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Congresso perdoa dívidas de R$ 1 bilhão de igrejas; Bolsonaro precisa sancionar

Idiana Tomazelli, O Estado de S.Paulo

07 de setembro de 2020 | 05h00

BRASÍLIA - Um projeto aprovado pelo Congresso Nacional pode anular dívidas tributárias de igrejas acumuladas após fiscalizações e multas aplicadas pela Receita Federal. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, o valor do “perdão” seria de quase R$ 1 bilhão. O texto aguarda a sanção ou veto do presidente Jair Bolsonaro, que tem na bancada evangélica um importante pilar de sustentação política de seu governo. Ele tem até 11 de setembro para decidir se mantém ou não a benesse aos templos religiosos.

bolsonaro e evangélicos
Jair Bolsonaro e o missionário R.R. Soares (de terno cinza), fundador de uma igreja que deve à União Foto: Isac Nóbrega/ PR

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Como revelou o Estadão/Broadcast no fim de abril, Bolsonaro promoveu na época uma reunião entre o deputado federal David Soares (DEM-SP), filho do missionário R. R. Soares, e o secretário especial da Receita Federal, José Barroso Tostes Neto, para discutir os débitos das igrejas. O presidente já ordenou à equipe econômica “resolver o assunto”, mas os técnicos resistem. Bolsonaro também já defendeu publicamente a possibilidade de acabar com taxas ainda pagas pelas igrejas e “fazer justiça com os pastores, com os padres, nessa questão tributária”.

David Soares foi autor da emenda que introduziu, durante a votação na Câmara dos Deputados, o perdão que pode beneficiar inclusive a Igreja Internacional da Graça de Deus, fundada pelo pai do deputado. A instituição tem R$ 37,8 milhões inscritos na Dívida Ativa da União, além de outros débitos milionários ainda em fase de cobrança administrativa pela Receita.

Contatado por telefone e informado do conteúdo dessa reportagem, o deputado disse que não concederia entrevista.

Drible na legislação

As igrejas são alvos de autuações milionárias por driblarem a legislação e distribuírem lucros e outras remunerações a seus principais dirigentes e lideranças sem efetuar o devido recolhimento de tributos. Embora tenham imunidade no pagamento de impostos, o benefício não afasta a cobrança de contribuições (como a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, a CSLL, ou a contribuição previdenciária).

Esses dois tributos são justamente os alvos da anistia aprovada pelo Congresso Nacional por meio do projeto de lei 1581/2020, que trata de descontos em pagamento de precatórios (valores devidos pela União após sentença definitiva na Justiça).

A emenda proposta pelo deputado David Soares exclui as igrejas do rol de contribuintes da CSLL, ampliando o alcance da imunidade prevista na Constituição. O texto ainda diz que “passam a ser nulas as autuações feitas” com base no dispositivo anterior à proposta recém-aprovada – ou seja, elimina a dívida.

Outro artigo declara “nulas as autuações emitidas” pela Receita Federal antes de outra lei, de 2015, que buscava frear as autuações sobre a prebenda, como é chamado o valor recebido pelo pastor ou líder do ministério religioso por seus serviços.

A prebenda é isenta de contribuições à Previdência, desde que seja um valor fixo, mas o Fisco começou a identificar pagamentos variáveis, com características de participação nos lucros ou bonificações a quem tem os maiores “rebanhos” de fiéis. Os auditores começaram então a lançar autos de infração e cobrar os tributos devidos com multas e encargos.

Cunha e R.R. Soares

Uma lei aprovada em 2015 tentou colocar um ponto final às cobranças, isentando valores pagos em forma de ajuda de custo de moradia, transporte e formação educacional. Em um vídeo publicado nas redes sociais em outubro de 2016, o missionário R. R. Soares aparece ao lado do então presidente da Câmara Eduardo Cunhaligado à bancada evangélica, agradecendo pela aprovação da lei.

R.R. Soares e Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro e R. R. Soares durante evento evangélico no Rio de Janeiro em fevereiro deste ano. Foto: Ricardo Moraes/Reuters

A Receita, porém, reagiu exigindo a comprovação desses gastos e continuou aplicando multas nos casos em que não havia apresentação de documentos, ou ainda sobre outros tipos de parcelas pagas aos pastores. Enquanto isso, abriu-se uma verdadeira queda de braço em torno do passivo acumulado, que agora o Congresso Nacional quer perdoar.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, a área econômica deve recomendar veto aos trechos que anulam as dívidas das igrejas. Procurado por meio de sua assessoria de imprensa, o Ministério da Economia não quis comentar. A Secretaria-Geral da Presidência da República, que abriga a Subchefia de Assuntos Jurídicos (SAJ), principal órgão de assessoramento jurídico do presidente, informou que “o projeto citado está em análise”.

