De Assis Diniz ressalta esforços do Estado nas políticas de segurança pública
Por Giovanna Munhoz / ALECE
Deputado De Assis Diniz (PT) - Foto: Júnior Pio
O deputado De Assis Diniz (PT) ressaltou, durante o primeiro expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) desta quarta-feira (07/05), o trabalho que o Governo do Estado tem desenvolvido, de forma prioritária, na área da segurança pública.
O parlamentar salientou que questões relacionadas ao crime organizado têm avançado no âmbito nacional, porém o Estado está enfrentando por meio de estratégias e medidas que reforçam a segurança pública. “Existem muitos desafios ligados a essa questão. A atuação do crime organizado mudou. Antes, nossas preocupações eram outras, eram menores. Agora as coisas estão estruturadas, e o crime se organiza até em empresas”, assinalou.
De Assis Diniz enfatizou ainda os desafios impostos pela tentativa de infiltração do crime em esferas e estruturas do poder público. Para o deputado, é fundamental manter a vigilância e fortalecer os mecanismos de controle institucional.
O parlamentar destacou também a visita que fez ao campus Russas da Universidade Federal do Ceará (UFC). “Tive a oportunidade de conhecer o local e fiquei maravilhado. São projetos impressionantes nas áreas de ciência e tecnologia e demais áreas. A nossa universidade brilha, e estamos tendo um valor que nos enche de satisfação. São filhos de trabalhadores que antes não tinham essas oportunidades”, assinalou.
Em aparte, o deputado Fernando Hugo (PSD) parabenizou o pronunciamento do parlamentar e ressaltou a necessidade de debater políticas de segurança pública de forma apartidária. “Não se pode debater esse momento de crise do Brasil ideologicamente ou partidariamente. As facções estão entrando na vida pública, e a situação é clamante”, explicou.
O deputado Salmito (PSB) também parabenizou o pronunciamento do parlamentar e reafirmou a importância dos projetos desenvolvidos pelas universidades.
Edição: Vandecy Dourado
Câmara diz sim ao golpe, contrata guerra com o STF e corre risco de se desmoralizar
Por Ricardo Corrêa / O ESTADÃO DE SP
Em uma manobra de bastidores patrocinada por aliados de Jair Bolsonaro com o apoio do Centrão, a Câmara dos Deputados disse sim ao golpe de Estado na noite desta terça-feira ao sustar a ação penal que investiga o ex-presidente e outros 33 acusados por tramarem uma ruptura da democracia entre o final de 2022 e 2023. A manobra se deu aproveitando-se de um artigo da Constituição que permite que a Casa suspenda processos contra um parlamentar, no caso, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).
Ao contrário da intenção da maioria demonstrada na Câmara de fazer uma leitura criativa da Constituição, o efeito jurídico deve ser limitado. O próprio Supremo Tribunal Federal, responsável por interpretar a Carta Magna, já definiu, antes mesmo da votação na Câmara, que a sustação não pode abarcar outros corréus, mas apenas o deputado. E, mesmo assim, apenas para crimes que tiverem sido perpetrados depois da diplomação de Ramagem como deputado, no final de 2022. Assim, Bolsonaro continuará réu.
Mas haverá efeitos políticos dos mais diversos. O primeiro deles, o de empurrar o Legislativo para uma guerra institucional com o STF e, provavelmente, obrigar a Corte a desmoralizar uma decisão do Legislativo, ignorando a maior parte da deliberação dos deputados para continuar a tocar a ação penal contra Bolsonaro. Isso muito provavelmente levará a outras represálias mútuas.
O segundo é o de dar um argumento a Jair Bolsonaro para, uma vez condenado, rejeitar o cumprimento da sentença, buscando um asilo em embaixada ou outro País, sob o argumento de que o processo é inválido em razão da determinação da Câmara. O discurso para buscar pressão internacional será o de que o STF não cumpre a Constituição brasileira ao rejeitar a posição dos deputados.
O terceiro, e esse é o que mais interessa ao Centrão e explica o abraço perigoso ao bolsonarismo na questão, é abrir as portas para outras manobras que tentem paralisar quaisquer outras ações penais contra detentores do mandato, recriando um cenário em que não havia qualquer denúncia que pudesse prosperar a qualquer um que conseguisse sucesso nas urnas. Com suspeitas diversas sobre o uso de verbas do orçamento secreto vindo à tona, tal porta aberta é bastante conveniente.
Por fim, como se fosse ainda necessário comprovar, surge o efeito político imediato de mostrar mais uma vez a fraqueza do governo Lula, sem base e sem qualquer controle sobre os rumos de bancadas que se fartam de ministérios e que engrossam o apoio aos que tentaram impedir a posse do próprio governo do qual, formalmente, fazem parte.
