Mundo ultrapassa 5 milhões de casos do novo coronavírus
O número de casos confirmados do novo coronavírus no mundo superou a marca de 5 milhões nesta quinta-feira, 21, segundo monitoramento em tempo real da Universidade Johns Hopkins. Ainda de acordo com a instituição, são mais de 328 mil mortos e cerca de 1,9 milhão de recuperados.
O vírus, que surgiu em Wuhan, na China, no fim de 2019, se espalhou com força pelo mundo e já foi registrado em 188 países. Desde abril, o Brasil viu uma escalada no número de casos e mortes e hoje ocupa o terceiro lugar entre os países mais atingidos pela pandemia, atrás de Rússia e Estados Unidos.
Atrás do Brasil estão Reino Unido e Espanha, que viram os números diários caírem drasticamente após duras medidas de isolamento social. O mesmo aconteceu na China, primeiro epicentro, e Itália, segundo epicentro do surto de Covid-19.
Pelo ritmo acelerado de diagnósticos positivos, com um recorde nas últimas 24 horas, o Brasil deve ultrapassar a Rússia em breve – hoje a diferença é de 17 mil casos.
Desde que a marca de 1 milhão foi registrada, no início de abril, a Covid-19 seguiu em ritmo estabilizado. Em média, a cada 12,3 dias o mundo registra 1 milhão de novos casos. Foi em 9 de maio que a marca de 4 milhões foi superada, exatamente 12 dias atrás. Com esse ritmo, o planeta pode chegar a 6 milhões de casos no início de junho. veja
Regras de isolamento social rígido em Fortaleza são prorrogadas até 31 de maio
O governador Camilo Santana (PT) e o prefeito Roberto Cláudio (PDT) anunciam a prorrogação das regras de isolamento social até 31 de maio (31/05). As medidas estão em vigor neste período de quarentena para combater a pandemia de Covid-19, causada pelo novo coronavírus.
As regras são estabelecidas em dois decretos, um do governador Camilo Santana (PT) e outro do prefeito Roberto Cláudio (PDT). Os textos têm mesmo teor e há coincidência por razões de garantia jurídica.
Desde 08 de maio (08/05), entraram em vigor regras mais rígidas de isolamento social em Fortaleza, o chamado lockdown.
O prefeito e o governador apresentam dados que, conforme defendem, mostram a efetividade que as medidas têm obtido na Capital. Roberto Cláudio faz apelo à população para que respeite as medidas para que possam funcionar. OPOVO
General da Saúde ouve prefeitos sobre horror ignorado por Bolsonaro
Após quase dois meses sem diálogo com o Ministério da Saúde, dez prefeitos vão se reunir nesta quarta-feira com o ministro interino, Eduardo Pazuello. A audiência foi articulada pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP) para detalhar alguns assuntos pendentes desde o início da pandemia como, por exemplo, a disponibilização de insumos para as cidades.
O Brasil chegou nesta terça ao triste quadro de mais de 1.000 mortos pelo coronavírus num espaço de 24 horas. Nem assim, o presidente Jair Bolsonaro decidiu mobilizar seu governo para verificar o horror vivido nos estados. Vive em negação enquanto prega o uso descontrolado de cloroquina.
Entre os participantes da reunião desta quarta estão ACM Neto, prefeito de Salvador, Gean Loureiro, prefeito de Florianópolis, Teresa Surita, prefeita de Boa Vista e Jonas Donizette, prefeito de Campinas e presidente da Frente de Prefeitos.
O general, que pode deixar o cargo amanhã, ou depois de amanhã, caso Bolsonaro decida encontrar outro aventureiro para o posto, deve ouvir muitas reclamações.
Os prefeitos pretendem cobrar de Pazuello uma posição do ministério sobre a habilitação de leitos de UTI e de retaguarda e a falta de medicamentos, equipamentos de proteção, testes e respiradores. Tudo, enfim, que não foi feito até agora por quem deveria estar liderando a reação no front de batalha, mas se omite no negacionismo. VEJA
Vício petista - FOLHA DE SP
Se houver novidade na eleição para a prefeitura paulistana, não virá do PT. O candidato recém-definido pelo partido, Jilmar Tatto, é um velho conhecido do eleitorado local, em particular o da região da Capela do Socorro, na zona sul, apelidada de Tattolândia devido à influência de sua família.
Ele e quatro irmãos já conquistaram cargos legislativos com os votos do reduto, onde o poder do clã remonta aos anos 1980. O prefeitável petista conhece como poucos a máquina municipal, tendo ocupado cargos importantes nas gestões de Marta Suplicy (2001-2004) e Fernando Haddad (2013-2016).
Tampouco se pode chamar de inovadora a proposta mais vistosa apresentada por Tatto em entrevista à Folha —a gratuidade do transporte de ônibus na cidade.
