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Girão pede o cancelamento de questões do Enem por 'viés tendencioso'

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) informou que vai encaminhar ao Ministério da Educação (MEC) uma solicitação de anulação de questões da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2023, realizada no último domingo (5). O parlamentar alegou que essas questões carregam um viés ideológico, como em uma referência à primeira mulher trans a participar das Olimpíadas de Tóquio, o que, na opinião dele, é uma apologia ao movimento LGBTQIA+. 

Durante seu pronunciamento em Plenário nesta terça-feira (7), Girão destacou, em particular, a questão 89 como prejudicial ao agronegócio. De acordo com o senador, são usados termos depreciativos que depõem contra o setor, que ele aponta como "um dos pilares econômicos do Brasil". O senador enfatizou que questões tendenciosas e ideológicas devem ser anuladas pelo Ministério da Educação (MEC), com um pedido de desculpas pelo que ele considera um "erro intencional".

— Em vez de cancelar o Enem, diz que está fora de cogitação, mesmo com essa questão vergonhosa, um acinte ao cidadão de bem. Isso é muito sério porque afeta diretamente quase 4 milhões de estudantes e suas famílias e, indiretamente, toda a nação, que tem um passivo histórico no quesito de educação de qualidade — disse.

O parlamentar relatou ainda que existem graves denúncias de vazamento das provas, o que já está sendo investigado pela Polícia Federal. Girão destacou também a necessidade de melhorar a qualidade da educação no Brasil, citando dados que mostram o "desempenho insatisfatório" dos alunos do país.

— Segundo a última Pnad, divulgada pelo IBGE em 2022, ainda temos 9,6 milhões de brasileiros completamente analfabetos em pleno século XXI. Mas o dado mais chocante vem do último relatório, divulgado em 2018, pelo Indicador de Alfabetismo Funcional (INAF), segundo o qual 29% dos brasileiros com mais de 15 anos, apesar de terem escolaridade, são analfabetos funcionais, ou seja, incapazes de interpretar um texto muito simples — argumentou.

Fonte: Agência Senado

Comissão aprova projeto que regulamenta retirada de empresa do Simples Nacional

A Comissão de Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que regulamenta a exclusão do Simples Nacional das micro e pequenas empresas com débito tributário.

Nesse caso, o projeto prevê que:

  • a empresa notificada pelo fisco poderá continuar no Simples Nacional até 31 de dezembro;
  • a permanência no ano seguinte só será possível se os débitos foram pagos até janeiro.

O texto altera o Estatuto da Micro e Pequena Empresa. Atualmente, essa norma permite a permanência no Simples mediante a regularização do débito em até 30 dias a partir da ciência da comunicação da exclusão.

Benefício
O texto aprovado foi o substitutivo do relator, deputado Jorge Goetten (PL-SC), ao Projeto de Lei Complementar (PLP) 37/23, de autoria do deputado José Medeiros (PL-MT).

Para Goetten, a medida favorece a economia. “Ganha a empresa, ganha o fisco, que reinclui um contribuinte que poderia encerrar atividades, ganha o emprego e ganham os setores econômicos envolvidos", disse.

O projeto será analisado agora pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois seguirá para o Plenário da Câmara.

Reportagem – Janary Júnior
Edição – Natalia Doederlein

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Cláudio Pinho defende ex-ministro Ciro Gomes

Por Luciana Meneses / ALECE

 

Deputado Cláudio Pinho (PDT) - Foto: Junior Pio

 

O deputado Cláudio Pinho (PDT) defendeu o ex-ministro Ciro Gomes durante pronunciamento no primeiro expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa do Ceará desta terça-feira (07/11). 

A disputa interna que vem movimentando o Partido Democrático Trabalhista (PDT), de acordo com o parlamentar,  resultou em uma “perseguição” ao ex-governador Ciro Gomes. “Existe todo um esforço em trazer para esta Casa colocações contra Ciro Gomes na intenção de macular sua imagem, inclusive chamando-o de traidor. Se ele tem processos, cabe à Justiça provar quem tem razão. Mas buscar desqualificar alguém com tamanho histórico é fazer uma política baixa”, repudiou. 

