Moro e Alvaro Dias seguem empatados no PR: Real Time aponta vantagem de ex-juiz com 30% a 27%
Por Manoela Bonaldo / O ESTADÃO
Candidatos ao Senado pelo Paraná e ex-aliados políticos, o ex-juíz Sérgio Moro (União) e Alvaro Dias (Podemos) estão empatados tecnicamente, aponta a pesquisa Real Time Big Data divulgada nesta terça-feira, 16. Moro aparece com 30% das intenções de voto contra 27% de Dias e, tendo em vista a margem de erro, de três pontos porcentuais para mais ou para menos, considera-se que há um empate técnico.
O candidato do Partido Liberal (PL), Paulo Martins, ficou em terceiro lugar, com 8% das intenções de voto.
A nova rodada da Real Time Big Data aponta uma diminuição na distância entre os dois primeiros colocados, sendo que Moro perdeu um ponto porcentual e Dias avançou um. Na última pesquisa, divulgada no dia 21 de julho, o ex-juiz aparecia com 31% contra 26% de seu ex-aliado. Antes de o ex-juiz lançar sua pré-candidatura ao Senado no dia 12 de julho, era Álvaro quem liderava as pesquisas.
Desta vez, de acordo com a pesquisa, 12% dos entrevistados responderam que irão votar em branco e 15% não souberam ou não responderam.
Aline Sleutjes (PROS) e Rosane Ferreira (PV) receberam, cada uma, 2% das intenções de voto. Já os candidatos Orlando Pessuti (MDB), Laerson Matias, Desiree Salgado (PDT) e Carlos Saboia (PMN) receberam 1%.
A pesquisa contatou 1.500 entrevistados por telefone entre os dias 13 e 15 de agosto, e está registrada na Justiça Eleitoral sob o código PR- 06612/2022. O nível de confiança é de 95%.
Roberto Cláudio defende geração de emprego e minimiza embates: 'não sou de fazer críticas'
Durante a primeira agenda de campanha eleitoral, que aconteceu no Mercado Central, em Fortaleza, o candidato a governador Roberto Cláudio (PDT) defendeu que uma das prioridades de um eventual governo é a geração de emprego e renda. Ele também minimizou embates com antigos aliados, agora disputando as eleições em lados opostos.
Acompanhado de apoiadores, deputados e vereadores da Capital, o ex-prefeito de Fortaleza argumentou que a meta na reta inicial da campanha é se tornar mais conhecido e também apresentar as propostas para "construir um futuro de prosperidade, de oportunidade".
"Os nossos maiores compromissos são com a geração de emprego e de renda, principalmente com a redução das desigualdades regionais que ainda existem aqui no Ceará", ressaltou o candidato.
Ele também destacou propostas nas áreas de saúde, educação e segurança pública. "Enfrentamento às filas de exame, consultas e cirurgias, e enfrentamento mais direto às facções. Tendo a educação como eixo estruturante de progresso e oportunidade para nossa gente", pontuou.
EMBATES NA CAMPANHA
Ao ser questionado sobre críticas recentes à gestão do Governo do Ceará que geraram ataques de ex-aliados, Roberto Cláudio disse que "não é de fazer críticas".
"Não é culpa especificamente de A, de B e de C. É uma realidade, e o nosso compromisso é com o futuro dos ceareses [...], não olharemos para os lados, não somos candidatos contra adversários, somos em favor das necessidades do povo", disse o pedetista.
IMPASSE NO SENADO
Roberto Cláudio iniciou a campanha ao lado do candidato a vice-governador, Domingos Filho, e do empresário Amarílio Macêdo, indicado pelo PSDB para compor a chapa na disputa pelo Senado. A presença de Macêdo, no entanto, ainda aguarda decisão judicial.
Atualmente, está vigente liminar que prevê neutralidade do PSDB na disputa majoritária no Ceará. Por isso, o PDT registrou a candidatura ao Senado da vereadora Enfermeira Ana Paula, enquanto aguarda nova decisão judicial sobre o PSDB.