Hoje as igrejas têm ao todo R$ 1,5 bilhão em débitos inscritos na Dívida Ativa. O perdão, no entanto, valeria apenas para as autuações sobre não pagamento de CSLL e contribuição previdenciária. A consulta pública da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) mostra que os templos acumulam R$ 868 milhões em dívidas previdenciárias de qualquer espécie (não necessariamente apenas sobre prebenda), mas não detalha débitos da CSLL. 

Assembleias mudam regras para permitir reeleição

Daniel Weterman, O Estado de S.Paulo

05 de setembro de 2020 | 22h00

BRASÍLIA – Alvo de críticas e polêmica, a estratégia planejada para permitir a reeleição dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), em fevereiro de 2021, é prática adotada há décadas na maioria das Assembleias Legislativas do País. Enquanto Alcolumbre teve até mesmo conversas reservadas com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em busca de alternativas, deputados estaduais já alteraram leis, regimentos e, nos últimos anos, conseguiram brechas para se “eternizar” no poder.

themistocles filho
Longevo. O deputado Themístocles Filho comanda a Assembleia Legislativa do Piauí desde 2005 e ainda pode se reeleger Foto: Assembleia Legislativa do Piauí / Divulgação

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O cenário de longevidade nas Assembleias foi usado como um dos argumentos da cúpula do Senado para pedir aval do Supremo ao projeto de reeleição de Alcolumbre. Além disso, aliados do senador coletam assinaturas para a apresentação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), mas o Centrão promete enterrar qualquer iniciativa nesse sentido na Câmara.

O caso mais emblemático de perpetuação no cargo está no Piauí, onde o deputado Themístocles Filho (MDB) sentou na cadeira de presidente da Assembleia em 2005 e de lá nunca mais saiu. Está há 15 anos no comando do Legislativo estadual e já venceu oito eleições consecutivas para o posto. Político tradicional da região, ele é autorizado pelo regimento da Casa a se reeleger quantas vezes quiser.

À frente da Assembleia do Piauí, Themístocles Filho praticamente não tem oposição. Na última disputa para a Mesa Diretora, conseguiu 28 dos 30 votos. “Se os parlamentares a nível federal, no Senado ou na Câmara, assim também desejarem, eles poderão fazer (a reeleição). É uma questão interna”, disse o deputado ao Estadão/Broadcast.

Embora a Constituição proíba a recondução para o comando da Câmara e do Senado na mesma legislatura, 21 dos 26 Estados, além do Distrito Federal, encontraram brechas e lacunas para permitir a reeleição de presidentes das Assembleias no período que abrange os quatro anos de mandato. O levantamento foi feito pelo professor do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) Daniel Falcão, doutor em Direito pela Universidade de São Paulo (USP). Em alguns casos, a possibilidade apareceu nas Constituições estaduais e, em outros, em regimentos internos das Casas, dependendo apenas de aprovação dos próprios parlamentares.

No Piauí, Themístocles Filho tem uma fórmula pronta para conseguir a permanência no poder por tanto tempo: procura sempre contemplar interesses tanto do governo quanto da oposição. O controle da pauta e das principais políticas do Estado ficou ainda mais evidente durante a pandemia do novo coronavírus.

Em abril, por exemplo, a Assembleia do Piauí deu sinal verde para o governo se endividar e contratar empréstimos que ultrapassam R$ 1 bilhão. O financiamento foi destinado não só a ações de saúde, mas também a obras de infraestrutura, ou seja, demandas anteriores ao período da crise.

Jogo

Está nas mãos de Themístocles pautar projetos de interesse do Executivo e também fiscalizar os gastos do Estado. “O presidente da Casa é muito poderoso e consegue organizar bem o jogo político dentro da Assembleia”, afirmou o cientista político Vítor de Sandes, professor da Universidade Federal do Piauí (UFPI). “Mas, em termos democráticos, não é o melhor modelo. A democracia implica em competição e mais disputa, com uma pluralidade de visões, ainda que a continuidade possa existir”, ressalvou.