Coordenador de política em São Paulo no Estadão e comentarista na rádio Eldorado. Escreve às quintas
Inchaço na Câmara geraria efeito cascata nas Assembleias, com impacto R$ 75 milhões por ano aos cofres estaduais
PoR Luísa Marzullo e Rafaela Gama— Rio / O GLOBO
A criação de 18 vagas de deputado federal, se confirmada pelo Senado, provocará um efeito cascata nos estados. Nas nove unidades federativas que terão aumento em suas bancadas na Câmara, haverá crescimento automático do número de deputados estaduais, resultando em 30 novas vagas nas assembleias legislativas. O impacto anual nos cofres públicos estaduais é de quase R$ 75 milhões, segundo levantamento do GLOBO.
Os estados que teriam maior aumento de vagas nas Assembleias seriam Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Norte, com seis cada. Pará e Santa Catarina vêm em seguida, com quatro. Minas Gerais, Ceará, Goiás e Paraná teriam acréscimo de um deputado.
De acordo com a Constituição, o número de deputados estaduais corresponderá ao triplo da bancada federal, até o limite de 36. Alcançado esse patamar, será acrescido de tantos quantos forem os deputados federais acima de 12.
— Não precisa de lei porque o artigo 27 da Constituição já coloca a fórmula para cálculo do número de deputados estaduais, de acordo com os federais. Aumentando os federais, os estaduais seguem o fluxo — afirma Thiago Varela, professor de Direito Constitucional da PUC-Rio.
Reação ao STF
A aprovação pela Câmara, na terça-feira, de um projeto de lei complementar para aumentar o número de deputados federais de 513 para 531 foi uma resposta ao Supremo Tribunal Federal (STF). Por unanimidade, a Corte entendeu, no ano passado, ser necessária uma revisão no número de parlamentares, de acordo com aumento populacional demonstrado no Censo Demográfico de 2022.
Se fossem mantidos 513 deputados, com uma reorganização das cadeiras, estados como a Paraíba, do presidente da Câmara, Hugo Motta, perderiam espaço. O projeto aprovado, de autoria de Dani Cunha (União-RJ), determina que nenhum estado perderá cadeiras.
O relator, Damião Feliciano (União-PB), apontou que o impacto anual é de R$ 64,6 milhões, o que seria resolvido, segundo ele, com o remanejamento de recursos já previstos no orçamento.
Especialistas ouvidos pelo GLOBO questionam a pertinência da proposta. Além de alertarem para o aumento de despesas públicas, apontam possível judicialização da medida. Alguns estados que ganharão representantes nas Assembleias enfrentam dificuldades fiscais. Minas Gerais, por exemplo, cuja Assembleia receberá um novo deputado, acumula uma dívida de R$ 165 bilhões com a União. Goiás, também beneficiado com uma nova vaga, deve R$ 17 bilhões ao governo federal.
O GLOBO calculou o custo médio de cada deputado estadual nas nove unidades da Federação impactadas, considerando remuneração, auxílios, custo do gabinete e cota parlamentar. Com cada novo parlamentar vêm também cargos comissionados para assessoria — na maioria dos estados, esse número ultrapassa 20 por deputado.
O impacto varia de acordo com as remunerações e vagas de cada unidade federativa. Os menores seriam em Minas, Paraná e Ceará, onde o acréscimo anual seria em torno de de R$ 2,5 milhões, enquanto o maior ocorreria no Rio Grande do Norte, com o custo estimado de R$ 19,6 milhões. Este valor representa 78% do orçamento do município de Umarizal, no interior do estado.
— Não me parece uma prioridade, em um momento de contenção de gastos e de tantas carências materiais que dependem de recursos públicos — afirma Daniel Sarmento, professor de Direito Constitucional da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Na avaliação da cientista política Mayra Goulart, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a ampliação das bancadas não reflete as preocupações da sociedade e tende a gerar mais custos sem contrapartidas em termos de representatividade ou eficiência legislativa.
— Esse tema fala pouco sobre os anseios e debates da cidadania. O aumento dos deputados também irá aumentar as emendas e o custo de todo o Legislativo, o que em nenhum momento foi pedido pela população — diz a pesquisadora.
O efeito cascata dividiu presidentes de Assembleias. O do Amazonas, Roberto Cidade (União) afirmou que as seis novas vagas seriam positivas:
— Quanto mais representantes aqui nesta Casa, mais teremos debates com pessoas que têm ideias diferentes. Já o de Mato Grosso, Max Russi (PSB), que também pode ganhar mais seis representantes, discordou:
Orientados pelo partido a ir contra a proposta, parlamentares do PL também se manifestaram. Caroline de Toni, eleita por Santa Catarina, estado que passaria de 16 para 20 cadeiras na Câmara, votou contra. Ela criticou a rapidez com que o texto foi votado e afirmou que deveriam ser priorizadas discussões como a abertura de uma CPI para a investigação dos descontos fraudulentos do INSS.
— Não tem necessidade.
