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Lula diz que Forças Armadas ‘não tinham que estar preocupadas em fiscalizar urna’

Por Rubens Anater /  O ESTADÃO

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que caso eleito, “as Forças Armadas brasileiras vão voltar a ter o papel nobre que tinham na Constituição”. Em discurso em Curitiba (PR) neste sábado, 17, o petista afirmou que os militares “não tinham que estar preocupadas em fiscalizar urna. Quem tem obrigação de fiscalizar é a Justiça Eleitoral, os partidos e os candidatos”.

 

A fala faz menção à pressão que as Forças Armadas têm feito junto ao Tribunal Superor Eleitoral (TSE), exigindo, inclusive, a realização de um novo teste de integridade que contará com a biometria de eleitores em 18 Estados e no Distrito Federal.

 

Segundo Lula, a função dos militares seria proteger as fronteiras e “garantir a soberania do país contra possíveis inimigos externos”.

 

O ex-presidente disse, ainda, que seu principal rival na corrida eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro (PL), só entende “de fake news e de mentir para a sociedade brasileira”. Ele afirmou que “não tem explicação para nossa pobreza” e que, caso seja eleito, “o País vai voltar a gerar os empregos necessários e a respeitar as pessoas”.

 

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) também esteve presente no evento e disse que Bolsonaro está retirando o auxílio creche. “É roubar o nosso futuro”, afirmou. Lula a saudou como “a mulher mais injustiçada deste País”. Na maioria dos discursos do dia, o evento pediu que os apoiadores de Lula redobrassem os esforços para conquistar mais votos, com o objetivo de terminar a disputa no primeiro turno.

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Motim, 'cooptação' e polêmica: veja os bastidores do debate entre os candidatos a governador

Luana Barros, Alessandra Castro, Felipe Azevedo, / DIARIONORDESTE

 

Um dos destaques do PontoPoder Especial Debate, nesta sexta-feira (16), foi o embate entre os três candidatos ao Governo do Ceará. Capitão Wagner (União Brasil), Elmano de Freitas (PT) e Roberto Cláudio (PDT) trocaram farpas sobre assuntos como a paralisação das forças de segurança no Estado em 2020 e recentes acusações sobre suposta 'cooptação de prefeitos' com ajuda da máquina pública. 

Os candidatos e aliados que os acompanharam nos estúdios do Sistema Verdes Mares comentaram a respeito dos principais pontos levantados durante o debate e também sobre tópicos alvos de críticas dos adversários. 

 

Além de assessores, os candidatos chegaram acompanhados de aliados ao Debate PontoPoder. O candidato ao Senado, Camilo Santana (PT), acompanhou Elmano de Freitas. Já Capitão Wagner foi acompanhado pelos candidatos a vice, Raimundo Gomes de Matos (PL), e ao Senado, Kamila Cardoso (Avante). 

Roberto Cláudio, por sua vez, chegou junto com o ex-secretário de Conservação e Serviços Públicos da Prefeitura de Fortaleza, Ferruccio Feitosa. 

CONFIRA A REPERCUSSÃO ENTRE CANDIDATOS E ALIADOS SOBRE ASSUNTOS TRATADOS DURANTE O DEBATE PONTOPODER.

ACUSAÇÃO CONTRA O GOVERNO DO CEARÁ

Durante o terceiro bloco do Debate, a ação contra o Governo do Estado movida pelo PDT por suposta utilização da máquina pública para cooptação de prefeitos foi mencionada pelos adversários de Elmano de Freitas.

Capitão Wagner perguntou a Roberto Cláudio a respeito do assunto, que foi caracterizado pelo deputado federal como uma denúncia "grave". Já Roberto Cláudio afirmou que o Ceará já passou pela "época dos coronéis". Em direito de resposta, Elmano afirmou que não imaginava "em uma combinação de pergunta e resposta (de Roberto Cláudio) com Capitão Wagner". 

