Alckmin inocenta Lula e ataca Bolsonaro por corrupção em filme de campanha
Gustavo Côrtes / FOLHA DE SP
09 de setembro de 2022 | 15h03
Vice na chapa de Lula, Geraldo Alckmin publicou em suas redes sociais vídeo em que inocenta Lula e coloca sobre Jair Bolsonaro a responsabilidade de esclarecer supostos atos de corrupção. “Agora, é a família Bolsonaro que precisa explicar ao povo a compra de 51 imóveis com dinheiro vivo”, afirma.
O ex-tucano diz ter sido “iludido” pelo julgamento do então juiz da Lava Jato Sergio Moro, que condenou o petista. “Hoje, está provado que Lula foi preso injustamente.” Ele alerta eleitores para sua mudança de posição após a campanha do presidente lançar filmes com declarações do ex-governador de São Paulo durante a corrida presidencial de 2018, quando concorreu contra Fernando Haddad e fez críticas à corrupção dos governos do PT. Uma delas foi dada durante a convenção nacional do PSDB daquele ano.
Com Datafolha, agregador Estadão Dados mostra 44% para Lula e 33% para Bolsonaro
Por Daniel Bramatti / O ESTADÃO
O agregador de pesquisas eleitorais do Estadão Dados já está atualizado com os números divulgados em 09/09 pela empresa Datafolha. Segundo a Média Estadão Dados, calculada pelo agregador, Luiz Inácio Lula da Silva tem 44% das intenções de voto e Jair Bolsonaro, 33%.
Considerando-se apenas os votos válidos, ou seja, sem contar brancos, nulos e indecisos, Lula tem 49% e Bolsonaro, 37%.
O agregador é uma ferramenta interativa cujos gráficos mostram o cenário mais provável da corrida presidencial nos últimos seis meses, segundo nossa metodologia. Nele, além de consultar a Média Estadão Dados, é possível ver de forma separada as estimativas das pesquisas presenciais e telefônicas.
A Média Estadão Dados, que tem atualização diária, não é a simples soma dos resultados e divisão pelo número de pesquisas. O cálculo considera as linhas de tendência de cada candidato (se estão estáveis, subindo ou caindo) e atribui pesos diferentes às pesquisas segundo sua “idade” (a data de realização) e metodologia (consideramos que, na média os resultados são mais precisos quando os eleitores são entrevistados de forma presencial, em vez de por telefone).
Os gráficos do agregador mostram 85 pesquisas sobre a corrida presidencial divulgadas nos últimos seis meses, mas nem todas são consideradas nos cálculos. Atualmente, entram na Média Estadão Dados os números das empresas que divulgaram pelo menos um levantamento nos últimos 16 dias. Essa janela de inclusão vai diminuir com o tempo. O objetivo é evitar que resultados desatualizados afetem os números do agregador. Também há salvaguardas para evitar que os chamados outliers ou “diferentões” puxem a média para cima ou para baixo. O agregador automaticamente reduz o peso de pesquisas que mostrem resultados muito distantes da média geral ou da média de Datafolha e Ipec, empresas que consideramos o “padrão ouro” por sua tradição e metodologia.
Datafolha: Lula mantém 45%, e Bolsonaro vai a 34% no 1º turno após o 7/9
A mais recente pesquisa do Datafolha sobre a disputa pelo Palácio do Planalto mostra um cenário estável, com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liderando a corrida de primeiro turno com 45%, ante 34% de Jair Bolsonaro (PL).
O presidente, contudo, oscilou positivamente dois pontos, dentro da margem de erro, e nominalmente esta é a menor distância entre eles desde maio de 2021. Realizado na quinta (8) e nesta sexta (9), o levantamento assim pôde medir o impacto imediato das grandes manifestações comandadas pelo presidente por ocasião do 7 de Setembro, na quarta.
Bolsonaro participou de comícios paralelos a eventos oficiais para o mesmo público em Brasília e no Rio, e em São Paulo houve concentração na avenida Paulista. Durante e após os atos, em que o presidente evitou criticar o sistema eleitoral e estimulou o golpismo explícito para os apoiadores, seus aliados montaram uma grande rede de distribuição de mensagens dando a ideia de que haveria uma "virada" em curso.
O próprio Bolsonaro chamou aquilo de "datapovo", em oposição ao trabalho do Datafolha, que criticou. Por ora, e o efeito deste tipo de evento tende a se esvaziar passado o momento inicial, não é possível aferir se a oscilação sugere uma mudança na curva.
O Datafolha ouviu 2.676 pessoas em 191 cidades, em trabalho encomendado pela Folha e pela TV Globo sob o número BR-07422/2022 no Tribunal Superior Eleitoral.
