Mais de 70% das obras precisaram ser refeitas. Superintendência das Usinas de Asfalto diz que podem ocorrem problemas pontuais das contratadas. A Prefeitura de São Paulo gasta R$ 500 mil por dia para tapar buracos, segundo levantamento do Tribunal de Contas do Município (TCM). Mais de 70% das obras foram reprovadas e precisam ser refeitas.
O TCM realizou uma auditoria entre setembro de 2015 e fevereiro deste ano. Foram analisadas 30 amostras de asfalto nas regiões da Freguesia do Ó, Brasilândia, Casa Verde, Vila Maria, Vila Guilherme, Penha, Itaquera, Ipiranga, Capela do Socorro e Campo Limpo. Nenhuma das amostras coletadas atendeu todos requisitos necessários como o índice de compactação abaixo do aceitável, qualidade da massa asfáltica inadequada ou o índice de deformação fora das especificações.
Os motoristas que trafegam pelas Ruas Arcipreste Ezequias e a Huet bacelar, no Ipiranga, na Zona Sul de São Paulo, e na Rua República do Iraque, no Brooklin, Zona Sul da capital, conhecem bem essa situação. Nesses locais, os moradores colocam pedações de madeira para alertar os motoristas. A capital paulista possui 17 mil quilômetros de vias. O asfalto é feito na Usina da Prefeitura de São Paulo e aplicado por empresas contratadas.
O TCM apurou que não há evidência da presença de engenheiro responsável da empresa durante a execução da operação tapa buraco, o que caracteriza falta grave. Além disso, grande parte dos registros fotográficos não apresentava as três fotos obrigatórias, tiradas antes, durante e depois das obras.
Para o TCM, isso demonstra descumprimento do contrato por parte das empresas prestadoras de serviço. Segundo a conclusão do Tribunal de Contas, “fica evidente a necessidade de melhoria na qualidade da mistura asfáltica e na sua aplicação, garantindo correto emprego do dinheiro público”.
A Superintendência das Usinas de Asfalto disse que a massa asfáltica usada em toda a cidade é produzida conforme as especificações exigidas e que as equipes que trabalham tapando buraco passam por constantes treinamentos, mas que podem ocorrer problemas pontuais das empresas terceirizadas. A Superintendência também informou que as subprefeituras fazem a fiscalização dos reparos e tomam medidas cabíveis quando constatam falhas. PORTAL G1