Busque abaixo o que você precisa!

PP oficializa apoio à candidatura do presidente Bolsonaro

O Partido Progressistas (PP) oficializou nesta quarta-feira (27) o apoio à candidatura do presidente Jair Bolsonaro à reeleição no pleito de outubro. A votação foi por unanimidade. 

Para o presidente licenciado do partido e ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, o presidente Jair Bolsonaro não terá uma sigla mais comprometida que o PP em sua reeleição. “Não dá para comparar o governo Bolsonaro com nenhum outro governo na história. Nenhum enfrentou uma pandemia e uma guerra maluca como esta [entre Rússia e Ucrânia]", disse. Para o ministro, a gestão de Bolsonaro teve apoio “decisivo” e “fundamental” do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. 

Em resposta às críticas por não ter se posicionado à favor do sistema eleitoral brasileiro, Arthur Lira argumentou que sempre foi favorável à democracia e às eleições transparentes. 

“A Câmara dos Deputados fala quando é necessário falar. Não quando querem obrigá-la a falar. Eu dei mais de 20 mensagens mundo afora e internas no Brasil de que sempre fui a favor da democracia e de eleições transparentes, e confio no sistema eleitoral. Não precisa qualquer movimento público ou político fazer com que isso se apresente de maneira sempre necessária. Instituições no Brasil são fortes, são perenes e não são e nunca serão redes sociais. Não podemos banalizar as palavras das autoridades no Brasil. Não farão isso com a Câmara dos Deputados enquanto eu for presidente”, afirmou Lira.

Já o deputado Ricardo Barros (PP), líder do governo na Câmara e tesoureiro do partido, o objetivo da sigla está focado em impulsionar o crescimento da bancada de parlamentares.“[Queremos] ser o partido mais destacado em seu crescimento. O objetivo é crescer o suficiente para sermos uma força imprescindível para governabilidade”, disse. 

Realizada no auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados, a convenção reuniu deputados e senadores do partido Progressistas. O evento contou com a participação do presidente Jair Bolsonaro, os ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira, das Comunicações, Fábio Faria, e o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira. A primeira dama, Michelle Bolsonaro, também participou do evento. Entre as autoridades estavam os governadores do Acre, Gladson Cameli; Distrito Federal, Ibanez Rocha (MDB-DF); Roraima, Antônio Denarium.

Edição: Pedro Ivo de Oliveira / AGÊNCIA BRASIL

MDB oficializa Simone Tebet como candidata à Presidência

Por Lauriberto Pompeu e Iander Porcella / O ESTADÃO

 

BRASÍLIA - A senadora Simone Tebet (MDB-MS) foi escolhida nesta quarta-feira, 27, como candidata à Presidência da República. A convenção nacional do MDB referendou o nome da parlamentar para disputar o Palácio do Planalto. O evento aconteceu de forma remota e foi transmitido ao vivo pelas redes sociais. Apoiada pela federação formada entre PSDB e Cidadania, a parlamentar tenta se colocar como alternativa ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida pelo Palácio do Planalto. A candidatura emedebistas teve 262 votos favoráveis e nove votos contrários.

 

Mais cedo, a convenção do PSDB e do Cidadania, que formam uma federação, também aprovou o apoio à chapa presidencial do MDB. Os dois partidos vão indicar o candidato a vice-presidente, mas uma decisão ainda não foi tomada. Inicialmente o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) estava cotado para completar a chapa, mas ele desistiu após impasses regionais entre tucanos e emedebistas. As legendas também avaliam indicar as senadoras Mara Gabrili (PSDB-SP) e Eliziane Gama (Cidadania-MA) para a candidatura a vice.

 

Após o resultado da convenção do MDB, Tasso enviou a gravação de um vídeo para Bruno Araújo, que foi transmitido no evento. Na mensagem, o cearense disse que vai fazer campanha para Tebet, mas evitou dizer se será vice e deixou claro que depende que questões políticas, eleitorais e pessoais. “Confio em você e estou as duas ordens. Evidentemente se nós não pudermos tomar uma decisão hoje, com certeza, isso depende de questões políticas, questões eleitorais e circunstâncias pessoais, mas qualquer que seja essa circunstância, estarei, não ao seu lado, trabalhando por você”, disse.

