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6 em cada 10 projetos de concessões e PPPs no Ceará estão paralisados ou cancelados

O entendimento de que o setor privado é mais eficiente na prestação de determinados serviços impulsionou o número de projetos de concessões e parcerias público-privadas, as chamadas PPPs, no Brasil.

A exemplo da tendência nacional, o Ceará tem proposto mais iniciativas desse tipo. No entanto, dos 112 projetos identificados no Estado, quase 60% deles estão paralisados ou cancelados - 6 em cada 10.

Os dados são da Radar PPP, empresa que organiza a informação pública disponível sobre o mercado nacional de PPPs e concessões. Segundo o levantamento, são 46 projetos parados e 20 cancelados. Do total, apenas 16 já estão com o contrato iniciado.

 

O sócio da Radar PPP, Guilherme Naves, acredita que o grande volume de iniciativas paralisadas e canceladas se deve à falta de priorização desses projetos. Um exemplo dessa falta de priorização, segundo ele, é que a Prefeitura de Fortaleza tornou pública e oficial 20 projetos de concessões e PPPs.

"Desses 20 projetos, conseguiram converter em contrato o Polo Gastronômico e o Mercado dos Peixes, que são contratos modestos e com potencial de impacto mais restrito em relação ao que PPPs e concessão costumam proporcionar, sobretudo se comparado a setores de competência municipal como iluminação pública, educação infantil, atenção primária à saúde, etc", afirma.

Ele pontua que recuperar os projetos que ficaram pelo caminho é uma alternativa, mas ressalta que talvez seja melhor inaugurar uma nova carteira de projetos que efetivamente sejam candidatos a se converterem em contratos.

PRESSÃO INFLACIONÁRIA

Já o membro dos comitês de saneamento e de ética e compliance da Associação Brasileira de Consultores de Engenharia (ABCE), Luiz Felipe Pinto Lima Graziano, indica que um dos motivos para o alto volume de projetos paralisados e cancelados é a inflação e o consequente aumento de custos, especialmente durante a pandemia e a guerra na Ucrânia.

"O avanço da inflação gerou um problema em escala mundial no custo dos insumos, como aço, cimento, PVC, que são usados em qualquer projeto de infraestrutura. Esse novo cenário paralisa projetos que foram modelados antes desse aumento. É uma realidade que não é exclusiva do Ceará, mas de todo o País", esclarece.

Superadas as influências que estão provocando o forte aumento de preços, Graziano acredita que parte desses projetos devem passar por ajustes e serem retomados, especialmente passado o contexto político das eleições, quando os agentes privados ficam mais cautelosos a investimentos.

OUTROS ENTRAVES

Além da falta de priorização e do contexto econômico mundial e nacional, Naves ressalta que outro componente que reduz os benefícios que as concessões e as PPPs poderiam gerar é o imediatismo que domina os governos.

"PPP e Concessão, necessariamente, combinam com governos que são capazes de pensar no longo prazo. Enquanto o pensamento 'curtoprazista' dominar a máquina pública, não há sequer razão para priorizar PPPs e concessões. E, assim, fica mais fácil entender a dimensão do desafio", alerta.

"Estamos, literalmente, falando de Governos que, ao invés de se preocuparem em colher resultados imediatos a qualquer custo, investem no planejamento e na composição de uma arquitetura institucional interna para desenhar bons projetos e gerir bons contratos, pensando em melhorar a qualidade do gasto público e o retorno social, por gerações e gerações", acrescenta o executivo da Radar PPP.

Conforme o especialista, quatro aspectos são necessários para que iniciativas envolvendo serviços públicos e o setor privado precisam ter para serem bem sucedidas:

  1. Apoio político;
  2. Corpo técnico competente; 
  3. Priorização de iniciativas; 
  4. Convencimento de que contratos público-privados de longo prazo efetivamente podem trazer mais benefício para sociedade e para o governo

Dentre as necessidades elencadas por Naves, Graziano destaca o domínio técnico do processo. Segundo ele, a modelação dos projetos exige conhecimento técnico apropriado que são determinantes para o sucesso da iniciativa.

 

Tendo em vista que a maior parcela dos projetos estão concentrados no âmbito municipal, que costuma ter um corpo técnico reduzido, essa dificuldade ganha espaço.

Diante disso, a colaboração com os próprios entes privados ou com outras instituições públicas é fundamental para a concretização dos planos.

"A abertura maior para o PMI (procedimento de manifestação de interesse) aponta para uma colaboração mais substanciosa da iniciativa privada na sugestão de projetos. O PMI é uma autorização ao setor privado para que ele estude e proponham soluções, incluindo sugestões da minuta de edital e contrato", revela.

Nesse sentido, ele lembra da parceria da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que resultou em um projeto para a ampliação da rede de esgoto em 23 municípios cearenses a ser executado por empresas privadas.

