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Moro diz que será ‘detector de mentiras de Lula’ no debate da Globo

O ex-ministro e candidato ao Senado do Paraná Sérgio Moro (União Brasil) afirmou na manhã desta quinta-feira, 29, em seu perfil no Twitter, que irá acompanhar o debate presidencial da Globo e atuará como o “detector de mentiras de Lula”.

 

“A cada mentira do Lula, estarei aqui pra trazer a verdade. Tenho experiência”, ironizou o ex-juiz, que também questionou como o petista lidaria com as perguntas sobre corrupção em seu governo. Nas respostas da postagem, o deputado federal André Janones (Avante) provocou o ex-ministro dizendo que ele deveria “era tá fazendo curriculum”.

 

Não é a primeira vez que Moro adota um tom irônico para falar sobre Lula. Quando o ex-presidente foi sabatinado no Jornal Nacional, o ex-ministro afirmou em suas redes sociais que esperava perguntas firmes sobre “Mensalão, Petrolão, triplex e Atibaia”. “Se precisarem de ajuda, sou voluntário. Tenho experiência”, disse.

Juiz responsável pela Operação Lava Jato, foi Moro quem condenou o ex-presidente à cadeia nos casos do tríplex do Guarujá e do sítio em Atibaia. O condenação do petista, no entanto, acabou sendo anulada pelo STF, que entendeu que o julgamento realizado por Moro foi parcial, declarando assim a suspeição do magistrado.

Postulante ao Senado

Moro tinha ambições de concorrer à presidência do País em 2022 e chegou a se filiar ao Podemos, em um primeiro momento, e ao União Brasil, depois, com esse intuito. Ele, no entanto, saiu como candidato a uma vaga ao Senado pelo Paraná.

Em uma disputa acirrada contra seu padrinho político, Álvaro Dias (Podemos), Moro vem se reaproximando de Jair Bolsonaro (PL). Apesar de ter sido demitido do Ministério da Justiça e ter acusado o presidente de ter interferido na Polícia Federal, o ex-ministro passou a vincular à figura de Bolsonaro com a sua própria imagem na campanha.

Santinhos do ex-ministro foram distribuídos com a imagem do presidente e as redes sociais de Moro publicaram vídeos que declaravam apoio à Bolsonaro. O ESTADÃO DE SP

Pesquisa eleitoral para presidente: Lula tem 49% dos votos válidos, e Bolsonaro, 38%

Gilson Garrett Jr

 / EXAME

Se a eleição fosse hoje, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria 49% dos votos válidos, e o presidente Jair Bolsonaro (PL), 38%, segundo a pesquisa eleitoral EXAME/IDEIA, divulgada nesta quinta-feira, 29. A projeção de voto válido não leva em conta brancos e nulos. Se um candidato atinge a marca de 50% mais um dos votos válidos, sai vitorioso em primeiro turno.

Com a margem de erro da pesquisa, que é de três pontos percentuais para mais ou para menos, Lula tem entre 46% e 52%. Já Bolsonaro oscila entre 35% e 41%. Atrás dos dois aparece Ciro Gomes (PDT), com 7% - tem entre 4% e 10% -, e Simone Tebet (MDB), com 5% - oscila entre 2% e 8%. Os outros candidatos juntos somam 1%.

Na opinião de Maurício Moura, fundador do IDEIA, apesar de um número apertado e dentro da margem de erro, é mais provável que haja um segundo turno. Para ele, o chamado voto útil não é uma estratégia que a campanha de Lula está usando muito, e essa tática pode até ser contrária ao ex-presidente por existir ainda um sentimento antipetista muito forte na sociedade brasileira.

"Para saber se haverá segundo turno, é preciso olhar o comportamento dos eleitores de Ciro Gomes que ainda estão indecisos. Eles tendem a mudar de voto para Lula. Por outro lado, os eleitores que já definiram voto em Ciro e em Tebet têm se mostrado muito resilientes. É preciso considerar também que entre os eleitores de Bolsonaro tem o chamado voto envergonhado, com pessoas não declarando a opção em pesquisa. Esse eleitorado chega a 1%. Isso não ganha eleição, mas pode levar a um segundo turno", afirma.