Situação semelhante ocorre em PernambucoGuilherme Uchoa (PSC) presidiu a Assembleia local por 11 anos, até 2018, quando morreu, vítima de uma pneumonia. A hegemonia do político no Legislativo pernambucano começou em 2006 e, a partir daí, ele articulou sucessivas mudanças na Constituição para se manter no poder.

Em 2011, uma alteração proibiu a recondução para um terceiro mandato, proposta classificada como “antídoto ao fenômeno Uchoa”. Ex-juiz e fortemente ligado às lideranças locais, porém, Uchoa conseguiu aval do Judiciário para seguir como presidente.

No Paraná, o deputado estadual Ademar Traiano (PSDB) dá sinais de que quer trilhar o mesmo caminho. Em 10 de agosto, ele foi reeleito para o quarto mandato consecutivo na direção da Assembleia, rumo à marca de oito anos no comando da Casa.

Com receio de que o tucano não desocupe a cadeira tão cedo, a oposição pressiona os colegas a mudar o regimento e proibir a reeleição. “Não dá para ficar assim. Vai ser sempre o mesmo presidente? Não vivemos uma experiência de renovação e a alternância é muito importante”, argumentou o deputado Professor Lemos (PT), líder da oposição, que prepara projeto para barrar a recondução à presidência da Assembleia paranaense.

O alinhamento ao governador de plantão, seja ele de qual partido for – para negociar a distribuição de recursos a redutos eleitorais – é comum entre políticos que se perpetuam nos cargos. 

“O grande problema é que o presidente da Assembleia acaba agindo como um líder do governo e demonstrando que liga o rolo compressor. Tratora a oposição porque tem poder de agenda, da pauta do dia”, observou o cientista político Leon Victor de Queiroz, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Após PEC da reeleição de Alcolumbre, Rose de Freitas é afastada do Podemos

Marlla Sabino, O Estado de S. Paulo

05 de setembro de 2020 | 18h09

O Podemos decidiu neste sábado (5) afastar a senadora Rose de Freitas (ES) por apresentar uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que permite a reeleição do atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). A suspensão da filiação partidária é por 60 dias em caráter cautelar, prazo em que a análise do procedimento ético-disciplinar deve ser concluída.

Segundo o comunicado oficial do partido, o afastamento acontece após a Comissão Executiva Nacional acolher parecer do Conselho de Ética e Disciplina. O documento é assinado pela presidente nacional da sigla, Renata Abreu. A senadora terá o prazo de cinco dias, a partir do recebimento da notificação, para apresentar defesa por escrito ou indicar advogado para acompanhar o procedimento, se quiser.

Rose de Freitas apresentou nesta semana uma PEC para permitir a recondução dos membros da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados e do Senado. Na prática, o texto também dá aval para a reeleição do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A posição da parlamentar, no entanto, é contrária à defendida pelo partido.

A senadora Rose de Freitas (PMDB-ES)
A senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) Foto: Marcos Oliveira|Agência Senado

Atualmente, a Constituição proíbe a recondução de um parlamentar para o mesmo cargo da Mesa Diretora da Câmara e do Senado na mesma legislatura. O tema é alvo de uma ação apresentada pelo PTB ao Supremo Tribunal Federal (STF), que discute a possibilidade de reeleição de Maia e Alcolumbre. 

Conforme informou o Estadão, Maia e Alcolumbre têm mantido conversas reservadas com ministros do STF sobre a possibilidade de concorrerem à reeleição, em fevereiro de 2021. Embora Alcolumbre já atue abertamente pela recondução, Maia tem dito que não pretende concorrer, mesmo que autorizado pelo Supremo. 

De acordo com interlocutores, o presidente da Câmara admite disputar o quarto mandato apenas se for aclamado por líderes de partidos e tiver apoio, ainda que informal, do governo. Embora tenha um histórico de desentendimentos com Bolsonaro, Maia se relaciona bem com ministros como Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, e Fábio Faria, das Comunicações. 

Recondução. A PEC apresentada pela senadora permite apenas uma recondução consecutiva, mesmo entre uma legislatura e outra. A estratégia de Alcolumbre e aliados é afastar críticas de que a medida abriria margem para um presidente se "eternizar" no poder do Legislativo. Na justificativa, a parlamentar afirma que a reeleição por um período subsequente é permitida para chefes do Executivo e que a mudança é uma forma de "harmonizar o texto constitucional".

