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Lula: é preciso adequar escolas para incentivar prática esportiva

O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, disse hoje (27) que é preciso adequar a estrutura das escolas no país para incentivar a prática de esportes pelos jovens. “Nós vamos ter que mudar o conceito das nossas escolas. É preciso fazer uma revolução da arquitetura brasileira. Porque todas as escolas brasileiras têm padrão igual: é um monte de concreto, de preferência vertical, com uma quadrinha de basquete ou de futebol de salão sem rede”, disse ao participar de um encontro com comunicadores, atletas e membros de torcidas organizadas em um hotel na capital paulista.

Para Lula, é importante que as escolas sejam capazes de oferecer alternativas além da sala de aula. “Ou seja, a escola tem que ser um instrumento de múltipla funcionalidade. Você tem que ter várias possibilidades das crianças na idade que elas podem aprender qualquer tipo de esporte”, acrescentou.

Com essas mudanças, o candidato acredita que as escolas podem, inclusive, ajudar a suprir a carência de espaços para prática de exercícios e lazer nas cidades. “Um menino em uma cidade pequena ou média não tem uma piscina pública. Os campos de futebol, na maioria, são de times privados que cercam e a molecada não pode entrar”, exemplificou.

A implantação desse novo modelo depende, segundo o candidato, de políticas que integrem as três esferas de governo. “É preciso que o Estado e os entes federados - União, estados e municípios - se coloquem de acordo que nós precisamos mudar o padrão para que a gente possa acreditar na prática do esporte”, enfatizou.

O candidato ressaltou ainda que esse tipo de investimento, de incentivo ao esporte de forma ampla, deve partir necessariamente dos governos. “Nenhum empresário, por mais progressista que seja, vai investir em um atleta antes desse atleta provar que pode dar retorno financeiro”, disse.

Esse tipo de política deve, de acordo com Lula, também ser entendida como um investimento em saúde e qualidade de vida. “A gente, primeiro, precisa pensar o esporte como um instrumento para cuidar da saúde de uma parte da nossa sociedade. Como uma coisa que garante a segurança e a formação do ser humano”, disse.

As mudanças na estrutura das escolas se alinham ainda com a proposta do candidato de expansão do ensino em tempo integral. “Nós queremos, agora, fazer escola de tempo integral. Como é que você vai manter uma criança em tempo integral em uma escola de concreto armado, onde não tem uma árvore, uma quadra, não tem nada. É quase uma prisão”.

Edição: Fábio Massalli / AGÊNCIA BRASIL

Com ataques a Lula e passeio em touro, Bolsonaro faz campanha em Pernambuco e na Bahia

Por Daniel Gullino — Brasília / O GLOBO

 

 

 

Em busca de eleitores do Nordeste na reta final da corrida eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro (PL) visitou as cidades de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA) na manhã desta terça-feira. Na primeira, chegou a subir em um touro levado por apoiadores ao evento de campanha. Em comício na cidade baiana, fez novos ataques ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principal adversário na disputa.

— Nós não queremos um ladrão chefiando o governo federal. Nós acreditamos no povo brasileiro, que no próximo dia 2 de outubro vai reeleger Jair Bolsonaro no primeiro turno — disse o mandatário.

 

Apesar da declaração de Bolsonaro, todas as principais pesquisas eleitorais apontam a liderança de Lula. No Nordeste, a vantagem é ainda maior: de acordo com pesquisa do Ipec divulgada nesta segunda-feira, o candidato petista lidera com 62% dos votos na região, enquanto o presidente tem 23%.

Bolsonaro estava acompanhando pelos seus candidatos nos dois estados, todos do PL. Em Pernambuco, concorrem Anderson Ferreira (governo estadual) e Gilson Machado (Senado), enquanto João Roma (governo estadual) e Raissa Soares (Senado) disputam na Bahia. Nenhum deles lidera as pesquisas.

 

Em outro momento do discurso, o chefe do Executivo afirmou que o que quer "oferecer para vocês é exatamente o contrário do que o ladrão fez ao longo de 14 anos", em outro ataque a Lula. O presidente também disse que continuará no governo "se assim for a vontade de Deus, e também o interesse de vocês".

Depois, Bolsonaro retornou a Petrolina e fez um discurso com mais referências à região. Disse que é "mais nordestino do que os nordestinos" e afirmou que, de todos os seus ministros que vieram do Nordeste, Gilson, que disputa a vaga para o Senado, é o que mais tem características da região, classificada por ele como "pedaço do paraíso".

