Reforma Tributária: deputados devem garantir eficiência e imparcialidade do Comitê Gestor do IBS
Francelino Valença / FOLHA DE SP
Com um sistema tributário complexo e intrincado, o Brasil já dava sinais, há décadas, para a necessidade de uma reforma tributária sobre o consumo que modernizasse os instrumentos arrecadatórios, reduzisse a burocracia e eliminasse a guerra fiscal entre os estados brasileiros.
A reforma que tramita no Congresso Nacional traz grandes avanços, mas precisa amadurecer em relação ao Projeto de Lei Complementar 108/24, que institui o Comitê Gestor do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), e que será analisado pelos deputados em breve.
O país buscou adotar o que há de melhor no mundo em relação ao IVA (Imposto sobre o Valor Agregado), e não há dúvidas quanto à importância da criação do Comitê Gestor para a operacionalização do novo modelo de imposto compartilhado pelos entes federados. Sem precedentes na estrutura tributária brasileira, a implementação desta entidade pública trará avanços. No entanto, é essencial realizar ajustes na proposta para evitar conflitos de interesse e garantir a eficiência da administração tributária.
O texto atual do PLP 108 apresenta uma característica sem paralelo nos países desenvolvidos que adotaram o IVA: a participação paritária de contribuintes nas instâncias julgadoras. A possibilidade de os contribuintes julgarem a si mesmos cria um cenário surreal e inaceitável, que compromete a parte mais moderna do IVA e pode resultar em decisões tendenciosas (mesmo com a possibilidade do voto de minerva do fisco), comprometendo a imparcialidade e a eficácia da administração pública e do sistema tributário.
As instâncias de julgamento tributário, assim como em outros âmbitos da Justiça, não devem outorgar aos que sofrem a incidência da norma a competência de afastá-la. Esses espaços decisórios devem ser compostos essencialmente por servidores públicos, de modo a impedir que possíveis infratores, seus representantes legais ou os beneficiários de uma decisão possam atuar como julgadores nos processos. Vale ressaltar que nenhum país desenvolvido permite a participação de contribuintes nas instâncias julgadoras. Como podemos permitir que aquele que possa sofrer a sanção da lei decida se é ou não culpado?
Já a estrutura dos fóruns do Comitê Gestor da proposta atual está alinhada com as respectivas funções: o Comitê de Harmonização da Administração Tributária está vinculado às administrações tributárias, enquanto o Comitê de Harmonização Jurídica está ligado às procuradorias. Ao analisar o PLP 108 nos próximos dias, no entanto, os parlamentares devem estar atentos à pressão de categorias profissionais que buscam integrar a administração do Comitê Gestor em instâncias que não são compatíveis à natureza.
A recente tentativa dos advogados públicos de obterem representação para além do Comitê de Harmonização Jurídica, onde está prevista sua atuação consultiva em relação a controvérsias jurídica, é inadequada, invade competências e fere os princípios da administração pública, ameaçando a eficiência e a autonomia das instâncias.
Pior, o próprio Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil, dispõe que a advocacia é incompatível com a função de julgamento em Órgão de deliberação coletiva da Administração Pública; com cargos ou funções de direção em Órgãos da Administração Pública ou funções que tenham a competência do lançamento, da arrecadação ou da fiscalização de tributos e contribuições parafiscais; lançando por terra os anseios daqueles que defendem acumular o exercício da advocacia pública com a possibilidade de deter poder decisório em instância responsável pela coordenação das atribuições supra descritas.
Apesar de alguns queixumes, as procuradorias estaduais já estão, sim, devidamente representadas no Comitê Gestor do IBS no projeto atual, com as competências que lhe são inerentes, a exemplo da cobrança e da representação judicial relativas ao IBS, bem como a participação no Fórum de Harmonização Jurídica. Ao fisco, caberá a fiscalização, a tributação e o julgamento, atribuições próprias da administração tributária.
