É a economia, Lula
Ainda líder de uma corrida presidencial que se tornou mais acirrada e complexa, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) insiste na soberba de amparar sua postulação eleitoral apenas na vasta rejeição popular a seu adversário e incumbente, Jair Bolsonaro (PL).
O ex-presidente parece esperar que o retorno ao Planalto se dê por mera gravidade, ou pelo reconhecimento de feitos passados. Ou, ainda, porque os eleitores nada mais teriam a perder e estariam propensos a endossar qualquer alternativa ao quadro atual.
Os resultados do primeiro turno deveriam ter bastado para que Lula descesse desse pedestal. Milhões de votos demonstraram ali que os dispostos a reconduzir Bolsonaro e aliados —ou a evitar novo mandato petista— estão longe de se limitar à minoria que partilha de teses autoritárias e delírios conspiratórios.
A despeito de dificuldades, o panorama econômico, decisivo em qualquer eleição, não corresponde a um cenário de terra arrasada. O aumento do otimismo com o futuro imediato, cumpre recordar, já era detectado pelo Datafolha antes da abertura das urnas.
A inflação que aflige pobres e remediados começou a ser contida. O emprego avança com força neste ano. Trabalhadores que obtiveram vagas e empresários que contrataram querem saber o que lhes aguarda.
É um acinte, portanto, que Lula mantenha a opacidade quanto a seus planos e nomes para a gestão da economia —além de um erro estratégico que pode ter lhe custado a vitória no primeiro turno. Afinal, a pauta situacionista é, por definição, mais previsível.
É fundamental explicar como manter a recuperação da atividade e buscar o equilíbrio orçamentário, requisitos para a sustentação das políticas sociais. Na busca de votos ao centro e à direita, para além do apoio de formuladores do Plano Real e outros economistas de renome, Lula precisa romper com velhas doutrinas estatistas que, ao lado da corrupção, mancharam o legado das administrações petistas.
Promessas de mais gastos públicos e intervencionismo decerto podem agradar a ideólogos do partido e militantes, mas afugentam os estratos que têm os olhos voltados para a liberdade econômica, o empreendedorismo e a contenção da carga de impostos. Já passa da hora de reconhecer que a agenda liberal dos últimos anos trouxe avanços duradouros.
Em sua primeira campanha vitoriosa ao Planalto, duas décadas atrás, o petista acertou ao assumir, em carta pública, compromisso com a responsabilidade fiscal e o respeito aos contratos.
A relativa calmaria financeira de agora não exime Lula de apresentar seus planos e as pessoas que terão a responsabilidade de levá-los adiante. Ao contrário, é o candidato oposicionista que está obrigado a dizer o que pretende mudar ou preservar na economia.
‘A gente acredita que Lula já chegou no teto’, diz ministro das Comunicações de Bolsonaro
Por Eduardo Kattah e Gustavo Queiroz / O ESTADÃO
Após o presidente Jair Bolsonaro (PL) arregimentar apoios de governadores eleitos, o ministro das Comunicações, Fábio Faria (PP), diz confiar numa virada no segundo turno. Para ele, o presidente consegue avançar no Sudeste – região considerada prioritária –, mas também no Nordeste, onde, conforme sua avaliação, deputados que fizeram campanha colados no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) agora poderão angariar votos para Bolsonaro, já que não são mais candidatos.
Embora tenha se mantido no governo, Faria integra um núcleo próximo de assessores do presidente na campanha. Nesta entrevista ao Estadão, ele aposta que Lula atingiu um teto e que ainda há votos úteis que caminham para Bolsonaro. O ministro se tornou um crítico dos institutos de pesquisa e pediu para que as pessoas não respondam levantamentos eleitorais.A seguir, os principais trechos:
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Bolsonaro aposta em maior abstenção; estudo prevê efeito em votação acirrada
Por Marcelo Godoy / O ESTADÃO
Nas apostas da campanha de Jair Bolsonaro (PL) para uma vitória nas urnas no segundo turno da eleição presidencial tem destaque um possível aumento do índice de abstenção em Estados onde a eleição já foi decidida, principalmente no Nordeste – base eleitoral mais fiel do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Numa votação que se projeta acirrada, o número de eleitores que não comparecem às urnas se tornou preocupação latente da campanha petista.
