Busque abaixo o que você precisa!

Ciro Gomes usa foto com Bolsonaro ao seu lado para pedir voto na véspera da eleição

 
ciro e bolsonaro
BRASÍLIA

Alvo de ataques da esquerda devido às pesadas críticas que faz ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)Ciro Gomes (PDT) postou neste sábado (1) em suas redes sociais um pedido de voto em que usa, como imagem, uma foto em que ele aparece ao lado de Jair Bolsonaro (PL).

O candidato do PDT aparece na imagem fazendo com as mãos o número do seu partido, o 12. A foto foi tirara durante o debate realizado pela TV Globo, na quinta-feira (29), ocasião em que, por sorteio, coube a ele se sentar ao lado do presidente.

"Bom dia meu Brasil! Amanhã é dia de apertar o 12 e se livrar dessa polarização cheia de ódio, incompetência e ladroeira que tá afundando nosso país. Vamos juntos!!", escreveu Ciro na sua postagem.

Ex-ministro de Lula e alinhado a teses da esquerda, Ciro adotou na atual campanha uma estratégia de ataques tanto em relação a Bolsonaro como em relação ao petista. A tentativa foi a de tentar chegar ao segundo turno mediante esvaziamento de um dos dois oponentes.

 

Sem conseguir furar a polarização eleitoral no país, entretanto, o candidato entrou na reta final de sua quarta participação nas eleições com acenos à direita e intensificando os ataques ao PT.

Nas últimas semanas, a campanha adotou um tom mais agressivo em relação ao PT e a Lula, particularmente, e marcou presença em programas voltados à audiência bolsonarista em uma tentativa de furar a bolha de influência do presidente em busca de votos.

Boa parte da atitude de Ciro ocorre em meio à campanha petista pelo voto útil, ou seja, na tentativa de convencer eleitores ciristas a votar em Lula para que a eleição seja decidida no primeiro turno.

Nos debates presidenciais, o PT acusou Ciro de ser muito mais duro com Lula do que com Bolsonaro.

Aliados mais próximos de Bolsonaro, inclusive, teceram elogios a Ciro após o debate na Globo e chegaram a aventar uma aliança com o pedetista em eventual segundo turno.

Um dos membros da comitiva do presidente diz que Ciro é inteligente, tem muito conhecimento técnico e costuma travar "embates qualificados" com Bolsonaro. As críticas dele ao presidente, afirma, são vistas como decorrentes de divergências ideológicas e naturais dos confrontos políticos.

Folha procurou a campanha de Ciro na manhã deste sábado, mas ainda não houve resposta.

Pesquisa CNT/MDA: Lula lidera com 48,3% dos votos válidos; Bolsonaro tem 39,7%

Por Natália Santos /

 

No recorte de votos totais, incluindo brancos, nulos e indecisos, o petista aparece com 44,2% e o atual presidente com 36,3%. Ambos oscilaram para cima, dentro da margem de erro, na comparação com o resultado de 15 dias atrás

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se mantém como líder na disputa pelo Palácio do Planalto, segundo pesquisa CNT/MDA divulgada neste sábado, 1º. O levantamento mostra o petista com 48,3% dos votos válidos, seguido do presidente Jair Bolsonaro (PL) com 39,7%.

 

Ciro Gomes (PDT) tem 4,9% da preferência, seguido pela senadora Simone Tebet (MDB) com 4,7%. Outros candidatos somam 2,3%.

 

No cenário de votos totais, em que são considerados brancos, nulos e indecisos, Lula tem 44,2%; no levantamento divulgado em 15 de setembro, o petista tinha 43,4%. Bolsonaro também oscilou para cima: foi de 34,8% para 36,3%. Ambos tiveram seus resultados alterados dentro da margem de erro, indicando estabilidade.

 

De acordo com a pesquisa, cerca de 88,1% dos entrevistados declaram que a opção de voto é definitiva. Os outros 11,9% admitem possibilidade de mudar de ideia até o dia da eleição.

 

Entre os candidatos, Bolsonaro e Lula são os que mais têm a fidelidade dos eleitores. Respectivamente, 92,2% e 91,8%. Para 64,4% dos eleitores de Ciro, o voto já está definido no pedetista; a mesma porcentagem está para os eleitores de Tebet.

 

A pesquisa consultou 2.002 eleitores, presencialmente, entre os dias 28 e 30 de outubro. A margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais. O nível de confiança do levantamento é de 95%. O código de registro na Justiça Eleitoral é BR 02944/2022.

 
 
 
 
 
 

Padre Kelmon pode ter tirado vitória de Lula no primeiro turno

Por Merval Pereira / O GLOBO

 

O debate de ontem não teve vencedores, o que não é bom para Bolsonaro, mas principalmente para Lula, que poderia ter selado a vitória no primeiro turno se não tivesse batido boca com o padre Kelmon, que estava ali como agente provocador, claramente. E Lula deveria ter entendido isso logo no primeiro momento e ter deixado o falso padre de lado.