Cláudio Pinho frisou que a Assembleia tem altivez para investigar as afirmações do ex-ministro sobre práticas corruptas por parte do Governo do Ceará. “Essa Casa pode muito bem requerer uma comissão parlamentar de inquérito para investigar e pedir provas das afirmações de Ciro. O que queremos de verdade é que a paz reine, para que possamos caminhar pela construção de um estado desenvolvido e digno”, declarou. 

Em aparte, o deputado Antônio Henrique (PDT) ressaltou que Ciro Gomes não só fez muito pelo Ceará, como por todo o País. “Não tenho o que dizer contra alguém que sempre colocou o seu talento à disposição da população e sempre nos alertou para o errado”, enalteceu. O deputado Queiroz Filho (PDT), por sua vez, disse que faz parte da estratégia da base do governo “bater no emissário, mas não discutir o assunto em questão”. 

Para o deputado Sargento Reginauro (União), as declarações de Ciro Gomes são graves e ganham um peso ainda maior por saírem de sua boca. “Uma figura de peso foi a público e disse que o Governo do Estado está corrompido. Que Ciro seja convidado a esta Casa para esclarecer e trazer provas sobre suas falas. Não é possível que todos os deputados não queiram isso, inclusive os que defendem o governador”, avaliou. 

Por sua vez, o deputado Audic Mota (MDB) aconselhou os aliados de Ciro Gomes a trazerem as denúncias ditas pelo ex-ministro e citarem os nomes dos envolvidos. “Para ter uma CPI, precisamos de um fato determinado. Se existem possíveis atos de corrupção e propina, Vossa Excelência, sendo do partido dele, deveria citá-las na tribuna e apontar o nome de João ou José”, sugeriu. 

Já o deputado Alcides Fernandes (PL) garantiu seu apoio à instalação de uma CPI.  “Tudo precisa ser investigado. Inclusive a questão dos respiradores e do Consórcio Nordeste na época da pandemia”, acrescentou. 

Edição: Adriana Thomasi

Sérgio Aguiar convida para 26ª Conferência e anuncia candidatura à presidência da Unale

Por Gleydson Silva / ALECE

 

Deputado Sérgio Aguiar (PDT) - Foto: Junior Pio

 

O deputado Sérgio Aguiar (PDT) convidou, durante o primeiro expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa do Ceará, nesta terça-feira (07/11), os parlamentares para participarem da 26ª Conferência Nacional da Unale, que começa nesta quarta-feira (08/11), no Centro de Eventos do Ceará.  O evento, que tem como tema “As prerrogativas do Parlamento estadual”, é uma realização da Unale e da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), com apoio do Governo do Estado. 

O parlamentar, que também é secretário da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale) no Ceará e presidente da comissão organizadora da 26ª conferência, anunciou que é candidato à presidência da instituição, em chapa única. Segundo ele, filiado à entidade há 17 anos, caso seja eleito, será a primeira vez que um cearense presidirá a instituição. A eleição e posse serão na sexta-feira (10/11), na Assembleia Geral Ordinária.

Sérgio Aguiar elencou ainda os eventos que compõem a programação da 26ª Conferência da Unale. Entre os destaques estão os eventos simultâneos das entidades legislativas, com diversas associações, federações e uniões; Evento Internacional: Paradiplomacia; palestra de boas-vindas, com Bráulio Bessa; cerimônia de abertura; painéis e mesas-redondas, algumas voltadas às mudanças climáticas e ao meio ambiente; painel sobre políticas de segurança nas escolas; palestra inspiracional Viver Melhor; apresentação de programas e iniciativas legislativas da Alece, entre outros. A programação completa pode ser conferida clicando neste link.