Os deputados federais desempenharam um papel importante com a aprovação da regulamentação da Reforma Tributária (PLP 68/24), que agora está sendo analisada pelo Senado Federal. No entanto, para que o novo sistema tributário seja bem-sucedido, é crucial a atenção máxima dos parlamentares para que a implementação do Comitê Gestor e do processo administrativo tributário garanta uma gestão livre de influências externas, que não sejam do interesse público. É importante evitar distorções e assegurar a imparcialidade e a funcionalidade na administração dos tributos, de modo a atender de forma equilibrada os interesses de toda a sociedade sem aumentar a carga tributária.
Congresso pode desengavetar novo tipo de emenda ao Orçamento em recado ao Judiciário e ao Planalto
Por Iander Porcella (Broadcast) e Victor Ohana (Broadcast) / O ESTADÃO DE SP
BRASÍLIA - Lideranças da Câmara avaliam retomar a discussão sobre criar uma nova modalidade de emenda parlamentar: a emenda de bancada partidária. O movimento é uma reação à ofensiva do Judiciário e do Ministério Público sobre os repasses de verbas de deputados e senadores. Deputados também veem digitais do Palácio do Planalto nos questionamentos sobre a transparência da destinação dos recursos.
Na última semana, a Procuradoria-Geral da República (PGR) entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra as chamadas emendas Pix, (batizadas com esse nome em referência ao sistema de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central), que são uma forma de repasse direto de recursos para as prefeituras.
A emenda de bancada partidária - que se somaria às emendas individuais, de bancada estadual e de comissão - foi proposta no ano passado pelo relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, deputado Danilo Forte (União-CE). O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e os líderes partidários, contudo, acabaram enterrando a sugestão na época. A ideia de Forte é que a nova modalidade de emenda possa substituir a de comissão, que também tem sido questionada no STF.
Diante do impasse judicial sobre as emendas, o presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), deputado Júlio Arcoverde (PP-PI), resolveu travar a análise da LDO de 2025 até que haja um entendimento. É nesse projeto que pode entrar o novo tipo de emenda proposto por Forte.
Emendas parlamentares são recursos no Orçamento da União que podem ser direcionados pelos deputados e senadores a seus redutos eleitorais para, por exemplo, realizar obras e implementar políticas públicas.
A emenda partidária fortaleceria as maiores legendas do Congresso, que teriam mais recursos sob seu controle, de forma proporcional ao tamanho da bancada. O líder de cada sigla ficaria responsável por dividir as verbas entre os parlamentares. Um fator que pesou para a ideia não ser levada para frente no ano passado foi uma avaliação do Centrão de que o poder ficaria muito pulverizado entre os líderes, o que poderia reduzir a força política da cúpula do Congresso. Além disso, as próprias lideranças tiveram receio de ficar muito expostas, já que cada deputado ou senador poderia cobrar o líder de seu partido para receber emendas.
Os questionamentos no Judiciário sobre a transparência das emendas, contudo, incomodaram o Congresso e fizeram com que as lideranças reconsiderassem a criação da nova emenda.
O pano de fundo do imbróglio é uma disputa de poder entre o Executivo e Legislativo, arbitrada pelo Judiciário. No governo Bolsonaro, o Congresso criou o orçamento secreto, que consistia no repasse de emendas de relator sem transparência e de uma forma que dificultava a fiscalização. O esquema, revelado pelo Estadão, foi declarado inconstitucional pelo STF após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Parte dos recursos do antigo orçamento secreto, contudo, continuou nas mãos do Congresso, após um acordo feito com o Planalto. Agora, os parlamentares veem nova ofensiva do governo federal, em aliança com o Judiciário, para retomar mais poder sobre o Orçamento. Em novembro de 2023, ao anunciar a nova emenda, sob o código “RP5″, Forte disse que ela seria abastecida com os recursos do antigo orçamento secreto que estavam sob responsabilidade de ministérios do governo Lula.
Ao Estadão/Broadcast, Forte voltou a defender a criação da emenda, agora considerada pelos líderes. “Tudo que não precisamos agora é de conflito entre os Poderes. É uma interferência indevida (do Judiciário) no Legislativo a pretexto de transparência, que é algo que inserimos com muito zelo na LDO, inclusive ampliando os mecanismos de fiscalização”, afirmou.