 

Se perdeu em bate boca com um candidato que tem zero ponto. Ele respondeu bem, dentro das possibilidades, porque as acusações de corrupção tomaram conta do debate e é um tema muito difícil para ele e para o PT, desde que resolveram não assumir a culpa no grande esquema de corrupção que foi implantado no Brasil.

 

Entrei no debate com a sensação de que Lula ganharia no primeiro turno e sai dele coma sensação de que não vai dar. Ele mesmo, depois do debate, em conversas com jornalistas, tentou fazer de conta que é normal ir para o segundo turno e que não tem problema se acontecer. Mas é claro que ficará frustrado. Se tiver mesmo um segundo turno será preocupante; o debate mostrou como Bolsonaro está desesperado atrás de uma vitória que parece impossível.

 

Nenhum dos dois líderes conseguiu ir além do que foi até agora e, ao levar o caso de Celso Daniel para o debate, foi ao extremo e esgotou todas as suas fichas. Vai passar o segundo turno repetindo o que fala de Lula e do PT desde o início. Talvez isso enfraqueça a campanha dele.

 

Se Lula não perder voto, nem aumentou sua rejeição, que é o objetivo de Bolsonaro, depois de todas as acusações do debate de ontem, não vejo como mudar o quadro eleitoral. Simone Tebet foi a melhor candidata em todos os debates. É uma figura muito interessante na política, torço para que tenha continuidade, se torne ministra de um futuro governo porque é uma liderança ascendente. É desse tipo de político que o Brasil precisa: sério, que leva a sério as questões do dia a dia, sabe fazer política, inteligente, com senso de oportunidade.

Pesquisas pré-eleitorais não errarão nem acertarão os resultados das urnas

Por Raphael Nishimura* — Michigan, Estados Unidos / O GLOBO

 

Como é de costume ao final de toda eleição, assim que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgar os resultados do pleito eleitoral, haverá um exército de analistas destrinchando todos os números para verificar quais institutos “acertaram” os resultados e quais foram os “erros”. Mas se pesquisas são um retrato do momento, faz sentido ou, até mesmo, é adequado comparar estimativas de pesquisas pré-eleitorais com resultados da eleição?

 

Essa é uma pergunta importante de se considerar pois muitas pessoas avaliam as empresas fazendo esse tipo de comparação. Essa questão torna-se ainda mais relevante quando tivemos uma proposta, aprovada na Câmara mas rejeitada no Senado, exigindo que os institutos divulguem uma “taxa de acerto”, e mais recentemente o presidente da Câmara, Arthur Lira, sugerindo que fossem tomadas medidas legais para que se punam institutos que “errem” demasiadamente.

 

Para responder essa pergunta precisamos recorrer à abordagem estatística utilizada em pesquisas eleitorais, denominada “inferência para populações finitas”. Nessa abordagem, o objetivo é estimar características de uma população muito bem definida no tempo. Por exemplo, pesquisas censitárias sempre utilizam uma data de referência na definição da população. No caso do Censo 2022, que está atualmente em condução pelo IBGE, essa data é definida entre os dias 31 de julho de 2022 e 1° de agosto de 2022. No caso de levantamentos eleitorais, normalmente define-se a população como o eleitorado durante o período de coleta dos dados. Logo, toda inferência estatística em pesquisas pré-eleitorais se restringe aos eleitores nesse marco temporal muito bem estabelecido.

 

Se a intenção de voto de parte do eleitorado mudar depois da coleta de dados dessas pesquisas, elas não conseguirão captar essas mudanças. Mesmo com pesquisas conduzidas às vésperas da eleição, se uma proporção considerável dos eleitores mudar ou decidir seu voto entre o período do levantamento e o momento em que apertarem o botão de “confirma” na urna eletrônica, as estimativas dessas pesquisas muito provavelmente diferirão dos resultados das urnas.

 

Dessa forma, do ponto de vista estatístico, pesquisas pré-eleitorais não “erram”, nem “acertam” resultados de eleições, pois apesar de se tratar do mesmo eleitorado, ele se dá em momentos distintos e, portanto, tecnicamente, são populações diferentes. Ou seja, não são necessariamente equiparáveis. Comparar a intenção de voto na pesquisa e o comportamento do voto nas urnas seria como comparar bananas com maçãs, ou melhor, uma banana verde com essa mesma banana já madura. A única exceção são as pesquisas boca de urna, uma vez que elas são realizadas no próprio dia da eleição com eleitores que já foram às urnas votar.

