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Relator na Câmara inclui nepotismo como ato de improbidade e fixa prescrição em 8 anos

Danielle Brant / FOLHA DE SP
BRASÍLIA

O relator na Câmara dos Deputados do projeto que atualiza a lei de improbidade manteve o artigo que trata dos atos que atentam contra os princípios da administração pública e incluiu entre as ações o nepotismo e a prática de publicidade que personalize programas ou serviços de órgãos públicos.

O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) também inseriu dispositivo que exige que se comprove objetivamente a prática da ilegalidade no exercício da função pública, “indicando-se as normas constitucionais, legais ou infralegais violadas.”

O texto, de autoria do deputado Roberto de Lucena (Podemos-SP), deve ser votado nesta quarta-feira (16) pelos deputados diretamente no plenário, após decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que retirou o projeto da comissão especial na qual tramitava desde 2019.

O texto ainda pode sofrer alterações após negociações com bancadas nesta terça-feira (15) e durante a votação no plenário. Se aprovado na Câmara, segue para avaliação do Senado.

A lei de improbidade foi promulgada em 1992 em meio às denúncias de corrupção no governo de Fernando Collor (1990-1992), com o objetivo de penalizar na área cível agentes públicos envolvidos em desvios.

 

O principal problema apontado pelos críticos é que as regras atuais deixam uma ampla margem de interpretação sobre o que é um ato de improbidade.

Ao longo de quase 30 anos, alguns promotores e procuradores passaram a considerar erros administrativos de prefeitos como enquadráveis na lei de improbidade.

Em seu relatório, Zarattini faz alterações no artigo 11 da lei, que trata dos atos que atentam contra os princípios da administração pública.

Ele revogou quatro dispositivos, entre eles o que considera improbidade “praticar ato visando fim proibido em lei” e “transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de serviços na área de saúde sem a prévia celebração de contrato, convênio ou instrumento congênere.”

Entre os acréscimos, inseriu dispositivo que diz ser ato de improbidade “nomear ou designar cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, apenas em razão do parentesco ou afinidade, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas.”

As nomeações ou designações proibidas incluem cargo ou emprego público sem aprovação em concurso ou violando a ordem de classificação e para função de confiança ou cargo em comissão, sem que o nomeado seja capacitado.

Também acrescentou dispositivo que inclui entre atos de improbidade praticar, na administração pública e com recursos públicos, ato de publicidade que contrarie a Constituição e que promova a “inequívoca personalização de atos, programas, obras, serviços ou campanhas dos órgãos públicos.”

O texto prevê que a improbidade só será considerada quando ficar “comprovado o fim de obter um proveito ou benefício indevido para si mesmo ou para outra pessoa ou entidade.”

Para serem considerados improbidade, os atos “exigem lesividade relevante ao bem jurídico tutelado, para serem passíveis de sancionamento, e independem do reconhecimento da produção de danos ao Erário e de enriquecimento ilícito dos agentes públicos.”

O relator também define que a improbidade é caracterizada mediante prática de ato doloso (intencional), excluindo as ações ou omissões culposas.

Em outro artigo, ele indica que o mero exercício da função pública, “sem comprovação de ato doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa.”

O parecer indica que sócios, cotistas, diretores e colaboradores de empresa privada “não respondem pelo ato de improbidade” que venha a ser imputado à companhia, “salvo se, comprovadamente, houver participação e benefícios diretos, hipótese em que responderão nos limites da sua participação.”

Zarattini faz alterações nos dispositivos que tratam das penas. Nos atos que envolvem enriquecimento ilícito, amplia a suspensão dos direitos políticos para 14 anos —na lei atual, o período é de oito a dez anos.

Também estipula que a multa civil será equivalente ao acréscimo patrimonial, no lugar de até três vezes o valor do acréscimo, como é hoje. E proíbe contratação com poder público direta ou indiretamente por até 14 anos, em vez do prazo corrente de dez anos.

Nas penas para improbidade que causam prejuízo ao erário, a suspensão dos direitos políticos passa de cinco a oito anos para até 12 anos.

A multa civil passa a equivaler ao dano, ante previsão atual de até duas vezes o valor do prejuízo, enquanto a proibição de contratar com o poder público direta ou indiretamente passa de cinco para até 12 anos.

Sobre os atos que atentam contra a administração pública, a multa civil diminui consideravelmente, caindo de até 100 vezes o valor da remuneração recebida para até 24 vezes. A proibição de contratação com poder público passa do prazo de três para quatro anos.

No entanto, nos três dispositivos, Zarattini contemplou a possibilidade de a multa poder ser aumentada até o triplo se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do réu, o valor da penalidade calculada no projeto seria ineficaz para reprovação e prevenção do ato de improbidade.

As sanções só poderão ser executadas com o trânsito em julgado da sentença condenatória.

Sobre a indisponibilidade de bens dos réus, ela recairá sobre os que assegurarem “exclusivamente o integral ressarcimento do dano ao erário, não incidindo sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título de multa civil ou sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade lícita”.

Além disso, Zarattini estipula que a ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar os que têm menor liquidez. Somente na ausência é que será possível o bloqueio de contas bancárias, “de forma a garantir a subsistência do acusado ao longo do processo.”

O relator também passou a prever que o Ministério Público possa celebrar acordo de não persecução cível, desde que isso implique no ressarcimento integral do dano, na reversão, a quem for lesado, da vantagem indevida obtida, ainda que oriunda de agentes privados, e no pagamento de multa.

O relator também determinou que a sentença proferida nos processos de improbidade indique precisamente os fundamentos que demonstrem o ato praticado, “que não podem ser presumidos.”