Atualmente, são três modalidades principais de emendas parlamentares no Orçamento da União: as individuais, a que cada deputado ou senador tem direito; as de bancada estadual; e as de comissão. As duas primeiras são impositivas, ou seja, de pagamento obrigatório, mas o Planalto consegue controlar o ritmo de liberação e, inclusive, usá-las para barganhar apoio em votações.
Na quinta-feira, 8, Lira se reuniu com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, para tratar de emendas. Ele estava acompanhado do advogado da Câmara, Jules Queiroz, e apresentou a visão do Congresso sobre os repasses. Para a PGR, o sistema de repasse das emendas pix gera perda de transparência, publicidade e rastreabilidade das verbas federais e ofende princípios constitucionais como o pacto federativo e a separação dos Poderes.
“As chamadas ‘emendas Pix’, desprovidas das ferramentas de fiscalização constitucionais, arriscam a se convolar em instrumento deturpador das práticas republicanas de relacionamento entre agentes públicos, propiciando o proveito de interesses distintos dos que a atividade política deve buscar”, afirmou Gonet, na ação ajuizada na quarta-feira, 7, no STF. Gonet também destacou que a decisão sobre a destinação da verba é feita pelo parlamentar, que não é obrigado a indicar a finalidade e o uso dos recursos.
A ação citou dados apresentados pela Associação Contas Abertas, Transparência Brasil e Transparência Internacional. Esses números indicam que, em 2022, os parlamentares distribuíram R$ 3,32 bilhões por meio dessas emendas. Em 2023, o número duplicou e atingiu R$ 6,75 bilhões. Ainda segundo as entidades, 80% das emendas Pix distribuídas em 2023 não especificam quem foi o destinatário.
Esse tipo de emenda já foi questionada em ação apresentada pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), mas Gonet disse que há dúvidas sobre a legitimidade da associação para fazer o questionamento, já que sua linha de atuação não tem relação com o tema.
O relator da ação movida pela Abraji, o ministro Flávio Dino, atendeu a um pedido da associação e determinou uma série de medidas para garantir a transparência no manejo das “emendas Pix”. Dino também é relator de ação que questiona as emendas de comissão, que têm sido usadas como moeda de troca política no Congresso após o STF decidir pelo fim do orçamento secreto.
O ministro determinou medidas para a total transparência dos repasses, em uma tentativa de acabar de vez com a prática do orçamento secreto, mas o Congresso alegou ao STF que “não tem como colaborar” com os dados dos “patrocinadores” das emendas de comissão. Dino montou uma comissão representativa para dar efetivo cumprimento à decisão do STF que barrou o orçamento secreto. O grupo fechou um cronograma de atividades para organizar as informações sobre as emendas parlamentares que ainda permanecem secretas.
Sargento Reginauro cobra valorização do Corpo de Bombeiros do Ceará
Por Ricardo Garcia / ALECE
Deputado Sargento Reginauro (União) - Foto: Junior Pio
O deputado Sargento Reginauro (União) defendeu, durante o primeiro expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) desta quarta-feira (07/08), realizada de forma presencial e remota, uma maior valorização do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará pelo Governo do Estado.
Segundo o parlamentar, nas últimas 48h, a Região Metropolitana de Fortaleza registrou dois incêndios de grandes proporções em fábricas, que foram controlados pelo Corpo de Bombeiros. Para o deputado, apesar da ação efetiva da corporação em episódios como esses, é preocupante a carência de efetivo da categoria.
“O estado do Ceará só não passa uma vergonha nacional em relação ao trabalho do Corpo de Bombeiros por sorte, por proteção divina. Estamos esperando uma nova tragédia acontecer, como aconteceu no desabamento do Edifício Andrea, em que tivemos a ajuda de bombeiros civis, empresas e de toda a sociedade civil comovida com a tragédia”, apontou Sargento Reginauro.
De acordo com ele, não há efetivo suficiente para atender a toda a população do Ceará. “Não tenho o menor receio em afirmar que não temos uma força operacional nem de mil homens atuando no Estado para atender as ocorrências”, avaliou.