Wagner, após o debate, negou qualquer 'dobradinha' com o candidato pedetista ao tratar do assunto. Ele afirmou que vem recebendo perguntas de eleitores sobre o assunto e que deu "oportunidade para os dois se explicarem". 

"É um fato que está na mídia e precisa ser esclarecido, e quem deve esclarecer são os dois. Eu não me envolvi, não fui eu quem denunciei, eu não tenho nada a ver com isso".
CAPITÃO WAGNER
Candidato ao Governo do Ceará

Já Roberto Cláudio ressaltou que é um assunto que "afeta a minha candidatura e a do Wagner". O candidato reafirmou as acusações sobre o "uso da máquina pública" e de convênios para "perseguir prefeito que não apoia o candidato Elmano".

"É algo muito grave que precisa ser denunciado, investigado e, se confirmado, ter as devidas punições", disse após o debate.
ROBERTO CLÁUDIO
Candidato ao Governo do Ceará

Ao rebater os adversários, Elmano de Freitas afirmou que a combinação entre os outros dois candidatos ocorreu para "falar de uma coisa que ambos sabem que não existe". Ele ressaltou que o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) "reconheceu erro" em diligência feita, no início da semana, na Superintendência de Obras Públicas do Ceará.

"Eu lamento que a pessoa saber que informação não procede e querer usar isso em um debate político", completou.  
ELMANO DE FREITAS
Candidato ao Governo do Ceará

MOTIM DE POLICIAIS EM 2020

A declaração de Capitão Wagner de que havia mudado de posicionamento sobre a paralisação de agentes de segurança também foi alvo de questionamentos, dessa vez de Elmano de Freitas. O petista perguntou a opinião do adversário a respeito da anistia a agentes de segurança envolvidos no motim. 

"O grupo liderado pelo Capitão Wagner, quando foi votar a proibição de anistia, o grupo dele votou contra, defendeu a impunidade aos policiais. (...) Eu não quero um governador que diz uma coisa para a tropa e outra para a sociedade", disse Elmano durante o debate. 

Em resposta, Wagner lembrou ao adversário que "em 2012, foi ele que me levou ao (então) presidente Lula (PT), foi ele que me levou ao governo federal para garantir a anistia dos policiais daquele movimento". "Fale a verdade para o cearense que está assistindo", completou. 

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Petistas pedem voto útil a quem até outro dia chamavam de gado

Eduardo Affonso / Arquiteto e cronista / O GLOBO

Tática arriscada, essa de pregar para os convertidos, no próprio cercadinho, e não buscar ampliar a base de apoio.

Se tivesse mantido meu título de eleitor no Paraná, eu não seria elegível para receber a propaganda virtual de Sergio Moro, postulante a uma vaga no Senado. Nem eu nem qualquer outro fã de Chico Buarque ou Caetano Veloso. O que significa que praticamente toda a minha geração está fora do foco do candidato.

 

Os marqueteiros do ex-juiz devem ter imaginado que suas propostas não encontrariam eco entre aqueles que se emocionam com Futuros amantes, quiçá, se amarão sem saber/Com o amor que eu um dia deixei pra você ou Gente é pra brilhar/Não pra morrer de fome.

Falando em fome, eu seria descartado também por ser vegetariano. Só carnívoros, supõem os estrategistas da campanha, se sensibilizariam com a pauta de combate à corrupção, reforço à segurança pública, defesa das liberdades individuais.

 

Sim, há uma correlação entre vegetarianismo/veganismo e questões éticas (que envolvem o sofrimento animal). Mas delimitar o público-alvo em função da dieta talvez só faça sentido para redes de comida kosher ou de churrascarias (mesmo assim, apenas as que desistiram de investir no bufê de saladas).

Tática arriscada, essa de pregar para os convertidos, no próprio cercadinho, e não buscar ampliar a base de apoio, tentar furar a bolha. Até porque gosto musical e fonte de proteína não definem ideologia.