A pena deverá considerar “as consequências práticas da decisão, sempre que decidir com base em valores jurídicos abstratos” e “os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo.”

Para aplicação das sanções, será preciso considerar, “de forma isolada ou cumulativa, a natureza e a gravidade da infração cometida, a extensão do dano causado, o proveito patrimonial obtido pelo agente, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes do agente.”

O parecer deixa claro que a ilegalidade, sem a presença de dolo, não configura ato de improbidade.

Sobre a prescrição, a lei atual prevê que as ações poderão ser propostas até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança, dentro do prazo prescricional previsto em lei específica ou até cinco anos após a apresentação à administração pública da prestação de contas final.

Zarattini estabelece a prescrição em oito anos “a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a permanência”.

Também indica que a instauração de inquérito civil ou processo administrativo para apuração dos ilícitos suspende o curso do prazo prescricional por no máximo 180 dias corridos. Depois disso, volta a correr.

Dá ainda 180 dias corridos para que o inquérito civil para apuração do ato de improbidade seja concluído, “podendo ser prorrogado uma única vez por igual período, mediante fundamentada justificativa.”

Depois disso, caso não se opte pelo arquivamento, a ação deverá ser proposta em até 30 dias.

“O ajuste promovido no prazo prescricional levou em conta o tempo necessário e suficiente para apuração de fatos no âmbito dos inquéritos civis e demais procedimentos investigativos de responsabilidade do Ministério Público e demais órgãos de controle, promovendo-se o devido balizamento com os princípios da segurança jurídica e da duração razoável do processo, ambos princípios de estatura constitucional”, indicou o relator.

Veja as principais mudanças na proposta de reforma à Lei de Improbidade prevista para votação na Câmara

Rayssa Motta e Fausto Macedo / O ESTADO DE SP

14 de junho de 2021 | 17h59

A versão final do texto substitutivo para mudar a lei que pune desvios na administração pública, a chamada Lei da Improbidade, passa pelos últimos ajustes para ser votada nesta semana pela Câmara dos Deputados. Antes mesmo de ir ao plenário, a proposta encontrou resistência entre membros do Ministério Público, que veem potencial de afrouxamento na punição de irregularidades cometidas por agentes públicos.

“As mudanças representam retrocesso, pois aumentarão significativamente a impunidade no Brasil. O texto atual, por exemplo, enfraquece o combate ao enriquecimento ilícito, à prática de atos que causam lesão ao patrimônio público e à prática de atos violadores dos princípios constitucionais da legalidade, moralidade, impessoalidade, probidade e publicidade”, avalia o presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), Manoel Murrieta, para quem o momento é ‘inoportuno’ para votar as mudanças. “O País ainda enfrenta grave crise gerada pela pandemia e o foco deve estar voltado para pautas ligadas ao enfrentamento da covid-19”, defende.

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Em vigor há 29 anos, a Lei da Improbidade (8429/92) passou a ser rediscutida em uma comissão especial formada em agosto de 2019, sob relatoria do deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) e presidida por Tadeu Alencar (PSB-PE), para analisar o Projeto de Lei 10887/2018 – apresentado pelo deputado federal Roberto de Lucena (Podemos-SP) como resultado do trabalho de um grupo de juristas coordenado pelo ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

“É inquestionável a necessidade de se reformular a Lei de Improbidade Administrativa – LIA. São incontáveis os casos de condenações por irregularidades banais, que não favorecem nem prejudicam ninguém além do próprio agente público, punido severamente com multas vultosas e suspensão de direitos políticos. Com isso, cada vez mais as pessoas de bem vão se afastando da vida pública, em prejuízo da população”, escreveu Zarratini no relatório que acompanha a última versão do substitutivo ao qual o Estadão teve acesso. O texto passa por revisão para ser apresentado na terça-feira, 15.

Plenário da Câmara dos Deputados. Foto: Michel Jesus / Câmara dos Deputados

A primeira proposta de substitutivo, apresentada no final do ano passado, foi criticada por membros de órgãos de investigação. A nova versão abriu concessões, mas deve manter pontos polêmicos, como a extinção de atos improbidade cometidos por culpa (imprudência, negligência ou imperícia) e previsão de punição apenas àqueles em que ficar provado dolo, ou seja, intenção ou vontade explícita nas transgressões. Dessa forma, ações ou omissões que não impliquem enriquecimento ilícito dos agentes públicos ou prejuízo ao erário deixariam de configurar improbidade.

O texto também propõe acabar com o prazo mínimo para suspensão dos direitos políticos de agentes públicos condenados, que ficam proibidos de disputar eleições, conforme também determina a Lei da Ficha Limpa. Na outra ponta, aumenta a pena máxima de dez para 12 anos.

Outro prazo encurtado na proposta deve ser o da prescrição das sanções, que passaria a ser de oito anos contados a partir do ato de improbidade e não do término do mandato ou função pública. A execução das sanções em caso de condenação, por sua vez, fica condicionada ao trânsito em julgado da ação de improbidade.

Uma novidade na versão final deve ser a volta do artigo 11 da lei, que lista práticas atentatórias aos princípios da administração pública. O dispositivo, excluído da primeira proposta, volta com redação reformulada. A principal mudança prevista é o estabelecimento de um rol fechado de condutas passíveis de punição – ao contrário do texto atual, que tem caráter exemplificativo. Além disso, há discussão sobre a revogação de incisos, incluindo os que tipificam desvio de finalidade e o retardamento indevido de atos de ofício, relacionado ao crime de prevaricação.