Com a surpresa de ter de enfrentar um segundo turno mais renhido do que o esperado, o combate à abstenção esteve presente nas manifestações de quase todos os governadores presentes na quarta-feira na reunião em que declararam apoio a Lula, em São Paulo.
No caso de Bolsonaro, um dos principais esforços da campanha está concentrado em aumentar a presença de votantes nos 12 Estados em que o presidente venceu e, ao mesmo tempo, confiar na desmobilização da máquina de candidatos às Assembleias Legislativas, Congresso e governos estaduais nas “áreas vermelhas”, com eleitores mais pobres, o que ajudaria a desestimular o comparecimento.
Um estudo estatístico desenvolvido por Örjan Olsén, diretor da Analítica Consultoria, verificou qual seria o possível impacto da abstenção no total de votos dos dois candidatos no segundo turno. No modelo mais favorável a Bolsonaro, o peso do não comparecimento, isoladamente, poderia significar uma diferença de 0,5% dos votos válidos em favor do presidente – o que só definiria uma eleição em um cenário de acirramento da disputa, com a vitória sendo definida por uma margem pequena de votos, menor ainda do que aquela registrada entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), em 2014. Naquele ano, a petista obteve 51,64% dos votos e o tucano, 48,36%. Em um caso assim, a abstenção pode ser decisiva.
Um dos coordenadores da campanha de reeleição de Bolsonaro, Fábio Faria, ministro das Comunicações, disse ao Estadão que a campanha tem a expectativa de uma abstenção maior no segundo turno justamente nos Estados do Nordeste. “O voto útil foi 100% para o Lula. Na nossa conta o Lula vai ter, só de abstenção, menos 3,6% – diferença da abstenção do Bolsonaro para Lula”, afirmou.
O não comparecimento dos eleitores nas unidades da Federação em que a disputa para governador já se definiu no primeiro turno impõe também um desafio aos bolsonaristas. O Rio, onde o governador Claudio Castro (PL) se elegeu no primeiro turno, por exemplo, deu a vitória a Bolsonaro.
O estudo feito por Olsén mostra que um crescimento hipotético de 5% na abstenção nos 14 Estados onde Lula venceu – ao mesmo tempo que houvesse uma redução na mesma proporção nas unidades onde Bolsonaro foi vitorioso – daria ao presidente 856 mil votos válidos a mais e retiraria 219 mil do petista.
“É que a queda da abstenção nos Estados onde Bolsonaro venceu também traria votos novos a Lula, pois em nenhuma das outras regiões a vantagem do presidente foi tão grande quanto a registrada em favor de Lula na Região Nordeste”, afirmou Olsén, que é doutor em Comunicação Pública pela Syracuse University, em Nova York.
Seu modelo estatístico mostra que se pode ganhar até 0,5% de votos válidos por meio da aposta no crescimento da abstenção. Esta dificilmente ultrapassa um aumento de 3% de um turno para outro. Ou seja, se Bolsonaro pretende vencer a eleição, terá de lutar pela virada de votos dos eleitores que pretendem votar em Lula.
Prefeitos
Um dos principais apoiadores do presidente, o governador reeleito de Minas, Romeu Zema (Novo), aposta na virada de votos, no convencimento de quem optou por Lula no primeiro turno. O político anunciou seu apoio a Bolsonaro na semana passada, dois dias após a votação em primeira etapa, e foi o anfitrião de um evento de campanha com o presidente da República na sede da Federação das Indústrias de Minas (Fiemg).
