Em vídeos compartilhados nas redes, Lula e Ciro aparecem em clima de pré-campanha
Camila Zarur / O GLOBO
Ainda que 2022 esteja longe, nas redes sociais possíveis candidatos à eleição presidencial e seus partidos já estão em clima de pré-campanha. Nesta semana, um vídeo do ex-presidente Lula (PT) em meio eleitores foi compartilhado com um jingle que canta sobre a saudade da época que o petista estava no poder. Já o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) lançou uma série de vídeos curtos com propostas para o país.
Embora o vídeo de Lula não faça parte da campanha oficial do ex-presidente, ele foi compartilhado por membros do partido, como os deputados Helder Salomão (ES) e Alencar Santana Braga (SP).
O jingle chiclete canta que está com saudades de votar no ex-presidente e da época que "tinha carne, cerveja e churrasco”. Em outro verso, a música diz “não estou aguentando dinheiro acabando, e nós sofrendo comendo só ovo”. Nas imagens aparecem Lula discursando e entre os eleitores, além de gravações de pessoas dançando — o que dá ao clipe uma cara de peça publicitária eleitoral.
O jingle, feito pelo músico Juliano Maderada, é uma paródia da música Tapão na Raba, cantada por Rai Saia Roda. No canal do Youtube do artista, Maderada Music Show, há outras canções feitas para Lula e contra o presidente Jair Bolsonaro.
Procurado, o petista disse que não está discutindo candidatura por ora.
Ciro Gomes, por sua vez, já tem apostado na divulgação de vídeos voltados para sua possível candidatura no ano que vem. Nesta semana, lançou uma série de gravações curtas em que fala as propostas do PDT para o país. O material já faz parte da estratégia de comunicação de João Santana, que já foi marqueteiro de Lula e da ex-presidente Dilma e foi contratado pelo ex-ministro por um contrato de R$ 250 mil por mês.
Os vídeos de Ciro seguem um visual mais limpo, comparado ao que está sendo compartilhado pelos petistas. O ex-ministro aparece em um fundo neutro e faz um breve discurso de menos de um minuto. Até o momento, três vídeos do tipo foram publicados: no primeiro, Ciro se direciona aos desempregados e trabalhadores informal; no segundo, critica os governos federais passados, afirmando que eles seguem o mesmo modelo desde a gestão de Fernando Henrique; e, no terceiro, fala sobre impostos e desigualdade.
Ciro, Doria, Huck, Leite? Não: nas redes sociais, só dá Bolsonaro e Lula
Um terço dos eleitores diz não querer Bolsonaro nem Lula em 2022. Se somados, nomes como João Doria, Ciro Gomes ou Luciano Huck poderiam ter intenções de votos suficientes para ir ao segundo turno. Mas, na prática, a fragmentada “terceira via” ainda faz pouco ou nenhum barulho em um dos principais termômetros da democracia moderna: as redes sociais.
Monitoramento da consultoria de análise de dados Bites obtido pela EXAME mostra que a liderança absoluta que Bolsonaro e Lula apresentam nas pesquisas se reflete também na internet.
Nem mesmo a primeira tentativa de união do grupo mais ao centro foi capaz de mudar o cenário. Na carta em defesa da democracia, que uniu seis presidenciáveis em 31 de março, o movimento de repercussão nas redes pode ser considerado quase irrelevante, diz André Eler, diretor adjunto da Bites e que acompanhou em todas as últimas eleições as movimentações de comportamento nas redes.
"Ainda que juntando seis candidatos, a carta foi um fracasso nas redes sociais", diz. "Não chegaram a fazer cócegas na liderança de Bolsonaro ou Lula. É muito pouco o que esses nomes oferecem de repercussão."
Na métrica batizada de “Tração”, criada pela Bites para medir a capacidade de repercussão e interações nas redes sociais, nenhum dos possíveis presidenciáveis da “terceira via” consegue ultrapassar de forma consistente o valor de 1 ou mesmo de 0,5 no índice.
Enquanto isso, Bolsonaro tem caído, mas ainda figura muito à frente dos demais, acima de 5 ou 6. Já Lula voltou a fazer barulho nas redes após ficar novamente elegível no começo de março, quando chegou a 5 em tração pela métrica da Bites e empatou com Bolsonaro. Foi a primeira vez que um possível candidato rivalizou com o presidente em repercussão nas redes desde o começo do mandato.
Desde esse pico, a tração do petista passou a novo patamar, e figura frequentemente por volta de 1 ou 2, bastante atrás de Bolsonaro, mas se firmando à frente do restante dos concorrentes. (veja no gráfico abaixo, que mostra a tração de alguns dos nomes que lideram na última pesquisa.)