O tucano também declarou que foi um dos primeiros no PSDB a defender a candidatura de Tebet. “Lembro inclusive ao Baleia que talvez eu tenha sido o primeiro a conversar com ele sobre a importância da candidatura da Simone depois da desistência do Doria e a saída do Eduardo Leite”. “Tenho convicção de que o Brasil nunca precisou tanto deste partido histórico, nunca precisou tanto da nossa voz, da nossa força, do nosso amor incondicional. Será o amor que vai destruir o ódio, o amor que vai unificar o Brasil, que vai fazer com que o país tenha, pela primeira vez na sua história, condições de garantir igualdade de oportunidade para todos os nossos irmãos e irmãs brasileiras. Democracia já democracia sempre”, declarou Tebet

A confirmação do nome de Tebet na disputa acontece após uma pressão de uma ala do MDB, que prefere apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Esse grupo, que queria que a senadora desistisse de concorrer, tentou adiar a convenção e fazer com que ele acontecesse presencialmente, mas não teve sucesso. Há também no MDB, sobretudo no Sul, um grupo que está com o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Um dos principais apoiadores de Lula dentro do MDB, o senador Renan Calheiros (AL) foi quem articulou uma ação na Justiça para adiar a convenção. No entanto, ele desistiu de contestar a candidatura de Tebet. O parlamentar disse que não iria recorrer da decisão do ministro Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que manteve a convenção nacional do partido. “Não vamos entrar com recurso porque não é uma obsessão da gente”, declarou. Um dia antes, o prefeito da cidade alagoana de Cacimbinhas, Hugo Wanderley Caju (MDB), havia entrado com um pedido no TSE para adiar a data da convenção.

Em seu discurso inicial, a agora candidata à Presidência disse hoje que os alicerces democráticos do País estão abalados. Tebet citou a fome, a miséria, a desigualdade e o desemprego e, principalmente, a polarização política e o discurso de ódio.

O ex-presidente Michel Temer, por sua vez, defendeu a reforma trabalhista aprovada em 2017, durante seu governo, e pregou “pacificação nacional” e “tranquilidade institucional”. “Nós precisamos ter coragem para defender as teses daquilo que fizemos no governo”, declarou o emedebista, que assumiu o comando do País em 2016 com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

“Nós temos aqui no Brasil, e durante as eleições isso ocorre com muita frequência, prezada candidata Simone Tebet, por razões eleitoreiras, colocar o empregado contra o empregador. Isso é um malefício que se faz para o País”, disse Temer, ao mencionar a reforma trabalhista, criticada por Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto para o Palácio do Planalto.

Em discurso na convenção, que ocorre hoje no formato virtual, Temer também falou em “pacificação nacional”, termo que costumava usar quando substituiu Dilma no Planalto. “Tenho absoluta certeza de que mesmo os que radicalizam posições, de alguma maneira, se sentem confortáveis quando verificam uma candidatura que prega a tranquilização, não só institucional, mas a harmonia entre todos os brasileiros”, disse.

O ex-ministro Carlos Marun, que assim como Tebet é do MDB do Mato Grosso do Sul, criticou as alas do partido que não apoiam a senadora. “Se não seguirem conosco não são bons companheiros. Se a democracia brasileira estabelece eleições em dois turnos, ela estabelece um caminho a ser seguido. O caminho deve sim passar pelo respeito à decisão partidária no primeiro turno”, disse.

Marun classificou os grupos como “antidemocráticos” e declarou que eles querem antecipar um segundo turno. “Se não estivermos no segundo turno, aí sim é o momento de votarmos no menos pior. Infelizmente companheiros nossos, talvez porque achem difícil ganhar a eleição, já estão tomando a decisão que talvez deveriam tomar daqui a dois meses. Estão querendo disputar o segundo turno antes do primeiro, aí reside nessas pessoas um fator antidemocrático”.

