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Comissão de Orçamento debate PLOA e investimentos para centro-sul e Cariri

Comissão de Orçamento debate PLOA e investimentos para centro-sul e CaririFoto: Máximo Moura

 
O município de Iguatu recebeu, na manhã desta segunda-feira (06/12), o seminário regional para apresentação e discussão do projeto da Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2022, em tramitação na Assembleia Legislativa do Ceará. No encontro, realizado na Câmara Municipal pela Comissão de Orçamento, Finanças e Tributação da AL, autoridades dos municípios das regiões centro-sul e Cariri tiveram a oportunidade de trazer suas demandas locais, bem como conferir o que está estipulado na proposta orçamentária.
O orçamento geral para 2022 será de R$ 28,5 bi, dos quais R$ 3,6 bi serão destinados exclusivamente a investimentos. Segundo o presidente da comissão, deputado Sérgio Aguiar (PDT), o Ceará será o segundo estado da Federação em recursos investidos em 2022, ficando atrás apenas de São Paulo.
O relator do PLOA, deputado Queiroz Filho (PDT), destacou a iniciativa do Legislativo em levar a discussão sobre o orçamento pra as macrorregiões do Estado e a importância da contribuição de todos. Conforme o parlamentar, todas as emendas ao orçamento devem ser de autoria parlamentar e, após essas discussões, as sugestões que ainda não estiverem previstas no projeto podem ser inseridas às propostas pelos deputados. “Algumas sugestões conseguimos incluir, mesmo que com um valor pequeno. Dessa forma, cria-se a chamada ‘janela orçamentária’ para um determinado equipamento. Os elementos da lei já temos; ampliamos o prazo para apresentação das emendas até dia 10 de dezembro, para fazer como deve ser: ouvindo a todos”, pontuou. 
Para o deputado Marcos Sobreira (PDT), membro do colegiado, a iniciativa da Assembleia deixa o orçamento estadual cada vez mais transparente e popular, ouvindo vereadores e prefeitos que conhecem bem as demandas dos municípios. “Há, por exemplo, uma dificuldade para o custeio do hospital regional com Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Esse é o momento para garantirmos na LOA custeio para a UTI, para não deixar nenhum iguatuense desamparado, necessitando se deslocar para o Cariri ou sertão-central para ter esse suporte médico”, enfatizou. 
De acordo com o secretário da comissão, Joaquim Garcez, o PLOA prevê para os 13 municípios do centro-sul orçamento na ordem de R$ 107,2 milhões, a serem investidos em implantação de projetos de produção; conservação e manutenção de rodovias; construção de unidades operacionais e administrativas descentralizadas; implantação de sistemas de abastecimento de água; construção e implantação dos cinemas nas cidades do Ceará; apoio à pavimentação de vias em espaços públicos, oriundos de demandas municipais; ampliação e recuperação de terminais rodoviários de passageiros intermunicipais; elaboração de estudos e projetos para implantação e ampliação de sistema de esgotamento sanitário; modernização do Campus Multi-Institucional de Iguatu e implantação do sistema de abastecimento de água.
Já a região do Cariri, que abrange 29 cidades, deve receber orçamento superior a R$ 852,4 milhões para investimentos, dos quais R$ 175,1 milhões são destinados a obras do Cinturão das Águas do Ceará (Cac), e R$ 70,8 milhões para incentivo à oferta de serviços hospitalares. O orçamento para o Cariri contempla ainda a ampliação do serviço de abastecimento de água; implantação do serviço de abastecimento de água - projeto de integração do São Francisco (Pisf) -; aquisição de sementes; apoio ao programa Garantia Safra; melhoria da infraestrutura física da Universidade Regional do Cariri (Urca); implantação de projetos de produção; implantação de fogões ecológicos para agricultura familiar e implantação do Centro Cultural do Cariri.
O prefeito de Iguatu, Ednardo Lavor, afirmou que a Assembleia Legislativa sai na frente levando essa discussão do orçamento nas macrorregiões do Ceará. “Recebemos aqui os deputados com essa intensão: poder debater os assuntos e temas que são relevantes para nosso Estado perante a população. Na nossa visão, é a primeira vez que vemos a Assembleia saindo do Parlamento para ouvir as pautas locais. Isso mostra a parceria da AL com as câmaras municipais”, avaliou. 
Além de vereadores, secretários e lideranças de Iguatu, participaram do seminário representantes dos municípios de Jucás, Araripe, Saboeiro e Acopiara. 
Também já receberam os seminários regionais de apresentação do Projeto de Lei Orçamentária Anual 2022 os municípios de Redenção, Crateús e Camocim. O último encontro deverá acontecer em Fortaleza, na quarta-feira (08/12). Até o momento, 600 emendas de parlamentares foram apresentadas ao PLOA. 
 