 

Modelos estatísticos já fazem previsões

 

Para que esse tipo de comparação seja tecnicamente adequada, teríamos que assumir que o eleitorado não muda substancialmente suas decisões entre a realização da pesquisa e o momento em que votam na eleição. Sob certas condições, isso pode até ser razoável para eleições presidenciais. Mas para cargos como deputado, senador e mesmo governador, há razões para se acreditar que não seja, pois uma parte do eleitorado acaba decidindo o voto para esses cargos apenas no dia anterior ou mesmo no próprio dia da eleição. No entanto, dificilmente conseguimos quantificar ou mesmo verificar empiricamente se essa suposição é verdadeira. Por isso, não me parece adequado avaliar os institutos, ou até mesmo puni-los, com base nesse critério de comparação entre as estimativas de suas pesquisas pré-eleitorais e os resultados das urnas, mesmo considerando-se a margem de erro amostral.

 

Uma forma mais adequada para se fazer previsões futuras é utilizando modelos estatísticos de predição, que fazem certas suposições sobre o comportamento do eleitorado para que, a partir dos dados das pesquisas, possam fazer projeções estatísticas dos votos de cada candidato no dia da eleição. Entretanto, nenhum dos institutos de pesquisa no Brasil atualmente faz uso de tais modelos preditivos na publicação dos resultados de suas pesquisas. Por outro lado, alguns agregadores de pesquisa utilizam uma série de levantamentos eleitorais junto a dados populacionais demográficos e resultados históricos para fazer previsões eleitorais com modelos estatísticos.

 

Para que servem as pesquisas pré-eleitorais, então?

 

Um dos papéis principais das pesquisas pré-eleitorais é apresentar as preferências e opiniões do eleitorado num determinado momento de forma clara e objetiva por meio de métodos científicos. Isso nos permite ter uma compreensão melhor e mais ampla dos eleitores, inclusive fora de nossas próprias bolhas. Além disso, por meio de sucessivas pesquisas realizadas ao longo do tempo, como é feito por diversos institutos, é possível traçar, retrospectivamente, certas tendências do eleitorado, que podem ajudar a entender como determinados eventos impactaram a opinião dos eleitores. Isso não significa que essas tendências se manterão depois do período em que a pesquisa foi feita, mesmo porque o eleitorado é dinâmico e sujeito a mudanças mediante a novos acontecimentos e informações. Mas um importante primeiro passo para compreender melhor o presente e vislumbrar o futuro é entender o passado. É para isso que servem as pesquisas pré-eleitorais.

 

*Raphael Nishimura é estatístico e metodologista no Survey Research Center da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.

Debate na Globo: Bolsonaro cumpre missão e Lula cai em armadilhas, aponta levantamento

Por Fernanda Alves — Rio de Janeiro O GLOBO

 

O candidato do PT Luiz Inácio Lula da Silva foi quem se saiu pior no debate da Globo desta quinta-feira entre os quatro principais candidatos à Presidência, segundo levantamento da consultoria Quaest. Dados coletados mostram que Ciro Gomes (PDT) teve mais menções positivas na internet, seguido por Jair Bolsonaro (PL) e Simone Tebet (MDB). A avaliação é de que o petista se mostrou irritado com as provocações dos adversários, enquanto Ciro e Tebet se mantiveram estáveis e Bolsonaro não aumentou sua rejeição.

 

Segundo o diretor da Quaest Felipe Nunes, o ex-presidente perdeu pontos ao cair nas armadilhas dos adversários. Lula se irritou com questionamentos do atual presidente e do candidato do PTB, Padre Kelmon. Em um dos embates, após o padre vincular o petista a escândalos de corrupção e ao governo da Nicarágua, ele respondeu o chamando de “impostor” e candidato “laranja”. Os dois tiveram que ser interrompidos mais de uma vez pelo apresentador, William Bonner.

— Lula caiu na armadilha da estratégia bolsonarista e, irritado, não fez um bom debate. Bolsonaro jogou para não aumentar sua rejeição e saiu do debate com a missão cumprida. Ciro e Tebet precisavam segurar seus eleitores. Os dados coletados pela Quaest mostram que foram bem sucedidos nessa empreitada— explica.

Quem teve mais menções positivas nas redes durante o debate foi Ciro Gomes, com 49,2%, contra 50% de posts negativos. Jair Bolsonaro aparece em segundo lugar, com 49% de comentários favoráveis, seguido por Simone Tebet, com 45,2%. Lula aparece em quarto lugar, com 43,5 %.

O levantamento mediu também as palavras mais comentadas na internet durante os blocos do debate. Termos como "direito de resposta", "padre de festa junina", "candidato laranja" e "leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc" estão entre as expressões mais populares.

Felipe Nunes ressalta ainda o impacto eleitoral que o debate pode causar nos votos, principalmente nos eleitores indecisos. Dados da pesquisa Quaest divulgada na quarta-feira mostravam que 21% dos eleitores diziam poder mudar de voto após o embate entre os presidenciáveis.

— Foi um debate com grande impacto na sociedade. Para efeito de comparação, o debate da Band teve alcance de 134 milhões de contas, já o debate da Globo chegou a um alcance de 204 milhões — avaliou Nunes.

Compartilhar Conteúdo

444