“Esse é um tema que é muito importante, pois estamos vendo aquilo que estamos alertando acontecer: secas no Amazonas, enchentes no sul no nosso País, as temperaturas se exacerbando no Centro-Oeste. Isso mostra que, além de mudar a nomenclatura do antigo Ministério do Meio Ambiente para o Ministério das Mudanças Climáticas e Meio Ambiente, possa ter uma participação ainda maior, e isso será oportuno discutir”, afirmou o deputado.

De acordo com Sérgio Aguiar, até o momento, o evento tem 1,6 mil participantes inscritos, entre servidores de legislativos do País e parlamentares, sendo 19 deputados cearenses e oito de outros países. “Aqueles que não se inscreverem poderão se inscrever presencialmente no Centro de Eventos, a partir das 8h”, pontuou.

O deputado Queiroz Filho (PDT), em aparte, ressaltou que essa é uma oportunidade de trocar conhecimentos sobre as prerrogativas e sobre a atuação parlamentar. “Uma grande oportunidade para esse intercâmbio de ideias e mostrar o que tem dado certo aqui no Ceará, com os mais diversos temas”, disse. 

O deputado De Assis Diniz (PT) enalteceu o trabalho de Sérgio Aguiar, sobretudo nos assuntos da Unale, sua defesa ao trabalho da instituição e afirmou que tem a certeza sobre a eleição do parlamentar para a presidência, tendo em vista a chapa única.

Já o deputado Sargento Reginauro (União) reiterou o trabalho de Sérgio Aguiar na Unale, sugeriu aos demais que se filiem e elogiou o suporte e os serviços que a entidade presta aos deputados. A deputada Jô Farias (PT), por sua vez, parabenizou-o pelo trabalho e compromisso com o Ceará. “Será uma honra enorme tê-lo à frente de uma instituição como a Unale. O Ceará ganha demais com isso”, pontuou.

Parabenizaram e elogiaram o trabalho de Sérgio Aguiar os deputados Dra. Silvana (PL), Simão Pedro (PSD) e Missias Dias (PT).

Edição: Adriana Thomasi

Leonardo Pinheiro ressalta sanção de lei que ajusta limites intermunicipais

Por Ricardo Garcia / ALECE

 

Deputado Leonardo Pinheiro (PP) - Foto: Junior Pio

 

O deputado Leonardo Pinheiro (Progressistas) celebrou, durante o primeiro expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa desta terça-feira (07/11), a sanção, pelo governador Elmano de Freitas, na última quarta-feira (01/11), da lei que ajustou diversos limites entre municípios cearenses.

Segundo o parlamentar, a lei ajusta os limites intermunicipais de 24 municípios do Estado, tendo um impacto bastante significativo na vida de milhares de cearenses. “É uma iniciativa fundamental para a eficácia das políticas públicas em uma gestão administrativa equânime dos municípios envolvidos, garantindo que os limites territoriais reflitam com precisão a realidade histórica, administrativa, cultural e social desses lugares”, destacou.

Ainda para Leonardo Pinheiro, a redefinição dos limites traz como resultados a promoção do desenvolvimento regional sustentável, possibilitando uma distribuição mais justa e eficiente de recursos, serviços e infraestrutura.

“É uma lei que traz alento e benefícios para as pessoas que vivem nessas regiões contempladas, aumentando a autoestima dessas populações. Agradeço o empenho do presidente da Alece, deputado Evandro Leitão, e do governador Elmano de Freitas de fazer essa lei se tornar realidade”, assinalou o deputado.

Em aparte, o deputado Moésio Loiola (Progressistas) considerou que a lei sancionada pelo governador do Estado chegou em “boa hora”, resolvendo parte das dificuldades territoriais entre municípios cearenses.

O deputado De Assis Diniz (PT) também enfatizou que a sanção da lei encerra parte de um problema envolvendo comunidades em litígio.

Os deputados Lucílvio Girão (PSD) e Queiroz Filho (PDT) também manifestaram satisfação de verem a lei sancionada, destacando o empenho de todos os envolvidos no debate.