Por dentro do placar
Na Câmara, as bancadas dos estados que poderiam perder espaço votaram massivamente a favor do projeto que autoriza o crescimento no número de deputados federais. O texto foi aprovado por 270 a 207.
Sem aumento de vagas, a reorganização resultaria na perda de assentos para estados como o Rio. Ameaçados pela possibilidade de perder quatro cadeiras, 36 deputados fluminenses votaram a favor da proposição aprovada na Câmara, que poderá resultar na manutenção de suas 46 vagas. Apenas nove foram contra. O cenário se repetiu na Bahia, que deixaria de ter dois representantes, e teve um placar de votação de 34 a 1 a favor da proposição.
O mesmo aconteceu em outros estados do Nordeste como Pernambuco (19 a 4) e Paraíba (11 a 1) —esta que, ao invés de perder uma cadeira, passará a ter uma vaga a mais. A exceção foi o Rio Grande do Sul, cujos representantes optaram, em sua maioria (22 a 7) por dizer “não” ao texto, mesmo diante da possibilidade da mudança ocasionar a manutenção das 31 vagas reservadas para o estado.
A rejeição à proposta também foi alta em São Paulo, que não seria contemplado pela revisão exigida pelo STF e nem pelo projeto discutido na Câmara. O estado já tem 70 deputados, limite numérico estabelecido pela Constituição. O avanço da proposta foi criticado nas redes sociais por parlamentares paulistas de partidos como o Novo e o PSOL, que votaram unanimemente pela rejeição do texto.
“São Paulo não ganhou nenhuma vaga. Apenas mais despesas para o pagador de imposto. Irresponsabilidade pura”, escreveu no X a deputada Adriana Ventura (Novo-SP).
— Não tem necessidade.
Por dentro do placar
Na Câmara, as bancadas dos estados que poderiam perder espaço votaram massivamente a favor do projeto que autoriza o crescimento no número de deputados federais. O texto foi aprovado por 270 a 207.
Sem aumento de vagas, a reorganização resultaria na perda de assentos para estados como o Rio. Ameaçados pela possibilidade de perder quatro cadeiras, 36 deputados fluminenses votaram a favor da proposição aprovada na Câmara, que poderá resultar na manutenção de suas 46 vagas. Apenas nove foram contra. O cenário se repetiu na Bahia, que deixaria de ter dois representantes, e teve um placar de votação de 34 a 1 a favor da proposição.
O mesmo aconteceu em outros estados do Nordeste como Pernambuco (19 a 4) e Paraíba (11 a 1) —esta que, ao invés de perder uma cadeira, passará a ter uma vaga a mais. A exceção foi o Rio Grande do Sul, cujos representantes optaram, em sua maioria (22 a 7) por dizer “não” ao texto, mesmo diante da possibilidade da mudança ocasionar a manutenção das 31 vagas reservadas para o estado.
A rejeição à proposta também foi alta em São Paulo, que não seria contemplado pela revisão exigida pelo STF e nem pelo projeto discutido na Câmara. O estado já tem 70 deputados, limite numérico estabelecido pela Constituição. O avanço da proposta foi criticado nas redes sociais por parlamentares paulistas de partidos como o Novo e o PSOL, que votaram unanimemente pela rejeição do texto.
“São Paulo não ganhou nenhuma vaga. Apenas mais despesas para o pagador de imposto. Irresponsabilidade pura”, escreveu no X a deputada Adriana Ventura (Novo-SP).
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Aumento de deputados tem Alcolumbre como fiador no Senado, mas enfrenta resistências
O projeto de lei que cria mais 18 vagas de deputados federais enfrenta resistências no Senado, mas Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) prometeu trabalhar para aprovar o texto recebido da Casa vizinha, segundo parlamentares.
De acordo com relato feito a líderes partidários pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), o presidente do Senado assegurou que não iria se contrapor a uma decisão dos deputados em um tema que os afeta diretamente.
O texto foi aprovado pela Câmara nesta terça-feira (6) por 270 votos a favor e 207 contrários. A aprovação ocorreu após votação de regime de urgência ser definida horas antes, o que evitou que a proposta passasse por comissões.
A Câmara recebeu R$ 6,8 bilhões da União ano passado para seu custeio e promete englobar o custo extra dentro desse orçamento.
O aumento do número de deputados de 513 para 531 resultará num gasto adicional de R$ 64,6 milhões por ano em salários, cota parlamentar e verba de gabinete, segundo a consultoria da Casa. A cada legislatura, portanto, serão mais R$ 258,4 milhões só com esta nova despesa.
Relator do projeto, o deputado Damião Feliciano (União Brasil-PB), afirmou que o gasto adicional será absorvido pelo atual orçamento da Câmara, sem exigir novos repasses do governo. Haverá, porém, um efeito cascata nas Assembleias Legislativas, com a criação de 30 novas vagas de deputados estaduais.