Durante a semana, o Podemos já havia divulgado uma nota contrária à PEC. O texto afirmava que "a alteração das regras do jogo, assim como a sua casuística reinterpretação, para o favorecimento de quem está no poder é medida que se dissocia do espírito republicano que deve nortear a nossa política, com medidas como essas não podemos concordar."

Fernando Hugo cobra aplicação de leis mais rígidas no combate ao feminicídio no País

Deputado Fernando HugoDeputado Fernando HugoFoto: Dário Gabriel

O deputado Fernando Hugo (PP) cobrou, durante o primeiro expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa, realizada pelo Sistema de Deliberação Remota (SDR) e presencial, nesta quinta-feira (03/09), que a legislação brasileira seja mais rigorosa e eficiente no combater à violência contra as mulheres. Segundo o ele, a ineficácia na aplicação das penalidades agrava os números desses atos no País.

O parlamentar afirmou que a legislação nacional é “raquítica”, pois, mesmo contando com a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340, de 2006), não consegue ser efetiva na aplicação das punições. “Temos que desenvolver, nacionalmente, uma legislação que preze a vida das mulheres. Muitas delas não tem coragem de ir à uma delegacia denunciar, pois sabem que, ao voltar para casa, vão ser agredidas e muitas delas mortas. Isso não pode ser algo aceitável”, ponderou.

Fernando Hugo repudiou e questionou a frequência de atos criminosos contra as mulheres no Ceará, em especial na região do Cariri. “Às vezes acho que o Governo tinha que fazer um estudo para saber o que acontece naquela Região. É uma coisa desalentadora a maneira como tratam as mulheres. São maus tratos e agressões físicas que resultam em morte noticiados frequentemente”, ressaltou. O parlamentar classificou ainda como “verdadeiros monstros” os homens que praticam atos criminosos contra mulheres.

Segundo o deputado, há também uma preocupação mundial de psicólogos com o futuro, quanto aos casos de feminicídio e agressões, pois com o isolamento social de crianças e adolescentes, devido à pandemia, pode haver a perda de sociabilidade e aumento de agressividade, em especial contra mulheres.

A deputada Dra. Silvana (PL), em aparte, ressaltou que há um projeto de lei, em tramitação no Congresso Nacional, que cria o cadastro virtual para expor homens agressores de mulheres. “Vamos torcer para que esse projeto seja aprovado para dar mais força nesse combate à violência contra às mulheres”, pediu.

O deputado Delegado Cavalcante (PSL) acredita que os altos índices de feminicídio no Ceará são resultado da “falta de condições de trabalho” da Polícia Civil. Segundo ele, há falhas, inclusive, no rastreio de homens com mandados de distância das mulheres, o que dificulta na prevenção de assassinatos desse tipo.

A deputada Augusta Brito (PCdoB) enalteceu a defesa do deputado Fernando Hugo às mulheres e corroborou sobre a necessidade de fortalecer a aplicação da legislação, como da Lei Maria da Penha, “reconhecida como uma das mais importantes no combate à violência contra mulheres no mundo”. “Temos a legislação, mas temos que fazer, ainda mais, a aplicação e a punição dos agressores”, disse.

O deputado Tony Brito (Pros) lamentou ainda haver a necessidade de debater esse tema em pleno século XI. O parlamentar enfatizou que a Delegacia de Defesa da Mulher está sempre de portas abertas para receber mulheres que enfrentam situações de abuso e que o Parlamento precisa se manter unido para fortalecer medidas que evitem e punam quem cometer crimes contra mulheres. “Nos somamos à essa defesa às mulheres, para uma sociedade mais justa”, afirmou.
GS/AT

AL aprova Lei de Diretrizes Orçamentárias para o ano de 2021 e 19 projetos

AL aprova Lei de Diretrizes Orçamentárias para o ano de 2021 e 19 projetosfoto : Dário Gabriel

 
A Assembleia Legislativa votou e aprovou, durante a votação da sessão plenária presencial e remota desta quinta-feira (03/09), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2021, além de outras 19 matérias, entre projetos de lei complementar, decretos legislativos, projetos de lei e de indicação, de autoria do Poder Executivo, Ministério Público e parlamentares. Também foram aprovadas as contas do Governo do Estado alusivas ao exercício de 2019.

O Poder Executivo é autor de quatro projetos de lei. O 21/20 trata das diretrizes para elaboração e execução da Lei Orçamentária para o exercício de 2021.