O texto deve prever ainda a possibilidade de unificação da pena com eventuais sanções aplicadas em outros processos e exige que o juiz indique ‘com precisão’ a tipificação do ato de improbidade administrativa imputável ao réu, sendo vedada a modificação do fato principal que deu origem à ação.

Para imposição de ressarcimento dos cofres públicos, será obrigatória a comprovação da perda patrimonial efetiva, sem possibilidade de dano presumido.

“Esse projeto acolhe teses favoráveis à corrupção”, resume o promotor de Justiça do Patrimônio Público e Social de São Paulo, Silvio Antonio Marques.

Veja os principais pontos que devem constar no substitutivo:

  • Extinção de atos de improbidade cometidos por culpa. Ações ou omissões que não impliquem enriquecimento ilícito ou prejuízo ao erário deixam de configurar improbidade;
  • Fim do prazo mínimo de suspensão dos direitos políticos dos agentes condenados, abreviando a quarentena na Lei da Ficha Limpa, e aumento da pena máxima;
  • A perda da função pública só poderá ser decretada se a condenação for relacionada ao mandato ou cargo em curso;
  • A soma da indisposição de bens dos réus não pode ultrapassar o valor estimado como dano ao erário ou enriquecimento ilícito;
  • Prescrição em oito anos contados a partir da ocorrência do fato em substituição a contagem a partir do término do mandato ou função pública, para cargos políticos, ou conforme a prescrição do crime equivalente ao ato de improbidade administrativa, para os funcionários efetivos;
  • Inquérito encerrado em 180 dias, prorrogáveis pelo dobro desse tempo (até um ano no total);
  • Reformulação do artigo 11 com rol taxativo para as condutas caracterizadoras de improbidade por ofensa aos princípios administrativos.

Dispositivo é sancionado e municípios inadimplentes com até 50 mil habitantes receberão repasses federais Fonte: Agência Senado

O presidente da República, Jair Bolsonaro, promulgou o dispositivo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021 que permite transferências voluntárias a municípios com até 50 mil habitantes mesmo que a prefeitura esteja inadimplente perante cadastros ou sistemas de informações financeiras, contábeis e fiscais.

 

Bolsonaro teve que acatar a alteração depois que o Congresso Nacional derrubou o veto presidencial ao PLN 2/2021, transformado na Lei 14.143, de 2021, a LDO deste ano. Foi essa lei que orientou a elaboração da atual Lei Orçamentária Anual (LOA), a Lei 14.144, de 2021.

 

 Quando vetou o dispositivo, o presidente argumentou que a medida iria “subtrair, imotivadamente, relevante medida de finança pública, o que tornaria os instrumentos de controle e de boa gestão fiscal ineficazes”. Os  municípios com essa faixa de habitantes respondem por cerca de 88% do total de cidades.

 

A promulgação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) na sexta-feira (11).

 

Com informações da Agência Câmara

Fonte: Agência Senado

Câmara pode votar nesta terça-feira MP que simplifica abertura e funcionamento de empresas Fonte: Agência Câmara de Notícias

A Câmara dos Deputados pode votar nesta terça-feira (15) a Medida Provisória 1040/21, que elimina exigências e simplifica a abertura e o funcionamento de empresas, buscando melhorar o chamado “ambiente de negócios” no País. A sessão deliberativa remota do Plenário está marcada para as 15 horas.

 

Uma das inovações da MP é a emissão automática, sem avaliação humana, de licenças e alvarás de funcionamento para atividades consideradas de risco médio.

 

Segundo o parecer preliminar do relator, deputado Marco Bertaiolli (PSD-SP), em vez da validade indeterminada prevista no texto original, as licenças e alvarás serão válidos enquanto atendidas as condições e requisitos de sua emissão.

 

Uma lista do comitê gestor da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim) classifica em médio risco, no âmbito federal, atividades como comércio atacadista de vários tipos de alimentos de origem vegetal e animal; hotéis; motéis; transporte de cargas de produtos não sujeitos à vigilância sanitária; educação infantil; ou atividades médicas sem procedimentos invasivos.

 

Para ter acesso a essa licença, o empresário deverá assinar termo de ciência e responsabilidade legal quanto aos requisitos exigidos para o funcionamento e o exercício das atividades, como cumprimento de normas de segurança sanitária, ambiental e de prevenção contra incêndio.

 

Mais vacinas
Também na pauta, o Projeto de Lei 1343/21, do Senado Federal, permite ao governo autorizar fábricas de vacinas veterinárias a produzir vacina contra a Covid-19.

O texto estabelece que as empresas terão de cumprir exigências de biossegurança e normas sanitárias, além de realizar todo o processo de produção até o armazenamento em dependências fisicamente separadas daquelas usadas para produtos de uso veterinário.

 

O parecer preliminar da relatora, deputada Aline Sleutjes (PSL-PR), incluiu entre as prioridades de análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) os pedidos de regularização para que os estabelecimentos realizem a fabricação do insumo farmacêutico ativo (IFA) da vacina contra a Covid-19.

 

Leitos militares
Também poderá ser votado o Projeto de Lei 457/21, do deputado Eduardo Bismarck (PDT-CE), que possibilita o atendimento de civis em hospitais militares durante a pandemia de Covid-19.

 

Segundo o texto, os hospitais militares deverão cooperar com as autoridades civis, liberando para uso pelo Sistema Único de Saúde (SUS) os leitos ociosos quando a capacidade hospitalar da região estiver esgotada.