— Dos meus sete ministros nordestinos, esse encarna as tradições deste povo, dessa terra tão querida e abençoada. Esse pedaço de terra no nosso Nordeste, esse pedaço de paraíso, da terra prometida — afirmou o presidente.

 

 

PT esconde plano final de governo; Lula diz que ‘não precisa fazer promessas

Por Luiz Vassallo e Beatriz Bulla / O ESTADÃO SP

 

A cinco dias da votação em primeiro turno, a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não divulgou até o momento um plano detalhado com o programa de governo em eventual volta ao Palácio do Planalto. Também não há previsão de que um documento seja apresentado aos eleitores antes do primeiro turno. Nesta segunda-feira, 26, Lula afirmou que “não precisa fazer promessas”.

Ao não se comprometer com um roteiro claro e minucioso de propostas, o PT age para evitar desgastes com segmentos da sociedade e aliados. A omissão, segundo petistas, tem por objetivo também evitar a resistência de nomes que ainda podem manifestar apoio a Lula na reta final.

A campanha do ex-presidente divulgou, em junho, duas diretrizes do plano de governo que vinha sendo elaborado pela coligação de apoio a Lula. Em agosto, um texto genérico de 21 páginas – que não detalha boa parte das promessas que o candidato tem feito nas últimas semanas – foi protocolado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A campanha sugeria, no entanto, que um texto final detalhado seria apresentado, o que não ocorreu.

O próprio texto protocolado no TSE em agosto foi tratado como um “ponto de partida para um amplo debate nacional”. O esboço continha propostas genéricas: “Nosso horizonte é a criação de um projeto justo, solidário, sustentável, soberano e criativo para um Brasil que seja de todos os brasileiros e brasileiras”, dizia.

É uma estratégia pautada naquilo que o próprio PT já usou para atacar os adversários. E o PT já se serviu dos planos dos adversários para fazer críticas acentuadas a determinadas figuras

Humberto Dantas, cientista político, doutor pela USP e pesquisador da FGV-SP

Petistas afirmavam que ainda iriam finalizar o plano após receberem propostas por meio de uma plataforma online. Mais de 13 mil sugestões, conforme os integrantes da campanha, foram enviadas. Propostas como o “Desenrola Brasil”, de renegociação de dívidas, e o reajuste na tabela do Imposto de Renda, divulgadas nas últimas semanas, não foram especificadas no programa levado ao TSE.

“Não preciso ficar fazendo promessa porque eu tenho como avalista das políticas que eu vou fazer um legado de oito anos que foram de muito sucesso neste País, para todos os segmentos da sociedade”, disse Lula ao cumprir agenda em São Paulo nesta segunda.

O coordenador do programa de governo de Lula, Aloizio Mercadante, disse, por meio de assessoria de imprensa, que foram apresentadas ao TSE “propostas inovadoras e consistentes, realizados eventos temáticos e apresentados textos complementares aprofundando nossas iniciativas”. O argumento é que propostas também estão sendo divulgadas nos atos públicos e em entrevistas do ex-presidente.

Contradição

“É uma estratégia pautada naquilo que o próprio PT já usou para atacar os adversários. E o PT já se serviu dos planos dos adversários para fazer críticas acentuadas a determinadas figuras”, disse Humberto Dantas, cientista político, doutor pela USP e pesquisador da FGV-SP.

Para o cientista político da Universidade Federal do ABC (UFABC) Vitor Marchetti, o não detalhamento do plano de governo tem relação com a lógica do PT de conseguir novos aliados durante a campanha. “Isso vai fazendo com que o plano fique sempre a reboque dessas alianças formadas”, afirmou, citando a adesão da ex-ministra e candidata a deputada federal Marina Silva (Rede) e do ex-ministro Henrique Meirelles à candidatura de Lula.

O cientista político e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie Rodrigo Prando disse que Lula “está jogando no meio de campo” ao evitar divulgar um plano detalhado de governo. “Colocar tudo num papel e registrar o plano implica gerar expectativas nos aliados e frustrações.” Segundo ele, o ex-presidente busca uma “simplificação da realidade” na cabeça do eleitor. “Lula está buscando trazer à tona a lembrança do governo dele para o eleitorado.”