A proposta foi mal recebida por alguns senadores. "Brigo desde 2013 para que seja feita justiça e que o Amazonas tenha dois deputados federais a mais, como lhe é de direito, mas a forma que encontraram para fazer isso envergonha todos nós", disse o líder do PSDB no Senado, Plínio Valério (AM).
O projeto tem como objetivo adequar a proporção de força na Câmara entre os estados de acordo com os dados mais atualizados do Censo de 2022, do IBGE, e atende a uma determinação do STF (Supremo Tribunal Federal) para que isso seja feito até 30 de junho. Do contrário, a redistribuição seria feita pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Em vez de redistribuir as 513 vagas existentes, o que resultaria em perda de assentos para estados como Rio de Janeiro, Alagoas e a Paraíba de Motta, o projeto aumenta o número total de deputados federais para que nenhum estado perca cadeiras.
O senador Paulo Paim (PT-RS), cujo estado perderia duas cadeiras, afirmou que conversou com outros senadores nesta quarta e todos se posicionaram contra a ideia. "Isso é legislar em causa própria, um aumento de gastos sem necessidade. O correto era que se faça uma adaptação dentro das 513 vagas existentes", afirmou.
Já o líder do União Brasil no Senado, Efraim Filho (PB), disse que é a favor, mas ainda conversará com a bancada do partido. "A Paraíba perderia duas cadeiras na Câmara e isso é muito ruim. Perder vagas significa perder espaços políticos e investimentos", declarou.
Parte dos senadores disse ser contra o projeto, mas evitou se posicionar publicamente por enquanto, com a ressalva de que pode votar a favor caso Alcolumbre tenha feito um acordo com Motta. O argumento é de que, apesar do desgaste, seria ruim interferir numa decisão que afeta o Orçamento da outra Casa e que isso poderia desgastar a relação.
Líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) disse ver um clima para aprovação, justamente usando o argumento de que essa foi a decisão dos deputados.
"Acho que aqui, pelo que eu sinto, pelo que percebo, nós vamos ter um debate maior. Como é um tema muito vindo da Câmara, e como é uma escolha da Câmara, eu creio que há uma correlação de força pela aprovação", afirmou.
O gesto para Motta seria também uma retribuição pela boa relação dos dois desde que assumiram o cargo. O presidente da Câmara ajudou a destravar a instalação das comissões mistas, compostas por deputados e senadores, para analisar as MPs (medidas provisórias), o que foi uma promessa de Alcolumbre na eleição para voltar ao cargo.
O encaminhamento sobre o projeto, porém, ainda não foi debatido por Alcolumbre com os líderes dos partidos. O presidente do Senado viajou com o presidente Lula (PT) para Rússia e China na noite de terça-feira e só retornará no fim da próxima semana. Com isso, a decisão deve aguardar pelo menos duas semanas.
Procurado por meio de sua assessoria, Alcolumbre não respondeu até a publicação desta reportagem.
O apoio do presidente do Senado pode ser decisivo. Há, porém, senadores contrários entre estados beneficiados pelo aumento das vagas.
Na Câmara, os votos de estados que nem perderão nem ganharão vagas foram determinantes. O texto foi aprovado por 270 votos, apenas 13 a mais do que o necessário. Se todos da bancada de São Paulo tivessem votado contra, o projeto estaria derrotado, mas 14 se posicionaram a favor por pressão dos líderes partidários ou para manter boa relação com Motta.
Entre os representantes de estados não afetados, foram 76 deputados a favor. Houve, inclusive, divisão. Santa Catarina, que ganhará quatro vagas a mais na Câmara, foi majoritariamente contra: foram 13 votos pela rejeição e 2 pela aprovação. Já Alagoas e Piauí, que perderiam vagas, foram totalmente a favor da criação de novas cadeiras.
Já tomando como base a divisão ideológica, parlamentares vinculados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) votaram majoritariamente contra a medida, assim como aqueles mais à esquerda. Isso uniu, por exemplo, o direitista Novo e o esquerdista PSOL, que votaram 100% pela rejeição da proposta.
Já as siglas do centrão se posicionaram majoritariamente a favor da criação de vagas, incluindo a ala desse grupo que compõe o PL de Bolsonaro.

Cláudio Pinho cobra melhoria para as políticas públicas estaduais
Por Giovanna Munhoz / ALECE
Deputado Cláudio Pinho (PDT) - Foto: Junior Pio
O deputado Cláudio Pinho (PDT) cobrou, durante o primeiro expediente da sessão plenária da Assembleia Legisaltiva do Estado do Ceará (Alece), nesta terça-feira (06/05), políticas públicas efetivas para o crescimento do Estado.
Segundo o parlamentar, os serviços públicos estão defasados e a insegurança é crescente. “Tem uma senhora que estava esperando por uma cirurgia há 18 meses. No dia marcado, a cirurgia foi cancelada. Essa é a realidade da saúde pública no Ceará, por exemplo”, apontou.
