Governo faz maior leilão de portos em 20 anos, mas ruído com Petrobras frustra plano inicial
18 de novembro de 2021 | 16h28
BRASÍLIA - O Ministério da Infraestrutura vai realizar nesta sexta-feira, 19, o que vem sendo classificado como o maior leilão de arrendamento portuário dos últimos 20 anos, em que será disputado um terminal de combustíveis (STS 08A) no Porto de Santos com investimento previsto em R$ 678,3 milhões, operado atualmente pela Transpetro (empresa do grupo Petrobras).
O plano inicial, no entanto, era maior. O governo ficou sem receber proposta para uma segunda área de terminal de líquidos (STS 08) colocada na praça, também sob administração atual da subsidiária da Petrobras. O Estadão/Broadcast apurou que, apesar de várias empresas terem mostrado interesse no ativo ao longo dos estudos, o leilão foi frustrado, principalmente, pela insegurança quanto à política de preço de combustíveis da estatal, alvo da classe política e do próprio presidente Jair Bolsonaro.
As especulações sobre esse tema interferiram no interesse pelo terminal porque o local é diretamente afetado pela atividade da petroleira. As áreas visam, por exemplo, prover o abastecimento de combustíveis na região metropolitana de São Paulo e atender regiões com déficit de produção de óleo diesel, gasolina e óleos combustíveis por meio do embarque de cabotagem (navegação na costa marítima). Os terrenos conectam-se atualmente ao sistema de dutos que interligam a região da Alamoa à rede da Transpetro-Petrobras.
De acordo com fontes do setor, um forte motivo que afugentou os interessados foi a percepção de risco sobre o futuro do preço de paridade de importação (PPI) adotado pela Petrobras, que, com o aumento sucessivo dos combustíveis, entrou na mira dos políticos nos últimos meses. O movimento é embalado por Bolsonaro, que, para rebater as críticas pelo valor alto da gasolina, deposita insistentemente a "culpa" na política exercida pela estatal.
A proximidade com as eleições, que tendem a gerar ações mais populistas em Brasília, deixou os investidores desconfiados e com receio de assumir grande volume de investimento diante de um cenário de incertezas - no caso do STS 08, um investimento de R$ 260,6 milhões.
Um dos temores das empresas era de acabar dependente do produto da Petrobras, caso a estatal eventualmente abandone o PPI e pratique preços mais baixos no País. Como uma das hipóteses era movimentação de combustível importado pelo terminal, um descompasso de valores entre esse comércio e o da estatal geraria uma dependência ruim para quem, justamente, contesta o mercado da petroleira.
Com a falta de proposta para o terminal STS 08, a área deverá ser colocada novamente na praça para leilão, mas antes passará por alguns ajustes com a finalidade de mitigar receios apontados pelos investidores. Enquanto isso, o cenário mais provável, segundo fontes, é que o local continue sob operação da Transpetro até um próximo certame, com o contrato de transição que já funciona atualmente para os terminais.
Maior das últimas décadas
Mesmo com esse desfalque para o leilão de sexta, o certame do STS 08A ainda carrega o título de maior leilão de arrendamento portuário nos últimos 20 anos. São quase R$ 700 milhões de investimentos numa área final de 297,3 mil metros quadrados, com conexão dutoviária para a refinaria Presidente Bernardes e o terminal de Cubatão, por meio do qual se conecta com as refinarias existentes no Estado de São Paulo. Uma das apostas no mercado é que a Petrobras acabe arrematando o terminal.
O novo contrato, de 25 anos, deve promover melhorias importantes na área. É nele, por exemplo, que estão as obrigações de investimento para construção de novos berços de atracação. Outra situação que deve ser resolvida é adequação da receita que é paga à autoridade portuária - no caso, o Porto de Santos - pelo uso da região da Alamoa, bastante nobre dentro do complexo portuário. No ano passado, a Transpetro pagou em receita, pelas duas áreas, pouco menos de R$ 30 milhões. Com o novo contrato, apenas para o 08A, a receita média atual passa os R$ 100 milhões.
Além do terminal em Santos, vai a leilão nesta sexta o arrendamento do Complexo Portuário de Imbituba, Santa Catarina, (IMB05), que movimenta granéis líquidos combustíveis ou químicos, proveniente principalmente de Maceió (AL), para abastecer empresas da Região Sul.