O emedebista disse ainda que não há motivos para votar em Lula ou Bolsonaro. “Não temos motivos para votar no Bolsonaro e nem para votar no Lula. Ao contrário, temos motivos de sobra para não votar em nenhum dos dois. Debato com a ala lulista, debato com a ala bolsonarista e elenco motivos suficientes para que não votemos em nenhum deles”.

O presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, é um dos maiores entusiastas da candidatura de Tebet. O dirigente se esforçou nos últimos meses para construir uma maioria que confirmasse a senadora na disputa presidencial, além de ter atuado na linha de frente para impedir que a ala lulista impedisse a oficialização da candidatura.

“Hoje nós vamos fazer uma convenção que vai entrar para a história do MDB. Não no discurso, mas na prática nós vamos mostrar que, efetivamente, lugar de mulher é onde ela quiser. E, se Deus quiser, a nossa Simone Tebet será a nossa próxima presidente do Brasil”, afirmou Baleia.

É a quarta vez que o MDB concorre em uma eleição presidencial. Antes de Tebet, a legenda já lançou Ulysses Guimarães em 1989, Orestes Quércia em 1994 e Henrique Meirelles (hoje no União Brasil) em 2018.

Simone Tebet é filha do ex-presidente do Senado Ramez Tebet (MDB-MS) e começou a carreira política como deputada estadual. Também já foi prefeita de Três Lagoas (MS) e vice-governadora do Mato Grosso do Sul. Em 2019, foi a primeira mulher a comandar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, colegiado mais importante da Casa Legislativa. Concorreu à presidência do Senado em fevereiro de 2021, mas perdeu para Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, a senadora se notabilizou pelo empenho na colaboração do trabalho que ajudou a revelar um esquema de compra de vacinas contra o coronavírus.

A senadora pontuou 1% das intenções de voto na pesquisa Datafolha mais recente, empatada dentro da margem de erro com André Janones (Avante), que tem 2%, e atrás de Ciro Gomes (PDT), com 8%, Bolsonaro, com 28%, e Lula, com 47%.

No MDB, os principais adversários internos de Simone são os senadores Renan Calheiros, Eduardo Braga (AM) e o ex-senador Eunício Oliveira (CE). Os três já definiram alianças locais com o PT e dizem abertamente que vão apoiar Lula para presidente. Os três parlamentares não participaram da convenção.

PSDB

Além das dificuldades no próprio partido, a agora candidata a presidente também enfrenta problemas no PSDB, a principal sigla de sua coligação. Exemplos das resistências estão em Minas Gerais, onde tucanos já decidiram que vão ignorar a candidatura do MDB e apoiar Ciro Gomes, e no Mato Grosso do Sul, terra de Tebet, onde o candidato do PSDB ao governo, Eduardo Riedel, é declaradamente bolsonarista. O partido ainda fechou apoio ao deputado Marcelo Freixo (PSB), candidato de Lula a governador do Rio, e negocia uma aliança com o PT no Ceará.

Por outro lado, a cúpula nacional do MDB tem se esforçado em um acordo para apoiar Eduardo Leite (PSDB) para governador do Rio Grande do Sul. Hoje, o deputado estadual Gabriel Souza tem reafirmado que também vai concorrer a governador pelo MDB, mas na semana passada a maioria dos prefeitos do partido declararam apoio a uma aliança com Leite. Depois de São Paulo, o Rio Grande do Sul é a prioridade para os tucanos em termos de governo estadual nesta eleição.

De acordo com o presidente do PSDB, Bruno Araújo, a intenção é definir o vice de Tebet ainda nesta quarta, mas ele admite a possibilidade de o impasse permanecer e acontecer um adiamento. “Temos um espectro de alternativas que estão postas, que estão surgindo internamente dentro do partido. A convenção delegou ao colegiado da federação de tomar essa decisão. Eu e o presidente Roberto Freire vamos ao longo do dia hoje tentar afunilar esse conjunto de alternativas. Estamos na expectativa que possamos fazer isso o mais rápido possível”, declarou Bruno Araújo.

