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Persio Arida diz que maior parte das políticas econômicas deu errado com o PT

Por Gustavo Queiroz e Natália Santos / o ESTADÃO

 

Um dos idealizadores do Plano Real, o economista Persio Arida afirmou nesta quinta-feira, 2, que a maior parte das “políticas econômicas que deu errado” no País aconteceram ao longo dos governos do PT. Segundo ele, a conclusão parte de uma listagem feita pelo economista Edmar Bacha, que também compôs a equipe do Plano Real, e tem relação com o que chamou de “ideologia desenvolvimentista” encampada na gestão petista.

 

“O livro mais recente do Marcos Mendes (economista, autor de “Para não esquecer: políticas públicas que empobrecem o Brasil”) sobre as políticas que deram errado suscitou um comentário curioso. Edmar Bacha fez uma listagem das políticas econômicas que deram errado e a maior parte delas acontece no governo do PT”, disse Arida em evento de lançamento do Caderno de Políticas Públicas do movimento suprapartidário Livres. “Porque é onde tem a ideologia desenvolvimentista mais marcada. Essas coisas vão juntas”, completou.

 

Conforme o Estadão mostrou, Pérsio Arida chegou a conversar, em março, sobre a situação brasileira com o presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante, que é um dos coordenadores da pré-campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apesar de agitar o mundo empresarial, o encontro foi mais simbólico que efetivo. Dos candidatos que seguem na disputa, Arida também se reuniu com Simone Tebet (MDB).

 

Na ocasião, Arida, que também coordenou o plano econômico de Geraldo Alckmin (PSB) nas eleições de 2018, alegou que a conversa se concentrou em propostas para o País, mas que não houve qualquer acerto para atuar na candidatura de Lula nas eleições presidenciais.

 

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, na última terça-feira, 31, Lula disse que Arida foi indicado por Alckmin para conversar sobre programas de governo. “Acho razoável que se converse, não somos donos da verdade. O programa de governo não pode ser do PT”, disse.

No evento do Livres, Arida discutia com o professor da FGV e doutor em economia Samuel Pessôa, ambos do Conselho Acadêmico do Livres, sobre os “caminhos para a prosperidade do Brasil”. O idealizador do Plano Real disse que existe sempre a ideia que vale a pena apoiar grupos empresariais sem custo adicional para poder viabilizar uma política supostamente boa para o país. “Você ter memória do que deu errado é muito importante”, argumento.

“Quando a gente tenta de novo, a gente nem estuda as experiências passadas para entender porque que deram errado e pelo menos fazer diferente”, concordou Pessôa. Em relação ao teto de gastos, Samuel Pessôa defendeu que “provavelmente Bolsonaro deixará o governo gastando com proporção do PIB menos o que ele recebeu”. “Será a primeira vez, desde a redemocratização que isso irá acontecer.”

Eleições

Sobre o cenário eleitoral de 2022, Arida afirmou, ainda, que espera “um bom resultado eleitoral em novembro”, o que, segundo ele, implica na vitória de um candidato “comprometidos com a democracia”. “No entanto, o que a gente observa nos outros países é quando surge um espectro dessa direita autoritária que busca a erosão do sistema democrático”, completou.

Segundo ele, o governo que assumir vai precisar enfrentar uma oposição “aguerrida” para controlar questões como o teto de gastos públicos e precisa assegurar que a política econômica seja flexível para responder a novos desafios.

O Brasil foi o único país, no mundo, que precisou alterar a Constituição para fazer o auxílio emergencial. Passando a questão econômica para leis complementares ,teremos maior flexibilidade”, argumentou. “Pode ser que elegemos um presidente ruim e que essa flexibilidade impacte o país? É um risco que a democracia tem que enfrentar. O que não pode é constitucionalizar em excesso e impedir à política econômica, a adaptabilidade às mudanças de situação”, completou.

Populismo

Em outro painel promovido pelo Livres, a economista Elena Landau, que articula o plano econômico da pré-candidata do MDB à presidência, Simone Tebet, alegou que a disputa de 2022 é a “eleição da rejeição” e que esse ciclo se esgota em 2026 .

“Se for Lula e Bolsonaro nas eleições, principalmente Lula, eu entendo como um governo de transição. Bolsonaro já é mais complicado porque ele vai vir com o autoridade, desmontar instituições e pode ser que a hiperinflação que ele gere derrube ele”, disse Landau.

Ela também defendeu a criação da Lei de Responsabilidade Social, proposta pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), com relatoria de Tebet (PMDB-MS), que leva em consideração a composição familiar dos beneficiários para definir o valor da transferência de renda. A economista ainda acusou o ministro da Economia, Paulo Guedes, de promover um “liberalismo de uma mão só”.

“Houve uma necessidade de acreditar no que ele era o cara que ele prometia ser por boa parte das pessoas que precisavam de uma desculpa para ir com o antipetismo, mas ir para um antipetismo informado que supostamente Paulo Guedes traria”, defendeu.

 

 

 

Paraná Pesquisas: Lula tem 41,4%; Bolsonaro, 35,3%

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT) segue na liderança da corrida pelo Palácio do Planalto, enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) se mantém em segundo lugar, aponta levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas edivulgado nesta quarta-feira, 1º.

O petista aparece 6,1 pontos porcentuais à frente do atual chefe do Executivo, com 41,4% ante 35,3%. Lula ampliou moderadamente sua vantagem sobre o presidente, dado que a distância entre ambos era de 4,8 pontos na rodada anterior da pesquisa, divulgada em maio.