Edição: Adriana Thomasi

Lira escolhe Mendonça Filho como relator do Novo Ensino Médio e incomoda governo Lula

Por Augusto Tenório / O ESTADÃO DE SP

 

Interlocutores do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmam à Coluna que ele escolheu o deputado Mendonça Filho (União-PE) como o relator da proposta do Novo Ensino Médio, que será analisada na Comissão de Educação. Isso incomoda a base do governo Lula, pois o parlamentar conduziu a reforma educacional da gestão Michel Temer.

Mendonça era o ministro da pasta na época que foi apresentado o modelo de ensino médio rechaçado pela gestão atual, que agora quer revogá-lo. Sua escolha para a relatoria provocou preocupação entre os governistas, que ainda se articulam para tentar evitar que a indicação seja formalizada.

“Ele vai desfazer tudo que o governo mandou. Isso vai dar confusão, pois o relatório não deve atender a ala ideológica do governo”, diz um parlamentar governista, também ligado à pauta da Educação. “Apesar disso, haverá resistência”, adianta outro deputado, também sob reserva.

À Coluna, deputados da base do governo Lula indicam que há um clima de insatisfação com a condução de Camilo Santana no Ministério da Educação. Apontam que o ministro tem dificuldade em atender os parlamentares, receber propostas e trabalhar em conjunto com o Congresso.

Sobre seu projeto para o Novo Ensino Médio, reclamam que o titular da pasta demorou a entregá-lo à Comissão de Educação e que ele enviou um texto “descolado da realidade”, deixando para os parlamentares o desgaste de construir um relatório aprovável.

Esse cenário favoreceu Mendonça, que é visto como um nome que pode fazer as mudanças necessárias para que a matéria seja aprovada. Aliados do ex-ministro garantem que, apesar do seu posicionamento político, ele está disposto a dialogar com o governo Lula.

Aliados de Lira negam que escolha de Mendonça tenha relação com insatisfação da bancada do agro com a prova do Enem

Aliados de Lira, por sua vez, descartam que a escolha de Mendonça Filho seja uma resposta à crise vivida pela bancada do agronegócio com Camilo Santana, por causa de perguntas com textos críticos ao setor na prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Afirmam que já havia acordo antes dessa polêmica.

A Coluna apurou que outros nomes eram cotados. Rafael Brito (MDB-AL) tinha apoio do terceiro setor e era visto como uma opção, pois é ligado à pauta da educação e também governista, mas não tem dependência do Planalto. O PT pedia a relatoria para Pedro Uczai (PT-SC). Pedro Campos (PSB-PE) também chegou a ser cotado.

Mendonça Filho foi o fiador da reforma do ensino médio no governo Temer

Enquanto ministro da Educação de Temer, Mendonça Filho foi o fiador do Novo Ensino Médio, medida bastante criticada pelo PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A reforma elevou a carga horária anual de 800 para 1.400 horas, com polêmica sobre a flexibilização do currículo escolar.

A reforma definiu uma base nacional comum no 1º ano e currículo vocacionado no 2º e 3º anos do ensino médio, com obrigatoriedade de língua portuguesa e de matemática em todos os anos. Com a mudança os estudantes poderiam, a partir do 2º ano do ensino médio, escolher uma área para estudar e se aprofundar, de acordo com suas afinidades e planos nas seguintes áreas: Linguagens, Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Matemática e Ensino Técnico Profissional.

Na Medida Provisória editada pelo então presidente Michel Temer, houve exclusão da obrigatoriedade de disciplinas como Artes, Filosofia e Sociologia. Lula, desde que assumiu o mandato, fala em revogar o Novo Ensino Médio, mas se recusa a fazer isso “sem nada para colocar no lugar”.

Reforma tributária: Comissão do Senado aprova texto-base com novas exceções

Por Bianca Lima / O ESTADÃO DE SP

 

reforma tributária avançou no Senado Federal após novas concessões feitas pelo relator, Eduardo Braga (MDB-AM), que acatou 36 emendas apresentadas de última hora pelos parlamentares. As sugestões aumentam o número de setores com tratamento diferenciado, ampliam o uso do cashback (sistema de devolução de imposto à baixa renda) e atendem a interesses de governadores do Centro-Oeste.