“Há um limite legal até dia 5 (de agosto), mas a política e nossa percepção, minha e do presidente Roberto, é que nós possamos oferecer uma solução o mais rápido possível”, reforçou o dirigente tucano. PSDB e Cidadania formam uma federação e precisam ter as mesmas posições em todas as eleições nacionais, estaduais e municipais por no mínimo quatro anos, além de agirem como uma só bancada no Congresso.

De forma remota, Simone Tebet participou da convenção do PSDB e Cidadania. No discurso, ela elogiou a decisão dos tucanos de abrirem mão de uma candidatura própria à Presidência pela primeira vez e disse que isso aumenta o desafio e a responsabilidade dela na eleição. A emedebista também fez críticas aos governos do PT e a atual gestão de Bolsonaro. “A recessão começou nos governos do PT e esse governo (de Bolsonaro) aumentou”, afirmou. Para ela, o governo Bolsonaro “além de tudo tem uma grande insensibilidade social e irresponsabilidades fiscal” e “isso está levando a um descrédito internacional”.

Tasso também participou da reunião virtualmente. O senador está em Fortaleza (CE), onde está imerso nas articulações para as eleições locais. Segundo Roberto Freire, o cearense declarou que, independente do papel dele na campanha, irá dar total suporte para Simone. “O senador Tasso participou. Uma afirmação dele muito clara: Qualquer que seja a posição que ele venha a ter, vai ser uma posição junto com Simone e para o que der e vier”, disse Freire.

Eunício Oliveira, que é aliado de Tasso e faz parte do grupo emedebista que apoia Lula, disse ao Estadão que a indefinição sobre a candidatura a vice-presidente da colega de partido representa uma “candidatura sem base”. Com a presença do ex-presidente petista, os diretórios do MDB e do PT no Ceará vão fazer uma convenção conjunta no sábado, 30, em Fortaleza. Lula também tenta atrair o PSDB de Tasso para o arco de alianças de Elmano de Freitas, pré-candidato a governador do Ceará pelo PT. O petista e o tucano conversaram por telefone no último domingo, 24. O PSDB também estuda uma aliança com o PDT, que lançou Roberto Cláudio como candidato a governador.

O presidente do PSDB minimizou as divisões internas no MDB e afirmou que isso faz parte da tradição da legenda. “O MDB nunca foi um partido de unanimidade. Não há nenhuma novidade em relação a isso. O importante é a decisão majoritária que possa se confirmar ao longo do dia de hoje um resultado condizente com o tamanho desse projeto em uma eleição presidencial que envolve um partido que tem tanta tradição na vida pública brasileira”, afirmou.

Araújo também afirmou que não se pode agir como se o resultado das eleições já estivesse definido. De acordo com ele, PSDB, Cidadania e MDB tinham que apresentar uma alternativa. “Temos certeza que Simone vai poder trazer algo inovador e carregar esperança na possibilidade de quebrar essa polarização. Enquanto partidos políticos estamos fazendo nossa parte de não ficar sentado assistindo um jogo que parece jogado, quando ainda não foi consultado ainda de forma objetiva o principal, que é o eleitor”, declarou.

Na mesma linha, o presidente do Cidadania reforçou que as legendas têm confiança em Simone. “A partir de agora a gente vai começar a escrever a história dessa eleição de outubro próximo”, disse.

A candidatura de Simone foi resultado de uma série de debates feitos entre partidos que queriam apresentar uma alternativa a Lula e a Bolsonaro. Nomes como o do ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB), o do ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite e o do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) também chegaram a ser avaliados, mas eles não conseguiram o consenso da cúpula das legendas partidos.

BOLSONARO DÁ R$ 41,2 BI PARA BOLSÕES DO ELEITORADO E TIRA E TIRA R$ 6,7 BI DE TODO O PAÍS

Eliane Cantanhêde O ESTADÃO

 

 

O presidente Jair Bolsonaro e o Congresso, unindo do Centrão ao PT, ampliaram para a Nação a velha regra do “toma lá, dá cá”. Com uma das mãos, dão R$ 41,2 bilhões para aumentar o Auxílio Brasil, dobrar o vale-gás e dar voucher para taxistas e caminhoneiros. Com a outra, tomam R$ 6,74 bilhões do Orçamento, principalmente da Saúde e da Educação de todos!