Cláudio Pinho destacou ainda que na área da segurança pública são necessárias mudanças que minimizem a insegurança. “Voltamos aos filmes de faroeste. O Governo do Estado criou 17 secretarias com o custeio de um bilhão de reais por ano. Esse dinheiro deveria estar sendo investido em políticas públicas”, enfatizou.
Durante seu pronunciamento, o deputado apontou ainda conversa com deputados de oposição da Casa e com o ex-ministro, Ciro Gomes, sobre projetos e novas propostas para o Estado. “Conversamos sobre políticas públicas e projetos que possam salvar o Ceará. O que está em jogo é o futuro do Estado e as divergências precisam ser superadas já que o objetivo é comum. Melhorar a saúde, segurança e a educação”, explicou.
Em aparte, o deputado Sargento Reginauro (União) explicou que a oposição costuma se reunir para debater melhorias para o Estado. “Hoje o ex-secretário Ciro Gomes esteve conosco e estamos dispostos a unir forças em prol de um objetivo único, tirar o Estado do caos que o PT colocou”, disse.
A deputada Dra. Silvana (PL) também comemorou a iniciativa de debater melhorias para o Ceará. “Precisamos de propostas que apresentem mudanças, que salvem o Estado do PT”, apontou.
O deputado Queiroz Filho (PDT) parabenizou a iniciativa de unir forças em prol de melhorias para o Estado. “Já é um costume fazer esse café com a oposição e dessa vez, podemos ouvir o ex-governador Ciro Gomes. A oposição é unida e junta ideias para apresentar soluções”, afirmou.
O deputado Alcides Fernandes (PL) também assinalou a necessidade de mudanças urgentes e investimentos nas políticas públicas.
Edição: Lusiana Freire
Agenor Neto externa preocupação com gestão do município de Iguatu
Por Luciana Meneses / ALECE
Deputado Agenor Neto (MDB) - Foto: Junior Pio
O deputado Agenor Neto (MDB) externou sua preocupação com o município de Iguatu durante seu pronunciamento no primeiro expediente da sessão plenária desta terça-feira (06/05).
Segundo o parlamentar, a atual gestão vem somando problemas nos primeiros quatro meses. “Primeiro decretaram estado de calamidade financeira e logo as ações mostraram que era uma grande farsa. Pois se estão em calamidade, como puderam contratar mais de mil funcionários? Enquanto isso, os demais funcionários da prefeitura declararam greve por falta de pagamento. Pessoas contratadas em março com retroativo a janeiro. Mas quem trabalhou em dezembro não recebeu. Funcionários sofrendo assédio e perseguição por estarem lutando por seus direitos”, informou o parlamentar.
Agenor Neto disse que a gestão municipal teria se comprometido com o Ministério Público para pagar o mês de dezembro dos funcionários. “Nada justifica o não pagamento dos funcionários e por isso, mais uma vez, o sindicato declarou a greve. E aqui me solidarizo a todos eles e posso fazer isso de consciência tranquila, pois fui prefeito por oito anos e sempre paguei em dias. Não falo isso por mérito, pois é uma obrigação básica de qualquer gestor. Não podemos assistir a tudo isso, sabendo que o prefeito declara calamidade financeira para ter direito a dispensa de licitação”, apontou Agenor.
Segundo o deputado, o fornecimento de alimentos para escolas e abrigos também estaria comprometido. “O prefeito contratou uma empresa de distribuição de alimentos do município de Quixelô, pertencente a um borracheiro, e adivinhem só? Crianças fugindo do abrigo por falta de comida. A prefeitura disse que tratava-se de uma inverdade, mas o Ministério Público e o Conselho Tutelar constataram o fato. Está faltando alimento nas escolas. Quando fui prefeito, a gente comprava do pequeno empreendedor, do pequeno agricultor, do pequeno pecuarista. Com isso, o dinheiro do município rendia e ia para as mãos do pequeno. E hoje vivemos essa situação, ouvindo de alguns que o povo que aguente”, lamentou.
Edição: Lusiana Freire
Fernando Hugo defende fortalecimento da educação para o desenvolvimento do Brasil
Por Gleydson Silva / ALECE
Deputado Fernando Hugo (PSD) - Foto: Junior Pio
O deputado Fernando Hugo (PSD) defendeu, durante o primeiro expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), nesta terça-feira (06/05), o fortalecimento da educação brasileira, com qualificação profissional, para o desenvolvimento social e econômico do Brasil.
De acordo com o parlamentar, é necessário fortalecer a qualificação dos alunos, como acontece em muitos países, onde os estudantes já saem das escolas com conhecimento profissional. “Há uma disparidade enorme no que se aprende aqui no primeiro grau e no que é ensinado em países do Oriente, em série proporcional. Lá os alunos já saem das salas de aulas com conhecimentos de informática, robótica e inteligência artificial”, afirmou.