Ao Estadão, Zema disse que pretende mobilizar a Associação Mineira dos Municípios (AMM) para garantir a capilaridade da campanha no segundo turno da disputa presidencial. A entidade representativa dos chefes dos Executivos municipais mineiros congrega 820 das 853 prefeituras do Estado, o segundo maior colégio eleitoral do País. “Os prefeitos de Minas comeram o pão e a rosca que o diabo amassou com a gestão do PT (no Estado)”, disse o governador reeleito.
Zema passou também a usar suas redes sociais para convencer conterrâneos que deram a vitória a Lula no Estado no primeiro turno por uma diferença de 560 mil votos.
O problema das pesquisas e das campanhas é que nem sempre é possível detectar quem vai se abster. No primeiro turno, o eleitor de Lula se absteve mais do que o de Bolsonaro, conforme pesquisa Genial/Quaest: 45% dos que deixaram de votar pretendiam eleger o petista, enquanto só 25% queriam reeleger o presidente.
Esse dado mostra por que o combate à abstenção virou uma obsessão para o comando da campanha petista já no primeiro turno, quando a equipe de Bolsonaro chegou a questionar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o passe livre garantido no transporte público por prefeitos de diversos Estados.
Na opinião do cientista político Antonio Lavareda, a abstenção compulsória, aquela que leva o eleitor mais pobre a deixar de votar por falta de dinheiro ou por necessidade de trabalhar no dia da eleição, prejudica mais o candidato petista. Do ponto de vista da campanha de Lula, esse deveria ser o principal foco no segundo turno: levar o eleitor que faltou ao primeiro turno a votar agora.
“Acredito que é possível ampliar a votação em todas as regiões do Brasil, diminuindo até os votos brancos e nulos”, afirmou o senador eleito pelo Piauí, Wellington Dias (PT), um dos coordenadores da campanha do ex-presidente. “Sou do Nordeste, e vamos trabalhar lá para o crescimento.”
O governador eleito do Amapá, Clésio Luis, do Solidariedade, foi ainda mais direto. “Nos Estados em que a eleição já terminou (caso do Amapá) temos uma tarefa que é não deixar que a abstenção seja alta. Na medida em que os cargos locais já foram preenchidos temos uma tarefa de fazer o povo entender que nós somos todos Brasil”, afirmou.
Transporte
Apostar na manutenção do transporte público e, principalmente, no passe livre, se transformou em um mantra entre os petistas, como o senador Jaques Wagner (PT-BA). Mas não só.
“Onde estão os votos que a gente pode conquistar? Eles estão na abstenção, nos do Ciro (Gomes) e nos da Simone (Tebet). Nós vamos correr atrás. Vamos fazer um apelo aos filiados de cada partido para correr atrás dos votos. Temos condição de aumentar muito os votos. Nós temos um problema de transporte, que vai ser um grande desafio, principalmente no Nordeste, que tem uma grande zona rural”, declarou a governadora do Piauí, Regina Sousa (PT).
Apesar da ação da campanha de Bolsonaro, o passe livre para eleitores no dia do voto tem defensores até entre seus apoiadores. É o caso de Zema. “Sou totalmente favorável. Qualquer obstáculo ao eleitor não é bem-vindo e, para as pessoas mais humildes, o preço do transporte público pode ser um obstáculo.”
Manifestações como essas, feitas pelas duas campanhas, mostram por que a logística pode ter um peso tão grande em uma eleição cada vez mais acirrada e polarizada, como a de 2022.
COLABORARAM GUSTAVO QUEIROZ E EDUARDO KATTAH
Transferência de votos para Lula ou Bolsonaro depende do engajamento de novos aliados
Por João Scheller / O ESTADÃO
Poucos dias após um primeiro turno que cristalizou a divisão clara entre os eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) pela disputa à Presidência, deu-se início a uma onda de apoios políticos para cada um dos candidatos. Desde o tímido aceno de Ciro Gomes (PDT) a Lula até o apoio “incondicional” do governador paulista Rodrigo Garcia (PSDB) a Bolsonaro, o mundo político tenta responder a uma pergunta essencial: de que forma o endosso às candidaturas pode se transformar em votos?