AGÊNCIA DE NOTICVIAS DA ALCE - DANIEL SAMPAIO

Novo Oriente recebe a última Assembleia Itinerante de 2021

Novo Oriente recebe a última Assembleia Itinerante de 2021

 
A Assembleia Legislativa do Ceará realiza, a partir desta terça-feira (07/12), a quarta e última sessão itinerante da atual legislatura de 2021, em Novo Oriente, no sertão de Crateús.

Assim como ocorreu nas três edições anteriores, a programação tem início com os serviços nesta terça e segue até quinta-feira (09/12), encerrando com a sessão plenária, no ginásio da Praça da Juventude.

"Tem sido muito gratificante podermos voltar a ter contato e ouvir o povo. E essa reaproximação, assim como a reabertura gradual de serviços e atividades econômicas, só é possível graças ao avanço da vacinação em nosso Estado. Por isso, reforço mais uma vez: não deixem de se vacinar. Não deixem de tomar as doses de reforço. Somente a imunização em massa nos trará de volta à vida normal que tanto desejamos", destaca o presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão (PDT).

A Assembleia Itinerante é um recurso previsto no Regimento Interno da Casa que leva os trabalhos legislativos para o interior do Estado e descentraliza as decisões que acontecem na sede do Poder Legislativo.

Os diversos serviços serão ofertados para a população na Praça da Juventude, em parceria com o Governo do Estado, Prefeitura de Novo Oriente, Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio/CE), Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Ceará (Sebrae/CE) e prefeituras da região.

Já o Festival de Arte e Cultura, promovido pelo Instituto Future, também se inicia na terça-feira, na Praça da Juventude, com apresentações de artistas da região.

Na terça-feira serão prestados serviços de saúde, emissão de  documentos, educação de trânsito, entre outros, além de campanhas educativas, palestras, atendimento odontológico e curso rápido de Gastronomia. A entrada é gratuita e sujeita à lotação permitida pelo decreto do Governo do Estado, além do respeito a todas as recomendações sanitárias, como o uso da máscara.

A sessão plenária da Assembleia Itinerante, com a presença dos deputados estaduais, na quinta-feira (09/12), tem início às 9 horas, com todos os protocolos legislativos e votação de projetos. O segundo expediente será destinado a uma sessão solene para premiação dos vencedores do Festival de Arte e Cultura da Assembleia Legislativa.

Em 2021, receberam as atividades da Assembleia Itinerante os muncípios de Itapipoca, Icó e São Benedito.

A organização da Assembleia Itinerante é do Conselho de Altos Estudos e Assuntos Estratégicos, que tem à frente o deputado Tin Gomes (PDT). A mobilização envolve uma força-tarefa de diversos setores da Casa e instituições parceiras.

AGÊNCIA DE NOTICIAS DA ALCE - DANIEL SAMPAIO

Piso da enfermagem: CNM intensifica atuação para minimizar impactos nas prefeituras

ffrazsaude abr 160920195826Aprovado no Plenário do Senado na semana passada e agora aguardando análise da Câmara dos Deputados, as discussões sobre o Projeto de Lei (PL) 2.564/2020 que trata do piso da enfermagem apresentou avanços nas últimas semanas, com redução de R$ 49 para R$ 9 bilhões/ano em perdas para as prefeituras após atuação da Confederação Nacional de Municípios (CNM). A proposta ainda traz impactos negativos significativos, mas a entidade - liderada pelo presidente Paulo Ziulkoski - continua articulando no Congresso Nacional para que o piso seja custeado pelo governo federal sem comprometer as finanças municipais. Esse pleito foi apresentado aos senadores por meio de emenda e a entidade ainda publicou nota de indignação sobre a aprovação do piso da enfermagem sem indicação da fonte de custeio.