Em conversas com Bolsonaro, Partido da Mulher Brasileira muda de nome para 'Brasil 35'
Guilherme Caetano o globo
SÃO PAULO — Enquanto mantém conversas com Jair Bolsonaro visando a ser a próxima legenda do presidente, o Partido da Mulher Brasileira (PMB) alterou seu nome para Brasil 35 na manhã deste sábado. A mudança foi feita durante convenção nacional do partido, no Rio de Janeiro.
LEIA:Bivar resiste a retorno de Bolsonaro ao PSL: 'Não acredito que o presidente saia de sua linha'
A logomarca do partido, antes de cores azul e branca, passou por uma atualização. A marca ganhou as cores verde e amarelo, bastante usadas por Bolsonaro, e o slogan "Coragem para fazer". O estatuto do PMB também foi alterado.
O motivo da mudança, segundo a presidente nacional, Sued Haidar, não teve influência da busca de Jair Bolsonaro por um novo partido. Ela diz que o diretório nacional vem pensando numa atualização desde 2017, dois anos depois da obtenção do registro definitivo. O número 35 se refere, de acordo com ela, à numeração da legenda.
Haidar, no entanto, confirmou contato com Jair e Flávio Bolsonaro, mas negou ter fechado acordo para filiação do grupo político do presidente.
— Houve, sim, uma conversa com o presidente. E tem que existir diálogo. A gente continua conversando com todos os partidos. Vamos caminhando aí. O partido não tem que entrar numa bola dividida que não é nossa. Foi uma conversa muito tranquila, de discussão da questão das pautas necessárias, que foram várias, por exemplo, a questão da saúde, educação. E da possibilidade de o presidente vir (para o PMB) foi feita da forma que ele deve ter procurado conversas com outros partidos. Não foi só com a nossa equipe — afirmou Haidar.
Após romper com o PSL em novembro de 2019, Jair Bolsonaro se engajou na criação de seu próprio partido, o Aliança pelo Brasil. Mas a demora na coleta das 492 mil assinaturas necessárias para a obtenção do registro definitivo junto à Justiça Eleitoral fez o presidente procurar alternativas. Bolsonaro tinha dado ao Aliança o prazo de 30 de abril, a partir do qual passaria a buscar um plano B.
Em entrevista ao GLOBO na última quinta-feira, Flávio Bolsonaro afirmou que ele e seu pai têm conversado com alguns partidos, como PMB, Patriota e DC. Segundo Flávio, "independentemente de o presidente não se filiar ao PP nem ao PSL, selamos na terça-feira um compromisso de que tanto PP quanto PSL estarão na coligação do Bolsonaro em 2022".
— O presidente tem que ver o que é melhor para ele. A legenda não tem fundo partidário, não tem tempo de TV. Até agora não houve essa conversa de aperto de mão, não — declarou Haidar.
Se Bolsonaro se filiar ao Brasil 35, não terá sido a primeira vez em que um partido passou por um "rebranding" para acolhê-lo. Em 2017, o então Partido Ecológico Nacional (PEN) foi rebatizado de Patriota, nome que se mantém até hoje, para que Bolsonaro pudesse concorrer à presidência. No entanto, o candidato migrou para o PSL, pelo qual saiu vencedor do pleito.
Rumo ao nada - J. R. Guzzo, O Estado de S.Paulo
A imprensa brasileira desenvolveu ao longo das décadas, como a teoria da evolução garante que acontece com as espécies ao longo dos séculos, uma habilidade única. Mantém com vida artificial dentro do noticiário político, respirando por aparelhos, eventos de importância prodigiosa que têm uma característica muito simples entre si: não existem. É o que se poderia chamar de “não fato” – ou, mais precisamente, lendas que vão sendo repetidas de redação em redação, hoje em dia em tempo real, e que não têm nenhuma relação com qualquer tipo de coisa que possa ser certificada como realidade. É como o ar do pastel: está lá dentro, mas não serve para nada.
Você sabe o que é. Há uns 40 anos, ou por aí, aparece regularmente nas manchetes de jornal e no horário nobre da TV a seguinte frase: “MDB pensa em deixar o governo”. Precisa dizer mais alguma coisa? Um “não fato” como esse é provavelmente o melhor que se pode obter no gênero, mas há concorrentes. “Deputados estudam formação de frente comum”, por exemplo. Um clássico, sempre, são as CPIs. “CPI disso ou daquilo pretende investigar isso ou aquilo.” Há também a “apuração rigorosa”, o “novo estudo” e a “mobilização da oposição” – ou da “tropa de choque”. Nunca se apura nada, nem o estudo resulta em alguma coisa de útil, nem alguém se mobiliza para outra finalidade que não seja a de se aproveitar do erário ou fugir do Código Penal.
