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SONHO DE LULA É UMA CAMPANHA SEM FALAR EM CORUPÇÃO

J.R. Guzzo / O ESTADO DE SP

 

O ex-presidente Lula não quer que seja assim, e tem nisso o apoio de muita gente, mas vai ser dessa forma: daqui até a eleição de outubro, ele será obrigado a ficar rolando na calçada numa briga corpo a corpo com a corrupção. É, entre todos, o assunto do qual Lula quer falar menos.

 

Seu sonho dourado é uma campanha eleitoral inteira, toda ela, igual à “sabatina” que recebeu de presente dos apresentadores da Rede Globo. Não teve, ali, de responder à nenhuma pergunta de verdade; em vez disso, recebeu uma homenagem. “O senhor não deve nada à Justiça”, declarou o entrevistador, antes de mais nada e acima de tudo.

 

Foi tão bom para Lula, mas tão bom, que a frase de absolvição da Globo passou a fazer parte da propaganda oficial do PT na televisão; é difícil que se consiga chegar de novo a tal ponto. Mas esse paraíso não existe na vida real. Já no debate entre os candidatos, logo a seguir, não havia mais apresentadores como os que houve na “sabatina”, e a vida ficou dura.

 

Apareceram na ocasião, é claro, os militantes mais agitados do “antibolsonarismo” – só que isso não melhorou a vida de Lula. Na maior parte do tempo, teve de ouvir dos outros candidatos que o seu governo foi o mais corrupto da história do Brasil – e não conseguiu dar nenhuma resposta coerente para nada disso.

 

O problema central de Lula, nesta campanha eleitoral, é que não são os adversários que estão dizendo que ele é ladrão – quem diz isso é a Justiça brasileira, que o condenou pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em três instâncias e por nove juízes diferentes.

 

É uma questão de prontuário; não há o que se possa fazer a respeito. Houve, é claro, o número de vassalagem da “sabatina”, mas provavelmente não dará para fazer de novo. De mais a mais, o que é que adianta esse tipo de bajulação explícita? É o exato contrário: Lula continua devendo tudo à Justiça. Não foi absolvido de absolutamente nada – ganhou de presente do STF a anulação dos seus processos penais, mas nosso tribunal supremo não disse uma sílaba sobre culpa, provas e fatos. Houve apenas um erro de endereço quanto ao lugar de julgamento, segundo decidiu o ministro que fez a “descondenação”. Que coisa, não?

 

É duro para Lula, ou para qualquer um, convencer alguém de sua inocência dizendo que “o processo foi resolvido pelo STF”. Que moral tem hoje essa gente para decidir alguma coisa sobre corrupção? Ganhar uma decisão favorável desse STF que está aí, aos olhos da maioria do público, equivale a receber um atestado de boa conduta do PCC. O que adianta, então, Lula ficar falando que foi “inocentado pelo STF”? Melhor, talvez, não dizer nada.

 

A dificuldade é que não dá para chegar ao dia da eleição só ouvindo hinos de honra ao mérito como os que recebeu na “sabatina”. Não poderia haver demonstração melhor de que as coisas não vão bem do que o pedido do PT para mudar as regras dos próximos debates. Só time que perde, como é bem sabido, parte para cima do juiz no fim do jogo para reclamar.

Pesquisa Invox no Ceará: CW 37%, RC 26% e Elmano 16%

Equipe Focus
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Pesquisa Invox, instituto cearense contratado pela TV Cidade, mostra que Capitão Wagner se mantém na dianteira rumo ao Governo do Estado. O candidato do União Brasil tem 37% das intenções de voto. Roberto Cláudio, do PDT, tem 26%. Elmano de Freitas aparece com 16%. Brancos e nulos 9%. Não sabem/não responderam, 8%.

O resultado é bem diferente do apresentado pela pesquisa Big Data (veja aqui) divulgada pela mesma TV na semana passada. Nesta anterior, RC tinha 25% e Elmano 24%.

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Metodologia

O Invox diz que foram 1.600 entrevistados presencialmente entre os dias 24 a 28 de agosto. A margem de erro de 2,45 pontos percentuais. para mais ou para menos.

É o segundo instituto contratado da TV Cidade, que na semana passada divulgou os resultados do instituto paulista Big Data. Focus apurou que o Big Data vai continuar fazendo pesquisas no Ceará, mas as divulgará somente na Record nacional.