Mesmo assim, Amarílio acompanhou Roberto Cláudio na visita ao Mercado Central. O pedetista pontuou, inclusive, o foco em fortalecer os nomes junto ao eleitorado. "Eu sou mais conhecido na Região Metropolitana, o Domingos é mais conhecido no Interior. O Amarílio ainda precisa ser mais conhecido. A gente está se apresentando, apresentando as nossas biografias, o que nós já realizamos", disse.
Michelle aparece em palanque, rouba cena e é ovacionada em Juiz de Fora
A primeira-dama Michelle Bolsonaro roubou a cena ao aparecer ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL) no carro de som em Juiz de Fora (MG), nesta terça-feira (16).
Em um discurso com forte teor religioso, ela encerrou o evento que deu a largada à campanha de seu marido, sob fortes aplausos. Michelle não mencionou diretamente a campanha adversária ou governos anteriores, como fez o presidente.
A primeira-dama falou em "inimigo", que quer "matar e destruir", e pediu a Deus para que brasileiros não entreguem a nação "nas mãos do inimigo".
"Nós sabemos que o inimigo ele só quer roubar, matar e destruir, e manter as pessoas em cativeiro cegas. Mas nós pedimos a Deus essa libertação para nossa nação", disse a primeira-dama.
"Que Deus dê sabedoria e discernimento ao nosso povo brasileiro para que não entregue o nosso país, a nossa nação tão amada por Deus, nas mãos dos nossos inimigos".
Michelle se referiu ainda ao fato de Bolsonaro ter sobrevivido à facada em 2018 como um milagre. E disse que "aqueles que pregam o amor e a pacificação atentaram contra a vida dele".
Ela tem intensificado suas participações a pedido de aliados do presidente, uma vez que ele precisa diminuir a rejeição entre as mulheres.
Quando o presidente ainda discursava e ela apareceu no carro de som, foi ovacionada pela plateia.
"Geralmente, as pessoas mais importantes que falam por último. A pessoa mais importante desse momento não é o presidente, não é o candidato, é a senhora Michelle Bolsonaro", disse o presidente ao entregar o microfone para a primeira-dama.
A viagem à cidade em que Bolsonaro levou a facada em 2018 é a primeira, com o começo da campanha eleitoral nesta terça.
Elmano ressalta propostas de mobilidade urbana e diz que fará campanha sem 'nenhum tipo de ataque'
Em seu primeiro ato de campanha, o candidato do PT ao Governo do Ceará, Elmano de Freitas, defendeu propostas de mobilidade urbana. O assunto teve relação com o local escolhido para o primeiro evento: a estação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no bairro Parangaba, nesta terça-feira (16).
"Queremos garantir a integração nas Regiões Metropolitanas, garantir essa obra tão importante do VLT, concluir as obras do Metrô, e garantir a conclusão do Anel Viário que enfim o Governo Federal aceitou passar para o Governo do Estado o convênio para executarmos plenamente essa obra. Vou concluir o Anel Viário", disse Elmano ao chegar ao VLT.
Ele também ressaltou como proposta concluir as obras de ligação do município de Missão Velha à BR-116. Ainda hoje, Elmano, com a candidata a vice, Jade Romero (MDB), e o candidato ao Senado, Camilo Santana (PT), cumprem agenda no Cariri.
"Vou continuar esse programa Ceará de Ponta a Ponta, garantir pavimentação de qualidade porque a infraestrutura é muito importante, inclusive para a comodidade na área da saúde, para as pessoas serem transportadas quando precisarem, para a produção e para a circulação de mercadorias", disse o candidato, em referência a programas do atual Governo do Estado.
DISPUTA ELEITORAL
Elmano também falou sobre os embates com adversários que disputam o Governo e disse que fará campanha sem ataques.