Agregador de pesquisas

Lula segue liderando a corrida presidencial; Bolsonaro aparece em segundo lugar. Foto: Evaristo Sá/AFP

O pré-candidato Ciro Gomes(PDT) aparece na terceira posição, com 7,7% da preferência. Simone Tebet(MDB) tem 1,4%. André Janones(Avante), 1,3%. Felipe Dávila (Novo), Luciano Bivar (União Brasil), Vera Lúcia (PSTU), Pablo Marçal (PROS) e Eymael (DC) foram considerados pelo levantamento, mas não atingiram 1% das intenções de voto.

Na pesquisa espontânea, aquela em que os eleitores expressam sua preferência sem que seja apresentada uma lista de opções, Lula e Bolsonaro empatam na margem de erro. O petista foi lembrado por 28,3% dos entrevistados; o chefe do Executivo, por 27,3%.

O Instituto Paraná Pesquisas consultou 2.020 eleitores presencialmente entre 26 e 30 de maio. A margem de erro é de 2,2 pontos, para mais ou para menos. O levantamento foi registrado na Justiça Eleitoral sob o código BR-04618/2022.

para Aécio Neves, a declaração foi ‘arrogante’ e ‘desrespeitosa’

Em nota, o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) classificou como “arrogante” e “desrespeitosa” a declaração de Lula. O petista e o tucano nunca se enfrentaram diretamente em um eleição presidencial. Aécio perdeu a eleição para Dilma em 2014, no segundo turno.

Na resposta a Lula, Aécio voltou a criticar “equívocos” da cúpula tucana. “Arrogante e desrespeitosa a afirmação do ex-presidente Lula de que o PSDB acabou. Por maiores que tenham sido os equívocos dos nossos atuais dirigentes ao priorizar, até aqui, um projeto regional em detrimento da nossa responsabilidade maior de lançar uma candidatura presidencial competitiva para se contrapor aos dois extremos, o PSDB continua e continuará a ser essencial ao Brasil. E o tempo mostrará isso”, disse o tucano em nota oficial.

A declaração de Lula também provocou a reação de um outro tipo de adversário do petista: os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). Ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles afirmou que nunca pensou que “algum dia iria concordar em algo com Lula” e defendeu a ideia de que o PSDB acabou.

Já o senador Flávio Bolsonaro (PL), filho 01 do presidente, compartilhou a declaração de Lula e questionou: “E quem ainda vota no PSDB quer o ex-presidiário de volta à cena do crime?”. CONTINUAÇÃO/ O ESTADÃO

Paraná Pesquisas: Lula lidera com 41%, seguido de Bolsonaro, com 35%

O Instituto Paraná Pesquisas divulgou mais um levantamento estimulado, quando os nomes dos pré-candidatos são apresentados ao eleitor, sobre a corrida presidencial. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece na liderança com 41,4% das intenções de voto no principal cenário. O presidente Jair Bolsonaro (PL) surge na segunda posição, com 35,3%.

Na pesquisa divulgada em maio, o petista tinha 40% contra 35,2% do atual presidente.

O Instituto Paraná Pesquisas divulgou mais um levantamento estimulado, quando os nomes dos pré-candidatos são apresentados ao eleitor, sobre a corrida presidencial. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece na liderança com 41,4% das intenções de voto no principal cenário. O presidente Jair Bolsonaro (PL) surge na segunda posição, com 35,3%.

Na pesquisa divulgada em maio, o petista tinha 40% contra 35,2% do atual presidente.

BAND NOTICIAS

PSDB reage a Lula, fala em ‘hipocrisia’ e diz que gestão do PT ‘quase acabou com o Brasil’

Por Natália Santos / O ESTADÃO

 

O PSDB reagiu nesta terça-feira, 31, à fala do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que o partido “acabou”. Nas redes sociais, o PSDB disse que o pré-candidato à Presidência deveria estar mais preocupado em “responder à população por que a gestão do PT quase acabou com o Brasil”.

O PSDB ainda afirmou que Lula “segue na hipocrisia procurando líderes tucanos”. O vice na chapa do petista é o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), que deixou a legenda tucana em dezembro de 2021, após 33 anos filiado. Lula e Alckmin, historicamente, foram grandes adversários nas disputas presidenciais brasileiras e representavam forças políticas antagônicas.

O partido ainda defendeu na publicação que o País foi “salvo da destruição” com a aprovação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Na época, o PSDB foi uma das legendas a favor do processo de destituição da petista.

Nesta terça-feira, 31, durante evento do lançamento do livro Querido Lula: Cartas a um Presidente na Prisão, Lula afirmou que o PSDB chegou ao fim. “Um senador do PFL disse uma vez que era preciso acabar com a ‘desgraça do PT’, o Jorge Bornhuasen. O PFL acabou. Agora, quem acabou foi o PSDB. O PT continua forte, continua crescendo e conseguiu construir a maior frente de esquerda já feita nesse País”, afirmou Lula.

O PSDB vive hoje o momento mais delicado de sua história após um histórico de ter um presidente da República por dois mandatos consecutivos - Fernando Henrique Cardoso - e ter terminado em segundo lugar em quatro eleições (2002, 2006, 2010 e 2014). Pela primeira vez, não deve ter candidatura presidencial própria, após o ex-governador de São Paulo João Doria deixar a disputa.

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