O deputado enfatizou também que as escolas precisam fortalecer os ensinamentos de convívio e cidadania “para fazer com que, daqui a dez anos, não estejamos morando em um país em que não poderemos sequer andar nas ruas, visitar os amigos e conviver com as famílias. E não esqueçam: instrução é uma coisa, educação é muito maior do que a instrução”.
Para Fernando Hugo, não se poder deixar que as disputas políticas e o partidarismo interfiram e barrem o desenvolvimento educacional e econômico brasileiro. “Esse tipo de politização, em certos casos da causa pública, entre eles a educação, não leva a nada. Postam-se com radicalismos e o prejuízo faz-se lá na ponta, no alunado”, avaliou.
Na avaliação do deputado, os professores precisam ser amplamente valorizados, tanto como incentivo para realizar um melhor trabalho quanto para incentivar o interesse da juventude para a profissão. “Hoje quase ninguém estuda Pedagogia porque não há atrativo em fazer uma faculdade para ser professor, ser destratado e ter um salário minguado, no Brasil todo”, disse.
Edição: Lusiana Freire
Congresso concentra R$ 10 bilhões de emendas em ações genéricas que não detalham como verba será gasta
Por Dimitrius Dantas — Brasília / O GLOBO
Cobrado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dar mais transparência às emendas parlamentares, o Congresso concentrou um quinto dos recursos previstos neste ano em ações genéricas, que não detalham como a verba será aplicada. Levantamento do GLOBO mostra que foram R$ 9,7 bilhões reservados para itens como “fomento à agricultura” e “apoio a projetos de infraestrutura turística”, que, na prática, podem incluir desde obras de pavimentação de ruas à compra de tratores. A destinação exata, porém, só é definida após tratativas dos congressistas com prefeituras e governos estaduais.
É como se o dinheiro fosse enviado para um caixa geral, a fim de ser gasto conforme a conveniência política dos deputados e senadores responsáveis por enviar os recursos. Especialistas veem uma estratégia para dificultar que a verba seja rastreada por órgãos de controle.
Ao todo, os recursos foram concentrados em seis das 275 ações previstas no Orçamento de 2025 que receberam emendas. Essas rubricas genéricas incluem ainda itens como “apoio à política nacional de desenvolvimento urbano”, “desenvolvimento de atividades e apoio a projetos de esporte, educação, lazer” e “desenvolvimento de políticas de segurança pública”.
O valor destinado a essas seis ações específicas aumentou cerca de dez vezes nos últimos anos, acompanhando o crescimento dos valores das emendas. Em 2016, por exemplo, parlamentares haviam destinado R$ 1 bilhão para estes mesmo itens, em valores corrigidos pela inflação.
Ofício para ministério
A ação genérica que recebeu a maior cifra neste ano, com R$ 3,65 bilhões, é descrita como “apoio a projetos de desenvolvimento sustentável local integrado”, vinculada ao Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional. A pasta é comandada por Waldez Góes, indicado ao cargo pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Segundo o manual de emendas distribuído aos parlamentares, essa ação permite que o dinheiro seja usado para construção e manutenção de vias, mas também para aquisição de máquinas agrícolas e construção de abatedouros públicos e cisternas, entre outras.
Essa ação, sozinha, representa 44% dos recursos do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional. Além dos R$ 3,65 bilhões de emendas parlamentares, há mais R$ 1,1 bilhão de verbas da própria pasta.
O senador Weverton (PDT-MA) foi o que destinou a maior emenda para a ação genérica do Ministério da Integração, de R$ 23 milhões. O valor, segundo ele, deve ser aplicado no Maranhão, seu reduto eleitoral, em obras e aquisição de caminhões, tratores, grades aradoras e carretas agrícolas. O parlamentar disse que enviará um ofício à pasta informando como e onde os recursos deverão ser gastos.
— Na hora de se tomar a decisão (sobre como o recurso será gasto) é que o deputado ou senador manda um ofício com sua opinião formada. Não vejo problema nenhum, pelo contrário, dá mais condições de atender a demanda de acordo com a realidade de cada município — argumenta.
O ofício enviado pelo parlamentar ao ministério, contudo, nem sempre é tornado público. Com isso, o destino e o objeto só são conhecidos após a execução, isso é, do envio dos recursos.
Nos últimos anos, o processo de tornar as emendas cada vez mais abrangentes, permitindo liberdade aos congressistas para definir sua aplicação, tem se intensificado.
Em média, o Congresso aprova cerca de seis mil emendas por ano, mas esse número já foi muito maior: em 1991, foram apresentadas quase 72 mil, segundo estudo dos especialistas em Orçamento Hélio Tollini e Marcos Mendes, publicado no fim do ano passado.
— O número vem caindo porque o parlamentar só precisa definir o destino e o objeto no momento da execução. É possível fazer uma emenda com valor muito maior para ações de perfil extremamente amplo. Obras de pavimentação, que têm grande apelo político e visibilidade, são realizadas por diversos ministérios, como o do Turismo e, até recentemente, o da Defesa — afirma Tollini.