PERDA DE OPORTUNIDADES

Como comprovação das dificuldades, Naves recorda que o Estado vem enfrentando problemas em contratos de PPP que chegaram a ser celebrados, como a Ponte Estaiada sobre o Rio Cocó e o Hospital Regional Metropolitano.

"O caminho para tornar o programa de PPP/Concessão uma política pública de sucesso não é trivial, é muito sensível a ciclos eleitorais e à dificuldade de retenção de talentos na administração pública. Em geral, as Prefeituras cearenses e o Governo do Estado precisam fazer diferente, nesse sentido, se quiserem estar em um patamar de destaque nacional na matéria", alerta.

Apesar dos gargalos a serem superados ainda, o executivo da Radar PPP ressalta que o Governo do Estado possui algumas experiências "emblemáticas" de PPPs recém-assinadas, como a Planta de Dessalinização da Água Marinha, e a própria licitação da Cagece para os serviços de esgotamento sanitário impostos pelo novo marco do setor.

 

Naves ainda indica que, considerando que o Ceará é referência em inovação em gestão pública, a assinatura de 11 contratos de PPP/Concessão nos últimos 8 anos, sendo alguns já rescindidos, é decepcionante.

"Olhar literalmente pro lado e ver o Piauí, com um PIB quase 3 vezes menor e um estoque de contratos de PPPs e concessões com Aeroportos, Rodovias Estaduais, Zoológico, Centro de Convenções, usinas solares, rede de transporte de dados, Ceasa, saneamento básico, etc, chama a atenção. Entretanto, isso não significa, necessariamente, que há menos investimento proporcional por parte do Ceará nessas áreas", esclarece.

"Apenas significa que as PPPs e concessões não alcançaram um nível de prioridade para as administrações públicas cearenses recentes a ponto de entregarem esses resultados. Se essa for uma escolha consciente dos gestores públicos, que preferem outras alternativas de investimento a PPPs e concessões, não vejo problema. Mas se for por outra razão, qualquer que seja, é realmente uma pena", acrescenta o especialista.

DIFERENÇA ENTRE CONCESSÃO E PPP

O associado da ABCE, Luiz Felipe Pinto Lima Graziano, explica que a PPP é uma forma de concessão. A diferença é que, na concessão, a prestação do serviço é financiada pelos usuários através de uma tarifa cobrada pelo acesso. No caso da PPP, o governo está incluído parcial ou totalmente no pagamento dessa conta.

Quando o usuário ainda paga um valor pelo serviço, que não é suficiente para a cobertura de todos os custos, o poder público complementa a conta. Assim, a PPP é classificada como patrocinada.

Já quando não é possível cobrar do usuário nenhuma tarifa ou o serviço seja indireto, são acionadas as PPPs administrativas, na qual a administração pública fica a cargo de todos os custos. Nesse caso, o usuário continua financiando a operação, mas através do pagamento de impostos. DEIARIONORDESTE.

 

 

Aviões da FAB e navios de guerra participarão do 7 de Setembro de Bolsonaro em Copacabana

Por Lauro Jardim / O GLOBO

 

Jair Bolsonaro desistiu de botar tanques e soldados na orla de Copacabana no dia 7 de setembro — na verdade, foi obrigado a recuar. Mas não abandonou a ideia de envolver militares em seu ato político no dia em que se comemora a Independência.

Os organizadores da manifestação conseguiram o o.k. para que a Esquadrilha da Fumaça, da FAB, faça suas manobras e acrobacias nos céus da Avenida Atlântica.

A Marinha também dará sua contribuição: navios de guerra atravessarão a Baía de Guanabara e singrarão o mar de Copacabana na data.

Oficialmente, o motivo para ambas demonstrações é que elas fazem parte dos festejos do bicentenário. Mas não é necessário somar dois e dois para entender que servirão à campanha à reeleição.

7 de Setembro em Copacabana: Bolsonaro sequestra Dia da Independência com apoio dos militares

Jair Bolsonaro disse a apoiadores no sábado que o 7 de Setembro deste ano terá uma novidade: um desfile militar em plena Avenida Atlântica, no Rio de Janeiro, diante do mar de Copacabana. E ainda teve o cuidado de já anunciar um horário, 16h, que é tão inusitado quanto revelador de suas intenções — como se ainda precisasse.

As paradas militares do 7 de Setembro no Rio ocorrem há décadas num mesmo lugar: a Avenida Presidente Vargas, no Centro, um local adequado, seja por ser uma via espaçosa, seja por que lá está situado o Palácio Duque de Caxias, antiga sede do Ministério da Guerra (depois do Exército e hoje sede do Comando Militar do Leste). Estes desfiles sempre ocorrem na parte da manhã. 

 

O que o presidente Bolsonaro está fazendo, com o apoio das Forças Armadas, é sequestrar sem o menor constrangimento a comemoração do Dia da Independência em favor do candidato Bolsonaro —que, na semana passada, convocou seus militantes a saírem "às ruas pela última vez para lutar pela liberdade" e protestar contra os ministros do STF, "esses pouco surdos de capa preta que têm que entender o que é a voz do povo."