Sargento Reginauro cobrou uma ação mais efetiva do governador Elmano de Freitas em prol da categoria dos bombeiros. “Estamos esperando uma tragédia de grandes proporções acontecer para que o governador Elmano tenha a noção de que investir no Corpo de Bombeiros é investir na proteção de vidas”, ressaltou.
Em aparte, o deputado Cláudio Pinho (PDT) endossou as cobranças do colega, reforçando a necessidade de valorizar cada vez mais o trabalho dos profissionais do Corpo de Bombeiros.
Edição: Lusiana Freire
De Assis Diniz celebra expansão do programa Pé-de-Meia para mais de um milhão de estudantes
Por Gleydson Silva / ALECE
Deputado De Assis Diniz (PT) - Foto: Junior Pio
O deputado De Assis Diniz (PT) celebrou, durante o primeiro expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), nesta quarta-feira (07/08), a expansão do programa Pé-de-Meia para mais de um milhão de novos estudantes, conforme anúncio do Governo Federal, por meio do Ministério da Educação.
De acordo com o parlamentar, o pagamento para os novos beneficiários começa a ser feito já neste mês de agosto. Poderão participar do programa, conforme o deputado, alunos do ensino médio público cuja família estiver inscrita no Cadastro Único para programas sociais do Governo Federal (CadÚnico) e tiver renda per capita de até meio salário mínimo. Já os alunos da educação de jovens e adultos (EJA) receberão a partir de setembro.
“O programa impacta e transforma a vida dos nossos filhos, aqueles que não nasceram em berços esplêndidos, que precisam lutar, buscar espaço no mercado de trabalho. São aqueles que sua estrutura familiar não lhes deu condições para isso. Então, esse recurso está garantido”, afirmou De Assis Diniz.
O deputado defendeu ainda as viagens que o governador Elmano de Freitas tem feito, alvo de críticas de opositores do Governo. De acordo com ele, o chefe do Executivo cearense tem feito viagens sempre em busca de investimentos para o Ceará. “O Estado tem feito esforços de diálogo para trazer esses investimentos. Temos hoje uma descentralização na saúde, com os hospitais regionais. Estamos levando tratamento de oncologia para o interior, traumatologia nos hospitais regionais, entre tantas outras iniciativas”, pontuou.
Entre os exemplos de impacto de viagem apontados pelo deputado e que beneficiam o Estado está o hidrogênio verde, com 34 protocolos de entendimento assinados. Outros seriam o avanço da Transnordestina, o Eixão das Águas e uma montadora de veículos. “São ações que imagino que o bom senso não nos leve a imaginar que o governador vai sair daqui de ônibus ou de bicicleta”, ponderou.
O deputado De Assis Diniz (PT), em aparte, enfatizou os investimentos que o Governo do Estado tem feito nas mais diversas áreas, sobretudo para a população que mais precisa. “Temos hospitais públicos que mais parecem particulares, de primeira qualidade”, disse.
Edição: Lusiana Freire
Gabriella Aguiar destaca 18 anos da Lei Maria da Penha e necessidade de mais ações
Por Giovanna Munhoz / ALECE
Deputada Gabriella Aguiar (PSD) - Foto: Junior Pio
A deputada Gabriella Aguiar (PSD) destacou, durante o primeiro expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) desta quarta-feira (07/08), realizada de forma presencial e remota, os 18 anos da Lei Maria da Penha, que cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher.
A parlamentar assinalou que a lei é considerada um marco na defesa das mulheres, mas enfatizou a necessidade de buscar mais mecanismos e ações que busquem prevenir a violência contra a mulher. "Registros mostram que a violência contra a mulher aumenta a cada ano. Os números registrados até junho já superam os do ano passado, registrados no mesmo período, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública", apontou.
Gabriella Aguiar destacou ainda os números do Observatório da Mulher contra a Violência (OMV), que registraram crescimento de 6,5% nos crimes de estupro este ano. "Já são 83 mil casos registrados. No Brasil acontece um estupro a cada seis minutos", lamentou.