 

Após seis horas de deliberações e tentativas de obstrução por parte da oposição, que tentou adiar a votação, o texto-base foi aprovado por 20 votos favoráveis e 6 contrários. O líder da oposição, senador Rogério Marinho (PL-RN), foi a único a orientar de forma contrária à proposta. O Podemos liberou a bancada. Neste momento, os senadores analisam destaques à proposta.

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Reforma tributária tem semana decisiva no Senado; veja dez focos de pressão sobre a proposta

Por Adriana Fernandes e Bianca Lima / O ESTADÃO DE SP

 

BRASÍLIA – Na reta final para a votação da reforma tributária no Senado, as pressões se intensificaram por mudanças de última hora no parecer do relator, Eduardo Braga (MDB-AM). O senador segue recebendo sugestões de emendas, além das 721 já protocoladas, e deve finalizar a complementação do voto na noite desta segunda-feira.

 

O início do processo de votação está previsto para essa terça-feira, 7, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e até quinta-feira, 9, no plenário da Casa.

Como ocorreu na primeira votação da Câmara, no início de julho, a pressão mais visível parte dos Estados, que temem perder arrecadação para o governo federal. Também não há consenso em relação à trava para impedir o aumento da carga tributária, a qual foi introduzida pelo relator.

Nos bastidores, há setores e atividades que buscam apoio de senadores para influenciar o relator ou conseguir uma alteração no plenário. Entre eles, mineração e petróleo, insatisfeitos com a nova cobrança do Imposto Seletivo, chamado de “imposto do pecado”.

O setor supermercadista também tem críticas ao modelo de duas cestas básicas: uma mais restritiva, com taxação zero, e outra ampliada, com alíquota reduzida e cashback (devolução de impostos à baixa renda). O segmento avalia que a desoneração é mais efetiva do que o cashback e defende alterações no texto ou garantias em relação à lei complementar.

Confira abaixo o levantamento do Estadão sobre as principais pressões nessa semana decisiva da reforma tributária no Senado:

Estados querem mudar partilha do FNDR

Os Estados ainda brigam por mudanças na forma de partilha do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FNDR), previsto na reforma e que será bancado pelo governo federal.

Braga fez uma divisão com um mix de duas regras: 70% do dinheiro será distribuído com base no modelo de repartição do Fundo de Participação dos Estados (FPE), que beneficia o Norte e Nordeste, e 30% com base no tamanho da população, que atende ao Sudeste. Governadores do Centro-Oeste, por exemplo, criticam essa fórmula. Os Estados do Sul também estão insatisfeitos e defendem que o critério de divisão mude para 50% FPE e 50% critérios populacionais.

A partilha mexe mais com corações e mentes dos Estados do que o valor do fundo em si, que foi incrementado pelo relator em R$ 20 bilhões, para R$ 60 bilhões por ano. Não está adormecido, no entanto, o movimento para aumentar o valor para um patamar entre R$ 70 bilhões e R$ 75 bilhões.

Os Estados também afirmam que o artigo 149-B da proposta, ao definir que o IBS será um simples “espelho” da CBS, fere a autonomia dos Estados e municípios e causa uma indevida concentração das decisões sobre a tributação do consumo, de competência subnacional, nas mãos do governo federal.

Esse artigo surgiu na Câmara. Os Estados tentaram sem sucesso alterá-lo antes do primeiro relatório de Eduardo Braga, que não foi sensível neste ponto, segundo os secretários de Fazenda.

O Comsefaz alerta que esse artigo provoca danos ao modelo federativo brasileiro, que pressupõe autonomia, principalmente amplitude do campo deliberativo das unidades subnacionais.

Petróleo e minério refutam ‘imposto do pecado’

Setores ligados à mineração e à exploração de petróleo se uniram para articular mudanças na reforma. O principal ponto de descontentamento, que une as duas cadeias, é a cobrança de até 1% sobre a extração desses recursos não renováveis. A nova taxação foi criada por Braga no âmbito do Seletivo, chamado de “imposto do pecado”, que incidirá sobre atividades prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.