Não resta dúvida que essa mudança de local e horário, se for mesmo confirmada pelo Ministério da Defesa, teve inspiração num pedido dele. 

No caso da parada militar carioca travestida de manifestação (ou da manifestação travestida de parada militar, como se queira, pois é disso o que se trata), o Ministério da Defesa adequou até o horário aos interesses do presidente-candidato, que participará de manhã do desfile de Brasília. E, da mesma forma, transferiu o evento para o local onde há anos os bolsonaristas fazem seus atos — a orla de Copacabana.

Assim, as Forças Armadas se associam mais uma vez de forma direta aos caprichos de Bolsonaro, colaborando para um ato de campanha justamente na reta final das eleições.

 

Gasto do governo com servidores cai para menor patamar em 26 anos

BRASÍLIA

Após uma política de contenção de custos no funcionalismo público, o Ministério da Economia prevê encerrar o mandato do presidente Jair Bolsonaro (PL) no menor patamar de gasto com pessoal em 26 anos.

Números apresentados pela equipe do ministro Paulo Guedes (Economia) ao mercado financeiro recentemente mostram que essa despesa, que chegou a representar 4,2% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2017 e 2020, deverá cair para 3,4% ao fim de 2022 —menor nível desde 1997, quando se inicia a série histórica da Secretaria do Tesouro Nacional.

O movimento é acompanhado pelo menor número de funcionários ativos, que encerrou junho no mais baixo patamar dos últimos 13 anos após uma queda de quase 10% sob a gestão de Bolsonaro. São cerca de 570 mil servidores em atividade, segundo o Ministério da Economia.

Quando o mandatário assumiu o Palácio do Planalto em janeiro de 2019, herdou de seu antecessor um quadro de pessoal com aproximadamente 630 mil funcionários nas repartições públicas federais. Em 2017, esse número chegou a um pico de 634 mil ativos.

O Ministério da Economia diz que a queda no número de servidores foi possível graças ao avanço da digitalização na administração pública federal. Hoje, cerca de 4,8 mil serviços estão disponíveis na plataforma Gov.br.

A automação abre caminho para diminuir a taxa de reposição de servidores aposentados, afirma a pasta —"principalmente aqueles que ocupavam cargos de nível médio e obsoletos".

"A força de trabalho, antes usada para muitas atividades operacionais repetitivas, vem sendo direcionada para atribuições mais estratégicas, que valorizem e garantam um atendimento cada vez melhor aos cidadãos", afirma o Ministério da Economia, em nota.

Guedes costuma dizer que está em curso uma "reforma administrativa silenciosa", após não ter conseguido aprovar uma reestruturação mais ampla no funcionalismo público enviada pelo Executivo ao Congresso em forma de PEC (proposta de emenda à Constituição) em 2021. Um dos objetivos do texto era criar novas formas de contrato de trabalho entre servidores e poder público para evitar a estabilidade.

Rudinei Marques, presidente do Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Tipicas do Estado), contesta a visão positiva da pasta dizendo que o número de servidores caiu 12% desde o início da década de 1990 enquanto a população cresceu 40% no período. Ele diz que isso demanda mais serviços públicos, em especial em saúde e educação —"por mais que as tecnologias possam ajudar".

"Em suma, a economia deu-se a partir da redução da quantidade e da qualidade dos serviços levados à população", diz Marques.

O Ministério da Economia afirma que também contribuiu para a redução de pessoal o corte de funções e gratificações do Executivo federal em 2019. Segundo a pasta, foram extintos 159 cargos, além de 4.941 funções e 1.487 gratificações —com economia estimada em R$ 195 milhões por ano.

Mauro Silva, presidente da Unafisco (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal), reconhece que a atuação do Estado e do serviço público pode passar por ajustes, mas diz que a falta de reposição de pessoal pode gerar problemas graves.

"Na Receita, temos um grande problema no combate ao contrabando por meio das fronteiras. O controle aduaneiro tem sido muito enfraquecido e e as pessoas vão arrumando meios [de burlar o controle]", diz Silva. "Nós temos muita gente se aposentando e não há uma reposição. A ideia de que reduzir servidores é bom só existe na cabeça de quem não valoriza a boa atuação estatal", afirma.

Ele também diz que órgãos especializados como a Receita podem registrar um ritmo tão grande nas aposentadorias a ponto de não ser possível passar às novas gerações de servidores o conhecimento acumulado (por exemplo, sobre o estoque de créditos tributários e como eles poderiam ser arrecadados).

"Se é que é isso pode ser chamado de política de pessoal, ela ser feita sem um critério acaba sendo prejudicial para o país", diz. "Esse governo demonstrou que a única política de pessoal dele é um massacre do servidor e colocar granada no bolso do servidor", afirma Silva.