Segundo a deputada, é necessário buscar cada vez mais ações e mecanismos que busquem proteger as mulheres. "O presidente Lula sancionou medidas protetivas na Lei Maria da Penha, assegurando a preservação das vítimas. São iniciativas dessa natureza que precisamos apoiar e buscar implantar para melhorar os números e superar a violência contra a mulher", apontou.
Edição: Vandecy Dourado
Solenidade celebra os 99 anos do Corpo de Bombeiros nesta quinta
Por Ariadne Sousa / ALECE

A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) promove, nesta quinta-feira (08/08), a partir das 17 horas, no Auditório Deputado João Frederico Ferreira Gomes, localizado no anexo II da Casa, sessão solene em comemoração ao aniversário do Corpo de Bombeiros do Estado do Ceará (CBMCE). Na ocasião, o projeto Surf Salva, de iniciativa da corporação, também receberá homenagens.
A solenidade atende a requerimento do deputado Sargento Reginauro (União), e tem como coautores os deputados Felipe Mota (União), Larissa Gaspar (PT), Queiroz Filho (PDT) e Carmelo Neto (PL).
Sargento Reginauro ressalta a importância do grupamento para a proteção da população e salvaguarda do patrimônio público e privado. “Os bombeiros cearenses se destacam pela coragem, dedicação e profissionalismo demonstrados em suas ações de emergência, arriscando suas próprias vidas para salvar outras vidas e garantir a segurança da comunidade”, destaca o parlamentar.
O deputado aponta que a cerimônia é uma oportunidade para enaltecer a história e os feitos heroicos do CBMCE, assim como dos bombeiros que compõem a corporação. “Além disso, a sessão oferecerá a oportunidade de discutir temas relevantes, como a importância da prevenção de incêndios e o aprimoramento da infraestrutura de combate a incêndios, entre outras questões relacionadas à segurança pública”, comenta.
Edição: Geimison Maia
Procuradoria Especial da Mulher abre campanha Agosto Lilás com conscientização de servidores
Por Luciana Meneses / ALECE
Campanha "Agosto Lilás", Procuradoria Especial da Mulher realiza distribuição de material informativo - Foto: José Leomar
A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), por meio da Procuradoria Especial da Mulher, deu início à campanha Agosto Lilás na manhã desta quarta-feira (07/08), com a distribuição de material informativo em diversos setores da Casa.
Nessa primeira ação, panfletos e cartazes foram entregues em gabinetes parlamentares e demais setores da sede do Legislativo, com o intuito de conscientizar a população sobre os tipos de violência contra a mulher e a que órgãos as vítimas podem recorrer.
Segundo a coordenadora da Procuradoria, Érica Praciano, essa primeira ação é voltada para a conscientização de servidores, bem como para a divulgação do equipamento existente na Alece. "Hoje começamos fazendo essa divulgação tanto do nosso equipamento como também da lei nos setores, nos gabinetes e para todos os colaboradores desta Casa, por meio de panfletos informativos que detalham os tipos de violência e o canal de atendimento à vítima, que é o Zap Delas. Ao longo do mês, teremos mais atividades já agendadas e também outras em articulação, inclusive estaremos em municípios como Jericoacoara, fazendo palestras formativas com cooperativas", informou.
A secretária parlamentar Alessandra Coelho recebeu a equipe da Procuradoria no gabinete do deputado João Jaime e reconheceu a importância da conscientização de mulheres que podem estar sendo vítimas de violência.
"Eu acho que é extremamente oportuna essa campanha para conscientizar as mulheres. Sabemos que o medo de denunciar e a falta de conhecimento de onde buscar ajuda paralisa muitas mulheres vítimas de violência. Então é importante termos esse espaço, essa conscientização para as mulheres, esse apoio, para que elas possam ter onde buscar essa ajuda, para sair desse círculo vicioso dessa situação em que se encontram", declarou.
Ainda na manhã desta terça-feira, representantes da PEM estiveram no município de Redenção para uma palestra sobre o tema no Campus da Liberdade da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). A programação continua com palestras nos demais municípios do Estado e estabelecimentos comerciais de Fortaleza.