Entre os entrevistados por EXAME/IDEIA, 63% dizem que preferem que a eleição presidencial termine no primeiro turno, 17% dizem que gostariam de uma segunda etapa da eleição, e 20% não concordam nem discordam.

Para a pesquisa, foram ouvidas 1.500 pessoas entre os dias 23 e 28 de setembro. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. O nível de confiança de 95%. A sondagem foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-09782/2022. A EXAME/IDEIA é um projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. Veja o relatório completo.

Primeiro turno estimulado, com brancos e nulos

Na simulação de primeiro turno, considerando os brancos e nulos, Lula aparece com 47% das intenções de voto, três a mais que na pesquisa feita há um mês. Bolsonaro cresceu um ponto, e tem 37%. Ciro caiu três pontos, e aparece com 6%. Tebet oscilou um ponto para cima, ficando com 5%. Os brancos e nulos são 4% dos que responderam a pesquisa, e em agosto eram 5%.

Levando em conta a série histórica, é o maior número de intenções de voto de primeiro turno que o petista tem desde que sondagem começou a ser feita. A distância entre Lula e Bolsonaro, que era de 8 pontos na pesquisa feita há um mês, agora é de 10 pontos percentuais.

“A campanha, iniciada no dia 16 de agosto, teve baixo impacto na mudança do voto. A curva dos quatro principais candidatos é constante, com pouca variação ao longo do tempo. Isso é efeito também dessa eleição ter dois candidatos a presidente muito conhecidos, o que é algo novo. Mesmo o Ciro, que já disputou outras eleições, tem essa característica de ser conhecido”, diz Maurício Moura.

Crescimento de Lula no Sudeste

Os números por região mostram que Lula ganhou terreno entre os eleitores do Sudeste. Para Maurício Moura, proporcionalmente é onde há um maior número de indecisos, grupo que o petista tem se saído melhor ao tentar dialogar.

Na sondagem feita em agosto, Lula tinha 34% das intenções de voto, e agora aparece com 46% entre os eleitores do Sudeste, um crescimento de 12 pontos. Bolsonaro perdeu intenções de voto, saindo de 46% para 43%. O cenário atual é considerado empate técnico por estar dentro da margem de erro, de seis pontos percentuais, nos estratos de grupos da pesquisa quando analisados por região.

“O aumento de Lula no Sudeste se deve, sobretudo, ao crescimento das intenções de voto dele em São Paulo e em Minas Gerais, os maiores colégios eleitorais do país. É no Sudeste onde está, proporcionalmente, a maior parte dos indecisos, de mulheres e da classe C”, diz Moura.

LEIA TAMBÉM: Eleições 2022: em busca da classe C do Sudeste

No restante das regiões, Lula tem ampla vantagem em uma: o Nordeste. Bolsonaro aparece à frente no Sul e no Centro-Oeste. No Norte o cenário é o mesmo do Sudeste, com empate técnico.

“Ao ver o mapa das intenções de voto nas regiões, é curioso notar que ele é bem similar ao de 2018. A diferença é justamente no Sudeste, que vai definir a eleição. Há quatro anos, o presidente venceu em Minas Gerais e em São Paulo. Agora, tudo mostra que Lula deve sair vitorioso nesses dois estados”, afirma Moura.

De acordo com a pesquisa feita no dia 22 de setembro, apenas com eleitores de São Paulo, Lula tem 40% das intenções de voto, e Bolsonaro, 37%. Na sequência, aparecem Ciro Gomes (PDT), com 8%, e Simone Tebet (MDB), com 5%. Felipe D'Ávila (Novo), Sofia Manzano (PCB) e Soraya Thronicke (União Brasil) têm 1% das intenções de voto cada, em SP.

Avaliação de governo

Com impacto direto nas intenções de voto do presidente Bolsonaro, a avaliação de governo é um termômetro do sentimento dos eleitores. Entre os entrevistados, 46% avaliam o governo como ruim ou péssimo, 35% consideram ótimo ou bom, e 18%, regular. Na série histórica, a desaprovação não é a pior do mandato do presidente - já chegou a 57% em julho de 2021 - mas é a mais alta entre os que tentaram a reeleição.

Em outra pergunta que mede a aprovação do nome do presidente Bolsonaro, 51% dizem que ele não merece ser reeleito, 44% avaliam que sim, e 6% não sabem.