Outro fator para a queda dos gastos foi a falta de reajustes para servidores nos últimos anos. Os bilhões em gastos extraordinários previstos na época da pandemia fizeram Guedes articular a aprovação de um dispositivo legal, sancionado em maio de 2020, que impediu aumentos no funcionalismo público até o fim de 2021. A medida era respaldada pela visão do ministro de que a atual geração precisaria pagar a conta da guerra contra o vírus.

A legislação criada na época, que tinha como escopo principal fazer o Tesouro Nacional auxiliar estados e municípios, também proibiu o poder público de realizar concursos públicos até o fim de 2021 (exceto para repor vagas em cargos de chefia que não acarretassem aumento de despesa, entre outros casos).

Em reunião ministerial de maio de 2020 com conteúdo divulgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), Guedes comparou a trava para servidores a uma "granada no bolso do inimigo" e chegou a dizer que não haveria impeachment se as contas do governo estivessem arrumadas.

"Todo mundo tá achando que tão distraído, abraçaram a gente, enrolaram com a gente. Nós já botamos a granada no bolso do inimigo. Dois anos sem aumento de salário", afirmou. "Isso vai nos dar tranquilidade de ir até o final. Não tem jeito de fazer um impeachment se a gente tiver com as contas arrumadas, tudo em dia. Acabou! Não tem jeito. Não tem jeito", afirmou Guedes no episódio.

Sem reajuste amplo desde 2018 (exceto categorias com remunerações mais elevadas, que tiveram reajuste em 2019), os servidores viram o quadro piorar com a pandemia. Mesmo com a pressão de várias categorias e das várias promessas feitas por Bolsonaro, não houve reajuste.

Para 2023, primeiro ano do novo mandato presidencial, há uma reserva de R$ 11,7 bilhões na LDO (Lei Diretrizes Orçamentárias) com esse objetivo. O governo estuda usar a inflação projetada para 2023 como referência para os reajustes, conforme mostrou a Folha.

Neste mês, Bolsonaro sancionou a LDO vetando a proposta de reajuste especial para carreiras de policiais e servidores da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Categorias como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal voltaram a reclamar por meio de notas de repúdio e chamaram o ato de "desrespeito".

Brasil registra 247 mortes e 23,5 mil novos casos de covid-19

Em 24 horas, foram registrados 23.552 novos casos de covid-19 no Brasil. No mesmo período, houve 247 mortes de vítimas do vírus. O Brasil soma desde o início da pandemia 681.253 mortes por covid-19, segundo o boletim epidemiológico divulgado hoje (12), em Brasília, pelo Ministério da Saúde. O número total de casos confirmados da doença é de 34.148.131.

Ainda segundo o boletim, 32.945.953 pessoas se recuperaram da doença e 520.925 casos estão em acompanhamento. No levantamento de hoje, não consta atualização dos dados de óbitos em Mato Grosso do Sul.

Estados

Segundo os dados disponíveis, São Paulo lidera o número de casos, com 5,96 milhões, seguido por Minas Gerais (3,85 milhões) e Paraná (2,71 milhões). O menor número de casos tem-se no Acre (147,4 mil). Em seguida, aparecem Roraima (173,9 mil) e Amapá (177,6 mil).

Em relação às mortes, de acordo com os dados mais recentes disponíveis, São Paulo apresenta o maior número (173.567), seguido de Rio de Janeiro (75.162) e Minas Gerais (63.257). O menor total de mortes situa-se no Acre (2.025), Amapá (2.155) e Roraima (2.165).

Vacinação

Até hoje, foram aplicadas 470,9 milhões de doses de vacinas contra a covid-19, sendo 178,6 milhões com a primeira dose e 159,7 milhões com a segunda dose. A dose única foi aplicada em 4,9 milhões de pessoas. Outras 104,1 milhões já receberam a dose de reforço.

boletim epidemiológico 12.08.2022
boletim epidemiológico 12.08.2022 - Ministério da Saúde

Edição: Kleber Sampaio / AGÊNCIA BRASIL

Queda de braço entre prefeito de Aquiraz e vereadores pode suspender prestação de serviços básicos

Felipe Azevedo, DIARIONRDESTE

 

O prefeito de Aquiraz, Bruno Gonçalves (PL), anunciou, através de redes sociais, que a partir desta sexta-feira (12) o município na Região Metropolitana de Fortaleza estará com serviços de troca de lâmpada em iluminação pública, coleta de lixo e tranporte gratuito suspensos. O anúncio expõe um tensionamento com a Câmara Municipal, que tem maioria de vereadores na oposição.

 

O prefeito alega que o chamado G9, - grupo de parlamentares contrários ao Governo - não autorizou uma suplementação orçamentária para o pagamento dos serviços essenciais, requisitada ainda no início da semana. 

Em contrapartida, o vereador Jair Silva (PP), que é presidente da Câmara Municipal e faz parte da oposição, argumenta que esses parlamentares têm intenção de votar e aprovar o pedido desde que a Prefeitura envie o detalhamento das despesas do orçamento de 2022. 