A matéria foi aprovada com 18 emendas, das quais sete são de autoria do deputado Leonardo Araújo (MDB), seis do deputado Renato Roseno (Psol), duas do deputado Audic Mota (PSB), uma da deputada Fernanda Pessoa (PSDB), uma do deputado Nelinho (PSDB) e uma do deputado Walter Cavalcante (MDB).

O projeto 43/20 cria a Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos - DRCC, na estrutura da Superintendência da Polícia Civil do Estado do Ceará. O 44/20 autoriza o Poder Executivo a executar Programa de Apoio ao Trabalho de Desapropriação, Indenização e Remoção das famílias abrangidas pelas obras de implantação do Parque José Euclides, bem como a desapropriar imóveis do município de Sobral, para obras de implantação do Parque José Euclides.

Já o 45/20 altera a Lei nº 15.910, de 11 de dezembro de 2015, que criou a Política de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar no Estado do Ceará.

Foram aprovados ainda dois projetos de lei complementar 10/20 do Poder Executivo, o 10/20 promove ajustes na Lei Complementar nº 46, de 16 de agosto de 2004, que criou o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos do Estado do Ceará; e o 11/20,que trata da implementação de ações emergenciais de apoio ao setor da cultura do Estado do Ceará, no período de calamidade pública ocasionado pela COVID-19, nos termos da Lei Federal nº 14.017, de 29 de junho de 2020.

Já o projeto de lei complementar 12/20 é de autoria do Ministério Público e altera dispositivos da Lei Complementar nº 72, de 12 de dezembro de 2008, a Lei Orgânica e Estatuto do Ministério Público do Estado do Ceará.

O MP também é autor do projeto de lei complementar 13/20, que extingue o Fundo de Manutenção da Escola Superior do Ministério Público do Estado do Ceará - ESMP/CE.               Os parlamentares também aprovaram projeto de lei do Ministério Público 46/20 alterando a Lei Estadual nº 14.043/2007, que dispõe sobre o plano de cargos, carreiras e vencimentos dos servidores do Ministério Público do Estado do Ceará.

Sete projetos de lei aprovados são de autoria de parlamentares. O projeto de lei 10/20, do deputado Julio César Filho (Cidadania), Institui o Dia Estadual do Digital Influencer, o influenciador digital. O 11/20, do deputado Walter Cavalcante (MDB), denomina Alderi Duarte Belo a Areninha do bairro Vila Velha, localizada no Campo do Cancão, em Fortaleza.

183/20, do deputado Audic Mota (PSB), institui a Rota do Café no Maciço de Baturité, como parte do Circuito Turístico do Estado do Ceará; enquanto o 215/20, da deputada Dra. Silvana (PL), institui o Dia do Missionário Cristão no Estado do Ceará.

O deputado Acrísio Sena (PT) é autor do projeto de lei 219/20, que altera o art. 1º da Lei nº 12.813, que instituiu o Dia Estadual do Agente Penitenciário. Já o 395/19, dos deputados Evandro Leitão (PDT) e Marcos Sobreira (PDT), trata da proibição da distribuição gratuita ou venda de sacolas plásticas a consumidores em todos os estabelecimentos comerciais. E o 633/19, do deputado David Durand (REP), cria o Dia Estadual do Protetor de Animais.

Três projetos de indicação também foram aprovados. O 294/19, de autoria do deputado Fernando Santana (PT; o 307/19, do deputado Salmito (PDT) e o 379/20, da deputada Augusta Brito (PCdoB)

Os deputados acataram ainda o projeto de Decreto legislativo 12/20, da Comissão de Orçamento, Finanças e Tributação, que aprova as contas apresentadas pelo Governador do Estado, alusivas ao exercício de 2019.

Também receberam aprovação 523 requerimentos de deputados.

AGÊNCIA DE NOTICIAS DA ASSEMBLEIA / DANIEL ADERALDO

Câmara se prepara para afrouxar Lei de Improbidade

Breno Pires, O Estado de S.Paulo

03 de setembro de 2020 | 05h00
Atualizado 03 de setembro de 2020 | 13h41

BRASÍLIA - Um prefeito que emprega servidores públicos em atividades sem relação com suas funções atualmente pode ser enquadrado por improbidade administrativa, conduta que prevê punições como perda do mandato, impossibilidade de disputar eleições por até dez anos e multa. Um exemplo dessa situação está sob investigação no Rio, no caso dos “Guardiões do Crivella”, funcionários da prefeitura que atrapalham reportagens em hospitais. Mas, a depender de uma mudança na lei articulada por deputados, não haverá mais com o que se preocupar.