Um dos casos que exemplifica a liberdade dada aos parlamentares são os recursos enviados para “apoio a projetos de infraestrutura turística”, com R$ 1,3 bilhão previsto para este ano, sendo R$ 1 bilhão de emendas parlamentares. Essa ação permite investimentos que vão da construção de calçadas até a de aeroportos.
Praticamente todo o montante das emendas para essa ação veio de apenas duas propostas: uma da Comissão de Turismo da Câmara, no valor de R$ 500 milhões, e outra da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado, no valor de R$ 400 milhões. Na prática, esses recursos serão pulverizados em centenas de obras, cuja definição ocorrerá apenas no momento da execução, a partir de ofícios de deputados e senadores.
— Isso compromete a qualidade do gasto público: se praticamente todo o orçamento de um ministério se concentra em uma única ação orçamentária, ela perde o sentido de existir. O ideal seria que houvesse um mínimo de detalhamento — afirma Marina Atoji, diretora de programas da Transparência Brasil.
De acordo com Atoji, esse tipo de concentração também gera problemas de planejamento e transparência, já que a informação sobre a destinação dos recursos só é reconhecida depois da sua indicação pelo congressista, inclusive para o próprio governo, que irá transferir os recursos para estados e municípios.
Queda no investimento
Além da concentração de emendas em ações genéricas, um estudo da consultoria da Câmara identificou uma queda na destinação de recursos para investimentos. Em 2023, 95% das emendas foram destinadas para este fim, enquanto neste ano o percentual caiu para 85%, com espaço maior para gastos de custeio, isto é, para manutenção da máquina pública.
O levantamento, feito a pedido da deputada Adriana Ventura (Novo-SP), aponta ainda que, em 2024, 57% do valor total das emendas de bancadas estaduais foram destinados a custeio. O documento aponta uma migração gradual das emendas coletivas para ações genéricas, cujo detalhamento só ocorre na execução.
— Existe a justificativa de que são necessárias obras estruturantes, como estradas. Mas, analisando o histórico, vê-se que pouco é feito nesse sentido. Esse mecanismo é utilizado, tanto em emendas de comissão quanto de bancada, para viabilizar depois as chamadas emendas individuais — pontua a deputada.
Em decisões recentes, o STF vem cobrando mais transparência do Congresso sobre a destinação das emendas e maior alinhamento dos repasses com projetos prioritários de cada região.
Há dez dias, o ministro Flávio Dino determinou que a Câmara dos Deputados e o Senado Federal informem como será feita a identificação dos autores das emendas de comissão e bancada. Ele também solicitou que a Advocacia-Geral da União (AGU) esclareça o uso do Cadastro Integrado de Projetos de Investimento, ferramenta que deve indicar se os recursos estão sendo aplicados em projetos estruturantes.
Assembleia do Ceará cria penduricalho e beneficia ex-deputados, como Cid Gomes e José Guimarães
Maurício Moreira / FOLHA DE SP
O senador Cid Gomes (PSB-CE) e os deputados federais José Guimarães (PT-CE) e Mauro Benevides Filho (PDT-CE) estão entre os beneficiários de um auxílio recém-criado na Assembleia Legislativa do Ceará.
Desde o final de fevereiro, um auxílio-saúde de cerca de R$ 5.200 está disponível para deputados estaduais ativos, inativos e seus respectivos pensionistas.
Os três entraram na lista de beneficiados no último dia 14 de abril. Eles recebem um salário de R$ 46,3 mil relativo aos mandatos atuais no Congresso e já contam com plano de saúde pelo Senado e pela Câmara.
Procurados, Cid Gomes não se manifestou. Mauro Filho diz que requereu o benefício porque o plano de saúde da Câmara dos Deputados tem custo mensal para ele e para os dependentes, e que esse novo subsídio servirá para ajudar a cobrir este custo. Já José Guimarães disse que a solicitação do benefício foi um "equívoco interno" e que já solicitou a reparação.
A quantia corresponde a um aumento de cerca de 15% no salário dos deputados estaduais, que está em R$ 34,7 mil. Para garantir o benefício é preciso solicitar o recebimento, além de renovar a cada legislatura.
No caso do ex-governador Cid Gomes, o Senado lhe dá direito ao sistema de saúde da Casa, um plano vitalício que oferece assistência médica e odontológica para senadores, ex-senadores, seus cônjuges e dependentes.
O novo penduricalho na folha de pagamento vai custar aos cofres da Assembleia cearense mais de R$ 4 milhões em 2025. Isso se a lista de beneficiários não aumentar.
Em março, quando o auxílio-saúde começou a valer, 44 deputados, entre titulares e suplentes, solicitaram o valor. Em abril, o número aumentou para 81 com a entrada dos aposentados e pensionistas.
Em consulta ao Portal da Transparência, a Assembleia cearense tem hoje 179 pessoas aptas a receberem o benefício, entre deputados ativos, inativos, aposentados e pensionistas.