De acordo com Jair, o Governo Municipal teria esgotado o orçamento previsto para 12 meses ainda na metade do ano.

"Nós estamos prontos para aprovar desde que ele (o prefeito Bruno Gonçalves) mande para nós o detalhamento das despesas. Aqui nós não temos revanchismo, temos compromisso em aprovar as leis que possam garantir os serviços essenciais", disse o presidente da Casa.

Procurada, a prefeitura argumentou que "a Câmara Municipal de Aquiraz fez 69 emendas no orçamento planejado pela prefeitura para o ano de 2022 alterando o texto original".

A assessoria argumentou ainda que o município vive "o maior superávit orçamentário da sua história. Com isso, a prefeitura ampliou os serviços do Transporte Gratuito de Aquiraz (TGA), da Limpeza Pública e da manutenção das lâmpadas". 

Em um vídeo publicado nas redes, o chefe do Executivo acusou os parlamentares de estarem atrapalhando a execução dos serviços,  uma vez que não foi aberta a votação para que o orçamento fosse aprovado. "Esses vereadores de oposição não querem ajudar, não querem deixar o prefeito trabalhar", alegou.

O presidente Jair Silva afirmou ainda que, uma vez a Prefeitura enviando à Casa os decretos de anulação - documentos que detalham remanjemaneto de verbas entre as secretarias -, a Casa poderá convocar uma sessão extraordinária, inclusive no final de semana, para votar a suplementação orçamentária. 

Empresas poderão renegociar dívidas com o Fisco com 70% de desconto

A partir de 1º de setembro, os contribuintes com grandes dívidas com a Receita Federal poderão renegociar os débitos com até 70% de desconto. A Receita Federal publicou hoje (12) a portaria que aumentará os benefícios para quem quer parcelar até R$ 1,4 trilhão em dívidas tributárias que ainda não estão sob contestação judicial.

A portaria estendeu à Receita Federal a modalidade de renegociação chamada de transação tributária, mecanismo criado em 2020 para facilitar o parcelamento de dívidas de empresas afetadas pela pandemia da covid-19. Até agora, apenas a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), órgão que cobra na Justiça as dívidas com o governo, concedia essa possibilidade com regularidade. A Receita lançava negociações nesse modelo, mas em casos especiais.

A ampliação da transação tributária havia sido anunciada na terça-feira (9) pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em evento com empresários do setor de bares e restaurantes. Na ocasião, ele disse que setores como o comércio, o serviço e o de eventos teriam as mesmas facilidades para renegociarem débitos como outros segmentos afetados pela pandemia.

A extensão da transação tributária à Receita Federal foi autorizada pela Lei 14.375/2022, sancionada em junho pelo presidente Jair Bolsonaro. Com a portaria que regulamentou a lei, a Receita poderá lançar editais especiais de renegociação de dívidas e sugerir acordos com grandes devedores.

Mudanças

Para o público geral, o desconto máximo para a renegociação de dívidas aumentou de 50% para 65%, sendo que para empresas (de todos os tamanhos), microempreendedores individuais (MEI), micro e pequenas empresas do Simples Nacional e Santas Casas de Misericórdia, o desconto poderá ser de até 70%.

O prazo de parcelamento também foi ampliado. Para o público geral, passou de 84 meses (7 anos) para 120 meses (10 anos). Para empresas, MEI, micro e pequenas empresas do Simples Nacional e Santas Casas de Misericórdia, o prazo poderá estender-se por até 145 meses (12 anos e 1 mês). Apenas o parcelamento das contribuições sociais foi mantido em 60 meses porque o prazo é determinado pela Constituição.

Os devedores de impostos ainda não inscritos em dívida ativa poderão apresentar proposta individual de transação ao Fisco. Mesmo os que questionam o débito na esfera administrativa ou que tiveram decisão administrativa definitiva desfavorável.

Por enquanto, somente contribuintes que devam mais de R$ 10 milhões ao Fisco poderão apresentar a proposta individual a partir de setembro. Nas próximas semanas, a Receita deverá publicar um edital para a transação tributária de dívidas de pequeno valor.

A Receita definirá o tamanho dos benefícios conforme a capacidade de pagamento do contribuinte. Quem tiver mais dificuldades de pagamento terá descontos maiores e prazos mais longos.

Abatimentos e amortizações

As empresas poderão usar os prejuízos fiscais do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e a base de cálculo negativa da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para abater em até 70% o saldo remanescente da dívida após os descontos. Normalmente, as empresas que têm prejuízo podem abater parte do IRPJ e da CSLL no pagamento dos dois tributos nos anos em que registram lucros.

A portaria permite ainda que precatórios a receber (dívidas do governo com contribuintes reconhecidas definitivamente pela Justiça) ou direito creditório, determinados por sentenças transitadas em julgado (a qual não cabem mais recursos judiciais), podem amortizar a dívida tributária, tanto a parcela principal, como a multa e os juros.