 

Debêntures de infraestrutura


Os deputados podem analisar ainda o Projeto de Lei 2646/20, do deputado João Maia (PL-RN) e outros, que permite às concessionárias de serviços públicos emitirem debêntures de infraestrutura para captar recursos a serem destinados a projetos de investimento ou de produção econômica intensiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação.

Segundo o texto, quem comprar os títulos será tributado em 25% de imposto de renda sobre os lucros obtidos se for residente no Brasil. A empresa emissora poderá descontar da base de cálculo do IRPJ e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) os juros pagos aos compradores, além de excluir um adicional de até 50% dos juros se o dinheiro for usado em projetos certificados de desenvolvimento sustentável, como energia renovável, prevenção e controle de poluição e conservação da biodiversidade terrestre e aquática.

Confira a pauta completa do Plenário

Reportagem – Eduardo Piovesan
Edição – Pierre Triboli

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Câmara atropela comissão para flexibilizar lei de improbidade, que pune nepotismo e 'carteirada'

Camila Turtelli e Breno Pires, O Estado de S. Paulo

11 de junho de 2021 | 16h27

Em acordo com líderes partidários na Câmara, o presidente da Casa, Arthur Lira (Progressistas-AL), decidiu pautar para a semana que vem a votação em plenário do polêmico projeto que afrouxa a Lei de Improbidade Administrativa, usada para punir práticas como o nepotismo. A decisão foi tomada sem que se conheça a versão final do texto, ainda não apresentada pelo relator, Carlos Zarattini (PT-SP), e atropela a comissão especial que analisa a proposta desde 2019.

A primeira versão do texto do relator, apresentada no fim do ano passado, foi criticada por entidades que atuam na área de transparência, agentes de órgãos de investigação e até por integrantes do governo, que enxergam possíveis prejuízos ao combate à corrupção no País. Entre as principais alterações propostas por Zarattini está a exclusão do artigo 11 da lei, que prevê punições a práticas que afrontem os princípios da administração pública, como o nepotismo, a “carteirada” e até a “furada de fila” da vacinação. Segundo a proposta, apenas condutas que gerem enriquecimento ilícito ou prejuízo aos cofres públicos poderiam ser alvo de processos contra prefeitos e demais gestores.

Zarattini disse ao Estadão que ainda deve apresentar um novo parecer até o início da próxima semana.  “Tivemos várias críticas e sugestões e estamos preparando modificações”, afirmou o petista. Questionado, ele não respondeu se devolverá o artigo 11 ao texto ou incluirá a possibilidade de punir agentes públicos que violarem os princípios da administração pública.

Arthur Lira
O presidente da Câmara, Arthur Lira Foto: Adriano Machado/Reuters

O autor do projeto, deputado Roberto Lucena (Pode-SP), estranhou o avanço da medida e a ideia de se pautar o texto, na semana que vem, diretamente no plenário, sem que ainda sejam conhecidas as alterações no projeto. É nas comissões especiais que os projetos passam por discussões mais aprofundadas, incluindo a realização de audiências com a sociedade civil.

“Como pode ser isso se não temos ainda o texto publicado com as adequações feitas pelo relator para conhecimento dos parlamentares e da sociedade? É um absurdo. Precisamos ter acesso ao texto do substitutivo e ver o que tem ali. Aliás, por que esse substitutivo não será votado primeiro na comissão especial?”, questionou Lucena. 

Para a deputada Adriana Ventura (Novo-SP), as mudanças propostas na Lei de Improbidade são “substanciais” e não poderiam ser votadas sem amplo debate: “O encaminhamento deste texto direto para o plenário ensejará uma aprovação de afogadilho e afetará o debate do tema, o que pode representar uma grande ameaça ao combate à corrupção”.

Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro é defensor da proposta com o argumento de que a legislação atual “engessa” a atuação de prefeitos, que deixam de agir em determinados momentos com receio de serem processados. O líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (Progressista-PR), é um dos principais articuladores para a votação do projeto. Em entrevista ao Estadão, em fevereiro, ele defendeu o fim da punição ao nepotismo, que é a prática de políticos contratarem os próprios parentes para trabalhar no serviço público.

Segundo o entendimento dos que defendem a mudança na legislação, é preciso evitar casos como a cassação ou a perda de direitos políticos de um prefeito até mesmo pelo fato de prestar contas fora do prazo.

A Lei de Improbidade Administrativa foi criada, em 1992, como resposta à sensação de impunidade no País, em meio ao impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello. 

As alterações gestadas no Congresso não preocupam apenas investigadores e órgãos de controle, responsáveis diretamente pelo combate à corrupção, mas até mesmo integrantes do próprio governo federal.

Em março, o Estadão mostrou essas preocupações em documentos obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), elaborados pelas assessorias técnicas do Ministério da Justiça e da Casa Civil. 

“O texto do substitutivo revoga dispositivos importantes para o combate à improbidade administrativa e vai de encontro à finalidade do PL (projeto de lei), que é a de aprimorar o texto legal e conferir maior eficiência e eficácia ao combate à corrupção e à malversação dos recursos públicos”, diz o relatório da Casa Civil, que recomenda alterações em 44 pontos da primeira versão do texto apresentado por Zarattini.

Outra mudança polêmica prevista no primeiro relatório do petista é a que impede a demissão de agentes públicos, em casos de mudança de cargo. Por exemplo, se um deputado federal, hoje, for condenado em ação de improbidade administrativa, por atos que praticou quando era prefeito, não perderia a função pública.

A Lei de Improbidade estabelece a “perda da função pública” como uma das penas possíveis a condenados nas ações civis de improbidade. Vinte anos depois, a interpretação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) está consolidada no sentido de que não importa o cargo ocupado pelo réu; ele será cassado no fim do processo caso essa pena seja aplicada.