Brasil acumula 611,8 mil óbitos e 21,97 milhões de casos de covid-19
As autoridades de saúde brasileiras registraram, até o momento, 611.851 mortes desde o início da pandemia de covid-19. Nas últimas 24 horas, foram confirmadas 373 novos óbitos. Até ontem (16), a soma de mortes estava em 611.478.
Ainda há 2.876 óbitos em investigação, ou seja, aguardando resultado de exames e procedimentos para confirmar se a causa da morte foi covid-19.
O total de infectados no país chegou a 21.977.861. Nas últimas 24 horas, as secretarias de saúde registraram 11.977 novos diagnósticos positivos de covid-19. Ontem, o painel de dados do Ministério da Saúde registrava 21.965.684 casos acumulados.
Ainda há 170.910 casos em acompanhamento, de pessoas que tiveram o quadro de covid-19 confirmado.
Até esta quarta-feira, 21.194.900 pessoas já se recuperaram da covid-19.
Os dados estão no balanço do Ministério da Saúde divulgado nesta quarta-feira. A atualização é elaborada a partir das informações enviadas pelas secretarias estaduais de saúde sobre casos e mortes relacionados à covid-19. Não foram incluídos os novos dados do Ceará.
Os números em geral são menores aos domingos, segundas-feiras e nos dias seguintes a feriados em razão da redução de equipes para alimentar o sistema dos dados. Às terças-feiras e dois dias depois dos feriados, em geral, há mais registros diários pelo acúmulo de dados atualizados.
Estados
Segundo o balanço do Ministério da Saúde, no topo do ranking de estados com mais mortes por covid-19 estão São Paulo (153.214), Rio de Janeiro (68.774), Minas Gerais (55.952), Paraná (40.736) e Rio Grande do Sul (35.872).
Já os estados com menos óbitos resultantes da pandemia são Acre (1.845), Amapá (1.995), Roraima (2.038), Tocantins (3.902) e Sergipe (6.037). Não houve novas mortes entre ontem e hoje no Acre e Amapá.
Vacinação
Até o início da noite desta quarta-feira (17), o sistema do Ministério da Saúde marcava a aplicação de 297,9 milhões de doses da vacina contra a covid-19 no Brasil, sendo 157,3 milhões da primeira dose e 128,4 milhões da segunda dose e dose única.
Foram aplicados 11,5 milhões de doses de reforço. No total, foram distribuídas 356,4 milhões de doses a estados e municípios, tendo sido entregues 349,9 milhões.
Edição: Denise Griesinger / AGÊNCIA BRASIL
ANS aprova pedido da Prevent para parcelar dívida com SUS em 60 vezes
A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) atendeu nesta semana a um pedido da Prevent Senior para parcelar em 60 vezes mais R$ 2,8 milhões devidos ao SUS por atendimentos prestados a beneficiários da operadora.
O parcelamento de dívidas do tipo pode ser requerido por todas as operadoras de planos de saúde conforme as regras da agência, mas tem incomodado especialistas desde o início da pandemia porque acontece em um momento de sobrecarga do SUS.
No mercado em geral, há mais de R$ 1 bilhão em parcelamentos em curso e outros R$ 741 milhões já foram quitados, segundo dados levantados pela ANS sobre o ressarcimento da saúde suplementar ao SUS até 30 de setembro, sem considerar juros e multas.
No caso específico da Prevent Senior, são mais de R$ 80 milhões em parcelamentos em curso e outros R$ 67 milhões já foram quitados.
Procurada pelo Painel S.A., a ANS afirma que o modelo do parcelamento, mesmo sendo distribuído ao longo dos anos, é capaz de agilizar o ressarcimento, porque é menos custoso do que um processo de cobrança judicial, tanto para o SUS quanto para a operadora.
"Se trata também de uma medida de gestão financeira das operadoras de planos de saúde, que, a partir da análise de sua realidade, podem determinar quando e quais créditos serão objeto de solicitação de parcelamento", diz a ANS em nota.
A Prevent nega que o pedido de parcelamento esteja ligado a qualquer tipo de dificuldade financeira derivada da crise de imagem sofrida pela empresa na esteira da CPI da Covid.