Público alvo

A transação individual destina-se aos seguintes contribuintes:

- pagador de imposto com contencioso administrativo fiscal de mais de R$ 10 milhões;
- devedores falidos, em recuperação judicial ou extrajudicial, em liquidação judicial ou extrajudicial ou em intervenção extrajudicial;
- autarquias, fundações e empresas públicas federais;
- estados, Distrito Federal e municípios e respectivas entidades de direito público da administração indireta.

Benefícios

Descontos máximos
- passaram de 50% para 65% para público em geral;
- até 70% para empresas, MEI, micro e pequenas empresas do Simples Nacional e Santas Casas de Misericórdia.

Prazos
- número de parcelas sobe de 84 para 120 meses para público em geral;
- até 145 parcelas para empresas, MEI, micro e pequenas empresas do Simples Nacional e Santas Casas de Misericórdia.

Abatimentos
- prejuízo fiscal do IRPJ e da base de cálculo negativa da CSLL poderão ser usados para abater em até 70% o saldo remanescente após os descontos;
- precatórios e demais dívidas do governo com o contribuinte transitadas em julgado poderão amortizar o valor principal, a multa e os juros da dívida tributária.

Edição: Fernando Fraga / AGÊNCIA BRASIL

Desemprego cai em 22 estados no segundo trimestre; veja ranking

Leonardo Vieceli / FOLHA DE SP
RIO DE JANEIRO

Em um contexto de retomada de atividades econômicas, a taxa de desemprego teve queda em 22 estados no segundo trimestre, frente aos três meses anteriores, informou nesta sexta-feira (12) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Houve estabilidade nas outras cinco unidades da federação, de acordo com a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).

As reduções mais intensas, de mais de 3 pontos percentuais, ocorreram no Tocantins (de 9,3% para 5,5%), em Pernambuco (de 17% para 13,6%) e em Alagoas (de 14,2% para 11,1%).

Segundo os critérios da pesquisa, Distrito Federal (11,5%), Amapá (11,4%), Ceará (10,4%), Rondônia (5,8%) e Mato Grosso (4,4%) mostraram relativa estabilidade frente ao primeiro trimestre, sem variações estatísticas tão relevantes.

Entre abril e junho, as maiores taxas de desemprego foram registradas na Bahia (15,5%), em Pernambuco (13,6%) e em Sergipe (12,7%), na região Nordeste.

As menores ficaram localizadas em Santa Catarina (3,9%), Mato Grosso (4,4%) e Mato Grosso do Sul (5,2%), nas regiões Sul e Centro-Oeste.

A Pnad considera tanto o mercado de trabalho formal quanto o informal. Ou seja, são avaliados desde empregos com carteira assinada e CNPJ até os populares bicos.

No Brasil, a taxa de desemprego recuou para 9,3% no segundo trimestre, conforme dados divulgados pelo IBGE no último dia 29.

É o menor patamar para esse período desde 2015. À época, o indicador estava em 8,4%, e a economia atravessava recessão.

O número de desempregados no país, por sua vez, diminuiu para 10,1 milhões de abril a junho deste ano, em um contexto de menores restrições a atividades econômicas.

Pelas estatísticas oficiais, a população desocupada reúne quem está sem trabalho e segue à procura de novas vagas. Quem não tem emprego e não está buscando oportunidades não entra no cálculo.​

RENDA FRAGILIZADA

Adriana Beringuy, coordenadora de trabalho e rendimento do IBGE, avaliou nesta sexta que o aumento da ocupação contribuiu para a queda do desemprego em diferentes recortes, incluindo o geográfico.

Porém, a pesquisadora frisou que a renda do trabalho não vem acompanhando essa expansão na mesma velocidade. Vagas com salários menores e o impacto da inflação podem explicar o rendimento fragilizado na média, segundo ela.

No Brasil, a renda foi estimada em R$ 2.652 no segundo trimestre, conforme os dados divulgados já no final de julho. É o menor valor para o período na série histórica, iniciada em 2012.

Entre as unidades da federação, o Distrito Federal teve o maior rendimento médio no segundo trimestre deste ano, mostram os dados publicados nesta sexta. O valor foi de R$ 4.446.

Rio de Janeiro e São Paulo vieram na sequência, com R$ 3.248. Na outra ponta da lista, o Maranhão apareceu com a renda do trabalho mais baixa, estimada em R$ 1.654.

O IBGE indicou que somente o Piauí teve avanço estatisticamente significativo frente ao primeiro trimestre de 2022. A alta foi de 8,4% –o indicador pulou de R$ 1.715 para R$ 1.859. As demais unidades da federação apontaram estabilidade nesse recorte.

Já na comparação com o segundo trimestre de 2021, sete registraram quedas. As demais, estabilidade. Ou seja, não houve crescimento significativo em nenhum estado ou no Distrito Federal.