O PL 2.564/2020 altera a Lei 7.498/86 e institui o piso salarial nacional do enfermeiro, do técnico de enfermagem, do auxiliar de enfermagem e da parteira. Nesta sexta-feira, 3 de dezembro, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, concedeu entrevista ao sair da reunião do Colégio de Líderes e afirmou que a maioria dos parlamentares decidiu enviar para uma comissão especial a análise da carga horária de 30 horas semanais para os profissionais de enfermagem.

“Não vem direto ao Plenário. Vai ser feita uma audiência pública das quatro comissões temáticas para discutir os dados, com todo respeito a essa categoria por tudo que fez durante a pandemia”, afirmou, após a reunião das lideranças partidárias na Câmara.

Mobilização Municipalista
Mesmo com as declarações do presidente da Câmara, Ziulkoski tem alertado os gestores sobre a importância de acompanhar de perto as discussões da matéria e sensibilizar os parlamentares de suas bancadas estaduais sobre o impacto negativo da proposta. O líder municipalista solicitou a presença de todos para pedir o apoio de deputados e senadores na Mobilização Municipalista que vai ocorrer em Brasília nos dias 14 e 15 de dezembro.

“Vamos estar em Brasília na última semana de trabalhos do Legislativo. É necessária a presença de todos para que a gente mostre aos deputados e senadores a gravidade dessa matéria para os Municípios. A gente não é contra o piso, mas tem que ser um valor possível de pagar”, disse o presidente da CNM. Para participar da Mobilização Municipalista, faça aqui a sua inscrição

Texto original
O texto original do PL 2.564/2021 estabelecia que o piso seria de 7.315,00 (sete mil, trezentos e quinze reais) mensais, os de técnicos e auxiliares, respectivamente, seriam calculados em 70% e 50% desse valor. Além disso, inicialmente a carga horária para o piso seria de 30 horas semanais e revisão anual do piso pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Com a redução da jornada, seria preciso contratar mais de 250 mil servidores. Cálculos divulgados pela CNM apontam que o impacto (piso+30h+encargos) chegaria a R$ 49 bilhões/ ano para a gestão municipal.

Atuações da CNM
Diante dos valores que foram considerados pelo presidente da CNM como “impagáveis”, a entidade municipalista atuou no Senado para tentar reverter a situação. A Confederação sugeriu emenda ao senador Wellington Fagundes (PL-MT). O parlamentar apresentou no Plenário o Destaque 2.297/2021, que foi retirado posteriormente. O pedido da entidade - também reforçado em ofício encaminhado aos senadores - foi que o piso seja integralmente custeado pelo governo federal em relação aos governos municipais por meio de repasses mensais para os fundos municipais de saúde.

Esse critério já ocorre com o custeio dos agentes comunitários de saúde e de combate às endemias e a Confederação considera que a emenda apresentada seria a única forma de viabilizar a imediata execução do piso da Enfermagem sem ferir as finanças do Ente local. A partir de outras emendas apresentadas no dia 24 de novembro - data da votação do PL no Plenário -, o relatório final do Senado para o PL 2.564/2020 estabeleceu piso de R$ 4.750,00 para enfermagem.

Para técnicos e auxiliares os percentuais de 70% e 50% continuaram sobre o novo valor, sem definir carga horária e mantendo o INPC como índice anual de atualização. Se aprovadas dessa forma, as mudanças, segundo a CNM, gerariam impacto (novo piso+encargos) de quase R$ 9 bilhões/ano nos Municípios.