"A Prevent Senior é uma das poucas operadoras que estão quites com as obrigações junto ao SUS. O parcelamento de débitos é um procedimento legal. A Prevent tem solidez econômica. Por isso, sempre pagou em dia suas obrigações", diz a empresa em nota.
com Mariana Grazini e Andressa Motter / FOLHA DE SP
Chuva acima do previsto afasta risco de racionamento e apagão, diz diretor-geral do ONS
17 de novembro de 2021 | 05h00
RIO E SÃO PAULO - A partir desta semana, o Operador Nacional do Sistema (ONS) já começa a ser mais seletivo no acionamento de usinas termelétricas, após meses funcionando com o máximo da potência do sistema elétrico brasileiro para evitar racionamento ou apagões no horário de ponta, informou o diretor geral do órgão, Luiz Carlos Ciocchi. Mas até abril, o brasileiro ainda verá a conta ser pressionada pela tarifa de escassez hídrica, referente à seca registrada este ano, e o impacto do custo das termelétricas contratadas para atravessar o período seco, que vai de abril a outubro.
A chuva veio antes do esperado, diz Ciocchi, que se preparava para um fim de ano igual ao de 2020, quando as chuvas só chegaram em dezembro e não foram suficientes para recuperar os reservatórios das hidrelétricas. Já este ano, as chuvas chegaram dois meses antes, trazendo alívio para o Sistema Interligado Nacional (SIN), operado pelo ONS.
“Com essa chegada (das chuvas) antes, e com todo o preparo para uma situação mais extrema, realmente a chuva foi muito bem vinda e hoje a gente pode dizer com tranquilidade que do ponto de vista de escassez hídrica a gente não tem mais nenhuma indicação de problema, nem de energia nem de ponta, está equacionado”, disse Ciocchi ao Broadcast/Estadão.
Ele ressaltou que o operador se preparava para uma situação mais adversa, e que apesar de não se falar em racionamento, antes do início das chuvas já havia alertas de que poderiam ocorrer problemas no horário de ponta (meio da tarde).
“Todas as ações que a gente vem tomando desde outubro do ano passado fazem com que essa chuva agora seja muito bem-vinda, porque agora a gente pode armazenar (água nos reservatórios), pode ser um pouco mais seletivo nos despachos, não precisa levar os reservatórios a um nível de estressamento agudo, como a gente ia ter que fazer”, explicou.
Reservatórios
Os despachos do ONS consistem em ordenar a entrada de unidades geradoras de energia elétrica por ordem de mérito, ou seja, primeiro são liberadas as mais baratas, até chegar nas mais caras. As usinas termelétricas, principalmente as movidas a combustível fóssil, são as que custam mais caro ao sistema, enquanto as hidrelétricas e outras fontes renováveis, como solar e eólica têm menor custo.
Elevar o nível de armazenagem de água nos reservatórios das hidrelétricas agora é obrigatório por lei, lembrou Ciocchi, referindo-se à emenda incluída na lei que aprovou a privatização da Eletrobras no Congresso Nacional, e que deu quatro anos para a recuperação dessas usinas. Segundo Ciocchi, esse é um processo que não se faz em um ano, mas avaliou que em três anos os reservatórios já estarão em bons níveis.
“Nos níveis que nós chegamos, não conseguimos recuperar os reservatórios em um ano. Para fazer isso tem que economizar água, para economizar água tem que usar as térmicas. Mas nós não vamos encher reservatórios com térmicas de R$ 2,4 mil, então à medida que a gente tenha um pouco mais de folga e se configure com clareza o período chuvoso, a gente vai poder usar térmicas mais baratas para isso”, garantiu.
Os reservatórios das usinas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, responsáveis por 70% da geração hídrica do País, chegaram ao nível de cerca de 16% em setembro e hoje operam em torno dos 20%. No pior cenário, ou seja, se as chuvas repetissem o que ocorreu em 2020, especialistas previam que os reservatórios poderiam a chegar a 10% no final de 2021.
Para Ciocchi, além das medidas tomadas pelo Ministério de Minas e Energia para superar a crise energética, como a criação da Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (Creg), a implantação do programa de Resposta Voluntária da Demanda (RVD) e a campanha para redução do consumo de energia elétrica, foi fundamental ter feito mudanças de algumas vazões mínimas, e que assim deve ocorrer também em 2022.
“O que a gente aplicou este ano e deu mais resultado foi mudar as vazões mínimas das hidrelétricas Jupiá e Porto Primavera (ambas na divisa de Mato Grosso do Sul e São Paulo). Isso já dá uma diferença brutal e consegue espaço para térmicos dentro da ordem do mérito (das mais baratas para as mais caras)”, informou Ciocchi.