“Jair Bolsonaro vai para esta eleição como pior presidente avaliado desde a redemocratização. Todos os pares que tentaram a reeleição chegaram com popularidade majoritariamente alta. É uma novidade eleitoral no Brasil ter um incumbente em um cenário tão frágil de primeiro turno”, diz o fundador do IDEIA, Maurício Moura. TSE 09782/2022

 

Após Ciro Gomes se dizer traído no Ceará, Ivo sai em defesa de Cid e ataca chapa de Roberto Cláudio

 / diarionordeste

 

O clima esquentou publicamente entre os irmãos Ferreira Gomes no Ceará. Após reiteradas declarações do presidenciável Ciro Gomes (PDT) de que foi traído no Ceará e de que não tem ninguém defendendo sua campanha, com exceção do candidato ao Governo Roberto Cláudio (PDT); o irmão mais novo, Ivo Gomes (PDT), prefeito de Sobral, fez publicação nas redes sociais atacando a chapa PDT-PSD ao Governo do Estado por suposta falta de apoio ao ex-ministro.

Na postagem, Ivo usa prints das páginas no Instagram de Roberto Cláudio, do candidato a vice, Domingos Filho (PSD) e da candidata ao Senado, Érika Amorim (PSD), além da página do presidente do PDT Ceará, André Figueiredo, para fazer o seguinte "desafio": "encontre nos Instagrans a seguir uma única referência ou pedido de votos ao Ciro". O último perfil printado na publicação é o do senador Cid Gomes.

Considerando apenas as 12 publicações mais recentes em cada perfil, há menções sutis nas imagens de André Figueiredo e de Roberto Cláudio. Na do presidente do PDT, consta a logo de Ciro na publicação fixada em destaque, semelhantemente à primeira foto de Roberto Cláudio, na qual ele usa adesivo de "Prefiro Ciro". Não há referências nos posts dos candidatos do PSD.

Já o registro das publicações de Cid Gomes trazem Ciro em destaque nas imagens, em vídeos de pronunciamento e numa foto do próprio Cid adesivando carros pró-Ciro. O próprio perfil do Ivo tem postagens recentes de vídeos e atos de campanha em favor da candidatura a presidente do irmão.

Logo após o ataque, o presidente do PDT se manifestou nos comentários da publicação de Ivo. "Consciência tá doendo, Prefeito? Como você não está na campanha do PDT não pode ver como trabalhamos o nome do nosso Presidente Ciro", respondeu Figueiredo.

 A assessoria do candidato Roberto Cláudio disse que a acusação de falta de apoio "no caso do RC não se aplica" e enviou uma série de publicações pró-Ciro do pedetista.
 

Em nota nas redes sociais, Érika Amorim rebateu Ivo. "Lamentável o prefeito Ivo Gomes utilizar de uma publicação nas redes sociais para criar uma situação que não existe. Se estivesse acompanhando de verdade, saberia que seguimos trabalhando e defendendo o cearense mais preparado para presidir o nosso País que é Ciro Gomes", disse.

Domingos Filho também foi procurado para se manifestar sobre o episódio, mas ainda não respondeu.

DECLARAÇÕES DA FILHA DE CIRO

Na manhã desta quarta-feira (28), a filha de Ciro, Lívia Saboya, cumpriu agenda em Sobral ao lado da tia candidata a deputada estadual, Lia Gomes, e da esposa de Roberto Cláudio, Carol Bezerra. Nas redes sociais, ela repercutiu as falas do pai sobre traição e ingratidão.

 

"Aqui não tem pra traidor, não tem pra traíra, não tem pra ingratidão. Sobral sabe quem é Ciro e quem é Roberto Cláudio. Sobral tem lado", disse Lívia.

CIRO ISOLADO

Nos últimos dias, Ciro subiu o tom sobre desentendimentos no Ceará. Na segunda-feira, em entrevista ao Flow Podcast, voltou a se dizer traído.

 

"Dei minha vida ao povo cearense, e algumas lideranças, todas que eu ajudei a formar, se reuniram e meteram a faca nas minhas costas, me traíram, estou lá sem ninguém me defendendo. Sem ninguém não é verdade, o Roberto Cláudio, que é o melhor cara, que é meu candidato a governador lá, isso dói demais num cara", disse Ciro.