"Não vamos fazer nenhum tipo de discussão, de ataque ou de acusação, queremos uma campanha de elevado nível, temos um legado a defender", afirmou.
Questionado sobre a declaração do candidato do PDT a presidente, Ciro Gomes, que falou em "entregar o Ceará para Capitão Wagner (...) para dar valor ao que se tem", em entrevista ao Roda Vida, ontem, Elmano voltou a dizer que sua compreensão é "de não entrar em nenhum tipo de briga".
IZOLDA CELA
Ele também voltou a falar sobre a relação com a governadora Izolda Cela (sem partido) e a possível participação dela na campanha.
"Vou aguardar o momento que ela entender adequado. A maior coisa que a gente tem que ter sobre essa governadora é respeito", disse.
Lula critica fake news, Bolsonaro convoca ato, Ciro fala de renda mínima, e Tebet debate cultura
Por O GLOBO — Rio de Janeiro
No primeiro dia de campanha nas ruas, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) escolheram locais simbólicos para discursar: Lula foi ao ABC paulista, seu berço político, e Bolsonaro voltou a Juiz de Fora (MG), cenário da facada que levou durante a campanha presidencial de 2018. Já Ciro Gomes e Simone Tebet foram a São Paulo: ele nas ruas da Zona Leste, ela em um encontro fechado com representantes da Cultura.
Primeiro lugar na pesquisa Ipec divulgada nesta segunda-feira, com 44% das intenções de voto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi a São Bernardo do Campo, seu berço político, onde discursou na porta da fábrica da Volkswagen. O ex-presidente disse que Jair Bolsonaro é “possuído pelo demônio” e o chamou de “genocida” e “presidente fajuto”.
— Você foi negacionista, você não acreditou na ciência, não acreditou na medicina, não acreditou. Você acreditou na sua mentira. Se tem alguém que é possuído pelo demônio é esse Bolsonaro — disse Lula, responsabilizando o ex-presidente sobre as mais de 600 mil mortes ocorridas na pandemia de Covid-19.
Em seu discurso, Lula afirmou também que Bolsonaro manipula a fé dos evangélicos,criticou a flexibilização da venda de armas e disse que sua primeira medida caso seja eleito será reajustar a tabela do imposto de renda.
Jair Bolsonaro foi a Juiz de Fora (MG) iniciar sua campanha à reeleição. O presidente discursou em um trio elétrico no mesmo local onde foi atacado com uma facada por Adélio Bispo de Oliveira na campanha às eleições de 2018. Com 32% das intenções de voto, Bolsonaro está em segundo lugar na corrida eleitoral, segundo pesquisa Ipec.
Acompanhado da primeira-dama Michelle Bolsonaro, a quem chamou de "pessoa mais importante neste momento", do senador Flávio Bolsonaro e do candidato a vice general Braga Netto, Bolsonaro pediu a seus apoiadores para irem às ruas no dia 7 de setembro:
— No próximo dia 7, vamos todos às ruas pela última vez. Em um primeiro momento pela nossa independência, e em um segundo momento pela garantia da nossa liberdade — disse o presidente.
Ciro Gomes (PDT) foi a Guaianases, no leste da capital paulista, onde conversou com apoiadores e visitou pequenos comércios da região. O ex-ministro e ex-governador do Ceará, que tem 6% das intenções de voto, explicou seu projeto de renda mínima, inscrito em seu plano de governo, e prometeu que, se for eleito, toda família com renda de até R$ 417 receberá uma complementação de até R$ 1 mil do governo federal.
No mesmo evento, Tebet - que tem 2% das intenções de voto, segundo pesquisa Ipec divulgada nesta segunda-feira -, afirmou que a agenda social, a erradicação da pobreza e projetos de transferência de renda estão entre os focos de sua campanha.
— Entrei nesse compromisso (da candidatura) porque não estou pronta para desistir do Brasil e não vou desistir do Brasil nunca — afirmou a candidata.