A campanha Agosto Lilás, prevista em lei estadual, surgiu em alusão à data de sanção da Lei Maria da Penha, n.° 11.340, de 7 de agosto de 2006, e tem como objetivos sensibilizar a sociedade sobre a violência doméstica e familiar contra a mulher, estimular reflexões sobre estratégias de prevenção e combate ao machismo e sobre os tipos de violência de gênero, além de divulgar a Lei Maria da Penha e os meios de denúncias disponíveis no Estado.
SOBRE A PEM
A Procuradoria Especial da Mulher (PEM) está presente em 137 municípios cearenses, com ações e projetos voltados aos direitos das mulheres, pela igualdade de gênero e o combate a todas as formas de violência e discriminação contra as mulheres.
Na Alece, conta com uma equipe multidisciplinar composta por psicólogos, advogadas, assistente social e outros profissionais que fazem o atendimento especializado às mulheres vítimas de violência, de forma presencial ou forma virtual, pelo canal de atendimento Zap Delas (85) 99814.0754.
Outra atividade desenvolvida pela PEM é o Observatório da Mulher Cearense (OMCE), para compartilhar e monitorar dados que impactam a vida das mulheres cearenses por meio de análises, pesquisas e estatísticas, apresentando conhecimentos críticos que impulsionem a mudança e a elaboração de políticas públicas mais eficazes e realistas em defesa das mulheres cearenses.
Edição: Lusiana Freire
O atrevimento da Câmara e do Senado
Por Notas & Informações / O ESTADÃO DE SP
O Congresso foi ousado ao ser cobrado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a identificar a autoria das emendas de comissão. “Não existe”, segundo representantes da Câmara, a “figura do patrocinador” das emendas; logo, a Câmara “não tem como colaborar” com o STF, posicionamento que foi endossado por prepostos do Senado, segundo a ata de uma reunião realizada na última terça-feira.
A resposta ofende a inteligência de todos os cidadãos. É tanta a desfaçatez que seria melhor que os enviados simplesmente dissessem que não há, nem nunca houve, por parte da cúpula do Congresso, o menor interesse em respeitar os princípios constitucionais da transparência, impessoalidade, moralidade e publicidade no uso de recursos públicos.
A comprovar essa falta de disposição, deputados e senadores mostram que nada é capaz de fazê-los cumprir o compromisso solene de posse no qual juram defender a Constituição durante o mandato. Se assim fosse, o Supremo não teria de voltar a esse tema em agosto de 2024, menos de dois anos após a histórica decisão na qual a Corte declarou a inconstitucionalidade do chamado “orçamento secreto”.
O esquema, revelado pelo Estadão, proporcionou apoio político do Legislativo ao governo Jair Bolsonaro por meio das emendas de relator. Controladas pelos presidentes da Câmara e do Senado, as RP-9 eram distribuídas por critérios próprios e garantiam repasses bilionários aos parlamentares.
Foi a ausência de identificação do proponente e a opacidade sobre seu destinatário que deram base ao contundente voto da ministra Rosa Weber, hoje aposentada. As emendas de relator, segundo ela, representavam verdadeiro regime de exceção ao Orçamento-Geral da União e burlavam a transparência e a distribuição isonômica de recursos públicos, de maneira “incompatível com a ordem constitucional, democrática e republicana”.
O Congresso, em vez de cumprir a decisão, optou por driblá-la. Em uma interpretação marota, restabeleceu o papel que as RP-9 sempre tiveram, de correção pontual do Orçamento, mas emulou as práticas condenadas pelo STF nas emendas de comissão, também conhecidas como RP-8, com a conivência do governo Lula da Silva.
Ao perceber a manobra, o ministro Flávio Dino, que herdou de Rosa Weber a relatoria do caso, cobrou esclarecimentos. A resposta do Congresso é estupefaciente. Apegando-se a procedimentos previstos no Regimento, como se este estivesse acima da Constituição, o Legislativo disse que tais informações estão nas atas das reuniões nas quais as emendas foram aprovadas, ainda que os documentos não detalhem a autoria da indicação nem a obra que será feita, o projeto a ser tocado ou município que receberá a verba.