A PEC Kamikaze, ou da reeleição, é compra de votos direta de setores relevantes, já o corte faz um mal enorme ao País, mas é quase uma abstração e não dói imediatamente na pele do eleitor e da eleitora.

BOLONARO E MICHELE NA CONVENÇÃO PL

Em 2018, o que movia o País e o eleitorado eram a Lava Jato, a corrupção, a “velha política”. O discurso de Bolsonaro coube como uma luva e milhões de pessoas não se deram ao trabalho de analisar o passado, as manifestações, o que havia de real no discurso e no candidato.

Em 2022, com o trauma da covid, 33 milhões de brasileiros com fome, mais de dez milhões sem emprego e a combinação de queda de renda com uma inflação galopante, o mote é economia, emprego, renda, preço e comida. E é por isso que Bolsonaro corre desesperadamente para ter algo a mostrar. Implode a responsabilidade fiscal, o teto de gastos, a lei eleitoral? Danem-se eles!

Ciro Gomes, que concorre pela quarta vez à Presidência e não chega a dois dígitos nas pesquisas, está certo numa coisa: só ele tem um programa de governo que, goste-se ou não, existe e foi publicado. Sem programa, Bolsonaro e Lula vão disputar em duas searas: na economia e na lama.

Na economia, Lula tem o que mostrar, depois da herança bendita de Fernando Henrique Cardoso, da onda internacional favorável e de entregar para Dilma Rousseff um país com 7,5% de crescimento em 2010, o Nordeste bombando, os pobres indo às universidades e viajando de avião e felicidade no ar. Bolsonaro vai suar para competir só com PEC da reeleição e queda no preço da gasolina.

Na seara da lama, Lula vai patinar com mensalão, petrolão, prisão e a cristalização, injusta ou não, de um “PT ladrão”. E vai tentar devolver com orçamento secreto, Codevasf, rachadinhas, vacinas, pastores no MEC, interferência política em PF, Receita e Coaf e um desmanche inédito de Educação, Ambiente, Cultura, política externa... Exemplos borbulhantes.

Bolsonaro insistiu na convenção de domingo na balela das “dores do comunismo” e sua mulher, Michelle, disse que ele foi eleito por Deus para “a libertação da nossa Nação”, mas isso é coisa para convertidos. A maioria do eleitorado quer saúde, comida no prato, filhos na escola, transporte público, paz e felicidade. É o que decidirá se haverá, ou não, segundo turno.

PT decide acionar TSE contra Bolsonaro e PL por irregularidades em convenção

Por Rafael Moraes Moura e Johanns Eller — Brasília e Rio / O GLOBO

 

O Partido dos Trabalhadores (PT) e a federação formada entre a legenda, o PCdoB e o PV acionaram nesta segunda-feira (25) o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por supostas irregularidades na convenção que consagrou Jair Bolsonaro candidato à reeleição pelo PL, no último domingo. As siglas veem propaganda eleitoral vedada no evento e desinformação no discurso do presidente aos apoiadores.

 

A ação será relatada pela ministra Cármen Lúcia. Os partidos pedem que Bolsonaro e o PL sejam condenados ao pagamento da multa máxima pelas irregularidades -- R$ 25 mil. Afirmam, ainda, que a apresentação da dupla sertaneja Mateus e Cristiano, responsável pelo jingle da campanha, dentro do Maracanãzinho configura um showmício, o que é vedado pela lei eleitoral.

O PT afirma que Bolsonaro cometeu "uma série de infrações à legislação eleitoral" ao citar informações alegadamente falsas e ao atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ação do partido sustenta que o evento do PL não poderia ser usado como palanque político, uma vez que a propaganda eleitoral está autorizada apenas onze dias após o fim do prazo limite para as convenções partidárias, que termina no dia 5 de agosto.

 

Ao contrário do PL, o PT oficializou Lula candidato ao Planalto em um evento sem alarde - o petista e seu candidato a vice, Geraldo Alckmin, não compareceram.

Durante seu discurso de mais de uma hora na convenção, Bolsonaro acusou Lula de defender "ladrões de celulares" e chamou o petista de "cachorro descondenado". Os partidos acusam o presidente de aproveitar a convenção para violar a honra e a moral de Lula às vésperas das eleições.