O texto do senador estabelece que a cobrança será sobre o valor de mercado do produto e ocorrerá “independentemente da destinação”, ou seja, poderá alcançar vendas internas e externas. Para os segmentos afetados, trata-se de um contrassenso, já que a reforma tem o objetivo maior de desonerar as exportações.

O Estadão apurou que as empresas veem poucas chances de ajustes no relatório final de Braga e trabalham junto aos senadores para garantir que as mudanças sejam realizadas via emendas.

Uma delas vai propor que o seletivo não incida sobre as exportações, o que limitaria o alcance dessa cobrança sobre a extração. Outra seria ainda mais ampla e pediria a supressão de todo trecho que cria a nova tributação sobre recursos naturais não renováveis.

Cesta básica: supermercados criticam cashback

De olho nas leis complementares que vão regulamentar a reforma, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) já se movimenta para garantir a inclusão de itens que considera essenciais na cesta básica isenta. A lista inclui 25 produtos, como carne bovina, peixe, arroz, feijão, frutas, leite, iogurte e pão francês.

A entidade também vem reforçando com parlamentares o entendimento de que o cashback é ineficiente como medida distributiva, quando aplicado ao setor alimentício. Na avaliação do segmento, seria mais interessante ampliar o desconto da cesta estendida (atualmente em 60% da alíquota padrão do IVA) e retirar a previsão do cashback.

Se isso não for viável, durante a tramitação no Senado, o objetivo é costurar um acordo mirando a lei complementar, para que o dispositivo não ganhe ainda mais espaço durante a regulamentação.

Trava para carga tributária não é consenso

Com apoio dos Estados e municípios, as entidades que representam os Fiscos se manifestaram contra um teto para a calibragem da alíquota a ser cobrada no novo sistema tributário, baseado nos dados de arrecadação entre 2012 e 2021.

Eles alegam que esse valor de referência, que ficará na Constituição, foi definido sem aprofundamento de estudos, baseado em parâmetros de uma década atrás e que poderá limitar o direito constitucional de acesso aos serviços públicos.

O argumento é que o viés adotado a partir do novo arcabouço fiscal – nova regra para controle das contas públicas – é o de expansão da base tributária, não por aumento de tributos ou de alíquotas dos que já pagam, mas sim por maior eficácia da máquina arrecadadora no combate à sonegação e à inadimplência contumaz, revisão de benefícios fiscais sem retorno à sociedade, e pela tributação adequada dos mais ricos e privilegiados.

A trava iria na contramão desse movimento. Mas, ao mesmo tempo, ela é defendida pela maioria dos setores, que temem aumento da carga tributária com a reforma.

Energia busca tratamento diferenciado

Um movimento recente surgiu também das empresas de energia elétrica. O setor quer ficar junto com saneamento na lista de beneficiados com tratamento tributário específico.

As distribuidoras de energia elétrica pedem, ainda, que se mantenha o modelo atual de não cobrança do imposto da população de baixa renda, em vez de cashback. Caso a devolução seja mantida, as empresas exigem ajustes no texto, que consideram confuso.

Cartórios querem regime específico

 

A Confederação Nacional de Comércio (CNC) pede tratamento com regime diferenciado aos serviços ligados ao comércio que ainda não foram contemplados pelas regras diferenciadas. Até os cartórios querem ser beneficiados.

Em carta enviada aos senadores, eles pedem apoio à emenda de nº 702, protocolada pelo senador Efraim Filho (União-PB). Eles alegam que a alíquota dos dois impostos que serão criados – CBS e IBS – será de mais de 25% ou até de 30%.

Telecom e bancos também pressionam

As empresas de telecomunicações também insistem em ficar na lista com alíquota reduzida e os bancos jogam pressão para que volte o texto da Câmara, o qual continha uma trava que garantia que a tributação das receitas com as operações de crédito não poderiam aumentar após a implementação da proposta.