Mas e daí? Essas miragens sempre enchem páginas que correriam o risco de ficar em branco, ou minutos que poderiam passar em silêncio; pode ser inútil para o público, mas é útil para preencher espaço e tempo. Para sorte de comunicadores e veículos, a disposição do leitor em ser informado sobre fatos que não estão acontecendo é normalmente muito generosa; ele lê, esquece o que leu e acaba lendo outra vez. Passa um tempinho, e lá vem de novo: “MDB pensa em deixar o governo”. Nunca deixou, e não vai deixar nunca, mas a notícia volta. É a vida.
O duplo zero do momento são as matérias dando conta do que diz, do que faz e até mesmo do que pensa meia dúzia de cidadãos, ou mais, descritos pela mídia como “candidatáveis” à Presidência da República nas eleições de 2022. Não se para de falar deles, a propósito de tudo. Assinam manifestos. Fazem reuniões entre si. Solidarizam-se uns com os outros. Dão entrevistas. Lançam bulas de excomunhão contra o governo, o tempo todo. Falam para o Brasil. Falam para o mundo. Tudo bem, mas o que, no fim das contas, poderia ser um “candidatável”? Uma coisa é certa: os que desfilam por aí não são candidatáveis a candidatura nenhuma, não na vida real. Supõe-se que, para ser mesmo um “candidatável”, segundo o entendimento comum que se tem dessa palavra, o sujeito precisa ser capaz de se transformar num candidato de verdade – ou seja, em alguém que tem alguma chance de ser eleito, um dia, para algo de importância. Ou é isso, ou não é nada. Os “candidatáveis” de hoje não são nada.
Nenhum dos nomes que frequentam o noticiário de todos os dias tem a mais remota chance de chegar à Presidência da República – podem, com sorte, arrumar alguma coisa em seus Estados (deputado, por exemplo, não é difícil), mas ficam por aí. Se não são candidatos sérios a presidente, porque jamais serão eleitos, também não são “candidatáveis”.
25 de abril de 2021 | 03h00
A imprensa brasileira desenvolveu ao longo das décadas, como a teoria da evolução garante que acontece com as espécies ao longo dos séculos, uma habilidade única. Mantém com vida artificial dentro do noticiário político, respirando por aparelhos, eventos de importância prodigiosa que têm uma característica muito simples entre si: não existem. É o que se poderia chamar de “não fato” – ou, mais precisamente, lendas que vão sendo repetidas de redação em redação, hoje em dia em tempo real, e que não têm nenhuma relação com qualquer tipo de coisa que possa ser certificada como realidade. É como o ar do pastel: está lá dentro, mas não serve para nada.
Você sabe o que é. Há uns 40 anos, ou por aí, aparece regularmente nas manchetes de jornal e no horário nobre da TV a seguinte frase: “MDB pensa em deixar o governo”. Precisa dizer mais alguma coisa? Um “não fato” como esse é provavelmente o melhor que se pode obter no gênero, mas há concorrentes. “Deputados estudam formação de frente comum”, por exemplo. Um clássico, sempre, são as CPIs. “CPI disso ou daquilo pretende investigar isso ou aquilo.” Há também a “apuração rigorosa”, o “novo estudo” e a “mobilização da oposição” – ou da “tropa de choque”. Nunca se apura nada, nem o estudo resulta em alguma coisa de útil, nem alguém se mobiliza para outra finalidade que não seja a de se aproveitar do erário ou fugir do Código Penal.
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O duplo zero do momento são as matérias dando conta do que diz, do que faz e até mesmo do que pensa meia dúzia de cidadãos, ou mais, descritos pela mídia como “candidatáveis” à Presidência da República nas eleições de 2022. Não se para de falar deles, a propósito de tudo. Assinam manifestos. Fazem reuniões entre si. Solidarizam-se uns com os outros. Dão entrevistas. Lançam bulas de excomunhão contra o governo, o tempo todo. Falam para o Brasil. Falam para o mundo. Tudo bem, mas o que, no fim das contas, poderia ser um “candidatável”? Uma coisa é certa: os que desfilam por aí não são candidatáveis a candidatura nenhuma, não na vida real. Supõe-se que, para ser mesmo um “candidatável”, segundo o entendimento comum que se tem dessa palavra, o sujeito precisa ser capaz de se transformar num candidato de verdade – ou seja, em alguém que tem alguma chance de ser eleito, um dia, para algo de importância. Ou é isso, ou não é nada. Os “candidatáveis” de hoje não são nada.
Nenhum dos nomes que frequentam o noticiário de todos os dias tem a mais remota chance de chegar à Presidência da República – podem, com sorte, arrumar alguma coisa em seus Estados (deputado, por exemplo, não é difícil), mas ficam por aí. Se não são candidatos sérios a presidente, porque jamais serão eleitos, também não são “candidatáveis”.