No entanto, Zarattini não informou se essas mudanças serão mantidas na versão final.

O diretor-executivo da Transparência Brasil, Manoel Galdino, criticou as alterações propostas e também a falta de discussão do texto, que poderá ser votado na semana que vem. “O processo foi pouco transparente e com escasso debate com a sociedade civil e órgãos de controle, já que não houve audiências públicas para debater o substitutivo”, disse o diretor da Transparência Brasil.  

Érika Amorim ressalta a importância de a população seguir os programas vacinais

Érika Amorim ressalta a importância de a população seguir os programas vacinaisFoto: Júnior Pio

 
A deputada Érika Amorim (PSD) ressaltou, durante o primeiro expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa, nesta quinta-feira (10/06), realizada de forma híbrida, a importância de a população seguir as orientações dos órgãos de saúde e os cronogramas das imunizações correntes no País.

A parlamentar enfatizou a urgência de a população realizar o cadastro na plataforma Saúde Digital, da Secretaria de Saúde (Sesa), do Governo do Estado, pois é através desse sistema que as pessoas aptas para se vacinar são convocadas. Érika Amorim relatou ter recebido mensagens, apontando indisponibilidade deste sistema, o que foi reconhecido pela Pasta da Saúde. “Realmente, houve esse problema devido ao grande número de acessos. Somente na última semana, foram realizados mais de 50 mil cadastros. Aqueles que não conseguiram se cadastrar, eu reforço: persistam até a efetivação”, sugeriu.

Érika Amorim incentivou o trabalho voluntário para ajudar pessoas que não tenham acessos aos meios digitais para fazer o cadastro para imunização contra a Covid-19. Ela parabenizou o exemplo de Conceição, do bairro Arianópoles, em Caucaia, que de forma voluntária, dispôs de um momento para auxiliar as pessoas no cadastro. “Que mais pessoas se coloquem nas comunidades para colaborar com aqueles que mais precisam e não tem acesso,

O avanço da vacinação contra a Covid-19 no Ceará, onde foram aplicadas mais de três milhões de doses, o que garante ao estado um percentual de cerca de 12% da população vacinada, com a segunda dose também foi destacado pela parlamentar. “Hoje, somos o estado do Nordeste com o maior percentual de vacinados com a segunda dose contra a Covid. Falar da importância da vacinação nunca foi tão urgente. As previsões são otimistas, mas precisamos ficar em alerta”, observou.

Ainda sobre a imunização, a parlamentar alertou para a 23ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, que começou em abril e segue até 9 de julho. De acordo com a deputada, n quarta-feira (09/06) foi iniciada a terceira fase da campanha no Ceará, e que a Sesa aponta que quase um milhão de pessoas compõe o público-alvo. “São pessoas com comobidades, deficiência permanente, caminhoneiros, jovens sob medida socioeducativas, população privada de liberdade, adolescentes, entre outros. O Ceará sempre teve destaque nas campanhas e é importante que as pessoas busquem se vacinar para atingirmos a meta”, destacou.

“É importante termos em mente que as vacinas nos protegem desde criança. Quem não se vacina não coloca apenas sua vida em risco, mas também a de seus familiares, de outras pessoas com que convive, além de contribuir para aumentar a circulação de doenças. Vacina é um gesto de proteção. Vacinar é um gesto de amo”, enfatizou a parlamentar.

Érika Amorim apontou que o Ceará celebrou, ontem (09/06), pelo segundo ano consecutivo, o Dia Estadual da Imunização. Segundo a parlamentar, a data foi instituída no Calendário Oficial de Eventos do Estado a partir de uma proposta de autoria dela, que deu origem à Lei 16.897/19. “Nosso objetivo é tão somente reforçar a importância da imunização e também sensibilizar a população de que isso é um instrumento fundamental para a prevenção das doenças”, reiterou.

O início, na última sexta-feira (04/06), das obras de recuperação da Rodovia CE-90, no trecho entre o Icaraí e o Cumbunco, no município de Caucaia também foi lembrado pela deputada. “Essas obras foram pautas de reuniões nossas com o Governo do Estado. Era uma demanda da população e de todos que passam por ali. Tenho certeza que o Governo do Estado fará um ótimo trabalho”, pontuou.

A parlamentar afirmou ter recebido denúncias de moradores de Caucaia sobre “o descaso da atual administração municipal com a segurança alimentar das famílias”. Conforme a deputada, em junho, foi distribuída uma cesta básica referente há dois meses – abril e maio. Érika Amorim criticou ainda o valor de aquisição das cestas básicas. “No supermercado a cesta fica em torno de R$ 60. Segundo apuração e o que está publicado no Diário Oficial, o valor unitário de cada cesta adquirida é de R$155. É absurdo pensar que as famílias esperam tanto, recebem uma mísera cesta básica e com um valor tão alto. Solicitamos ao Ministério Público que apure essa compra”, informou.

Érika Amorim comunicou ainda que seu mandato protocolou um requerimento junto ao Ministério de Cidadania, do Governo Federal, solicitando a ampliação do programa de aquisição de alimentos na modalidade “incentivo a produção e consumo do leite”. Segundo ela, esse programa tem a possibilidade de ser suspenso, devido a não renovação da União. “Várias instituições correm o risco de serem prejudicadas. Instituições que trabalham com famílias em vulnerabilidade social”, relatou.  A deputada pontuou que o governador Camilo Santana afirmou estar estudando a possibilidade de assistir essas instituições, caso o Governo Federal não renove o convênio.