Em Pernambuco, o rendimento médio caiu 12,8% frente ao segundo trimestre de 2021, para R$ 1.789. Em Sergipe, a baixa foi de 12%, para R$ 1.875. A dupla mostrou as maiores perdas relativas.

"O rendimento não vem apresentando uma expansão em termos reais", disse Beringuy.

A Pnad também sinalizou que, enquanto as taxas de desemprego dos homens (7,5%) e das pessoas brancas (7,3%) ficaram abaixo da média nacional (9,3%), os índices das mulheres (11,6%) e das pessoas pretas (11,3%) e pardas (10,8%) continuaram mais altos no segundo trimestre deste ano.

 

Em São Paulo, estado mais populoso do país, a taxa de desemprego recuou de 10,8% para 9,2%.

 

Polícia Federal investiga lavagem de dinheiro e cumpre mandados judiciais em quatro cidades do Ceará

Um esquema criminoso suspeito de lavar dinheiro do tráfico de drogas está sendo alvo da operação "Espelho Branco 2", da Polícia Federal, na manhã desta sexta-feira (12). São cumpridos mandados judiciais nos municípios de Fortaleza, Eusébio, Aquiraz e Santa Quitéria, no Ceará, além de São Paulo (SP) e Maceió (AL). 

 

A PF disse, em nota, que a prática ilícita fez uma "movimentação milionária" e envolve a liderança de uma facção criminosa. O valor total e o nome do criminoso ainda não foram revelados. 

 

Ao todo, 60 agentes federais executam nove mandados de busca e apreensão, seis mandados de prisão temporária e outros mandados de sequestro de bens e valores expedidos pela Justiça Federal. Até o momento, 4 pessoas foram capturadas e dois estão foragidos, um em Fortaleza e outro em Portugal.

A PF explicou que as buscas têm como objetivo apreender documentos e mídias para instrução de Inquérito Policial. A partir do material, a investigação irá conseguir individualizar a atuação dos suspeitos, a participação de terceiros laranjas e o levantamento integral e apreensão de valores e patrimônio ilícito movimentado. 

Foi determinado judicialmente o bloqueio de valores nas contas dos suspeitos, sequestro de imóveis de luxo em valores superiores a 5 milhões de reais e veículos em valores superiores a 2 milhões de reais. 

 

FASE I

Deflagrada no dia 11 de novembro de 2021, a primeira fase da operação "Espelho Branco" prendeu um líder facção e cumpriu mandados de busca em três mansões em condomínios de luxo em Fortaleza e no Eusébio. Um dos imóveis foi adquirido por R$ 3,6 milhões.

Durante as investigações, a PF levantou indícios sobre a participação da quadrilha na dissimulação da propriedade de bens, na movimentação de recursos ilícitos e na integração no mercado formal com dinheiro do tráfico de drogas e do outros crimes. DIARIONORDESTE

Covid-19: Brasil registra 220 mortes e 27,6 mil casos em 24 horas

As secretarias estaduais e municipais de Saúde registraram 27.644 novos casos de covid-19 na últimas 24 horas em todo o país. De acordo com os órgãos, foram confirmadas também 220 mortes por complicações associadas à doença no mesmo período. 

Os dados estão na atualização do Ministério da Saúde divulgada nesta quinta-feira (11), com exceção do dado de óbitos do estado do Mato Grosso do Sul, que não foi informado, de acordo com a pasta federal. 

Com as novas informações, o total de pessoas infectadas pelo novo coronavírus durante a pandemia já soma 34.124.579.

O número de casos em acompanhamento de covid-19 está em 515.811. O termo é dado para designar casos notificados nos últimos 14 dias que não tiveram alta nem resultaram em óbito.

Com os números de hoje, o total de óbitos alcançou 681.006, desde o início da pandemia. Ainda há 3.232 mortes em investigação. As ocorrências envolvem casos em que o paciente faleceu, mas a investigação se a causa foi covid-19 ainda demanda exames e procedimentos complementares.

Até agora, 32.927.762 pessoas se recuperaram da covid-19. O número corresponde a pouco mais de 96% dos infectados desde o início da pandemia.

Estados

Segundo o balanço do Ministério da Saúde, no topo do ranking de estados com mais mortes por covid-19 registradas até o momento estão São Paulo (173.523), Rio de Janeiro (75.130), Minas Gerais (63.239), Paraná (44.776) e Rio Grande do Sul (40.616).

Já os estados com menos óbitos resultantes da pandemia são Acre (2.023), Amapá (2.153), Roraima (2.165), Tocantins (4.189) e Sergipe (6.421).

Vacinação

Até esta quinta, o vacinômetro do Ministério da Saúde apontava um total de 470.954.665 doses de vacinas contra covid-19 aplicadas no país, desde o início da campanha de imunização. Destas, 178,6 milhões como primeira dose, 159,7 milhões como segunda e 4,9 milhões como dose única. A dose de reforço já foi aplicada em mais de 104,1 milhões de pessoas e a segunda dose extra ou quarta dose, em pouco mais de 18,5 milhões. O painel registra ainda 4,7 milhões de doses como "adicionais", que são aquelas aplicadas em quem tinha recebido o imunizante da Janssen, de dose única.