Ora, ninguém é ingênuo para crer que o Legislativo não saiba quem indicou a emenda e para o que exatamente ela serviu. Somadas, as emendas de comissão devem superar o patamar de R$ 15 bilhões neste ano. Esse dinheiro, por óbvio, não está perdido, e informar onde ele foi parar não é nenhuma benevolência, mas obrigação do Congresso.
Nem se trata de criar algo novo, mas de retomar regras que vigoraram por décadas, após a eclosão do escândalo dos Anões do Orçamento, e que têm sido sumariamente ignoradas nos anos recentes, como se nunca tivessem existido. Chama a atenção a facilidade com que o Congresso destruiu sistemas de controle que levaram anos para serem construídos e consolidados, numa incrível volta a um trevoso passado, no qual o clientelismo era a regra.
A insistência em manter tanto segredo sugere várias hipóteses, todas ruins. É provável que o enorme poder conquistado por algumas lideranças do Congresso evaporasse instantaneamente se o chamado baixo clero soubesse que seus votos valem bem menos, em termos de emendas, que os de colegas mais próximos da cúpula do Legislativo.
Para o cidadão, é a certeza de que a verba pública tem sido mal alocada em milhares de ações de prioridade questionável, baixo impacto e pouca eficiência, sem qualquer vinculação com políticas públicas, prática que só amplia as desigualdades regionais e sociais, mas que fortalece, perpetua e enriquece os políticos de sempre.
De Assis Diniz salienta articulação do PT em torno de candidaturas municipais
Por Ricardo Garcia / ALECE
Deputado De Assis Diniz (PT) - Foto: Junior Pio
O deputado De Assis Diniz (PT) destacou, durante o primeiro expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) desta terça-feira (06/08), realizada de forma presencial e remota, a mobilização do seu partido em torno do processo eleitoral.
Segundo o parlamentar, ao longo do primeiro semestre, o PT se preparou e se organizou para apresentar candidaturas capazes de fazer a diferença para a sociedade cearense.
“Precisamos valorizar um partido que tem militância e uma estrutura organizada para debater e formular propostas que são fundamentais para a sociedade. Participei de diversas convenções, nas mais diferentes cidades, e tenho a convicção de que vamos disputar essas eleições com ideias, programas e formulações em prol do povo cearense”, ressaltou De Assis Diniz.
Em aparte, o deputado Pedro Lobo (PT) defendeu que o processo eleitoral seja realizado de forma limpa entre os candidatos. “Esperamos que a disputa aconteça no campo das ideias e das propostas”, comentou.
Edição: Vandecy Dourado
Leis aprovadas na Alece instituem no mês de agosto campanhas sobre temas sociais
Por Márcia Feitosa / ALECE
A Assembleia Legislativa do Estado o Ceará (Alece) aprovou quatro projetos de lei de autoria dos deputados que viraram leis, que instituem no mês de agosto datas para celebrar e pautar temas de interesse social. As proposições preveem a realização de caminhadas, campanhas educativas e sensibilização da sociedade para diversos temas, que fizeram parte do debate do Poder Legislativo.
Um dos projetos aprovado foi o nº 831/23, de autoria da deputada Lia Gomes (PDT), que foi sancionado este ano e vigora na forma da lei 18.729/2024 , que institui no calendário oficial de eventos do Estado a “Marcha em Defesa das Mulheres”, que deverá ser realizada em alusão ao Agosto Lilás. O ato em defesa dos Direitos e da vida das mulheres propõe levar para a sociedade uma reflexão sobre os altos índices de violência contra a mulher e feminicídios que ocorrem no País e no nosso Estado.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), 21 mulheres foram vítimas de feminicídio, no ano de 2023. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que todas as formas de violência contra a mulher apresentaram crescimento acentuado no ano de 2022. Segundo o levantamento, 28,9% das brasileiras sofreram algum tipo de violência de gênero no referido ano, o maior número já identificado em outras edições da pesquisa.