Belo Monte
A expectativa é de que em 2022, o Ministério Público Federal (MPF) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) permitam que a usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, possa manter a operação prevista, com vazões maiores do que no ano passado. A usina alterna vazões maiores de águas (hidrograma A) e menores (hidrograma B). Este ano foi a vez do hidrograma B, mas existe dúvida se a usina terá permissão para liberar mais água para a produção de energia no ano que vem.
Segundo o diretor-geral do ONS, o assunto já foi tema de uma conversa na extinta Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (Creg), para que os órgãos de governança do setor elétrico dialogassem com o MPF e com o Ibama, para evitar novas ações judiciais estabeleçam vazões diferentes para o Rio Xingu, onde fica a hidrelétrica.
“Nem de longe a gente está numa situação normal (de armazenamento de água nos reservatórios das hidrelétricas), e a não manutenção do hidrograma A pode ser bastante complicada para o setor elétrico brasileiro”, afirmou Ciocchi.
A operação de Belo Monte em sua capacidade total pode economizar 2,5 pontos percentuais nos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste, uma vez que a maior parte da energia produzida na usina é exportada para o principal centro de carga do País. A hidrelétrica tem capacidade instalada de 11.233,1 megawatts (MW) e quantidade média de geração de 4.571 MW.
Segundo o presidente da Norte Energia, dona de Belo Monte, Paulo Roberto Pinto, já tem sido mostrado ao governo a necessidade de se manter o combinado, monitorando todos os possíveis impactos ambientais.
“Usando a hidrograma A sou capaz de gerar mais 1,12 mil megawatts-médio (MWmed) do que gerei este ano a um preço de R$ 144 o megawatt-hora (MWh), e evitar a emissão de 3,6 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera nos sete meses que Belo Monte opera”, explicou Pinto, destacando que com isso seria evitado o uso de térmicas que custam mais de R$ 2,5 mil o MWh.
Redução voluntária
Sobre a suspensão do programa de Resposta Voluntária da Demanda (RDV), criticada por agentes do setor elétrico, Ciocchi informou que pode voltar a qualquer momento, desde que haja necessidade.
Por meio do RDV, grandes consumidores industriais deslocam seu horário de consumo ou reduzem sua demanda de energia e recebem uma compensação financeira pela contribuição ao sistema. Esse valor é posteriormente rateado entre todos os consumidores de energia do mercado regulado.
De acordo com Ciocchi, a suspensão do programa ocorreu porque o Operador identificou que não há mais risco de faltar energia, mesmo que em horários de maior estresse do sistema, como o fim da tarde, o que já não justificaria os custos do programa. “O programa teve uma aceitação muito boa, mas eu não preciso de ponta agora. Em dezembro vamos avaliar”, disse.
O fim do programa pegou o mercado de surpresa, com críticas principalmente da associação dos grandes consumidores de energia e do mercado livre, Abrace, que não vê motivos para um programa voluntário deixe de ser usado para poupar energia. Para Cocchi, a reação não tem fundamento e tudo será esclarecido com os agentes do setor.
“O programa está ai, está criado, e vai ser utilizado de acordo com a necessidade. Vamos conversar com a Abrace para ver o que precisa fazer para dar uma estabilidade maior, estamos abertos para esse tipo de sugestão”, afirmou.
Vale gás começa a ser distribuído a partir do dia 15 de dezembro, afirma governador
O Vale Gás Social — programa estadual para a distribuição de botijões a pessoas em situação de vulnerabilidade social — será liberado a partir do próximo dia 15 de dezembro. A informação foi dada pelo governador Camilo Santana (PT), na manhã desta terça-feira (16), em transmissão ao vivo.
O benefício foi concedido no início da pandemia de Covid-19. Recentemente, tornou-se política pública permanente no Ceará, sendo distribuído três vezes ao ano.
Conforme o governador, a licitação para as empresas fornecedoras será concluída ainda nesta quarta-feira (17). Após essa etapa, o Governo do Ceará deve receber os vales até 11 de dezembro.
Assim, prevê, a entrega aos beneficiários ocorrerá a partir do próximo dia 15.
Desde 2020, já foram distribuídos cerca de 500 mil botijões. Atualmente, 245.966 famílias estão sendo beneficiadas, segundo o governo.