Os petistas passaram os últimos meses xingando metade da população de fascista, nazista ou — quando se lembravam de que é preciso não perder a ternura jamais — de gado. A duas semanas do pleito, correm para laçar alguma rês desgarrada que lhes permita completar o plantel de 50% dos votos mais um — e retomar a posse do curralzinho do Alvorada. Para isso, trocaram o salto alto pela coação do “voto útil” (como se a utilidade do voto estivesse vinculada ao sucesso eleitoral do seu candidato).

Quando o jogo parecia ganho antes mesmo de começar, Lula esnobava empresários, atacava a classe média (“ostenta um padrão de vida acima do necessário”) e chamava a elite nacional de “escravista”. Seu partido não via necessidade de fazer uma nova “Carta ao povo brasileiro”, pedir perdão pelos inúmeros malfeitos ou aderir ao “mimimi do mercado”. Com Bolsonaro não foi muito diferente.

Agora, no sufoco para conseguir votos suficientes e chegar ao segundo turno (caso de Bolsonaro) ou para liquidar a fatura no primeiro (caso de Lula), os candidatos finalmente mandam às favas os escrúpulos (ou os preconceitos). Um ensaia críticas à desastrosa gestão de sua sucessora e se compromete com uma agenda ambiental mais consistente; outro reconhece que “aloprou” durante a pandemia e, tendo desdenhado 685 mil sepultamentos em solo nacional, vai ao funeral da rainha.

Quem Lula terá excluído dos seus anúncios? Consumidores de whey, proprietários de motocicletas, fãs de Sérgio Reis, Zezé Di Camargo, Gusttavo Lima? Quem Bolsonaro terá deixado de lado? Devotos do candomblé, mulheres jornalistas, ouvintes de Anitta e Pabllo Vittar?

Às vésperas da eleição, pode ser tarde demais para distribuir bolo nas calçadas. Ou, no caso de Moro, croquete de soja e coxinha de jaca.

Lula e Bolsonaro aumentam ataques em programa na TV a duas semanas da eleição

Por Rafael Galdo / O GLOBO

 

Sob cenário inalterado das pesquisas e a apenas duas semanas das eleições, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) vêm intensificando a agressividade dos ataques em seus programas de rádio e TV para tentar alcançar seus objetivos de 2 de outubro. O petista tenta assim resolver a disputa já no primeiro turno, enquanto a meta do titular do Palácio do Planalto é ao menos reduzir a vantagem do rival.

Nas propagandas, os dois trocam acusações de corrupção. Lula ainda recorre a um tom emotivo para tachar o atual presidente de “desumano na pandemia” e “desastre na economia”. Já o candidato à reeleição tem centrado fogo nas denúncias que levaram o ex-presidente à prisão, em 2018. Sua propaganda diz que o petista mente sobre sua inocência e resgata imagens antigas de Geraldo Alckmin (PSB) atribuindo a “roubalheira” no país a Lula, que hoje encabeça sua chapa ao Palácio do Planalto.

A ofensiva de ambos mira votos ainda não cristalizados da chamada terceira via, que não decolou nas pesquisas. Segundo o levantamento mais recente do Datafolha, divulgado anteontem, 86% dos eleitores de Lula e 83% dos de Bolsonaro estão decididos em quem apoiar nas urnas. Porém, mais da metade (54%) dos que pretendem optar por Ciro Gomes (PDT) ou por Simone Tebet (MDB) reconhecem que a escolha não está totalmente fechada.

Tema de 2018

Nesse panorama, a guerra de narrativas sobre a corrupção traz o tema, tão caro ao pleito de 2018, de volta ao olho do furacão. Em um de seus programas desta semana, a campanha de Lula questiona a frequente defesa de Bolsonaro de que seu governo é ilibado. “Como ele explica decretar sigilo de cem anos em diversos escândalos do seu governo? Como ele explica o caso das rachadinhas? E como ele explica que sua família comprou 51 imóveis pagando em dinheiro vivo?”, pergunta a narração.

