Bolsonaro mais forte nos maiores colégios eleitorais
Por Merval Pereira / O GLOBO
Bolsonaro começa o segundo turno mais ativo do que Lula. Já ligou para governadores eleitos, teve reunião com Zema, eleito com mais votos que ele em Minas, e um player fundamental no segundo colégio eleitoral do país. Em São Paulo, Rodrigo Garcia está apoiando Tarcísio, o que significa que está muito forte nos três maiores colégios eleitorais – Cláudio Castro, eleito no Rio, vai conversar com ele hoje.
Lula está no velho estilo do PT, de reuniões e debates. Parece que hoje será anunciado o apoio de Simone Tebet e do Cidadania do Roberto Freire, mas não é suficiente. Tem que resolver o PDT. Os movimentos iniciais indicam que os dois candidatos ainda têm muitos votos para ganhar, e Bolsonaro pode até tirar votos de quem votou em Lula e não é petista.
É um engano achar que Lula tem sete milhões de votos à frente e Bolsonaro precisa pegar todos eles entre os oito milhões que sobraram. A distribuição do voto não é assim linear, tem muitos ainda em disputa.
Bolsonaro já mandou representantes evangélicos ao Nordeste, onde teve um milhão e meio de votos a mais do que em 2018, o que significa que conseguiu entrar no reduto fortíssimo petista. E com as bondades que continua anunciando sem que o TSE proíba, como o 13º do Auxílio Brasil e auxílio para as mulheres, que são claramente abuso político e econômico, pode ser que o segundo turno tenha ainda muita reviravolta.