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Relator. Para Carlos Zarattini, gestores temem ser enquadrados de forma indevida na lei Foto: Najara Araújo / Câmara dos Deputados

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A proposta, que já teve aval do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para ser votada em plenário, restringe as sanções apenas a casos em que houver comprovadamente enriquecimento ilícito ou dano aos cofres públicos. Práticas como nepotismo, tortura e “furada de fila” em serviços públicos, por exemplo, não resultariam mais em sanção por improbidade. A medida ainda prevê limitar as situações em que um juiz pode determinar o bloqueio de bens dos acusados e encurta prazos de prescrições.

O projeto é visto por políticos como forma de inibir o que chamam de “ativismo” do Ministério Público, principalmente em relação a prefeitos. Procuradores, por sua vez, veem retrocesso no combate à corrupção.

Hoje, qualquer conduta de um agente público que fuja dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência pode ser enquadrada como ato de improbidade – que não é considerado um crime, mas uma ilegalidade de natureza cível. E é justamente a abrangência da lei a principal reclamação de políticos.

Um levantamento apresentado pelo deputado Carlos Zarattini (PT-SP), relator da proposta, mostra que, nos últimos 16 anos, 80% dos 76 prefeitos ou ex-prefeitos de cidades da região de Sorocaba, no interior de São Paulo, foram processados por improbidade. Destes, 64% tiveram alguma condenação.

Levantamento

Recursos referentes a casos envolvendo prefeitos que chegaram ao Superior Tribunal de Justiça (STJ)

“Hoje muitos gestores deixam de tomar decisões, ou se afastam da vida pública, por temor de serem enquadrados de forma indevida na Lei de Improbidade”, disse Zarattini, que alega haver um “apagão das canetas” nas administrações municipais.

As flexibilização da Lei de Improbidade – criada em 1992 no contexto do impeachment de Fernando Collor – vem sendo discutida desde 2018. Na época, a Câmara criou uma comissão de juristas coordenada pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Mauro Campbell. O projeto apresentado pelo colegiado naquele mesmo ano já previa punições menos rígidas, como a redução de 8 para 4 anos no período que um condenado fica sem seus direitos políticos. A proposta apresentada por Zarattini (chamada de substitutivo, no jargão legislativo), no entanto, afrouxa ainda mais a legislação.

Isenções

Em nota técnica divulgada na semana passada, a 5.ª Câmara de Combate à Corrupção do MPF afirma que o texto do petista isenta de punição “um oceano de condutas graves”. “A supressão da modalidade de improbidade administrativa de violação de princípios da administração pública representa um dos maiores retrocessos no combate à corrupção e defesa da moralidade administrativa”, diz o documento.

De acordo com levantamento feito pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), 57,9% dos 806 recursos em ações de improbidade administrativa que chegaram ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) relativos a gestores municipais tratam de ofensas a princípios da administração pública. Na prática, esses casos ficariam sem punição. 

Pelas regras propostas, além do caso dos “guardiões” contratados pelo prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), a legislação também deixaria de ser aplicada em outras situações recentes. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por exemplo, se veria livre de uma ação de improbidade que aponta o desmonte das estruturas de proteção ambiental e nomeação de pessoas sem preparo no período em que foi secretário do governo de São Paulo. 

O pai do presidente da Câmara, o vereador do Rio de Janeiro Cesar Maia (DEM), que foi prefeito da cidade por três mandatos, também não seria alvo de ao menos um processo caso a mudança na lei já estivesse em vigor.  No mês passado, o Tribunal de Justiça fluminense manteve uma condenação por improbidade por entender que o político deixou de aplicar o percentual mínimo na educação no município - se a lei for aprovada, a prática também deve deixar de ser punida.

Um outro exemplo citado por procuradores é o caso dos empréstimos concedidos pela Caixa Econômica Federal a empresas que pagaram propina ao grupo político do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (MDB-RJ) e do ex-ministro Geddel Vieira Lima, presos na Lava Jato. Caso o contrato com o banco tenha sido feito dentro da legalidade, a prática poderia ser enquadrada como corrupção, mas não por improbidade. Isso porque a proposta abre brecha para que divergências em relação à interpretação da lei não sejam punidas. “Esse dispositivo cria uma excludente de ilicitude genérica intolerável. Não é a interpretação correta, errada ou razoável que caracteriza ou deixa de caracterizar um ato de improbidade administrativa”, disse o procurador Ronaldo Queiroz, autor da nota do MPF.