O Brasil tem dois candidatos a presidente, Jair Bolsonaro e Lula. O resto é o resto.
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O Irã, condenado oficialmente pela ONU por causa do tratamento abominável que dá às mulheres, ganhou um lugar no conselho que defende “a mulher”, nessa mesma ONU. Espera-se, agora, o manifesto de apoio das feministas brasileiras.
*É JORNALISTA
Presidente do PSDB coloca senador Tasso Jereissati como possível candidato do centro em 2022
Gustavo Schmitt e Sérgio Roxo O GLOBO
SÃO PAULO - Enquanto uma eventual candidatura do governador de São Paulo, João Doria, à Presidência da República não agrada algumas alas do PSDB e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, é visto como inexperiente, parlamentares do partido passaram, na última semana, a citar o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) como um nome capaz de unir as forças políticas de centro em 2022.
Em entrevista ao GLOBO, o presidente do PSDB, Bruno Araújo, convidou Tasso a se colocar como candidato e fez uma série de elogios ao senador, que descreveu como “um nome que transcende o PSDB”. O senador tucano, segundo aliados, poderia atrair até Ciro Gomes (PDT), que foi seu sucessor no governo do Ceará em 1990 quando ainda estava no PSDB, e com quem voltou a conversar.
O PSDB tem prévias marcadas para outubro. No domingo, em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM), defendeu o nome de Eduardo Leite.
Os tucanos tentam construir uma aliança de centro para se contrapor ao presidente Jair Bolsonaro e ao ex-presidente Lula. No sábado, Doria, Leite, Ciro, o apresentador Luciano Huck e Fernando Haddad (PT) se uniram em críticas a Bolsonaro no evento virtual Brazil Conference, promovido pelas universidades americanas Harvard e MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts).
No fim do mês passado, tivemos o manifesto de seis presidenciáveis. É viável a união desse grupo?
Ela é viável, é fundamental. (O manifesto) é o primeiro gesto público de que há diálogo real entre os principais protagonistas. Não vamos reduzir para duas alternativas no campo do centro num jogo de dado. Vamos fazer com diálogo.
Quantos nomes cabem no campo do centro em meio à polarização entre Lula e Bolsonaro?
O sonho que beira a ingenuidade seria um único nome. Algo a partir de três nomes começa a atrapalhar muito essa construção.
A visão econômica do Ciro Gomes pode atrapalhar a união com os demais signatários do manifesto?
É fundamental a participação do Ciro Gomes. Aliás, (a visão econômica) não pode ser tão distinta porque a introdução de Ciro Gomes na sucessão ao governo do Ceará (em 1991), quando era tucano, se deu pela liderança do então governador Tasso Jereissati.
Como poderia ser definido um critério para a escolha do candidato a encabeçar essa união?
É justamente essa construção e os fatores que vão levar a essa definição que serão discutidos. Temos fatos novos todos os dias. Dentro do PSDB, depois da própria provocação do Eduardo Jorge, começa um movimento muito forte de incentivo ao nome do senador Tasso Jereissati (o ex-presidenciável do PV fez uma publicação sugerindo a candidatura de Tasso). Recentemente se intensificaram movimentos no sentido de convencê-lo a aceitar colocar o seu nome. Claro que é um nome que enriquece muito o processo político nacional e transcende de forma definitiva o PSDB.
O senhor já conversou com Tasso sobre isso?
Tem que ser respeitado o tempo de cada um. Fica aqui um convite público, para que ele aceite esse chamamento.
O governador João Doria não decola nas pesquisas e não consegue capitalizar o fato de ter trazido a CoronaVac ao país. A que atribui isso?
O governador Doria tem muito mais ativos do que passivos. O que ele não teve e outros pré-candidatos têm é a possibilidade de ter tido uma exposição de uma eleição nacional. A real definição do eleitor brasileiro se dá na metade do processo eleitoral. Até lá, e neste momento em especial, a população está tentando sobreviver.
Como o senhor vê a ascensão do governador Eduardo Leite no PSDB e as projeções de que ele teria hoje mais simpatia interna do que Doria?
É um dos nomes mais relevantes dessa nova geração. É a juventude e a expectativa de crescimento na sua liderança política que ele leva como um ativo às prévias do partido.
Qual vai ser o papel do PSDB na CPI da Pandemia?
Foi indicado pelo PSDB um dos homens públicos mais respeitados e mais experientes da República, o senador Tasso Jereissati. Será uma apuração com responsabilidade. Mais do que buscar culpados, precisamos apontar caminhos para essa grave crise de saúde e econômica que nós temos.