“A Marcha em Defesa das Mulheres tem a finalidade de reconhecer os inúmeros desafios que enfrentamos para garantir que as mulheres e meninas tenham acesso aos seus Direitos e o direito à vida garantido. O objetivo é tornar o evento um ato importante de reivindicação pela igualdade de gênero, dignidade e garantia de direitos humanos das mulheres, empoderamento feminino, o fim do feminicídio, o reforço no combate a todas as formas de violência contra a mulher”, destaca Lia Gomes.
O projeto nº280/23, sancionado na forma da lei 18.401/23 que tem como autor o deputado Romeu Aldigueri (PDT), institui o mês de agosto como o “Mês da Primeira Infância”, no Ceará, já que é no dia 24 deste mês que se celebra o Dia da Infância. A data foi criada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), com o objetivo de promover a reflexão sobre as condições de vida das crianças em todo o mundo.
A iniciativa visa a promoção de ações de conscientização sobre a importância da atenção integral às gestantes e às crianças de até seis anos de idade e suas famílias. Segundo o projeto, o investimento na primeira infância representa uma janela de oportunidades para desconstruir as desigualdades da sociedade, e para promover a saúde, o aprendizado, o desenvolvimento e o bem-estar social e emocional das crianças.
“O Mês da Primeira Infância pretende não apenas destacar a importância do reconhecimento desta etapa tão importante da vida, mas também estabelecer um conjunto de ações de conscientização sobre a relevância da atenção integral e integrada às gestantes e às crianças de até seis anos de idade, bem como suas famílias, como política pública a ser fortalecida”, ressaltou Romeu Aldigueri.
O projeto nº 747/23, da deputada Luana Régia (Cidadania), hoje a lei 18.496/23, institui o "Agosto Dourado", como o mês estadual dedicado ao incentivo à amamentação, no Estado do Ceará. A iniciativa tem por finalidade reforçar a importância da conscientização da amamentação para o pleno desenvolvimento da criança, para fortalecer o sistema imunológico do bebê e para a prevenção de doenças infecciosas.
O Agosto Dourado foi criado, em 1992, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em alusão à importância da amamentação para o pleno desenvolvimento das crianças. De acordo com dados de 2021, da OMS e do Unicef, cerca de 6 milhões de vidas são salvas anualmente por causa do aumento das taxas de amamentação exclusiva até o sexto mês de idade.
“Pretende-se mobilizar a sociedade cearense no sentido de incentivar a amamentação, como alimento natural por excelência, a fim de melhorar a saúde dos bebês no Estado. É fundamental que seja dada visibilidade ao aleitamento materno, uma vez que o crescimento saudável do bebê merece ser priorizado, sendo que o leite contribui para a redução de chances de hipertensão, obesidade e diabetes, como também, a proteção contra doenças fatais, como respiratórias e diarreia”, pontua a deputada Luana Régia.
Já o projeto nº 264/23, de autoria do deputado David Durand (Republicanos), hoje lei 18.907/2024, institui o Dia Estadual da Caminhada do Amor - “The Love Walk", a ser comemorado anualmente, no segundo sábado do mês de agosto. A Caminhada do Amor é um evento promovido pela Igreja Universal do Reino de Deus, com o objetivo de fortalecer os relacionamentos e incentivar a comunicação afetiva entre casais e solteiros.
A iniciativa, que ocorre anualmente em diversos estados brasileiros e até em outros países, busca auxiliar na manutenção de relacionamentos saudáveis e na prevenção de problemas conjugais. O projeto salienta que, além desses aspectos, é fundamental considerar o dever do Estado em promover o bem-estar da população, priorizando a saúde emocional como um ponto de impacto na sociedade.
“O contexto atual nos mostra que a vida moderna muitas vezes nos afasta das relações interpessoais significativas. A correria do dia a dia, as preocupações com trabalho, estudos e outras responsabilidades frequentemente nos impedem de dedicar tempo de qualidade aos nossos relacionamentos. É nesse cenário que a Caminhada do Amor - The Love Walk se destaca como uma oportunidade valiosa. Os benefícios dessa iniciativa são diversos, como o fortalecimento dos relacionamentos, prevenção de problemas conjugais, inclusive sendo um instrumento de prevenção de violência doméstica ou contra a mulher”, afirma o deputado David Durand.
Edição: Clara Guimarães