Em outra inserção, afirma-se que há quatro anos a atual gestão não aumenta os recursos para a merenda. “Já para o orçamento secreto, Bolsonaro liberou mais de R$ 5 bilhões”, conclui o narrador. Nas duas propagandas, porém, não é Lula quem aparece proferindo as agressões, cabendo a ele momentos em que o foco é a esperança para o futuro.

O programa bolsonarista mais recente, por sua vez, é dedicado integralmente à desconstrução da imagem do petista. Abre com a apresentadora pedindo licença para “dizer a verdade”. Após uma sequência de trechos de telejornais noticiando a condenação e a prisão de Lula e de delações como a do ex-ministro Antonio Palocci, surge o petista no debate presidencial do fim de agosto: com imagens postas em preto e branco, o candidato afirma que foi “julgado” e “considerado inocente”. Em seguida, aparecem cenas do ex-presidente a caminho da cadeia, e o narrador afirma que “a pior e maior mentira dessa eleição é dizer que Lula foi inocentado”.

 

Com partes de entrevistas e uma animação, o programa lembra que o petista teve condenações anuladas, mas que não houve uma “absolvição” (julgamento do mérito). A apresentadora volta à tela para dizer que “Lula está mentindo”. São dois minutos e 42 segundos de vídeo, sem que o presidente Bolsonaro apareça uma única vez.

Com as hostilidades turbinadas, os dois lados também incluem os parentes dos candidatos no ringue. Ao citar as denúncias de que os Bolsonaro teriam pagado imóveis com R$ 26 milhões em dinheiro vivo, a campanha de Lula diz na TV que é “escândalo tamanho família”. Uma inserção desta semana de Bolsonaro responde anunciando “a família de espertalhões e seus comparsas”, com a reprodução de um diagrama que mostraria o suposto envolvimento de familiares do ex-presidente na ocultação de patrimônio e dinheiro ilegal.

Alckmin é um terceiro elemento no meio desse tiroteio. Num spot, a propaganda bolsonarista usa peças gravadas em 2018 pelo agora vice de Lula. Na época, ele concorria à presidência pelo PSDB e, em vídeo, associava o petista à “corrupção e roubalheira”. Alckmin respondeu em uma nova inserção de rádio e TV. Diz que as falas antigas são usadas “para confundir o povo”, e que na época foi “iludido” pelos julgamentos da Lava-Jato. Depois, revida: “agora é a família Bolsonaro que precisa explicar ao povo a compra de 51 imóveis com dinheiro vivo”.

As investidas de Lula contra o adversário, porém, não são monotemáticas, e trazem mais assuntos que podem mover os eleitores indecisos. Economia é tratada como um calcanhar de aquiles do governo, que a propaganda culpa pela volta da fome e da inflação. Um dos spots chama Bolsonaro de “ruim de serviço”. E emenda que ele foi um presidente “desumano na pandemia”. A condução da crise sanitária da Covid-19, aliás, é a aposta de um programa da semana passada. São reproduzidos áudios do presidente ao longo da emergência, com frases como “eu não sou coveiro”, e “uma gripezinha ou um resfriadinho” ressoando uma atrás da outra. Lula aparece dizendo que “o atual presidente debochou da Covid, fez pouco caso dos mortos”.

Ecos do datafolha

Em meio à contenda mais ríspida dos últimos dias, o resultado do último Datafolha também pode contribuir para nortear estas duas últimas semanas antes do primeiro turno. A melhora do desempenho de Lula entre evangélicos animou a campanha petista, e estrategistas apostam que o crescimento entre esses eleitores na reta final da campanha não poderá ser estancada, a menos que haja uma bala de prata da campanha adversária.

— É importante manter atividades massivas de rua para conquista política e discussão de valores com esse público — afirma o pastor Luiz Sabanay, à frente do comitê nacional evangélico do PT.

Enquanto isso, do lado governista, integrantes da campanha de Bolsonaro mais uma vez a minimizaram os dados do Datafolha. Aliados afirmam que as pesquisas internas da campanha mostram um desempenho melhor do presidente no Sudeste. A ordem é reforçar o foco nessa região.