Principal entidade representativa de prefeitos, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) defende as mudanças propostas por Zarattini. “A CNM entende que a má fé, o ato doloso (quando há intenção de cometer ilícitos), deve ser punido, e não o erro administrativo culposo”, disse o presidente da CNM, Glademir Aroldi.

O advogado e professor de Direito Rafael Carneiro afirmou que o princípio da lei era combater o enriquecimento ilícito, mas acabou sendo desvirtuado. “O Ministério Público passou a usar a ação de improbidade para discutir qualquer irregularidade. Isso está errado, não existe remédio para tudo”, afirmou.

Após encontro com Bolsonaro, relator do Orçamento diz que vai propor contenção de gastos Fonte: Agência Senado

Relator do projeto de lei orçamentária para 2021 (PLN 28/2020) e da proposta de emenda à Constituição do Pacto Federativo (PEC 188/2019), o senador Márcio Bittar (MDB-AC) vai propor medidas para conter gastos públicos. Salários acima do teto, despesas em câmaras municipais e contratações de pessoal são questões que, segundo ele, devem ser melhor reguladas. Para isso, ele vai apresentar relatório que une dispositivos previstos na PEC Emergencial (PEC 186/2019) e na PEC do Pacto Federativo. Nesta segunda-feira (31), o senador reuniu-se com o presidente Jair Bolsonaro. Veja o que disse Bittar após o encontro no Palácio do Planalto.

Fonte: Agência Senado

Proposta de Orçamento reforça teto dos gastos e prevê salário mínimo de R$ 1.067 Fonte: Agência Câmara de Notícias

O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2021 reforça o teto dos gastos da União, sugere a retomada do crescimento econômico já no próximo ano e prevê a redução no déficit das contas públicas. O texto foi entregue ao Congresso Nacional (PLN 28/20) nesta segunda-feira (31).

 

A meta de resultado primário será flexível, definida como a diferença entre as receitas e as despesas estabelecidas pelo teto de gastos (Emenda Constitucional 95, de 2016) mais aquelas fora da regra – capitalização das estatais, por exemplo –, no total de R$ 1,516 trilhão.

 

O limite do teto dos gastos será corrigido em 2,13%, correspondentes à variação da inflação (IPCA) entre julho de 2019 e junho de 2020. Conforme a proposta do Executivo, passará do atual R$ 1,455 trilhão para R$ 1,486 trilhão em 2021.

 

Segundo o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, o texto não contempla eventual prorrogação do estado de calamidade pública, reconhecido pelo Congresso em razão da pandemia de Covid-19 e válido até dezembro deste ano.

 

O líder do DEM na Câmara, deputado Efraim Filho (DEM-PB), apoiou a proposta. “Temos uma política de equilíbrio fiscal e é importante que seja mantida”, disse. Já o líder do PT, deputado Enio Verri (PT-PR), criticou o texto. “Está provado que o teto de gastos não cria condições para enfrentamento da pandemia e para retomada do crescimento.”

 

Salário mínimo
O salário mínimo para 2021 é estimado em cerca de R$ 1.067, com correção apenas pela inflação (INPC) prevista até dezembro. O valor atual é de R$ 1.045. Cada R$ 1 a mais no salário mínimo poderá elevar as despesas em cerca de R$ 344 milhões.


Os eventuais ganhos com esforço fiscal serão direcionados para o abatimento do déficit das contas públicas, que já completam oito anos no vermelho. “A sucessão de déficits primários, no entanto, vai continuar”, explicou o secretário da Fazenda.

Neste ano, com a Covid-19, está previsto um déficit recorde de R$ 812,2 bilhões (11,3% do PIB) para todo o setor público. Em 2021, a equipe econômica espera redução para R$ 237,3 bilhões (3,1%); em 2023, para R$ 152,6 bilhões (1,7%).

 

Retomada
A pandemia deve provocar recuo de 4,7% no Produto Interno Bruto (PIB) neste ano ‒ o número será revisto em setembro. O Ministério da Economia espera recuperação já neste ano e projeta crescimento do PIB de 3,20% para 2021.

O PLOA fixa patamar mínimo de R$ 28,7 bilhões para investimentos do governo no próximo ano. Esse montante equivale a 32% de todas as despesas discricionárias da União (R$ 92 bilhões, ou 6,3% do total geral) somadas aos aportes de R$ 4 bilhões em Itaipu e na Eletrobras Termonuclear.