Na pesquisa anterior, realizada na semana passada, Lula tinha os mesmos 45% e Bolsonaro, 32% De lá para cá, seguiram nas mesmas posições também Ciro Gomes (PDT), que oscilou negativamente de 9% para 7%, e Simone Tebet (MDB), que empacou nos 5%. Assim, ambos agora estão empatados tecnicamente.,
Um possível apoio a mais a Bolsonaro pode ter vindo de eleitores do pedetista, dado que os brancos e nulos ficaram em 4% e os indecisos oscilaram para 3%.
O desempenho dos candidatos do pelotão inferior na corrida vem sepultando as chances de Lula vencer no primeiro turno, alimentadas pelo próprio ex-presidente, que disse nesta semana que "falta só um tiquinho", num apelo ao voto útil do eleitorado do pedetista e da senadora.
Lula manteve os 48% de votos válidos, excluindo nulos e brancos, que é a forma com que a Justiça Eleitoral fecha as contas do pleito. Se alguém tiver 50% mais um voto, está eleito em primeiro turno. Com a margem de erro, o petista ainda pode estar próximo da metade necessária, mas a tendência é de queda: em maio, tinha 54%. Bolsonaro oscilou de 34% para 36% da semana passada para cá.
Ao contrário do impacto mais imediato de um acontecimento como o 7 de Setembro, segue a ser visto o efeito esperado pela campanha bolsonarista do Auxílio Brasil. O programa de transferência de renda que substituiu o Bolsa Família já teve sua primeira parcela toda paga em agosto, e até aqui não alterou significativamente o voto dos mais pobres.
Entre quem ganha até 2 salários mínimos, 50% da amostra deste levantamento, Bolsonaro ficou estável, com 26%, enquanto Lula tem 54%. A ajuda de R$ 600 chega a 20 milhões de famílias, e a maioria de quem o recebe direta ou indiretamente diz votar no petista (56%, ante 28% do presidente).
A expectativa do Planalto era de ver a iniciativa reverberando mesmo entre os mais pobres que não a utilizam. Para esses, e para segmentos intermediários de renda, a melhoria do cenário econômico e a queda no preço dos combustíveis operada pela intervenção de Bolsonaro na Petrobras pareciam uma aposta mais certa.
Tanto foi assim que o presidente havia subido entre aqueles que ganham de 2 a 5 mínimos, que somam 36% da amostra. Só que o efeito só durou até a pesquisa passada, quando a sua vantagem sobre Lula caiu de 13 para 3 pontos. Agora, ficou estável em um empate técnico: 41% para Bolsonaro, 37% para o antecessor.
O ex-presidente também vai bem melhor entre os menos instruídos, marcando 56% a 26% ante Bolsonaro, e nordestinos (60% a 23%).
O atual presidente tem vantagem entre quem ganha de 5 a 10 mínimos (8% da amostra), pontuando 49%, com Lula marcando 34%. Entre os mais ricos, que ganham mais de 10 mínimos mensais e compõem 4% do eleitorado, Bolsonaro vence com 42%, ante 29% do petista.
No embate pelo volumoso segmento feminino, 52% da amostra, as tiradas machistas do presidente no 7 de Setembro, quando puxou o coro de "imbrochável" e comparou sua mulher, Michelle, à de Lula e de outros, não mudaram o quadro. O petista oscilou de 48% para 46%, e Bolsonaro, de 28% para 29%.
Uma mudança relevante se viu no Sudeste, região mais populosa do país, com 43% dos eleitores. Ali, a subida de Bolsonaro, que reduzira da pesquisa de agosto para a da semana passada a diferença para Lula pela metade, parou. Os números agora são estáveis: 41% para o ex-presidente, 36% para o atual.
Para Ciro e Simone, cuja oscilação positiva na pesquisa passada gerou ânimo nas suas campanhas, a pesquisa não trouxe boas notícias.
Por fim, em torno do traço do levantamento, estão Soraya Thronicke (UB), com 1%, e Felipe D'Ávila (Novo), Vera (PSTU), Leo Péricles (UP), Sofia Manzano (PCB), Constituinte Eymael (DC) e Padre Kelmon (PTB), todos sem pontuar. Pablo Marçal (Pros), que teve a candidatura impugnada e vai recorrer, também não chegou a 1%.
Datafolha mostra que Bolsonaro encontrou sua estratégia, Lula ainda procura plano; leia análise
Por Rafael Cortez / O ESTADÃO
As redes sociais e a democratização das fontes de produção de conteúdo político exacerbaram a capacidade das campanhas eleitorais em produzirem mensagens “nichadas” para segmentos específicos. A pesquisas eleitorais e seus diferentes recortes reforçaria a necessidade de os candidatos produzirem mensagens para grupos específicos de eleitores, seja pensando no recorte por renda, raça, opção religiosa ou geografia. As evidências recorrentemente frustram a expectativa de grandes impactos da campanha. Grosso modo, o jogo eleitoral é fundamentalmente um cenário de estabilidade dos demais candidatos com exceção da candidatura à reeleição do presidente Bolsonaro.