As legendas alegam, ainda, que Bolsonaro reproduziu desinformação ao comparar os gastos com o programa Auxílio Brasil com os do Bolsa Família e ao dizer que o Brasil está há "três anos e meio sem corrupção", aludindo à prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e a denúncias e suspeitas envolvendo nomes do alto escalão do governo.

"Considerando que a disseminação de desinformação com conteúdo manifestamente apto a influenciar nas eleições que ocorrerão no presente ano é vedada pelo ordenamento jurídico eleitoral brasileiro, é imprescindível que esta Corte aprecie os fatos e condene Jair Bolsonaro", sustentam o PT e aliados.

Em outra ação protocolada nesta segunda, o PT e a Federação Brasil da Esperança acusam o PL de impulsionar mensagens com teor político-eleitoral a favor de Bolsonaro irregularmente. Na peça, as legendas acusam o partido de Bolsonaro de disseminar materiais como o jingle da campanha de Bolsonaro em anúncios no YouTube, o que violaria as regras de propaganda na pré-campanha

Por isso, os partidos pedem que o TSE derrube as supostas irregularidades e aplique multa de R$ 1,48 milhão. Os anúncios foram encomendados nos dias 22 e 23 de julho, antes, portanto, da convenção que oficializou Bolsonaro como candidato a presidente. Na pré-campanha, o TSE autoriza o impulsionamento de conteúdo de forma "moderada".

Mas, de acordo com as siglas, o PL gastou R$ 742 mil - valor muito superior ao de outras legendas e em prazo muito mais curto - em inserções no site para usuários de todos os estados do Brasil, além do Distrito Federal. Como resultado, o PL atingiu o alcance de mais de 81 milhões de visualizações ao longo de 72 horas.

 

Conforme revelou O GLOBO, o TSE só atendeu até agora 10% das ações por propaganda antecipada de presidenciáveis neste ano.

Procurado pela equipe da coluna, o PL ainda não se manifestou.

Pesquisa FSB/BTG: Bolsonaro e Lula crescem entre eleitores que recebem Auxílio Brasil

O ESTADÃO / REDAÇÃO

 

Os dois concorrentes que lideram as intenções de voto na disputa ao Palácio do Planalto melhoraram o desempenho entre os eleitores que recebem o Auxílio Brasil, mostra pesquisa FSB/BTG publicada nesta segunda-feira, 25. O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi o que mais cresceu, passando de 20% para 28% em comparação com o levantamento de 11 de julho.

 

Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiu cinco pontos e chegou a 59% no mesmo período. No final do mês anterior, porém ele tinha 73% das intenções de voto entre este público. Outro candidatos tinham 23% em meados de julho, mas caíram 13 pontos porcentuais nas últimas duas semanas.

 

Já entre os eleitores que não recebem o auxílio do governo federal, mas vivem com alguém que recebe, o desempenho do petista foi melhor. Lula subiu de 54% para 64% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro ganhou apenas dois pontos, saindo de 22% para 24%.

 

O aumento do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 faz parte do “pacote de bondades” que decreta emergência nacional para permitir que o governo conceda e amplie uma série de benefícios sociais às vésperas da eleição. A chamada PEC Kamikaze, que aprovou as benesses, inclui, também, o “vale gás” e o “vale diesel”.

O levantamento da FSB/BTG mostra que o pacote de bondades teve impacto positivo nos eleitores. O vale gás é aprovado por 80% dos entrevistados, o aumento do Auxílio Brasil, por 77% e o vale diesel, por 70%. Crítico da proposta por acreditar que Bolsonaro quer turbinar os gastos do governo federal com objetivos eleitorais, o ex-presidente já afirmou que os eleitores deveriam “pegar todo o dinheiro” e não votar em Bolsonaro em outubro.

Dois mil eleitores foram ouvidos por telefone entre os dias 22 e 24. A pesquisa foi registrada no TSE sob o número BR-05938/2022. O intervalo de confiança do levantamento é de 95%.

Compartilhar Conteúdo

444