Pelo terceiro ano consecutivo, o PLOA relaciona despesas condicionadas à aprovação de crédito adicional por maioria absoluta do Congresso, a fim de contornar a “regra de ouro”. Serão necessários os votos de, no mínimo, 257 deputados e 41 senadores.

As despesas condicionadas somam R$ 453,7 bilhões no PLOA para 2021. A maior parte corresponde a benefícios previdenciários (R$ 272,2 bilhões) e despesas com pessoal (R$ 119,2 bilhões). Neste ano, o montante foi de R$ 343,6 bilhões.

 

Ministérios
O Ministério da Economia responde pela maior parte dos gastos fixados em razão da dívida pública, que consumirá R$ 2,2 trilhões. A pasta abriga ainda despesas com Previdência (R$ 712,0 bilhões) e transferências devido à repartição de impostos (R$ 216,9 bilhões).

Os benefícios para abono salarial e seguro-desemprego foram calculados em R$ 58,9 bilhões. As ações do Ministério da Infraestrutura deverão somar R$ 24,7 bilhões. No âmbito do Ministério do Meio Ambiente, a dotação total é de R$ 2,9 bilhões.

O Ministério da Educação responderá por R$ 144,5 bilhões das despesas totais. O da Saúde, R$ 136,8 bilhões; o da Defesa, por R$ 116,1 bilhões; e o da Cidadania, que abriga programas de transferência de renda (hoje o Bolsa Família), por R$ 104,3 bilhões.

O Poder Legislativo (Câmara dos Deputados, Senado e Tribunal de Contas da União) contará com R$ 13,5 bilhões em 2021, no total. O Judiciário, R$ 50,5 bilhões. Juntos, o Ministério Público e a Defensoria Pública da União terão R$ 8,2 bilhões.

 

Tramitação
A proposta deve ser analisada pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional, que ainda não foi instalada nesta sessão legislativa. Depois, seguirá para discussão e votação por deputados e senadores em sessão conjunta do Congresso.

Ato conjunto da Câmara e do Senado regulamentou a deliberação remota, pelo Congresso, de propostas de leis orçamentárias enquanto durar o estado de calamidade pública, em casos de urgência ou relacionados à Covid-19 e com apoio de líderes partidários.

Reportagem – Ralph Machado
Colaborou Sílvia Mugnatto, da Rádio Câmara
Edição – ​Pierre Triboli

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Maia prevê desafios para estados e municípios superarem crise após pandemia Fonte: Agência Câmara de Notícias

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), prevê muitos desafios a serem enfrentados no pós-pandemia, especialmente para estados e municípios. Ele participou de debate promovido pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul nesta segunda-feira (31).

 

Maia destacou que os entes federados trabalham para enfrentar a crise, mas reconheceu que falta uma articulação nacional. “O que a gente vê é que a economia vai cair mais, para um ente federado isso é muito grave, porque estados e municípios já vivem uma situação financeira muito complicada. Teremos desafio no próximo ano”, afirmou o presidente da Câmara.

 

Maia voltou a defender a importância de se discutir as despesas públicas. Para ele, há concentração das despesas na elite do serviço público e nos subsídios tributários para o setor privado. O presidente da Câmara vê necessidade de mais recursos para atender melhor a sociedade na ponta. “Por isso aprovamos o Fundeb [permanente], porque reconhecemos a importância da educação pública”, disse.

 

Rodrigo Maia cobrou do governo diálogo com importantes setores da sociedade, como os sindicatos. Segundo ele, o enfraquecimento dos sindicatos é um enfraquecimento da própria democracia. “Espero que o governo compreenda que ao vencer a eleição, governa para os brasileiros e os sindicatos precisam ser ouvidos e respeitados”, defendeu.

 

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Reportagem - Luiz Gustavo Xavier
Edição - Geórgia Moraes

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Senadores cobram da Câmara análise da suspensão do pagamento de consignados Fonte: Agência Senado

Um grupo de senadores voltou a cobrar da Câmara dos Deputados a votação do projeto que suspende o pagamento do crédito consignado durante a pandemia. Aprovada em 18 de junho pelo Plenário do Senado, o PL 1.328/2020, do senador Otto Alencar (PSD-BA), adia para o final do contrato a quitação dessas parcelas sem a cobrança de juros e a inscrição do nome do cliente em cadastros de inadimplentes. As informações são da repórter Hérica Christian, da Rádio Senado.

 

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Fonte: Agência Senado

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