Essa era, afinal, a bandeira dos movimentos que protestaram contra os reajustes de tarifas promovidos pelos governos paulista e paulistano em 2013, quando o hoje candidato ocupava justamente a pasta municipal de Transportes. A negativa da época contribuiu para desencadear uma onda nacional de manifestações, não raro violentas.
“Eu sei onde buscar os recursos”, diz Tatto, acerca dos exorbitantes subsídios necessários para custear a promessa. É curioso que não soubesse sete anos atrás, quando seu partido estava instalado no poder federal e as condições orçamentárias se mostravam muito menos dramáticas que as atuais.
Em valores de então, calculava-se que a benesse obrigaria a prefeitura a elevar de R$ 1 bilhão para R$ 5,6 bilhões o gasto anual com o transporte coletivo. Note-se que Tatto, hoje, ainda pretende implantar um programa de renda básica.
O PT vai persistindo na prática de abandonar, na oposição, o realismo político e financeiro que conseguiu respeitar em boa parte de suas administrações —e o estelionato reeleitoral de Dilma Rousseff é o contraexemplo mais doloroso para a legenda e o país.
Com tal estratégia desgastada, arrisca-se a pregar apenas para militantes e convertidos, se não for essa a intenção. Não parece ser diferente com o recém-anunciado “Plano Lula para o Brasil”, um pretenso programa de reconstrução econômica do país que por ora só tem de concreto a reverência ao cacique.
Divulgou-se depois que o próprio Lula estaria decidido a retirar seu nome da empreitada, de modo a facilitar a adesão de outras forças. Soa tão farsesco quanto a intenção, manifestada no segundo turno da disputa presidencial, de reunir uma frente política ampla em apoio a Fernando Haddad —aliás, o coordenador do novo plano.
Ministro do STJ diz que país está 'desgovernado' na área da saúde
Por Márcio Falcão, Rosanne D'Agostino e Fernanda Vivas, TV Globo G1 — Brasília
O ministro Rogério Schietti, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), afirmou em uma decisão desta quarta-feira (20) que o país está "desgovernado" na área da saúde.
Schietti fez a avaliação ao analisar um pedido contra a adoção do bloqueio total, conhecido como "lockdown", em Pernambuco (leia detalhes mais abaixo).
A pandemia do coronavírus foi declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em março. No período, dois ministros da Saúde deixaram o cargo: Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Atualmente, a pasta é gerida de forma interina pelo secretário-executivo, Eduardo Pazuello.
Enquanto Mandetta e Teich recomendavam o isolamento social como forma de evitar a disseminação do coronavírus, assim como orientam a OMS e os especialistas na área, Bolsonaro defende a reabertura do comércio, das escolas e a "volta à normalidade".
"Nesse ínterim, continua o país (des)governado na área de saúde – já se vão 6 dias sem um titular da pasta – mercê das iniciativas nem sempre coordenadas dos governos regionais e municipais, carentes de uma voz nacional que exerça o papel que se espera de um líder democraticamente eleito e, portanto, responsável pelo bem-estar e saúde de toda a população, inclusive da que não o apoiou ou apoia", escreveu Rogério Schietti na decisão.
"Em nenhum país, pelo que se sabe, ministros responsáveis pela pasta da Saúde são demitidos por não se ajustarem à opinião pessoal do governante máximo da nação e por não aceitarem, portanto, ser dirigidos por crenças e palpites que confrontam o que a generalidade dos demais países vem fazendo na tentativa de conter o avanço dessa avassaladora pandemia", acrescentou o ministro, em outro trecho.
Comportamento 'irresponsável'
Em outro trecho da decisão, o ministro disse que, tirando Brasil e Estados Unidos, talvez em nenhum outro país "o líder nacional se coloque, ostensiva e irresponsavelmente, em linha de oposição às orientações científicas de seus próprios órgãos sanitários e da Organização Mundial de Saúde".
Para Schietti, a situação ainda vai se agravar em alguns centros urbanos, cujas redes hospitalares não são capazes de atender à demanda crescente por novos leitos e unidades de tratamento intensivo.
"E boa parte dessa realidade se pode creditar ao comportamento de quem, em um momento como este, deveria deixar de lado suas opiniões pessoais, seus antagonismos políticos, suas questões familiares e suas desavenças ideológicas, em prol da construção de uma unidade nacional", afirmou.
O magistrado afirmou ainda que há sentimento de "insegurança", "desesperança" e "medo" na sociedade, o que pode criar "ambiência caótica, propícia a propostas não apenas populistas, mas de retrocesso institucional, como tem sido a tônica nos últimos tempos".