Em entrevista ao Antagonista, dias antes, Ciro falou em ter “recebido uma facada poderosa nas costas”, diante do apoio dos irmãos Cid e Ivo à campanha petista de Camilo Santana ao Senado. Ele atrelou a isso a decisão de se afastar de Sobral e da família.

 

“A traição é a cara do momento no Ceará. Resolvi não ir ao meu estado pela primeira vez. Que o cearense diga lá á o que quer fazer de mim”, afirmou.

Como essa coluna havia mostrado na terça-feira (27), a ausência de apoio a Ciro é ampla entre os deputados estaduais e federais que tentam reeleição pelo PDT. Há poucas menções ao candidato principalmente em agendas pelo interior do Estado.

 
 

PoderData: Lula tem 48% dos votos válidos e Bolsonaro, 38%

Pesquisa PoderData divulgada nesta quarta-feira, 28, mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 48% dos votos válidos, excluindo brancos e nulos. O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem 38%. O petista cresceu dois pontos em relação à última sondagem, de 7 dias atrás. O chefe do Executivo oscilou um para baixo.

Segundo o levantamento, Ciro Gomes (PDT) tem 6% dos votos válidos, seguido por Simone Tebet (MDB), com 5%. Felipe d’Avila (Novo) e Soraya Thronicke (União Brasil) têm 1% cada. Outros candidatos não pontuaram.

Para vencer as eleições, é necessário ter a maioria absoluta dos votos válidos, ou seja, 50% mais um. Líder nas pesquisas, o candidato do PT almeja vencer o pleito já no primeiro turno, no próximo domingo, 2. Apoiadores do petista tentam convencer eleitores de Ciro Gomes e Simone Tebet a migrarem para Lula sob o argumento do “voto útil”, aumentando suas chances de vitória sobre o presidente Bolsonaro.

A pesquisa foi realizada entre os dias 25 e 27 de setembro. O instituto consultou 4.500 eleitores por telefone. A margem de erro é de 1,5 ponto porcentual, para mais ou para menos. O código de registro na Justiça Eleitoral é BR-o1426/2022. o estadão de sp

Ciro amplia ataques ao PT na reta final e reforça acenos à direita

BRASÍLIA e SÃO PAULO

Sem conseguir furar a polarização no país, o candidato do PDT à presidência, Ciro Gomes, entra na reta final de sua quarta participação nas eleições com acenos à direita, intensificando os ataques ao PT e com a possibilidade de ser derrotado no Ceará, onde construiu sua base política.

Nas últimas semanas, a campanha adotou um tom mais agressivo em relação ao PT e a Lula, particularmente, e marcou presença em programas voltados à audiência bolsonarista em uma tentativa de furar a bolha de influência do presidente em busca de votos.

Desde que a campanha eleitoral teve início, em 16 de agosto, Ciro tem oscilado entre 7% e 9% na pesquisa Datafolha, bem atrás dos líderes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL). A rejeição se manteve no patamar de 24%.

O aceno de Ciro à centro-direita ganhou força após a ofensiva petista pelo voto útil para tentar liquidar a eleição no primeiro turno. O apelo ecoou no mundo artístico e em parte do mundo político, que passou a defender o voto em Lula para evitar o segundo turno. Integrantes do PDT também se declararam dissidentes da campanha por causa do aumento no tom das críticas ao ex-presidente.

Como reação, o pedetista passou a criticar antigos apoiadores, como Caetano Veloso e Tico Santa-Cruz, e lançou um manifesto no qual se diz vítima de intimidação nacional e internacional para retirada de sua candidatura. "Por mais jogo sujo que pratiquem, eles não me intimidarão", disse Ciro, destacando que continua como candidato "para livrar nosso país de um presente covarde e de futuro amedrontador".

Os ataques de Ciro a Lula e ao PT também têm como origem uma disputa no Ceará que pode deixar seu grupo político fora do poder no estado. No PDT, uma ala defendia o nome da atual vice-governadora, Izolda Cela, para enfrentar Capitão Wagner (União Brasil).