GS/AT

Fernando Hugo destaca aumento de casos de violência contra a mulher na pandemia

Deputado Fernando HugoDeputado Fernando HugoFoto: Edson Júnio Pio

 
O deputado Fernando Hugo (Progressistas) ressaltou, no primeiro expediente da sessão plenária híbrida da Assembleia Legislativa desta quinta-feira (10/06), o aumento de casos de violência contra a mulher durante a pandemia da Covid-19 no Brasil.

Conforme informou o parlamentar, foram registrados 17 milhões de casos de agressão física, sexual ou psicológica contra a mulher entre fevereiro de 2020 e maio de 2021. Isso significa, segundo Fernando Hugo, que uma em cada quatro mulheres do País foram agredidas no período da pandemia.

“É um problema social imenso, que precisaria de uma sequência de atos jurídicos, de ações administrativas, de comportamentabilidade científica e politicamente diferentes. Dezessete milhões é o cálculo de mulheres vilipendiadas em seus lares e/ou ambientes de trabalho e/ou ruas e avenidas desse Brasil”, avaliou.

Fernando Hugo criticou a imprensa por não noticiar esse dado repetidamente nos jornais e lamentou que a convivência hoje de homens com mulheres está na alçada policialesca e das ações jurídico-legais. “Que vergonha! Que desencontro com a vida. Que falta de postura da modernidade temporal do século XXI”, disse.

O deputado reiterou ainda a seriedade da situação, afirmando que não se trata de uma “besteirinha” repetida diversas vezes nas Câmaras, Assembleias e até no Congresso.

“É grande demais o quantitativo de agressão desses que não são certamente homens. Podem até ter nascido machos, pelos testículos e o pênis presentes no ato parturitivo e vindo pelas parteiras e parteiros, mas não têm a mínima comportamentabilidade de homens cidadãos, respeitosos, afáveis e amáveis por essas figuras peroláveis que a natureza de Deus deu para encantamento e labor na vida de nós todos”, comentou.

De acordo com Fernando Hugo, os dados foram apresentados por instituições sérias de pesquisa, como a Fundação Getúlio Vargas. “Nem no Oriente Extremo nem na África Subsaariana onde as mulheres são, pelos costumes e pela sociologia vigentes naquelas áreas, tratadas como seres inferiores. Nem acolá tem-se quantitativos dessa monta”, observou.

O parlamentar comentou que basta ligar a TV para encontrar notícias de agressão contra mulheres de todas as idades. “É preciso, com urgência, repetir-se que as afrontas, as agressões físicas, morais e sexuais não podem continuar a existir no Brasil no mínimo que se possa imaginar, quanto mais nessa astronomia numerológica de 17 milhões de mulheres que denunciaram ou que tiveram parceiros, vizinhos e parentes que denunciaram”, pontuou.

Fernando Hugo refletiu ainda sobre a imensa quantidade de mulheres que ainda não denunciaram, temendo, ao chegar na delegacia, serem mortas ou agredidas, acrescentando que, para ele, o pior de todos os crimes do mundo humano é o estupro.

“Nessa hora em que aqui, lamentavelmente, suplicamos ações de todas as esferas do serviço público do Brasil, casos e mais casos – Ceará adentro e Brasil afora – estão ocorrendo. E essas agressões psicoemocionais, físicas, sexuais, morais dão-se por conta e risco de uma apatia que existe e está crescendo em nós, e nós não vamos nos calar quanto a isso”, afirmou.

Em aparte, a deputada Augusta Brito (PCdoB) parabenizou o deputado Fernando Hugo por trazer essa temática da violência contra a mulher à tribuna. A parlamentar acrescentou ainda que, somente nos primeiros cinco meses de 2021, a Casa da Mulher Brasileira no Ceará recebeu mais de 12 mil atendimentos, dos quais seis mil aconteceram de forma remota em razão da pandemia. “Toda a sua fala de hoje eu quero aplaudir. Precisamos, sim, dessa união, para além de ideologia e religião – e também com elas, todo mundo junto –, procurar saídas”, assinalou.

Augusta Brito também parabenizou a Assembleia Legislativa, em nome da Procuradoria Especial da Mulher da AL, pela reestruturação do órgão e realização de atendimentos – com psicólogas e advogadas – às mulheres vítimas de violência. Ela informou que a Procuradoria conta hoje com o núcleo “Laço Branco”, campanha já existente em 55 países e que visa trazer o homem para participar do combate à violência contra a mulher.

A deputada comunicou ainda que, após uma das ações da Procuradoria realizada em março de 2020 – uma live com as capoeiristas e os capoeiristas sobre assédio sexual, o órgão começou a receber denúncias e pedidos de ajuda.

“E através dessa ferramenta aqui da Assembleia, onde todos os deputados e deputadas ajudam a construir e fazem parte desse processo, a gente fez e faz até hoje os encaminhamentos para o Ministério Público. Inclusive, tivemos reunião ontem e vamos ter outra reunião amanhã para formar grupo de apoio às vítimas, sejam homens ou mulheres, de violência sexual relacionada à capoeira”, relatou, frisando a importância desses instrumentos no Parlamento cearense.

BD/LF

Augusta Brito lamenta aumento de violência contra mulheres

Deputada Augusta BritoDeputada Augusta BritoFoto: Edson Júnio Pio

A deputada Augusta Brito (PCdoB) lamentou, durante o primeiro expediente da sessão plenária desta quinta-feira (10/06), o aumento da violência contra mulheres durante o ano de 2020. Ela utilizou dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que apontam esse crescimento em relação ao ano de 2019. “A cada quatro mulheres, uma foi vítima de algum tipo de violência, seja física, psicológica, moral e até patrimonial em 2020”, pontuou.

