O PMDB abala o governo em apenas três minutos
A presidente Dilma Rousseff sabia que ia acontecer, seus ministros e assessores mais próximos também. Mas houve um pouco de crueldade no rito final. O PMDB gastou apenas três minutos de reunião para anunciar que estava fora do governo, nesta terça-feira (29), em Brasília. Desembarcou de uma aliança de uma década com oPT e abriu mão de sete ministérios e mais de 600 cargos sem qualquer piedade, pompa ou enrolação, num intervalo de tempo suficiente para fritar um ovo.
Aneel cobrará R$ 6,25 bi do Bertin por descumprimento de contratos
A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) negou em reunião nesta terça-feira um pedido de acordo do Grupo Bertin e decidiu que abrirá processo para a cobrança de 6,25 bilhões de reais em multas e dívidas da empresa por não entregar uma série de termelétricas cuja produção já havia sido vendida em leilões de energia promovidos pelo governo federal.
Governo vai redistribuir pastas do PMDB e relação de Dilma e Temer está 'interditada', diz Wagner
BRASÍLIA - O ministro-chefe do Gabinete da Presidência da República, Jaques Wagner, afirmou nesta terça-feira, 29, que a saída do PMDB abre caminho para uma “repactuação” com os demais partidos da base aliada. Ele admitiu, porém, que a relação entre a presidente Dilma Rousseff e o vice Michel Temer ficou “politicamente interditada” após a decisão. “A decisão do PMDB chega em uma boa hora, porque oferece à presidente Dilma a chance de repactuar o seu governo, ou seja, de começar um novo governo”, disse o ministro.
Adeus, PT! “Nós” sempre fomos bons, com todos os nossos defeitos.
O PT, Lula muito particularmente, dividiu o mundo em dois grupos: aqueles a que chamava “nós” — que são os petistas — e “eles”, que era o restante dos brasileiros, os que não estavam afinados com as teses do partido. Ora, meus caros, desde sempre, o grupo dos não petistas era uma esmagadora maioria, certo? Desde sempre, houve mais não petistas do que petistas no Brasil. Mas, durante um largo período, sempre pareceu o contrário. A minoria se impunha na base do berro, da formação de verdadeiras milícias — físicas, mesmo, ou nas redes sociais — e do assédio moral.
PT criticava no julgamento de Collor o fisiologismo, ressuscitado sob Dilma
Incorporado à base congressual dos governos petistas desde a gestão Lula, Fernando Collor foi alvo de ataques implacáveis do PT durante a tramitação do processo de impeachment que o arrancou do Planalto em 1992. As críticas eram mais ácidas quando se referiam à principal arma de resistência de Collor: o fisiologismo. Decorridos quase 24 anos, Dilma lança mão da mesma artilharia para tentar salvar o seu mandato. A diferença é que, agora, o PT já não acha o fisiologismo tão execrável.
Após desembarque, Temer deseja ser ‘discreto’
Consumado o rompimento do PMDB com o governo, o vice-presidente Michel Temer deseja guiar o seu comportamento nas próxima semanas pela máxima segundo a qual as grandes articulações políticas são mudas. Festejado na convenção nacional do seu partido com gritos de “Temer presidente”, o substituto constitucional de Dilma Rousseff planeja ser tão discreto quanto o outro lado da lua.
O governo Dilma se desintegra - ÉPOCA
A lenta, gradual e segura saída do PMDB do governo moribundo de Dilma Rousseff será finalmente formalizada nesta terça-feira (29). Os chefes do partido seguiram o plano definido logo após os protestos de 13 de março, quando milhões de brasileiros foram às ruas pedir o impeachment de Dilma. A distensão entre PT e PMDB transcorria desde o começo do segundo mandato da presidente, acelerou-se com o agravamento da crise econômica e tornou-se inevitável após acarta do vice-presidente Michel Temer a Dilma. As expressivas manifestações de março permitiram aos chefes do PMDB justificar um desejo político como obrigação cívica.
Planalto usa projeto que beneficia igrejas para agradar bancada evangélica
Não foi à toa que o governo apoiou a aprovação, no Senado, de um projeto que isenta o IPTU de igrejas em casos de imóveis alugados. Foi uma jogada para reconquistar a bancada evangélica. Dilma pediu a senadores que apoiassem a proposta. A fatura virá na votação do impeachment. ÉPOCA
Comissão de Ética abre processo contra Mercadante e Cardozo
A Comissão de Ética Pública da Presidência determinou nesta segunda-feira a abertura de dois processos para investigar a conduta dos ministros Aloizio Mercadante, da pasta de Educação, e José Eduardo Cardozo, Advogado-Geral da União. O processo contra Mercadante foi aberto a pedido da bancada do PSDB no Senado, após o ministro ser citado na delação premiada do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS). Conforme o site de VEJA revelou há duas semanas, Mercadante ofereceu ao senador ajudas financeira e política, além de influência no Judiciário, em troca de seu silêncio. José Eduardo Marzagão, um assessor do senador, gravou as conversas com o ministro.