TÊM DIREITO AO BENEFÍCIO:
- Jovens participantes do Programa Superação;
- Pessoas inscritas no Cartão Mais Infância Ceará;
- Pessoas inseridas no Cadastro Único (CadÚnico);
- Pessoas atendidas pelo Bolsa Família, com renda igual ou inferior a R$ 89,34.
COM DIARIONORDESTE
MJ repassa aos estados R$ 722 milhões para segurança pública
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) iniciou o repasse de R$ 722 milhões do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) para os estados investirem na valorização de profissionais e no fortalecimento das instituições.
Os recursos deverão ser utilizados para compra de equipamentos e para capacitação dos servidores.
“Procuramos atender todas as unidades de forma igualitária. Ressalto que esses recursos são suplementares ao que cada estado deve investir para garantir uma segurança pública de qualidade. O compromisso do governo federal é valorizar os agentes e fortalecer as instituições”, afirma o ministro Anderson Torres.
No dia 9 deste mês, Torres assinou a Portaria MJSP Nº 483, que estabeleceu as diretrizes das transferências para as duas áreas.
Desde 2019, foram repassados R$ 2,2 bilhões em recursos do FNSP para os estados aplicarem no trabalho das forças de segurança - o maior valor histórico já repassado pela pasta.
*Com informações do MJSP.
Covid-19: Brasil tem 611,4 mil mortes e 21,96 milhões de casos
Desde o início da pandemia, 611.478 pessoas perderam a vida para a covid-19 no Brasil. Nas últimas 24 horas, autoridades de saúde registraram 132 novas mortes.
Ainda há 2.893 óbitos em investigação - situação que ocorre porque, para saber se o paciente morreu de covid-19, são necessários exames e procedimentos posteriores.
A quantidade de pessoas que contraíram a doença no país, desde o início do surto sanitário, chegou a 21.965.684. Entre ontem e hoje, secretarias de Saúde confirmaram 4.918 novos diagnósticos positivos de covid-19. Ontem, o painel de dados do Ministério da Saúde totalizava 21.960.766 casos acumulados.
Hoje, no Brasil, há 176.839 casos em acompanhamento de pessoas que tiveram o quadro de covid-19 confirmado.
Até o momento, 21.177.367 pessoas já se recuperaram da covid-19.
Os dados estão na atualização diária do Ministério da Saúde divulgada nesta terça-feira (16). O balanço é elaborado a partir das informações enviadas pelas secretarias estaduais de Saúde sobre casos e mortes relacionados à covid-19. Não foram incluídos novos dados do Ceará.
Os números, em geral, são menores aos domingos, segundas-feiras ou nos dias seguintes aos feriados em razão da redução de equipes municipais e estaduais para a alimentação dos dados. Às terças-feiras e dois dias depois dos feriados, costuma-se ter mais registros diários, pelo acúmulo de dados.
Estados
Segundo o balanço do Ministério da Saúde, no topo do ranking de estados com mais mortes por covid-19 registradas até o momento estão São Paulo (153.067), Rio de Janeiro (68.753), Minas Gerais (55.942), Paraná (40.715) e Rio Grande do Sul (35.822).
Já os estados com menos óbitos resultantes da pandemia são Acre (1.845), Amapá (1.995), Roraima (2.038), Tocantins (3.900) e Sergipe (6.036). Não houve novas mortes de ontem para hoje no Acre e no Amapá.
Edição: Lílian Beraldo / AGÊNCIA BRASIL
Brasil ultrapassa EUA em taxa de vacinação completa contra a Covid
O Brasil ultrapassou os Estados Unidos no percentual de vacinados contra a Covid-19. É o que mostra o portal Our World in Data, vinculado à Universidade de Oxford, na Inglaterra.
A informação foi compartilhada numa rede social pelo cientista Eric Topol, cardiologista, fundador e diretor do Scripps Research Translational Institute, e professor de Medicina Molecular no Scripps Research Institute.
Segundo Topol, o Brasil se uniu a outros 55 países que superaram os índices americanos. Ele tem relatado dados sobre a Covid-19 em sua conta no Twitter.
Conforme a plataforma Our World in Data, no dia 14 de novembro, 59,8% dos brasileiros já estavam com o esquema vacinal completo contra a Covid-19. Enquanto nos EUA, na mesma data, o índice chegou a 57,6%.
De acordo com as informações do consórcio de veículos de imprensa, no dia 14 de novembro, o Brasil atingiu 125,4 milhões de pessoas vacinadas com duas doses, de um total de 213,3 milhões —número que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) projeta para a população brasileira atual.