A parlamentar observou que, conforme outra pesquisa, desta vez do Instituto Datafolha, 73% da população acredita que a violência contra mulheres aumentou durante a pandemia de Covid-19 e, destes, 51% já presenciou algum tipo de violência contra a mulher. Ainda conforme o estudo, a maioria das mulheres vítimas de violência são negras, e o total se concentra na faixa etária entre 16 e 46 anos. “É muito triste vir aqui trazer esses números e perceber que com todos os avanços que conquistamos esses números ainda crescem”, disse.

Augusta Brito ressaltou a importância da Casa da Mulher Brasileira no sentido de receber essas denúncias e garantir a justiça para essas mulheres. Ressaltou também a condição das mulheres negras, “que são as maiores vítimas da violência não apenas doméstica, mas também da urbana e institucional”.

As discussões sobre “pobreza menstrual”, e projetos de sua autoria sobre o tema que tramitam na Casa também foram destacados. Segundo a deputada, a menstruação é algo natural que indica a saúde dos ciclos femininos, “um assunto que deve parar de ser tratado como tabu”. Ela informou ainda que a discussão vai além da falta de recursos para comprar absorventes por aqueles que não tem condições, mas passa pela saúde física e psicológica de todas as meninas e mulheres.

Augusta destacou três projetos, de autoria dela, sobre o tema. O de indicação, 58/21, já aprovado pela Casa, sugere a distribuição de absorventes íntimos em postos de saúde e escolas públicas de ensino médio. Outro de lei, em tramitação, que institui a Semana Estadual da Pobreza Menstrual, que dedica uma semana para discussão e conscientização sobre o tema nas escolas estaduais; e o 268/21, lido no expediente desta quinta-feira (10/06), que inclui absorventes íntimos nas cestas básicas.

A deputada Erika Amorim (PSD), em aparte, reforçou que ainda há muita luta para as mulheres, principalmente no que diz respeito à conscientização dos homens. “Deve haver uma reeducação para que eles passem a se relacionar com as mulheres como verdadeiros parceiros, e não como donos”.

O deputado Moisés Braz (PT) também reforçou a importância das políticas públicas encabeçadas pelas deputadas da Casa, e assim como sua repercussão na vida das mulheres. Da mesma forma, o deputado Tony Brito (Pros) salientou que há casos de assédio contra mulheres de todas as formas, sendo o moral algo muito comum nas instituições. “Pode contar com nosso mandato para agir de forma a reduzir esses abusos”, disse.
PE/AT

George Lima lembra centenário de pioneiro da avicultura no Ceará

Deputado George Lima Deputado George LimaFoto: Edson Júnio Pio

O deputado George Lima (PV) destacou, no primeiro expediente da sessão plenária híbrida da Assembleia Legislativa desta quinta-feira (10/06), o centenário do avô materno dele e pioneiro da avicultura no Ceará, Antônio Edmilson Lima. O parlamentar também comentou sobre projeto de lei de sua autoria que trata da participação, proteção e defesa dos direitos do usuário dos serviços públicos da Administração Estadual.

George Lima leu duas cartas em homenagem ao centenário do avô, que faria 100 anos na sexta-feira (11/06), caso estivesse vivo. Da Associação Cearense de Avicultura (Aceav), ressaltando o papel de Antônio Edmilson Lima no desenvolvimento do setor avícola no Ceará, e relatou ter sido ele o responsável pela implantação da marca Granja Regina.

“Pioneiro na atividade, articulou com mais alguns criadores de aves, em 1962, a fundação da Associação dos Avicultores – um marco do associativismo no Estado, e muito contribuiu para o desenvolvimento da agropecuária cearense, que representa hoje uma expressiva atividade econômica, que retém o homem no Interior e proporciona à população proteína animal de qualidade”, segundo a Aceav na carta.

A segunda carta lida por George Lima é de autoria de seu tio, o ex-deputado estadual Carlos Matos. Em carta, o ex-parlamentar frisou que, atualmente, empresas cearenses produzem cerca de seis milhões de quilos de carne de frango por semana e seis milhões de ovos por dia, utilizando tecnologia de ponta em todo o processo.

“Que esse centenário possa ser uma luz que ilumina o futuro para acreditarmos no valor da inciativa privada, na coragem e na ousadia dos homens para romper com o estabelecido, com a capacidade de inovar e consolidar novas áreas de conhecimento e da economia”, assinalou Carlos Matos em carta.

George Lima também comentou sobre o projeto de lei 276/21, proposta de autoria dele, que começou a tramitar nesta quinta-feira (10/06), na Casa. Segundo o parlamentar, o PL foi inspirado na Lei nº 13.460, de junho de 2017, que estabelece normas básicas para participação, proteção e defesa dos direitos do usuário dos serviços públicos prestados direta ou indiretamente pela Administração Pública.

 “A qualidade do serviço público precisa ser medida para ser melhorada. Aprendi, ao longo da vida, que tudo aquilo que não tem qualitativo e quantitativo não se pode melhorar”, pontuou. George Lima explica ainda que o projeto segue previsão constitucional e oferece ao cidadão cearense mecanismos para avaliar os serviços públicos que utiliza.

“Mas não é apenas o cidadão que se beneficiará com essa futura lei, mas os gestores públicos poderão verificar, com análise de dados claros e objetivos, onde poderão melhorar, o que pode ser modificado ou ainda as práticas que estão bem implantadas, tudo em prol da sociedade”, explicou. Conforme o deputado, a intenção é medir e qualificar os serviços públicos por meio da tecnologia e de um sistema fácil e rápido.