Diferentes estilos para desconstruir o rival

‘React’ do povo

Bolsonaro utiliza reações da população em relação a Lula. Em inserção sobre medo da violência, um vídeo do petista criticando abusos da polícia contra adolescentes que cometem assaltos é mostrado a eleitores. É semelhante a um react de redes sociais como o YouTube, em que as pessoas expressam sua opinião após assistir às imagens.

Carga emotiva

As propagandas de Lula recorrem à emoção. Num spot contrário à política armamentista, um pai que teve o filho baleado diz que “quem é ser humano sente” a mesma dor que ele. Um programa que focou na pandemia tem depoimento de uma mulher que viu amigos morrerem de Covid. E a inserção que chama o presidente de “desumano na pandemia” tem imagens das covas coletivas abertas em Manaus em 2020.

Reproduções da grande mídia

Embora parte dos bolsonaristas sejam críticos da mídia tradicional, a campanha do presidente da República lança mão de imagens de telejornais, capas de revistas e manchetes de jornais para construir narrativa de ataque a Lula. Uma das propagandas diz: “Esses fatos foram narrados pela imprensa, sem nenhum tipo de manipulação”.

Blocos distintos

As propagandas petistas que miram em Bolsonaro são divididas em espécies de blocos. São contrapostos momentos de ataque e outros que se sublinham esperança ou feitos do passado.

 

Margem estreita

Estabilidade indica que até abstenção pode ser importante no pleito presidencial

 

Os números mais relevantes das pesquisas do Datafolha acerca da disputa pela Presidência quase não se alteraram desde o início oficial da campanha eleitoral.

A partir de meados de agosto, a intenção de voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno variou entre 45% e 47%; a de Jair Bolsonaro (PL), de 32% a 34%. A rejeição ao petista oscilou entre 37% e 39%; a do presidente, entre 51% e 53%; em um segundo turno, Lula marcou de 53% a 54%; Bolsonaro, de 37% a 39%.

A parcela do eleitorado que avalia o governo como ruim ou péssimo flutuou entre 42% e 44%; os que o consideram bom ou ótimo, de 30% a 31%. Desde fins de agosto, Lula tem 48% dos votos válidos, em tese a 2 pontos percentuais de uma vitória em primeiro turno.

Ademais, a grande maioria declara desde cedo já ter o voto decidido. Hoje são 78% os que não veem possibilidade de mudar a escolha, cifra que sobe a 86% no caso dos eleitores da dupla que está na dianteira dos levantamentos.

As perspectivas eleitorais de Bolsonaro melhoraram até julho. Desde então, avanços econômicos, como no emprego, parecem ter pesado quase nada na escolha do conjunto do eleitorado. Também parece ter sido o caso do efeito de um Auxílio Brasil mais generoso.

O saldo dos ataques do mandatário a Lula também foi irrelevante, considerada a estabilidade da taxa de rejeição do petista desde o início oficial da campanha.

Como ainda se mostra viável uma vitória do líder das pesquisas na primeira rodada, a discussão do voto útil torna-se mais intensa. Dada a escassez de eleitores ainda sem candidatos, os adeptos de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) podem decidir a eleição.

Da perspectiva de Bolsonaro, a resistente rejeição majoritária a seu nome exige uma campanha para degradar a imagem do principal adversário. O nível de agressividade política tende a aumentar, como já se nota.

As disputas estaduais, em particular no Sudeste, podem ter relevância marginal. Uma eventual ausência de aliados em segundos turnos nesses estados não deve ser favorável à reeleição do presidente.

Por fim, uma possível decisão em primeiro turno por margem mínima tende a conferir relevância até mesmo às taxas de abstenção em cada segmento do eleitorado ou região geográfica.

O cenário de polarização, infelizmente, não é propício ao debate programático, dado que os dois principais postulantes concentram suas estratégias na rejeição ao adversário —e na busca de cada vez menos indecisos ou ainda propensos a mudar de ideia.

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