"O recado transmitido é, todavia, de confronto, de desprezo à ciência e às instituições e pessoas que se dedicam à pesquisa, de silêncio ou até de pilhéria diante de tragédias diárias. É a reprodução de uma espécie de necropolítica, de uma violência sistêmica, que se associa à já vergonhosa violência física, direta (que nos situa em patamares ignominiosos no cenário mundial) e à violência ideológica, mais silenciosa, porém igualmente perversa, e que se expressa nas manifestações de racismo, de misoginia, de discriminação sexual e intolerâncias a grupos minoritários", escreveu Schietti.
Caso de Pernambuco
Schietti é relator de um habeas corpus apresentado pela deputada estadual Erica Clarissa Borba Cordeiro de Moura (PSC) – conhecida como Clarissa Tércio –, que pediu salvo-conduto para que os cidadãos de Pernambuco pudessem circular livremente, a despeito do Decreto Estadual 49.017, do último dia 11, que intensificou as medidas de restrição à movimentação de pessoas para combater a pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
O ministro rejeitou o HC por questão processual por entender que não é o tipo de ação cabível contra ato de caráter normativo, para discussão de lei em tese e situações gerais e abstratas.
Ministério da Saúde libera cloroquina para todos pacientes com coronavírus
Mateus Vargas / Brasília, O Estado de S.Paulo
Diante da recusa de dois ministros da Saúde, que optaram por pedir demissão para não assinar o documento, coube ao general Eduardo Pazuello, que assumiu a pasta de forma interina, liberar a cloroquina para todos os pacientes de covid-19. Em documento divulgado nesta quarta-feira com o novo protocolo, o ministério recomenda a prescrição do medicamento desde os primeiros sinais da doença causada pelo coronavírus.
Embora não haja comprovação científica da eficácia do medicamento contra a doença, o Ministério da Saúde alega, no documento, que o Conselho Federal de Medicina autorizou recentemente que médicos receitem a seus pacientes a cloroquina e a hidroxicloroquina, uma variação da droga. "A prescrição de todo e qualquer medicamento é prerrogativa do médico, e que o tratamento do paciente portador de COVID-19 deve ser baseado na autonomia do médico e na valorização da relação médico-paciente que deve ser a mais próxima possível, com objetivo de oferecer o melhor tratamento disponível no momento
Na prática, com o novo protocolo, o governo autoriza que médicos da rede pública de saúde receitem a cloroquina associada ao antibiótico azitromicina logo após os primeiros sintomas da doença, como coriza, tosse e dor de cabeça. As doses dos medicamentos se alteram conforme o quadro de saúde.
"Os critérios clínicos para início do tratamento em qualquer fase da doença não excluem a necessidade de confirmação laboratorial e radiológico", diz o documento do Ministério da Saúde.
Até então, o protocolo do Ministério da Saúde era mais cauteloso e seguia o que dizem sociedades científicas. A droga pode causar efeitos colaterais graves, como parada cardíaca. Esse é um dos motivos para a resistência de comunidades de saúde em recomendar a cloroquina sem acompanhamento médico.
O uso da substância se tornou foco de embate de Bolsonaro com os agora ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Médicos, eles argumentaram a falta de respaldo científico para que a substância fosse receitada logo no início do tratamento da covid-19. A cloroquina é usada para tratamento de malária e outras doenças autoimunes. Em publicação no Twitter antes de ser demitido, Teich chegou a alertar sobre possíveis efeitos colaterais da droga. Diante de um "ultimato" de Bolsonaro, optou por deixar o governo.
“Um alerta importante: a cloroquina é um medicamento com efeitos colaterais. Então, qualquer prescrição deve ser feita com base em avaliação médica. O paciente deve entender os riscos e assinar o ‘Termo de Consentimento’ antes de iniciar o uso da cloroquina”, escreveu Teich no Twitter no dia 12 de maio, três dias antes de pedir demissão.
Antes de sair, em abril, Mandetta também disse ter sido pressionado, em uma reunião no Palácio do Planalto, a assinar um decreto permitindo a prescrição da cloroquina a todos os pacientes da doença. Na ocasião, disse que só o faria quando entidades médicas respaldassem a orientação.
Para poder usar o medicamento, o paciente deverá assinar um termo de "Ciência e Consentimento". O documento inclui declarar conhecer que o tratamento pode causar efeitos colaterais que podem levar à "disfunção grave de órgãos, ao prolongamento da internação, à incapacidade temporária ou permanente, e até ao óbito."
No termo de consentimento que o paciente deverá assinar, também divulgado pelo Ministério da Saúde, o paciente diz aceitar o risco de tomar a droga "por livre iniciativa".
"Estou ciente de que o tratamento com cloroquina ou hidroxicloroquina pode causar os efeitos colaterais descritos acima, e outros menos graves ou menos frequentes, os quais podem levar à disfunção grave de órgãos, ao prolongamento da internação, à incapacidade temporária ou permanente, e até ao óbito", diz o termo, também divulgado pelo ministério.