O plano de governo petista foi motivo de uma série de reuniões que duraram horas durante a pré-campanha. Os encontros, que tiveram a presença de partidos aliados, foram realizados na Fundação Perseu Abramo, na zona sul de São Paulo.

Foi na instituição, por exemplo, que Lula, petistas e aliados se reuniram para discutir temas como a proposta de revogação da reforma trabalhista. Em junho, na primeira versão prévia do programa, temas como a revogação da reforma trabalhista e um veto à volta do imposto sindical estavam citados, e chegaram a desagradar inclusive aliados nas centrais sindicais. No final do mesmo mês, o PT divulgou um novo plano de diretrizes, que modificou trechos polêmicos.

À época, petistas insistiam para que o documento não fosse ainda chamado de programa de governo, já que o projeto finalizado sairia de um debate com base na plataforma online.

 
 
 
 
 
 

 

 

Ciro Gomes rompe com irmãos por causa do PT, diz que levou ‘facada nas costas’ e some do Ceará

Por Lauriberto Pompeu / O ESTADÃO SP

 

BRASÍLIA – Pressionado a desistir de sua candidatura, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) não está em rota de colisão apenas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem acusa de fazer “jogo sujo” para retirá-lo do páreo. Nesta campanha, Ciro resolveu ignorar o Ceará, seu reduto eleitoral, após brigar com sua família.

“Recebi uma facada poderosa nas costas. A traição é a cara do momento no Ceará. Resolvi não ir ao meu Estado pela primeira vez. Que o cearense diga lá o que quer fazer de mim”, disse o candidato do PDT em recente entrevista ao site O Antagonista.

Pesquisa Ipec divulgada na quinta-feira, 22, indica que Ciro tem 10% das intenções de voto no Ceará. Ocupa o terceiro lugar no Estado onde construiu sua trajetória política, atrás do presidente Jair Bolsonaro (PL), que está com 18%, e de Lula, com 63%.

Além disso, Roberto Cláudio, do PDT, que concorre a governador do Ceará com apoio de Ciro, corre o risco de ficar fora do segundo turno, que deve ser disputado entre Elmano de Freitas (PT), candidato de Lula, e Capitão Wagner (União Brasil), nome avalizado por Bolsonaro.

rompimento de uma aliança de 16 anos entre o grupo de Ciro e o PT no Ceará dividiu a família Ferreira Gomes. Enquanto o candidato do PDT ao Palácio do Planalto ataca o PT, o senador Cid Gomes (PDT-CE) e o prefeito de Sobral, Ivo Gomes (PDT) – irmãos dele – evitam dar apoio a Roberto Cláudio e fazem campanha para o petista Camilo Santana ao Senado. Na tentativa de se reaproximar do PT, Cid afirmou que não vai declarar voto para governador.

“Eu vou me preservar nesse primeiro turno para tentar ser esse catalisador, o cupido da renovação dessa aliança”, disse o senador, no início do mês, ao pedir votos para Ciro e Camilo Santana, em Sobral.

Boquinha

Adversários políticos de Ciro duvidam, no entanto, que haja um rompimento na família. O ex-senador Eunício Oliveira (MDB-CE) avalia o movimento como “jogo de cena” para garantir cargos, caso o PT ganhe o governo do Ceará.

“É jogo de cena. Eles não brigam entre eles, não. Eles querem uma boquinha porque perderam o Brasil. O Ciro destruiu tudo, ninguém pode ser ministro de um e nem de outro”, afirmou Eunício ao Estadão, numa referência a Lula e a Bolsonaro. “No Brasil e no Ceará, Ciro morreu. O candidato dele não vai nem para o segundo turno. Ele perde para o Bolsonaro feio no Ceará, infelizmente. Então, vai tentar uma boquinha no governo do Elmano via Cid e via Camilo”, emendou.

O presidente do PDT, Carlos Lupi, disse ao Estadão que Cid tem evitado seus contatos. “Não falo com ele há um bom tempo. Ele se licenciou do Senado. Logo no comecinho (do período eleitoral), liguei para ele e não respondeu. Não voltei a falar”.

Ao contrário do que ocorreu em outras campanhas, Cid está recluso e não participou nem mesmo da convenção do PDT que lançou a candidatura do irmão à sucessão de Bolsonaro. O comportamento contrasta com a disputa de 2018, quando Cid era o coordenador da campanha de Ciro, comparecia aos eventos e dava entrevistas sobre a candidatura dele.