Para analistas e políticos ouvidos pelo Estadão, o cenário depende primordialmente do quanto cada um dos apoiadores irá se empenhar nas campanhas dos aliados e conseguir, de fato, converter esse apoio em mais votos nas urnas.
Nesse sentido, as atenções se voltam a dois grupos. Primeiro, aos candidatos à Presidência derrotados no primeiro turno, que têm um contingente de eleitores a ser disputado. E, em segundo, a governadores, reeleitos ou derrotados, que possam utilizar a influência política – e, principalmente, a máquina pública – para angariar votos aos aliados.
Bolsonaro teve 6 milhões de votos a menos que Lula, defasagem que teria de ser recuperada até o fim do mês. O cenário polarizado, porém, fez com que os eleitores se concentrassem nos dois principais candidatos e deixassem pouca margem para avanços. Os votos dos candidatos derrotados somam 8% dos eleitores, ante 24% em 2018 e 2014. Além disso, um aumento da abstenção, que foi de 20,95% no dia 2, pode ser decisivo se a votação for acirrada. Em 2018, por exemplo, elas cresceram em 1,6 milhão de votos do primeiro para o segundo turno.
Diferenças
”Existem dois tipos de apoio. Um é simbólico, que, indiretamente, pode vir a se tornar voto”, disse a professora Graziella Testa, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), citando as chancelas de Fernando Henrique Cardoso e de Armínio Fraga a Lula. “E tem o tipo de apoio, que é mais importante agora, a três semanas do segundo turno, que é o apoio que se transforma em voto.”
Aqui entram governadores, como Romeu Zema (Novo), vencedor no primeiro turno em Minas, e Rodrigo Garcia (PSDB), que perdeu em São Paulo. Ambos apoiam Bolsonaro. Estão ainda neste grupo presidenciáveis derrotados no primeiro turno, principalmente Ciro e Tebet, que têm, de fato, votos para transferir.
Enquanto o apoio de Ciro – que optou por chancelar a decisão do PDT de endossar a candidatura de Lula – tende a ter pouco efeito prático, a forte sinalização de Tebet pode transferir votos que não se identificam com nenhum dos polos. “Tebet teve um crescimento grande durante a campanha e, a despeito de representar um porcentual (de eleitores) pequeno, é um porcentual que pode ser decisivo, que não optou pelo voto útil”, destacou Graziella Testa.
Capilaridade
Se o apoio de Ciro e Tebet pode trazer votos a Lula, a aliança com governadores traz a capilaridade dos municípios e o poder de movimentar o aparelho estatal em favor de Bolsonaro. “É o apoio aritmeticamente determinante (de Ciro e Tebet) versus o apoio político relevante e o apoio da máquina”, afirmou o cientista político Antônio Lavareda, diretor do Ipespe.
A dúvida fica por conta da possibilidade de mobilização dos governadores para a reeleição do presidente, principalmente em colégios eleitorais-chave, como São Paulo e Minas. “Zema é muito relevante e muito bem avaliado. Essa boa avaliação pode se traduzir em voto, sim. Agora, um ponto importante é: o que essas figuras têm de fazer para traduzir o apoio em voto?”, afirmou Graziella Testa, da FGV.
A vantagem de Lula no Estado foi de 4,6 pontos porcentuais, enquanto a de Zema ocorreu por uma diferença de 21,02 pontos ante seu principal adversário, o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD).
Desafio é fazer liderança local influenciar disputa nacional
Em meio a um cenário polarizado, um dos desafios é fazer com que os apoiadores nos Estados consigam, de alguma forma, exercer influência sobre o eleitorado que já tem uma preferência de voto.
