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Arrastão do Bolsonaro

Eliane Cantanhêde, O Estado de S.Paulo

28 Agosto 2018 | 03h00

 

Nas pesquisas sem o ex-presidente Lula, Jair Bolsonaro (PSL) lidera em todas as regiões, menos no Nordeste, e avança sobre votos que seriam naturalmente de seus adversários em três segmentos ao menos: agronegócio, evangélicos e, como mostrou o Estado, até os velhos malufistas de São Paulo. Mas, se tem 20% a seu favor, ele precisa amansar os 37% que não votam nele de jeito nenhum e disputar os incríveis 38% ainda sem voto.

Na opinião de Marina Silva (Rede), a segunda colocada, a transferência de votos para um neófito em disputas presidenciais como Bolsonaro, inclusive ou principalmente de setores evangélicos, se deve a um “populismo de extrema direita”. Ela reforça o perigo do populismo, tanto à direita quanto à esquerda, mas o difícil é o eleitor e a eleitora se darem conta disso.

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Companheiros golpistas

Para alguns candidatos será constrangedor e difícil explicar. Para milhões de eleitores vai ser quase impossível entender as próximas cenas da campanha eleitoral. O primeiro capítulo vai ao ar na sexta-feira, quando começa propaganda política no rádio e na televisão. Nesse dia, por coincidência, se completam dois anos do último impeachment (em três décadas de democracia, o país já derrubou metade dos quatro presidentes que chegaram ao Planalto pelo voto direto).

 

Em vários estados o eleitor será surpreendido com o desfile do PT de Dilma e Lula abraçado aos “golpistas” do MDB de Michel Temer. Foram parceiros no poder por 12 anos e sete meses, até o impeachment de Dilma.

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Esquema de propaganda ilegal da internet oferecia R$ 1.500 mensais por elogios a petistas

BRASÍLIA — Influenciadores digitais que replicaram conteúdos elogiosos a candidatos do PT nas redes sociais receberam oferta de pelo menos R$ 1.500 por mês para participar de ações na internet, segundo e-mail original de uma proposta obtido pelo GLOBO. No documento, Isabella Bomtempo, dona de um e-mail com o domínio da aceleradora VBuilders, diz que trabalha para uma agência e gostaria de promover "ações de militância política para a esquerda". Segundo fonte ouvida pelo GLOBO, Isabella trabalha para a agência Follow, de propriedade do deputado federal e candidato do PT ao Senado por Minas Gerais, Miguel Corrêa.

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O eleitor como freguês

O Estado de S.Paulo

27 Agosto 2018 | 03h00

 

É espantosa a facilidade com que vários candidatos à Presidência da República, à moda das eleições de antigamente, alimentam de forma descarada a ilusão de que ao eleitor basta votar em alguém que lhe resolva os problemas particulares imediatos para que tudo melhore e reine a felicidade no País.

Diante dos imensos desafios que se apresentam à Nação, nesta que se afigura a mais importante eleição presidencial dos últimos tempos, é lamentável que alguns dos principais postulantes recorram ao populismo desbragado e rasteiro, tratando o eleitor como freguês de quitanda, que se satisfaz com a bisnaga de sempre, em vez de convidarem esse mesmo eleitor a refletir sobre seu papel, como cidadão, na reconstrução do Brasil.

Para que isso acontecesse, teria de estar em vigor no País uma outra cultura política, diferente desta em que parecem ganhar pontos os candidatos que se apresentam como “antissistema”. Em sua radicalização, que até este momento tem seduzido parcela considerável do eleitorado, à esquerda e à direita, esses candidatos procuram deslegitimar as instituições democráticas, vistas como inimigas – especialmente o Judiciário, o Congresso e a imprensa. Os eleitores estão sendo incitados não a apoiar soluções racionais para o País nem a aceitar sua parcela de responsabilidade nessa empreitada, e sim a dedicar seus melhores esforços para desmoralizar os adversários, repudiar o establishment e eleger um “salvador da Pátria”.

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MP eleitoral em MG e no PI analisam campanhas pagas pró-PT em rede social

Teo Cury, O Estado de S.Paulo

27 Agosto 2018 | 17h29

 

BRASÍLIA - As procuradorias eleitorais de Minas Gerais e do Piauí abriram procedimentos para analisar se houve irregularidades envolvendo o pagamento de influenciadores em redes sociais para fazer campanha para candidatos petistas. O procedimento é o primeiro passo para a abertura de uma investigação formal.

O caso ganhou repercussão no fim de semana após uma série de posts exaltando a gestão do governador do Piauí, Wellington Dias, candidato a reeleição. Internautas passaram a acusá-lo de pagar uma agência de “influenciadores digitais” para divulgar mensagens positivas a seu respeito.  A prática seria ilegal e configuraria propaganda irregular ou até caixa 2. O governador negou as acusações e a presidente nacional do partido, senadora Gleisi Hoffmann, afirmou que o PT está averiguando as informações.

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