Lupi afirmou que, nos próximos dias, fará campanha para Roberto Cláudio, o candidato do PDT no Ceará. Ciro, porém, estará ausente. “Com esse negócio da questão familiar, ele vai só votar lá. Acho que ele não vai fazer nenhuma programação de rua, mas ainda não está fechado”.

Divórcio

Mesmo com as crescentes críticas de Ciro a Lula desde a eleição de 2018, o grupo do ex-ministro continuava aliado do PT no Ceará. O divórcio litigioso ocorreu com a insistência de Ciro em escolher o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio para ser candidato a governador do Ceará. Cláudio tem um histórico de enfrentamento com o PT.

Os petistas queriam lançar a atual governadora, Izolda Cela, que assumiu o cargo em abril, após Camilo Santana renunciar para ser candidato ao Senado. Depois de ser preterida, Izolda se desfiliou do PDT e hoje está sem partido.

Cid e Ivo Gomes, os irmãos de Ciro, já manifestaram publicamente apoio a Izolda e disseram que a aliança com o PT não deveria ter sido desfeita. Os dois têm pedido voto para Camilo. Ciro, por sua vez, não poupa críticas ao ex-governador e já disse que tudo “desandou” porque Lula, certo da vitória, convidou Camilo para ser ministro.

“O nosso povo não tem culpa da vaidade e da prepotência de lideranças que, uma vez construídas nessa luta e ao redor desse projeto, agora servem por uma ninharia, por um punhado de nada ou um carguinho de ministro, e desertam da humildade e da luta do povo”, atacou o ex-ministro, na ocasião. Camilo não respondeu.

Ciro fez um pronunciamento, nesta segunda-feira, 26, no qual diz que “nada deterá” sua disposição de seguir em frente. “Por mais jogo sujo que pratiquem, eles não me intimidarão”, destacou o candidato do PDT, ao divulgar um “Manifesto à Nação” após pressão de artistas e políticos aliados a Lula para que ele abra mão de sua candidatura. O ex-ministro chamou de “rito suicida” um possível segundo turno entre o petista e Bolsonaro.

No mesmo horário, o cantor Caetano Veloso, que já apoiou Ciro nas últimas eleições presidenciais, divulgou um vídeo nas redes sociais para ampliar a campanha pelo voto útil em Lula. Sob o slogan #tiragomes, o cantor repetiu uma frase do ex-governador do Rio Leonel Brizola, um dos fundadores do PDT. Brizola dizia que “artista não dá voto, mas tira. Então...”

Nesta última semana de campanha, antes do primeiro turno, Ciro focará seus compromissos em São Paulo e no Rio. Ele ainda avalia se irá para o Ceará na véspera da eleição ou apenas no dia de votar.

Ipec: Lula tem 52% dos votos válidos no 1º turno e Bolsonaro, 34%

RIO DE JANEIRO

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece com 52% dos votos válidos na corrida eleitoral contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tem 34%, segundo pesquisaIpec divulgada nesta segunda (26).

Os resultados são os mesmos do levantamento anterior, realizado há uma semana. Para vencer em primeiro turno, um candidato precisa superar os 50% nessa métrica, portanto Lula está no limite da margem de erro, que é de dois pontos percentuais.

A contagem de votos válidos exclui os brancos, nulos e indecisos, simulando o cálculo que será usado pelo TSE (Tribunal Superior de Justiça) para aferir o resultado das eleições no próximo domingo (2).

Por isso, a uma semana do pleito, a Folha passa a dar destaque a esse número nas pesquisas, e não ao total das intenções de voto.

Ipec ouviu3.008 brasileiros neste domingo (25) e segunda-feira (26). A sondagem foi contratada pela TV Globo e registrada na Justiça Eleitoral sob o número BR-01640/2022.

Já na conta que inclui todos os eleitores, Lula variou de 47% para 48%, enquanto Bolsonaro manteve os mesmos 31%. Ciro variou de 7% para 6%, e Tebet continuou com 5%. Brancos e nulos somam 4%, e os indecisos, mais 4%.

IPEC: LULA X BOLSONARO EM VOTOS VÁLIDOS

Lula (PT)

Bolsonaro (PL)

  • 12 a 14.ago: 37%
  • 26 a 28.ago: 37%
  • 2 a 4.set: 35%
  • 9 a 11.set: 35%
  • 17 e 18.set: 34%
  • 25 e 26.set: 34%

folha de sp

 

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