O levantamento mais recente do Datafolha retrata o peso da melhora na avaliação de governo no apoio a reeleição, reforçando o peso do desempenho do incumbente no cargo como condicionante do comportamento eleitoral, reforçando a tendência da eleição caminhando para o segundo turno. Se confirmado, esse movimento apenas retrataria o equilíbrio entre esquerda e direita no Brasil nas últimas décadas.
As alterações mais expressivas nas pesquisas de opinião pública se manifestam na percepção do eleitorado em relação ao desempenho do governo. O movimento é natural; candidaturas governistas tem peso mais forte na persuasão do eleitorado. Trata-se do poder da caneta contra o poder da retórica, única arma dos nomes de oposição.
Na verdade, as chances eleitorais do presidente esbarram no seu modus operandi no exercício do poder. Bolsonaro não faz aposta em buscar o centro. Ao contrário, seu movimento é de distanciamento da esquerda. O voto econômico segue com peso alto, mas menos intenso diante da sua opção pelo extremo. A avaliação de governo melhora (se aproxima do patamar da reeleição de FHC), mas 51% de acordo com o instituto dizem não votar de jeito nenhum do presidente, contra apenas 39% do petista.
A pesquisa também reforçou a inutilidade da campanha eleitoral para o petista. O petista vai bem em sabatina, escorrega em debate, exagera na retórica e basicamente nada acontece com sua intenção de voto. Afinal, o que de novo o eleitor pode pensar sob Lula depois de intensa exposição; de presidente a condenado, a trajetória do petista é de conhecimento público. A comparação histórica traz algum alento ao petismo. Bolsonaro venceu com 55% dos votos válidos, Lula tem 53% de intenção de voto no segundo turno. Trata-se da mesma balança de poder entre esquerda e direita com sinal invertido.
Assim, a principal questão diz respeito aos condicionantes do voto útil. Bolsonaro já encontrou sua estratégia (revisitar 2018), Lula ainda não encontrou um plano para chamar de seu na busca pelo eleitor cansado da polarização.
Sócio da Tendências Consultoria é Doutor em Ciência Política (USP)
Pesquisa Ipec Ceará para o Senado: Camilo Santana tem 66%; Kamila Cardoso, 10%; Erika Amorim, 4%
A segunda rodada da pesquisa Ipec Ceará para as eleições de outubro aponta o candidato Camilo Santana (PT) com 66% das intenções de voto na disputa pelo cargo de senador. Os dados, divulgados nesta sexta-feira (9), indicam ainda Kamila Cardoso (Avante) com 10% e Erika Amorim (PSD) com 4%. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.
O candidato Carlos Silva (PSTU) tem 1% das intenções de voto. Brancos e nulos representam 9%. 'Não Sabe' ou 'Não Respondeu' representam 11%. O levantamento foi encomendado pela TV Verdes Mares e ouviu 1.200 pessoas de 56 municípios entre os dias 6 e 8 de setembro. O levantamento foi realizado em formato presencial.
Na primeira rodada da pesquisa Ipec, Camilo tinha 71% das intenções de voto. Kamila tinha 6%, já Erika Amorim (PSD) somava 3%. O candidato Carlos Silva (PSTU) aparecia com 2%. Brancos e nulos representavam 10%. E 'Não Sabe' ou 'Não Respondeu' apontava 8%.
SE A ELEIÇÃO PARA SENADOR PELO CEARÁ FOSSE HOJE E OS CANDIDATOS FOSSEM ESTES, EM QUEM O(A) SR.(A) VOTARIA? (ESTIMULADA %):
Camilo (PT): 66%
Kamila Cardoso (Avante): 10%
Erika Amorim (PSD): 4%
Carlos Silva (PSTU): 1%
Branco/Nulo: 9%
Não sabe/Não respondeu: 11%
A soma dos percentuais pode não totalizar 100% em decorrência dos arredondamentos.
O levantamento foi realizado pelo instituto Ipec Inteligência e está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob protocolo de número BR-06797/2022 e no Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) sob protocolo CE-08984/2022. O nível de confiança estimado é de 95%.
ESPONTÂNEA
Na pesquisa espontânea, quando o instituto não apresenta os nomes dos candidatos, Camilo aparece com 40% das intenções de votos. Kamila tem 5%, já Erika foi citada por 2% dos entrevistados, enquanto Carlos Silva atingiu 1%.
Outros nomes foram lembrados por 2% dos entrevistados. Brancos e nulos somam 10%. Ao todo, 40% dos eleitores ouvidos pelo Ipec disseram não saber ou preferiram não opinar.
Na primeira rodada do levantamento, Camilo aparecia com 27%, Kamila, 2%, e Erika, 1%. Carlos Silva não pontou e outros nomes foram lembrados por 4%. Brancos e nulos somavam 8%. Ao todo, 58% dos eleitores ouvidos pelo Ipec diziam não saber ou preferiram não opinar.