O parlamentar enfatizou ainda a preocupação do Governo do Estado em usar fontes de energia limpas e destacou a participação do secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet), Maia Júnior, em evento internacional sobre Hidrogênio Verde, no qual ele apresentou o recém-lançado Hub de Hidrogênio Verde (H2V) do Ceará.

“O Estado do Ceará tem esse potencial de geração de energia limpa. A capacidade de produção, distribuição e exportação do H2V transformará o Estado do ponto de vista econômico e social e ainda contribuirá para a descarbonização do meio ambiente e vai transformar, com certeza, a nossa economia nos próximos anos”, projetou.
BD/AT

AL aprova projeto que transforma Hora de Plantar em política pública de Estado

AL aprova projeto que transforma Hora de Plantar em política pública de EstadoFoto: Dário Gabriel

 
A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará aprovou, durante a sessão plenária realizada nesta quinta-feira (10/06) de forma presencial e remota, dois projetos de lei complementar e dois de lei do Poder Executivo; um projeto de lei complementar e um projeto de resolução da Mesa Diretora; além de quatro projetos de lei e sete de indicação de autoria de parlamentares.

Dentre os projetos de lei do Executivo, o PL 66/2021 transforma o projeto “Hora de Plantar” em política pública de Estado, conferindo tratamento legalà iniciativa e garantindo segurança no alcance de suas finalidades. O Projeto se destina ao fomento à produção rural cearense, proporcionando resultados socioambientais e econômicos relevantes para a população do campo. A matéria recebeu quatro emendas, sendo uma do deputado Júlio César Filho (Cidadania) e três do deputado Renato Roseno (Psol).

Já o PL 69/2021 altera e acresce dispositivos à Lei nº 16.710,/2018, objetivando melhor dispor sobre competências da Secretaria do Planejamento e Gestão do Estado (Seplag) e conferir aos secretários executivos e ao secretário estadual a atribuição para ordenar despesas no referido órgão. A propositura conta com duas emendas modificativas dos parlamentares Júlio César Filho (Cidadania) e Renato Roseno (Psol).

Também do Executivo, o PL 73/2021, trata da aquisição e cessão de notebooks para uso por professores da rede pública estadual de ensino, assegurando condições para a criação de conteúdos e prática de atividades necessárias à aprendizagem remota.

Já os dois projetos de lei complementar (PLC)do Executivo aprovados foram: o 18/2021, que confere nova redação à Lei Complementar nº 66/2008, que dispõe sobre o Fundo Estadual de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Fedaf);a proposta conta com três emendasde autoria do deputado Elmano de Freitas (PT);e o 19/2021, que altera a Lei Complementar nº 37/2003, para acrescer às destinações dos recursos do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecop) o custeio de ações desenvolvidas pelo Programa de Apoio ao Esporte Educacional no Ceará (Paec), com emenda do deputado Renato Roseno (Psol).

Da Mesa Diretora da Casa foram aprovados dois projetos, um de lei complementar (PLC) e um de Resolução. O PLC 30/2019 altera e acresce dispositivos à Lei Complementar nº 13/1999, de modo a adequá-la à Emenda Constitucional n.º 103/2019 - que dispõe da nova sistemática previdenciária aprovada nacionalmente em 2019.Entre as medidas, a idade mínima para solicitar a aposentadoria passa a ser de 65 anos para homens e 62 anos para as mulheres. Deputados e ex-deputados contribuintes da Previdência Parlamentar somente podem requerer aposentadoria normal, quando completarem 35 anos de contribuição, dos quais 20 anos devem ser pelo Sistema de Previdência Parlamentar. A proposta foi aprovada com possui uma emenda do deputado Júlio César Filho (Cidadania) e uma do deputado Heitor Ferrer (SD).

Já o projeto de resolução 20/2019 altera dispositivos da Resolução n.º 429/1999, de modo a adequá-la à Emenda Constitucional n.º 103/2019, ainda sobre adequação do Sistema de Previdência Parlamentar. O projeto também visa atender melhor o trâmite dos requerimentos de benefícios, de modo a conferir maior transparência e efetividade ao sistema.

Dos projetos de lei de deputados, o PL 21/2020, de Agenor Neto (MDB), determina a obrigatoriedade de comercialização ou disponibilização de bebidas dietéticas em eventos esportivo e shows culturais voltados ao público em geral. A matériatem uma emenda modificativa/supressiva do deputado Júlio César Filho (Cidadania)

O PL 08/2021, do deputado Evandro Leitão (PDT) e coautoria do deputado Leonardo Araújo (MDB), denomina de Roberto Mesquita a escola estadual de ensino profissionalizante no município de General Sampaio/CE.

Por sua vez, o PL 221/2021, do deputado Fernando Santana (PT), concede o Título de Cidadão Cearense ao Reverendíssimo Dom Gilberto Pastana de Oliveira, bispo diocesano da Diocese de Crato.

Foram aprovados ainda os projetos de indicação dos parlamentares: 103/2020, dos deputados Nelinho (PSDB) e Bruno Pedrosa (Progressistas); 122/2020, de Marcos Sobreira (PDT); 16/2021, do Tony Brito (Pros); 32/2021, da Dra. Silvana (PL); 37/2021, do Davi de Raimundão; 55/2021, da Dra. Silvana (PL); e o 88/2021, do deputado Tony Brito (Pros).

Foram aprovados também na sessão plenária 446 requerimentos.

PE/LV/CG = AGÊNCIA DE NOTICIAS DA AL/CE - DANIEL SAMPAIO

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