“Existem poucas evidências empíricas para sugerir que o apoio de candidatos de outros partidos ou de líderes regionais influencie a votação nacional, especialmente quando os candidatos à Presidência são tão conhecidos”, diz relatório da consultoria de risco político americana Eurasia.
“Ou o governo usa a máquina pública, ou não vale a pena. A declaração de apoio resolve muito pouco”, completou Antônio Lavareda, cientista político e diretor do Ipespe.
Enquanto em Minas, o governador Romeu Zema (Novo) tem mais quatro anos de governo pela frente, em São Paulo, a derrota do governador Rodrigo Garcia (PSDB) no primeiro turno faz com que ele tenha mais liberdade para se engajar na campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Garcia tem mais interesse do que Zema na vitória, porque, derrotado, pode alugar espaço no governo federal”, afirmou Lavareda. As reações à decisão de Garcia, que se filiou recentemente ao PSDB, com a debandada de secretários e reclamações de figuras históricas do partido, indicam que ele tomou uma decisão pessoal.
“A movimentação dele (Garcia) não ponderou duas coisas: uma conversa com o secretariado e uma conversa com o partido”, disse o cientista político e professor da Universidade Federal do ABC (UFABC) Vitor Marchetti. “É algo que não soma muito para a campanha e, para Rodrigo, fica um tanto quanto humilhante”, declarou o cientista político Marco Antônio Teixeira, da FGV. “É diferente do apoio do partido. O apoio do PDT ao Lula trouxe o Ciro, mesmo que constrangido”, completou.
”O primeiro sinal (dos governadores que apoiam Bolsonaro) não me pareceu um sinal de que irá tentar enormemente reverter votos. O movimento mostra que o presidente não está isolado, tem base, mas não me parece um primeiro sinal de figuras dispostas a ir a campo pedir voto, ou, no caso do Zema, reverter voto”, disse Marchetti.
No Rio, por sua vez, a campanha de Cláudio Castro (PL) – governador reeleito em primeiro turno – promete mobilizar prefeitos para trazer votos em Bolsonaro. O partido de Castro elegeu 17 dos 70 deputados estaduais, além de 11 dos 46 deputados federais fluminenses, tendo capilaridade muito maior no Estado.
“Tem margem (para virar votos), estamos mobilizando os prefeitos”, disse o deputado federal reeleito Altineu Côrtes (PL-RJ).
Datafolha: corrupção, crime, trabalho e democracia pesam no voto de segundo turno
Uma pesquisa do instituto Datafolha que perguntou a eleitores que temas eles consideram mais importantes para a decisão de voto a presidente no segundo turno apontou corrupção (85%), crime (85%), direitos trabalhistas (83%), democracia (82%) e emprego (82%) como os mais citados.
O levantamento, divulgado na tarde deste sábado pelo jornal Folha de S.Paulo, entrevistou 2.884 pessoas entre quarta e sexta em 179 municípios. A pesquisa também identificou como temas relevantes (tecnicamente empatados com as questões de democracia e emprego) o combate à inflação (81%) e a defesa do meio ambiente (81%).
Os participantes foram questionados também sobre a capacidade de lidar com esses problemas dos candidatos Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro.
Bolsonaro foi considerado por uma parcela maior de eleitores como o mais apto a combater o crime (48% contra 41% de Lula) e a corrupção (52% contra 41%). Já Lula foi apontado como mais capaz de reduzir o desemprego (50% contra 43% de Bolsonaro) e de defender os direitos trabalhistas (55contra 40%).
Entre os fatores que menos pesam na decisão de voto, segundo os itens escolhidos para a questão estimulada, estão a orientação de um líder religioso (54%) e a manutenção do Auxílio Brasil a R$ 600 (65%).
Em um patamar intermediário ficaram as preocupações com a defesa do direito de minorias (81%) e a defesa dos valores da família tradicional (74%).
A pesquisa foi a primeira realizada sobre problemas do país pelo Datafolha após a votação de primeiro turno. O GLOBO