Caso todos eles solicitem a inclusão do penduricalho, o custo mensal para a Casa seria de R$ 933,5 mil. Ao decorrer de um ano, o valor chegaria a R$ 11,2 milhões.
Além de Cid, Guimarães e Mauro Filho, figuram entre os deputados aposentados que pediram o auxílio-saúde o prefeito de Quixeramobim, Cirilo Pimenta (PSB), e a vice-prefeita de Santa Quitéria, Cândida Figueiredo (PDT).
Um nome que chama a atenção é o do ex-deputado pelo PL Delegado Cavalcante, cassado por afirmar, durante comício, que resolveria o resultado das eleições de 2022 "na bala".
Segundo a Assembleia, a concessão do benefício consta no regimento interno e será concedido mediante a disponibilidade orçamentária da Casa.
Procurado, o deputado Mauro Filho afirmou que o plano de saúde da Câmara dos Deputados "não é de graça, nós pagamos R$ 1.395 mais a coopartipação". Segundo ele, o cadastro de dependentes também é cobrado. "Por isso eu fiz o requerimento."
Já o deputado José Guimarães afirmou que a solicitação do benefício foi um "equívoco interno" e que já solicitou a reparação. "Como deputado federal, já recebi auxílio mesmo que compartilhado, através da Câmara dos Deputados. Não faz sentido acumular mais um benefício da mesma natureza" disse o petista.
Em nota, a Casa defende ainda que a criação do novo auxílio vem para promover "isonomia" entre os Poderes.
"Este benefício não é exclusivo da Alece, sendo já garantido a membros de outras instituições públicas, como o Tribunal de Justiça, os Tribunais de Contas e o Ministério Público. A regulamentação busca, também, promover a isonomia de direitos entre os Poderes, assegurando condições equitativas para os parlamentares", diz a nota da instituição.
Entre os órgãos citados, somente no Portal da Transparência do Tribunal de Justiça do Ceará foi possível comprovar o pagamento do auxílio-saúde e o valor do benefício concedido.
A corte concede um benefício de R$ 5.100 para os juízes, o que representa 13% do subsídio do cargo, superior a R$ 39 mil.
No entanto, o contracheque conta com vários outros penduricalhos descritos como "abono de permanência" e "ajuda de custo por acúmulo de acervo".
O Portal da Transparência do Ministério Público do Ceará não dá muitos detalhes sobre a remuneração de seus servidores. Aditivos do subsídio aparecem como "outras verbas remuneratórias legais ou judiciais" e "verbas indenizatórias".
No Tribunal de Contas do Estado do Ceará, a remuneração dos conselheiros também não é detalhada. O salário para o cargo é de R$ 41,8 mil, mas o valor pode dobrar quando somam uma série de penduricalhos.
O órgão chega a pagar R$ 15,9 mil em "verbas indenizatórias", além de R$ 13,9 mil por "ajuda de custo - função cumulativa".

Missias Dias destaca importância de projetos que beneficiam o homem do campo
Por Narla Lopes / ALECE
Deputado Missias Dias (PT) - Foto: Junior Pio
O deputado Missias Dias (PT) destacou, durante o primeiro expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), nesta terça-feira (29/04), a importância de fortalecer as políticas públicas voltadas para a agricultura familiar. Ele ressaltou o papel do Fundo Estadual de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Fedaf) e anunciou o projeto de lei nº 179/25, de sua autoria, que propõe a criação de uma linha de crédito para garantir capital de giro aos pequenos produtores rurais.
“Esse capital de giro vai ajudar quem já produz e tem dificuldade de comercializar. É pra escoar, agregar valor e fazer o agricultor ganhar um dinheiro a mais com o suor do seu trabalho”, explicou.
O parlamentar frisou que o Fedaf já financia áreas como piscicultura, fruticultura e energia solar, mas que muitos agricultores ainda não conseguem manter a produção por falta de recursos imediatos. “O novo projeto propõe uma linha de crédito complementar, com financiamento rotativo para cooperativas e associações”, reforçou.
Missias também comemorou a boa safra deste ano em seu município, Crateús, e a recarga de açudes em diversas regiões do estado, como o Açude Orós. “Ver um açude sangrando é motivo de alegria. É fartura, é esperança pra quem vive no campo”, destacou.
Além disso, ele defendeu a importância do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e da compra da produção das cooperativas familiares por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que destina os alimentos a instituições carentes. “Com isso, quem planta ganha vendendo, e quem precisa recebe comida de qualidade”, assinalou.
O deputado pediu apoio dos colegas para a aprovação unânime do projeto de capital de giro e agradeceu o empenho dos movimentos sociais e do Governo do Estado no fortalecimento da agricultura familiar.
Em aparte, o deputado Simão Pedro (PSD) agradeceu as palavras de Missias sobre o município de Orós e reforçou a importância da agricultura familiar.
Edição: Lusiana Freire