Assim, estão completamente imunizados contra a Covid 58,8% da população do país. Os percentuais do consórcio de imprensa e do Our World in Data diferem ligeiramente por usarem bases de dados diferentes, com atualizações distintas.
O percentual de imunização do Brasil é semelhante ao computado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (compare no gráfico abaixo). O órgão registra a vacinação completa de cerca de 195,3 milhões de americanos.
Na plataforma inglesa é possível comparar dados de vários países. Na ferramenta, é possível notar, por exemplo, que o Chile ultrapassou os EUA no início de junho na proporção de pessoas que completaram o esquema vacinal contra a Covid.
No dia 4 daquele mês, o país da América do Sul marcou 43,9% da população vacinada com as duas doses, 0,2% a frente. No dia 12 de novembro, último dado divulgado pelo Chile, estava com 81,8%.
A Austrália, em 18 de outubro, passou os EUA em um ponto percentual e chegou a 69,3% em 14 de novembro. A União Europeia, em 2 de agosto, havia alcançado 49,9% de vacinados contra 49,8% dos americanos e subiu até 66,2% em 13 de novembro, último dado informado até a conclusão da reportagem.
O governo dos EUA autorizou o início da vacinação contra o coronavírus para 14 de dezembro do ano passado, com o imunizante produzido pela americana Pfizer em parceria com a alemã BioNTech.
Para Raquel Stucchi, infectologista da Unicamp e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, o fato de o Brasil ter alcançado quase 60% de população completamente vacinada é uma boa notícia, mas não deve ser visto como uma vitória.
"É muito mais mérito dos Estados Unidos do que do Brasil. O Brasil deveria ter ultrapassado os Estados Unidos em meados de maio, porque nós temos uma população que aceita muito a vacinação, graças ao Programa Nacional de Imunização em suas campanhas", pondera.
"Só não avançamos mais devido a alguns fatores como a dificuldade em termos vacinas e não termos começado mais precocemente a vacinação. A nossa projeção, enquanto infectologistas e sanitaristas, é que o Brasil poderia ter alcançado os 80% de população vacinada já no primeiro semestre."
Marcia Castro, cientista, professora de demografia da Faculdade de Saúde Pública de Harvard, membro do Observatório Covid-19 BR e colunista da Folha, não se surpreende com a notícia.
Ela também ressalta que o Brasil tem tradição em campanhas de imunização e isso não é uma regra nos EUA.
"Há estados com a cobertura muito baixa —os Estados Unidos vivem a pandemia dos não vacinados— e tem cidades que oferecem dinheiro tentando fazer com que as pessoas tomem a vacina. Você chega no limite e não consegue mais ter pessoas se vacinando. Era inevitável que o Brasil ultrapassasse os EUA, porque a força do movimento antivacina é muito mais forte", comenta.
Para ela, o Brasil precisa agora expandir a cobertura, garantindo a segunda dose a quem ainda não recebeu, assim como o reforço aos idosos que tomaram a Coronavac no começo da campanha.
"Essa euforia de achar que tudo acabou e tirar o requerimento das máscaras... É preciso ter cuidado, porque ainda tem muita gente não vacinada e o vírus ainda está circulando", diz Castro.
Além disso, o Brasil necessita aumentar a estratégia de testagem, afirma a professora.
"Seria necessário muito mais teste de antígeno, que tem um resultado rápido para a população. As pessoas deveriam ter acesso a esses testes rapidamente, direto via SUS ou com custo baixo. Sem uma estratégia de contenção, como diminuir a circulação?"
O médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto, professor de saúde pública da USP, vê o desempenho brasileiro como uma consequência de haver aqui um sistema de saúde pública universal, o SUS.
"Os americanos foram mais ágeis em comprar vacina e menos em utilizá-las. Nós compramos menos vacinas, tivemos distribuição menor, mas conseguimos aplicar mais", resume.
Evaldo Stanislau de Araújo, infectologista do Hospital das Clínicas da USP, lembra que, para além da marca positiva brasileira ao conseguir superar os EUA, é preciso atenção com a duração da resposta de imunidade.
Os Estados Unidos já têm hoje pelo menos três estados que liberaram a dose de reforço para qualquer pessoa vacinada. No Brasil, o reforço ainda não foi adotado nesses moldes.