Capitais pedem Cide combustível integral para transporte coletivo

Já as cidades buscam manter no texto a previsão de que 80% dos valores que forem distribuídos pelos Estados aos municípios serão transferidos por critérios populacionais. Há o temor de que essa cota-parte seja alterada na votação.

As cidades querem que a Cide combustível seja exclusiva para financiar o transporte coletivo urbano. Hoje, a cide está zerada. O texto de Braga destina uma parte da Cide combustível para o pagamento de subsídios a tarifas de transporte público coletivo de passageiros, mas não especifica qual fatia ou como isso seria feito.

“O financiamento do transporte coletivo urbano é hoje o grande desafio das grandes cidades, potencialmente as maiores perdedoras com o fim do ISS”, afirma Giovanna Victer, secretária de Fazenda de Salvador e presidente do Fórum de Secretários de Fazenda da Federação Nacional de Prefeitos (FNP).

Segundo ela, essa destinação exclusiva da Cide para o setor será essencial para investimentos em uma matriz de transporte mais eficiente e limpa (como ônibus elétricos e climatizados) e também ao subsídio tarifário, para que se arque com a diferença entre a tarifa administrativa e a tarifa pública.

Edição da Tarde: Plenário do Senado aprova medidas para reduzir a fila do INSS

 

Edição da Tarde: Plenário do Senado aprova medidas para reduzir a fila do INSS

01/11/2023, 17h01

O Plenário do Senado aprovou o conjunto de medidas propostas pelo Poder Executivo para diminuir a fila do INSS, como a criação de bônus para servidores que analisam processos e a possibilidade de perícia por teleconferência. 

Na sessão deliberativa desta quarta-feira (1º), os senadores também foram favoráveis ao remenajamento de cargos no Executivo federal  e ao reajuste salarial para policiais do Distrito Federal e dos estados de Amapá, Rondônia e Roraima. Foi aprovada ainda o reajuste de pensão para pessoas com hanseníase que foram internadas compulsoriamente — até 1986 essa prática era permitida — e a extensão do benefício aos seus filhos. 

Fonte: Agência Senado / TEM AUDIO

Estatuto da População em Situação de Rua está na pauta da CAE

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) pode votar novamente na quarta-feira (7) o Projeto de Lei (PL) 1.635/2022, que cria o Estatuto da População em Situação de Rua. O projeto, do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), já havia sido aprovado pela comissão, mas volta ao exame da CAE por ter passado a tramitar em conjunto com outro texto.   

O projeto que será analisado junto com o do estatuto é o PL 2245/2023, da deputada Erika Hilton (PSOL/SP), que institui a Política Nacional de Trabalho Digno e Cidadania para População em Situação de Rua. Depois da CAE, os dois textos ainda passarão juntos pelas comissões de Direitos Humanos (CDH) e de Constituição e Justiça (CCJ).

O projeto do Estatuto da População em Situação de Rua, segundo Randolfe, busca reinserir essas pessoas na sociedade, de modo que não haja mais brasileiros nessa situação. Entre as regras do texto, estão a proibição de recolhimento forçado dos bens e pertences, da remoção e do transporte compulsório dessa população. O texto prevê a responsabilização civil, administrativa, penal e por improbidade dos agentes públicos que violarem essas proibições. 

Para garantir a dignidade básica das pessoas, o texto atribui ao poder público assegurar o acesso à alimentação gratuita, à água potável, a itens de higiene básica e a banheiros públicos. O projeto também prevê o direito ao ingresso e à permanência dos animais de estimação da população em situação de rua em espaços específicos das unidades de acolhimento.

O texto determina ainda que o Poder Executivo realize a contagem da população em situação de rua em censo oficial, desenvolva ações educativas para promover o respeito e a solidariedade, e implemente programas de qualificação profissional para essas pessoas. Todo esse público deve ter assegurada inscrição no CadÚnico — cadastro de famílias de baixa renda usado por programas sociais do governo para o acesso a políticas públicas — e no Bolsa Família.

Fonte: Agência Senado

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