 

Ipec: Haddad lidera em SP com 32%, Tarcísio tem 17% e Rodrigo, 10%

RIO DE JANEIRO

Fernando Haddad (PT) variou dentro da margem de erro e manteve a vantagem na corrida pelo Governo de São Paulo, registrando 32% das intenções de votos na pesquisa Ipec divulgada nesta terça-feira (30). Há duas semanas, ele tinha 29%.

Em seguida, aparecem o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o governador Rodrigo Garcia (PSDB), com 17% e 10%, respectivamente. Na rodada anterior, eles tinham 12% e 9%. FOLHA DE SP

O levantamento, contratado pela TV Globo, ouviu 1.504 pessoas em 65 cidades do estado, de segunda (29) a esta terça (30), com margem de erro de três pontos percentuais. Capta, portanto, o início da propaganda eleitoral no rádio e na TV, liberada na sexta (26).

Haddad concorre com o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto Tarcísio é o candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL). Rodrigo vem pregando contra o que considera uma briga ideológica, mas faz acenos ao bolsonarismo.

Carol Vigliar (UP) manteve os 2% da pesquisa anterior. Altino Júnior (PSTU), Elvis Cezar (PDT), Gabriel Colombo (PCB) e Vinicius Poit (Novo) marcaram 1% cada um —eles tinham 2% na rodada prévia. Edson Dorta (PCO) teve 0%, contra 1% na pesquisa anterior. Antonio Jorge (DC) teve 1% e não participou da pesquisa anterior.

Os brancos e nulos agora somam 15% (23% na anterior), e 20% (16%) não souberam responder.

 O Ipec foi criado em fevereiro de 2021 por ex-executivos do Ibope Inteligência, que encerrou suas atividades no mês anterior em razão do término de um acordo de licenciamento. O registro da pesquisa no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) é SP-00761/2022.

CNT divulga os resultados da nova Pesquisa de Opinião

O candidato do PDT ao Planalto, Ciro Gomes, aparece com 7,3% das intenções de voto em novo levantamento CNT/MDA divulgado nesta terça-feira (30). O FG está na terceira colocação.

Na frente dele, Lula (PT) — 42,3% — e Bolsonaro (PL), como 34,1%.

Em tempo

Num eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro, o petista tem 50,1% e o presidente, 38,8%. Brancos e nulos somam 7,2% e os indecisos, 3,9%. Em maio, Lula tinha 50,8%, contra 36,8% de Bolsonaro.

Em tempo II

Foram realizadas 2.002 entrevistas entre os dias 25 e 28 de agosto. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais. A pesquisa está registrada na Justiça Eleitoral sob o número BR 00950/2022. CN7

Lula supera Bolsonaro em anúncios no Google e investe R$ 1,3 milhão só no YouTube

Redação / O ESTADÃO

30 de agosto de 2022 | 12h00

Por Natália Santos e Levy Teles

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o campeão em anúncios políticos no Google. O petista gastou R$ 1,55 milhão em 232 publicidades nos formatos de vídeo e texto. Principal plataforma de audiovisual online no País, o YouTube recebeu R$ 1,3 milhão do montante total.

Com a desenvoltura do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas plataformas digitais, o PT tem investido no mundo virtual para dialogar com o segmento evangélico, atrair o eleitor jovem e impulsionar na internet a versão de Lula sobre os escândalos de corrupção na Petrobras que marcaram a era petista à frente da Presidência.

O ex-presidente Lula (PT) em campanha em São Paulo. Foto: Carla Carniel/Reuters

Os gastos do ex-presidente começaram depois de dada a largada oficial da campanha, no dia 16 de agosto, e vão até esta terça-feira, 30. Na pré-campanha, o petista não havia feito nenhum anúncio, diferentemente de Bolsonaro e Ciro Gomes (PDT), por exemplo. Procurada, a campanha de Lula não respondeu aos questionamentos da reportagem.

Ao longo de 2022, Bolsonaro fica em segundo lugar, com R$ 846 mil em 23 anúncios – desse total, R$ 797 mil foram usados em julho só com publicidades na semana da convenção do PL, quando o presidente foi lançado pela legenda à reeleição, e outros R$ 44,5 mil com anúncios durante a campanha oficial. Na sequência, vem Simone Tebet (MDB), com R$ 318 mil em 21 anúncios feitos já na campanha oficial. Ciro gastou R$ 196 mil em 2022, dos quais R$ 71 mil foram focados em 25 publicidades feitas depois do dia 16.