"Essa questão da resposta imune é importante para essas vacinas que estamos utilizando agora. Se o Brasil não fizer um planejamento adequado para 2022 e os outros anos que virão, com certeza voltaremos a ter problemas, inclusive porque a circulação aumentou muito", afirma Araújo.
"Hoje, o Brasil está numa situação confortável, mas precisa se planejar para manter um nível de imunidade bom", conclui.
Como reflexo da imunização, quatro em cada cinco cidades com mais de 100 mil habitantes no Brasil tiveram redução de novos casos da Covid-19 em outubro, maior índice de toda a pandemia.
Os dados são do monitor de aceleração da Covid da Folha, que mede a velocidade de crescimento de novas infecções pelo coronavírus nos estados e municípios grandes, que têm dados mais estáveis e confiáveis que os menores.
Em média, outubro teve, por dia, 260 cidades no estágio de desaceleração, quando o número de novos casos está em queda. Isso representa 80% das 326 cidades com mais de 100 mil habitantes.
Ministério da Saúde anuncia dose de reforço contra a covid a todos com mais de 18 anos
16 de novembro de 2021 | 11h01
Atualizado 16 de novembro de 2021 | 12h42
BRASÍLIA - O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou nesta terça-feira, 16, que o governo vai aplicar uma dose de reforço da vacina de covid-19 para toda a população acima de 18 anos. A aplicação será para quem tomou a segunda dose há mais de cinco meses. Segundo Queiroga, há "doses de vacinas suficientes" para abastecer as 38 mil unidades básicas de saúde do País.
O Brasil tem 125,5 milhões de pessoas totalmente imunizadas contra a covid, ou 58,87% da população, segundo o levantamento do consórcio de veículos de imprensa. Inicialmente, a dose de reforço estava sendo aplicada a adultos acima de 60 anos, imunossuprimidos (doentes crônicos, por exemplo) e profissionais de saúde que haviam tomado a última vacina há seis meses. O intervalo de aplicação, portanto, diminuiu e o público foi ampliado.
Ao todo, 10,7 milhões em pessoas acima de 60 anos e trabalhadores de saúde já receberam essa dose de reforço. Pelas contas do Ministério da Saúde, outras 12,4 milhões estão aptas a receber mais uma aplicação ainda neste mês.
"Tínhamos autorizado essa dose de reforço, dose adicional, em todos aqueles que tinham tomado a segunda dose há mais de seis meses e que tivessem 60 anos", afirmou o ministro.
"Agora, graças às informações que temos advindas dos estudos científicos, principalmente, estudos de efetividade, realizados em parceria com a Fiocruz e de um estudo que encomendados em parceria com a Universidade de Oxford para avaliar a aplicação da 3ª dose, que já temos dados preliminares, nós decidimos ampliar essa dose adicional, dose de reforço para todos aqueles acima de 18 anos que tenham tomado essa segunda dose há mais de 5 meses."
A intenção da pasta é aplicar o reforço em 102 milhões de pessoas até maio. A faixa da população de 35 a 39 anos é a que tem mais gente: 10,7 milhões. Segundo Rosana Leite de Melo, secretária de Enfrentamento à Covid, a ideia é que até o meio do ano que vem todos acima de 18 anos tenham recebido a dose extra. "Dependendo do aprazamento, até por volta de junho, julho, alguém ainda irá necessitar de uma dose de reforço."
Queiroga lançou na manhã desta terça-feira, 16, a campanha Mega Vacinação, para convocar a população para completar o esquema vacinal contra a covid. Na ocasião, serão anunciadas as novas diretrizes para o intervalo da vacinação e para a aplicação da dose de reforço no Brasil.
"Muitos não procuraram as unidades de vacinação para tomar a segunda dose. É fundamental essa segunda dose para que se complete o esquema vacinal", disse.
Governo reduz mil normas trabalhistas a 15 e flexibiliza vale-alimentação
Por Agência O Globo / EXAME
O governo federal anunciou nesta quinta-feira, em cerimônia no Palácio do Planalto, uma simplificação das normas trabalhistas. De acordo com o Executivo, mais de 1.000 decretos, portarias e instruções normativas trabalhistas foram reunidos em apenas 15 normas. Um decreto consolidando as alterações será publicado nesta quinta-feira no Diário Oficial da União (DOU). Uma das mudanças mais efetivas na vida do trabalhador será a flexibilização do uso do vale-alimentação.