Boletim epidemiológico do Ministério da Saúde atualiza os números da pandemia de covid-19 no Brasil.
Boletim epidemiológico do Ministério da Saúde atualiza os números da pandemia de covid-19 no Brasil. - Ministério da Saúde

Edição: Lílian Beraldo

Desempenho do BNDES é impulsionado com dividendos da Petrobras

O lucro líquido de R$ 11,7 bilhões obtido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no segundo trimestre de 2022 é 120,7% superior ao registrado no mesmo período de 2021. O novo relatório de resultados financeiros da instituição foi apresentado hoje (11).

De acordo com o BNDES, o desempenho foi impulsionado pela receita de R$ 3,8 bilhões com dividendos pagos pela Petrobras e pela arrecadação de R$ 1 bilhão com alienações de ações da Eletrobras. Também contribuiu com o resultado positivo a reversão de provisão para risco de crédito, consequência da liquidação da dívida do Grupo Oi, que pagou à instituição R$ 4,6 bilhões usando recursos da venda da Oi Móvel às operadoras Claro, Tim e Vivo.

O BNDES possui atualmente R$ 68,6 bilhões em participações societárias, sendo 44% envolvendo ações da Petrobras. "Houve uma leve queda quando comparado com o trimestre anterior. É resultado da redução da nossa participação na Eletrobras e da desvalorização do preço das duas principais ações do nosso portfólio: Petrobras e JBS", disse Lourenço Tigre, diretor de finanças do BNDES.

O resultado recorrente, que exclui operações de desinvestimento da carteira de renda variável e provisões para risco de crédito, foi de R$ 9 bilhões. O montante representa um crescimento de 279,7% em comparação ao mesmo período de 2021. O patrimônio líquido da instituição encerrou o período somando R$ 129,3 bilhões.

Segundo o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, foi registrado um recorde somando os números dos dois primeiros trimestres do ano. O resultado líquido nos seis meses iniciais de 2022 é de R$ 24,6 bilhões. "É o primeiro semestre mais rentável em termos de lucros nominais da história do BNDES", disse.

Projetos

A conclusão do processo de privatização da Eletrobras, movimentando R$ 33,68 bilhões, foi considerado o principal projeto do período conduzido pelo BNDES. Além disso, foram citados o leilão de rodovias no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais, a concessão de parques estaduais, a modernização e ampliação de infraestrutura de aeroportos no Nordeste e no Centro-Oeste, a ampliação de parques eólicos e solares, entre outras iniciativas.

Os desembolsos registraram crescimento de 46% comparado ao mesmo período de 2021. Foram R$ 18,4 bilhões, dos quais R$ 9 bilhões para projetos de infraestrutura, o que representa 48,8% do total. De acordo com o banco, R$ 3,7 bilhões foram destinados a atividades relacionadas à economia verde e R$ 7,3 bilhões ao desenvolvimento social. As operações com micro, pequenas e médias empresas, num total de R$ 6,8 bilhões, representaram 37,2% dos desembolsos.

Segundo Montezano, o BNDES vem passando por uma reestruturação, a exemplo do que ocorre em diversos países. "Outros bancos de desenvolvimento no mundo também estão migrando para uma atuação mais próxima de uma atuação no mercado com foco em agenda climática". Ele disse ainda estar satisfeito, porque considera que a instituição está liderando esse movimento e sendo capaz de penetrar em diferentes setores.

"Se você opera como monopolista que distribui subsídio, você está mais sujeito a risco, você não inova e você não tem uma visão de cliente. Na hora que você coloca esse banco operando com funding mais próximo de mercado, ele vai ter uma maior necessidade de inovação e de modernizar suas ferramentas e vai ter que gerenciar riscos de uma forma mais ativa", pontuou.

Dívidas com a União

O BNDES vem empreendendo esforços para quitar uma dívida referente a aportes feitos pela União entre 2008 e 2014. Há um cronograma de pagamento pactuado com o Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo novo relatório, foram transferidos ao Tesouro Nacional R$ 17 bilhões entre abril e junho de 2022. Desse total, R$ 3,7 bilhões envolvem compromissos ordinários e outros R$ 13,3 bilhões são referentes a quitação antecipada da dívida.

Dessa forma, o passivo ao final do segundo trimestre era de R$ 103,6 bilhões, 15,4% a menos na comparação com o registrado no fechamento do primeiro trimestre. Está previsto o pagamento de mais R$ 13,7 bilhões até dezembro desse ano, sendo R$ 11,2 bilhões envolvendo valores que constam no acordo com o TCU.

Edição: Aline Leal / AGÊNCIA BRASIL

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