A investida petista tem gerado resultado, segundo Marcelo Alves, professor do Departamento de Comunicação da PUC-Rio. De acordo com levantamento do Observatório das Eleições, do qual Alves faz parte, as publicidades de Lula registraram aproximadamente 78 milhões de impressões, métrica usada para mostrar quantos internautas viram os conteúdos divulgados, até o dia 25 de agosto, dados mais recentes. Um usuário pode assistir ao vídeo mais de uma vez.

Para Alves, houve uma “guinada” na campanha petista. “Um dos vídeos, dizendo que Lula não vai fechar igrejas, tem mais de 5 milhões de visualizações, algo sem precedente no perfil dele na rede”, afirmou Alves. “É uma estratégia nova, com uma tensão digital que a gente não tinha visto até então, com capacidade não de virar o jogo, mas nivelar o alcance (em comparação a Bolsonaro)”, disse.

Nesse caso, o PT gastou entre R$ 80 mil e R$ 90 mil – a plataforma do Google não informa o valor exato, e os anúncios ficam no ar conforme o período contratado. O vídeo mostra que o ex-presidente sancionou, em 2009, a lei que criou o Dia da Marcha para Jesus e resgata discurso durante sanção da Lei de Liberdade Religiosa, em 2003.

“Durante muitos e muitos anos, eu me encontrava com pastores que perguntavam: ‘Ô Lula, é verdade que, se você ganhar as eleições, você vai fechar as igrejas evangélicas?’ Se alguém tinha dúvida, a dúvida acabou. É livre o direito de organizar uma igreja e praticar sua religião”, diz o ex-presidente. Ao fim do vídeo, uma narradora diz: “Nenhuma igreja foi fechada. E nunca será”.

O vídeo mais caro do petista custou mais de R$ 90 mil. A peça mostra o novo jingle de campanha do candidato. Em um ritmo de pisadinha e com “dancinhas do TikTok”, a música afirma que Lula é “o cara”, o “homem do povo” e o “melhor presidente do Brasil”. No ar por sete dias, o anúncio teve mais de 10 milhões de visualizações. Um mesmo conteúdo pode ser visto mais de uma vez pelo mesmo usuário.

Candidato tenta atrair o eleitor jovem com jingle de campanha. Foto: Reprodução/YouTube

Edição

A entrevista de Lula ao Jornal Nacional, da TV Globo, na quinta-feira passada, 25, foi editada e rendeu anúncios. No vídeo, o apresentador William Bonner aparece dizendo que o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou o ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil) parcial na Operação Lava Jato e que o ex-presidente “não deve nada para a Justiça”. O anúncio, então, corta para o candidato defendendo que, caso eleito, vai investigar aqueles que cometerem crimes.

Bonner, no entanto, relembra que houve corrupção na Petrobras e pergunta como o ex-presidente pretende convencer os eleitores de que os escândalos não vão se repetir. “Você não pode dizer que não houve corrupção se as pessoas confessaram (os crimes)”, disse Lula, em trecho omitido no anúncio.

O ex-presidente Lula (PT) em sabatina no Jornal Nacional. Foto: Divulgação/TV Globo

O recorte foi exibido em todos os Estados e no Distrito Federal nos dias 27 e 28 de agosto e custou entre R$ 40,5 mil e R$ 46,5 mil para a campanha. São Paulo e Rio de Janeiro tiveram, sozinhos, um investimento em torno de R$ 9,5 mil e R$ 5 mil, respectivamente.

Regras

O Google permite que anunciantes possam direcionar conteúdos por região, gênero e faixa etária. Dessa forma, é possível identificar que a campanha de Lula produziu anúncios direcionados para o público feminino, em que cita leis de proteção à mulher, por exemplo.

Os moradores de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte também receberam um conteúdo específico sobre a transposição do Rio São Francisco. Denominado de “a verdade”, o anúncio afirma que Lula fez a maior parte das obras e que Bolsonaro “quer levar a fama” sobre o projeto.

A plataforma de transparência de anúncios políticos do Google ainda mostra que os três maiores colégios do País foram os que mais receberam atenção da campanha petista. Em São Paulo, foram R$ 320 mil, seguido pelo Rio de Janeiro, com R$ 130 mil, e por Minas Gerais, com R$ 126 mil.

Ainda de acordo com a ferramenta, a campanha de Lula teve anúncios retirados do ar por violar a política do Google, mas não é informada qual a infração cometida.

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