O texto final das alterações ainda não foi publicado pelo governo. Mas, de acordo com o secretário-executivo do Ministério do Trabalho e Previdência, Bruno Dalcolmo, a mudança no vale-alimentação possibilitará que os trabalhadores utilizem seus cartões em um número maiores de restaurantes:
— O vale é sempre uma decisão da empresa com o trabalhador. Então nada disso interfere. Mas alguns dispositivos serão alterados ao longo do tempo. Há um período de adaptação de 18 meses e, ao longo desse período, as empresas vão se adaptar a uma maior concorrência e uma necessidade de ofertar maiores opções de restaurantes para os trabalhadores — disse.
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Segundo técnicos do governo, a flexibilização do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), no qual se insere o vale-alimentação, vai facilitar a vida dos empregados que terão mais liberdade para usar o cartão alimentação. Eles poderão usar o cartão em qualquer estabelecimento que receba esse meio de pagamento e não apenas nos credenciados pela respectiva bandeira.Também será possível fazer a portabilidade do crédito entre as diversas bandeiras.
Na prática, o decreto tem por objetivo abrir o mercado das empresas de tíquete alimentação, considerado concentrado verticalizado. Segundo integrantes do governo, o segmento é dominado por apenas quatro grandes empresas e elas respondem por todo o processo, desde a assinatura do acordo. Costumam cobrar uma variedade de taxas, de fidelização, uso de sistema, maquininhas, uma das principais queixas de pequenos estabelecimentos. Com as mudanças, empresas de cartão, como Mastercard, Visa e IFood poderão fazer o credenciamento de estabelecimentos.
As empresas vinculadas ao PAT continuarão com os incentivos fiscais, mas terão que executar um programa nutricional para seus empregados. Serão fiscalizadas pelo Ministério do Trabalho, explicou um técnico do governo. O PAT determina que as empresas forneçam alimentação ao funcionário, via refeitório, restaurante interno ou com vales. Estes vales são fiscalizados e os funcionários, por exemplo, não podem usar estes recursos para pagar produtos em geral ou bebidas alcoólicas.
A entidade que representa as empresas que processam o vale-alimentação criticaram a decisão. Para Jessica Srour, diretora-presidente da Associação das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT), que representa 14 empresas do setor, o conceito de auxílio-alimentação, que foi criado durante a reforma trabalhista, ficou de fora do novo marco regulatório e preocupa o setor de alimentação ao trabalhador. Ela diz que a falta de regulamentação sobre esse auxílio cria uma distorção fiscal.
—Como ele não está regulamentado, a pessoa pode pagar qualquer coisa com esse auxílio-alimentação, o que desvirtuou de vez o benefício. Somos a favor da modernidade, mas o governo dá isenção fiscal justamente para promover a alimentação do trabalhador – afirma ela, que teme o uso destes recursos para a compras de produtos diversos, prejudicando a alimentação do trabalhador.
Outra medida do pacote diz respeito à obrigatoriedade do relógio de ponto nas empresas. Elas poderão optar por novas tecnologias, como reconhecimento facial, digital, celular, software especializados. Novos meios que deem segurança aos trabalhadores e empregadores serão aceitos. A mudança é opcional.
Segundo o Ministério do Trabalho e Previdência, as normas modificadas tratavam de assuntos como carteira de trabalho, aprendizagem profissional, gratificação de natalina, programa de alimentação do trabalhador, registro eletrônico de ponto e registro sindical e profissional.
— Ao analisar todos esses 1.000 atos, nós eliminamos tudo que era obsoleto, burocrático, desnecessário, exigências que não estavam previstas em lei. Eles foram simplificados, desburocratizados e, melhor ainda, eles foram todos modernizados — afirmou Dalcolmo.
De acordo com o ministério, essa foi a primeira vez que a legislação trabalhista infralegal — que não precisa de aprovação do Congresso — foi completamente revisada.
O decreto assinado também cria o Programa Permanente de Simplificação e Desburocratização Trabalhista, que fará com que as normas trabalhistas sejam revisadas a cada dois anos.
Presente na cerimônia, o presidente Jair Bolsonaro elogiou a desburocratização:
— Esse trabalho, desenvolvido pelo ministério do Onyx (Lorenzoni), junto com seus assessores, é muito bem-vindo. Dá continuidade aquilo que começamos a fazer em 2019, apontando para um Brasil melhor para o futuro.