municipais e o desempenho fraco do PT e de aliados nas urnas intensifica a pressão para que Lula faça uma ampla reforma ministerial.
A POSTOS
De acordo com ministros e lideranças partidárias, a mudança é necessária para reorganizar a tropa numa batalha pela melhora na aprovação do governo e do próprio presidente.
PARA ONTEM
As urnas teriam mostrado que a medida é urgente: mesmo com desemprego baixo, inflação controlada, renda em alta e economia crescendo, a maioria dos candidatos apoiados pelo governo fracassaram. E a aprovação de Lula segue no mesmo lugar: 35% consideram a sua gestão ótima ou boa, segundo o Datafolha, e 51%, segundo o instituto Quaest, respondem que aprovam o trabalho do petista.
NO ATAQUE
Com esses índices, o presidente estaria longe de ser um candidato imbatível em 2026. Ao governo faltaria não apenas uma boa comunicação, mas também um time que jogasse no ataque na política, debatendo e dando maior visibilidade a políticas públicas da administração.
MURO ALTO
Uma outra razão para uma reforma seria estabelecer quem, de fato, estará com Lula na reeleição, caso ele seja mesmo candidato em 2026. O MDB, por exemplo, tem três ministérios no governo —mas fez aliança com Jair Bolsonaro (PL) em São Paulo em torno da candidatura à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
MURO ALTO 2
O PSD, presidido por Gilberto Kassab, conseguiu se equilibrar até agora entre apoiar o governo Lula, com ministérios, e apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ocupando secretarias no estado.
MURO BAIXO
A equação não seria mais possível caso Lula e Tarcísio se enfrentem nas urnas em 2026. Ministros cobram que, desde já, o governo tente uma definição, já que não faria sentido o PSD comandar orçamentos federais mantendo um pé no barco do principal adversário do petista.