Aliados do presidenciável, no entanto, optaram por Roberto Cláudio, que acabou escolhido, criando um racha que levou o PT a romper aliança com o PDT no estado. A última pesquisa Ipec mostrou Elmano de Freitas (PT) com 30%, empatado tecnicamente com Capitão Wagner, que tem 29%. Roberto Cláudio aparece com 22%.

A disputa abalou a relação entre Ciro e os irmãos Cid e Ivo Ferreira Gomes, que nos últimos anos ditaram os rumos políticos no estado. "Eu dei minha vida ao povo cearense e algumas lideranças, todas que ajudei a formar, se reuniram e meteram a faca nas minhas costas", disse Ciro Gomes em entrevista ao Flow Podcast, na segunda-feira (26).

"O Ciro corre o risco de sair dessa eleição sem o governo do Ceará, inclusive", diz Marco Antonio Teixeira, cientista político da FGV. "A incapacidade política dele está refletida no próprio estado que ele governou. Ele conseguiu rachar a própria família. Eu vejo, hoje, o Ciro num processo de isolamento que é muito difícil de ele se reconstituir."

O especialista avalia que a agressividade de Ciro contra Lula e o PT ficou evidente na leitura do manifesto. "Ele critica toda trajetória do governo Lula sem lembrar que ele foi ministro, que ele fez parte desse governo também."

Na avaliação de Teixeira, a narrativa que o candidato construiu até agora inviabiliza apoio a Lula ou Bolsonaro em um eventual segundo turno. "Vai ser muito mais fácil o PDT fechar apoio no segundo turno do que o Ciro subir num palanque", ressalta. "Ele passou tanto do ponto que as coisas se complicaram do ponto de vista de ele funcionar como político protagonista no segundo turno."

A concentração de ataques a Lula também foi acompanhada de acenos à direita. No início de setembro, Ciro deu entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, emissora considerada a voz do bolsonarismo, onde declarou que "Lula tinha filho ladrão e Bolsonaro tem filho respondendo por coisas de corrupção".

A fala foi alvo de ação na Justiça por parte da família do ex-presidente. Cerca de dez dias antes o candidato foi sabatinado por apresentadores da Jovem Pan na TV.

No fim de setembro, concedeu entrevista de duas horas ao programa do podcaster e youtuber Bruno Aiub, conhecido como Monark, desligado do Flow após defender o direito de existência de um partido nazista.

A estratégia de usar as críticas a Lula na tentativa de dialogar com os apoiadores de Bolsonaro foi desenhada pelo marqueteiro João Santana desde o início da campanha. A princípio, a tática tinha como foco os vídeos de Ciro atacando o petista postados no YouTube.

A ideia surgiu após Ciro ter virado munição bolsonarista nas redes sociais com a repercussão do bate boca com o comediante Gregorio Duvivier. O então pré-candidato à presidência se referiu a Lula como um "ignorante corrupto" o que causou reação de Duvivier. "Eu acho errado chamar o Lula de corrupto exatamente porque ele foi inocentado", disse o humorista.

No mesmo vídeo, Ciro rebateu argumento de que Lula foi inocentado das acusações de corrupção no STF (Supremo Tribunal Federal). "Ele não foi inocentado, é mentira do PT. Lula teve os processos anulados. Ele volta à presunção de inocência, mas ele não foi inocentado." A declaração o tornou alvo de uma enxurrada de críticas de personalidades ligadas à esquerda.

Em vídeo postado nas redes sociais de Ciro no último domingo, Duvivier foi equiparado a Adrilles Jorge (PTB), comentarista da Joven Pan denunciado por fazer um gesto considerado nazista. O vídeo gerou bastante controvérsia, principalmente por ter adotado a estética vaporwave, de um futurismo retrô com influência da década de 1980 e que foi apropriada pela nova direita.

A gravação gira principalmente em torno dos luloplanistas, descritos como "aficcionados por toalhas" que passam pano e idolatram corruptos. "E têm o péssimo hábito de chamar de fascistas todos aqueles que não baixam a cabeça para o líder da seita", diz um narrador.

Os ataques constantes a Lula deflagraram, recentemente, uma debandada de apoiadores e integrantes do próprio PDT que declararam voto no ex-presidente. Segundo dissidentes da campanha de Ciro ouvidos pela reportagem, a estratégia, na prática, se converte em apoio ao presidente Bolsonaro.

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