Foto: Agência Brasil

PEC da prisão em segunda instância deve ser votada em comissão especial, 14 meses após a apresentação do relatório

BRASÍLIA — A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da prisão em segunda instância deve ser votada nesta terça-feira na comissão especial do tema na Câmara dos Deputados, 14 meses após apresentação do relatório. A proposta, de autoria do deputado Alex Manente (Cidadania-SP), define que o trânsito em julgado — momento em que, segundo a Constituição, o condenado criminalmente é considerado culpado e começa a cumprir pena — acontece após a segunda instância. Ainda não há data para a votação em plenário, que depende do presidente Arthur Lira (PP-AL).

 

Para a prisão ocorrer após a condenação em segunda instância, a proposta acaba com os recursos extraordinário e especial ao STF (Supremo Tribunal Federal) e ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). O relatório do texto, de Fábio Trad (PSD-MS), apresentado em setembro do ano passado, expande essa alteração também para o Tribunal Superior do Trabalho (TST) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

 

Como não havia apoio o suficiente para a proposta ser aprovada pela Câmara, ela ficou parada na comissão desde 2019, quando foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O presidente da comissão, Aliel Machado (PSB-PR), disse que espera que a proposta seja votada em plenário "o mais rápido possível". O GLOBO

Senadores pressionam Pacheco a não fatiar PEC dos Precatórios e forçar votação rápida na Câmara

Daniel Weterman , O Estado de S.Paulo

06 de dezembro de 2021 | 13h31

BRASÍLIA - Senadores pressionam o presidente do SenadoRodrigo Pacheco (PSD-MG), a não fatiar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios e forçar uma votação rápida na Câmara, vinculando o espaço fiscal aberto pela medida em 2022. Pacheco deve conversar com líderes partidários e com o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), ainda nesta segunda-feira, 6.

A promulgação é alvo de um impasse entre Câmara e Senado e pode alongar a implantação do Auxílio Brasil de R$ 400. A proposta é estratégica para o Executivo por abrir margem para novos gastos em ano eleitoral. O texto foi alvo de críticas por adiar o pagamento de precatórios, que são dívidas reconhecidas pela Justiça, a partir do próximo ano e por mudar a regra de cálculo do teto de gastos, a principal âncora fiscal do País. 

Rodrigo Pacheco
Rodrigo Pacheco; presidente do Senado deve conversar com líderes partidários e com o presidente da Câmara, Arthur Lira, ainda nesta segunda-feira.  Foto: Dida Sampaio/Estadão - 26/10/2021
 

Os senadores promoveram alterações para "amarrar" o espaço fiscal da PEC ao novo programa social e despesas da Previdência com o argumento de evitar uma "farra eleitoral" no ano que vem. Lira, por outro lado, quer adotar uma manobra para fatiar a promulgação garantindo a folga de R$ 106,1 bilhões em 2022 sem a vinculação.

Após a aprovação da PEC no Senado, o dispositivo que muda o cálculo do teto e abre espaço de R$ 62,2 bilhões em 2022 poderia ser promulgado pelo Congresso. O limite no pagamento de precatórios, por sua vez, que abre uma folga de R$ 43,8 bilhões, não poderia ir para promulgação direta antes de aprovação dos deputados, pois foi alterado. O mesmo foi feito no item que abre R$ 15 bilhões fora do teto de gastos em 2021 para custeio de vacinação, transferência de renda e ações emergenciais. 

O Senado limitou o pagamento de precatórios até 2026, e não mais até 2036, e vinculou o espaço fiscal da PEC ao Auxílio Brasil e despesas obrigatórias, que precisarão ser reajustadas no Orçamento. A estratégia é evitar com que os recursos sejam usados para turbinar as verbas do orçamento secreto no próximo ano. O "carimbo" das despesas não garante a vinculação, mas, de acordo com senadores, exige um compromisso com gastos essenciais. 

A estratégia dos senadores foi fazer a alteração no mesmo artigo que limitou o pagamento de precatórios, blindando a PEC de ser fatiada. "Esse fatiamento é uma gambiarra. O que queremos impedir é o governo de fazer loucuras. Nossa expectativa é que o presidente do Senado não vai fatiar. Ele assumiu isso com a gente no plenário na semana passada", disse o senador José Aníbal (PSDB-SP). 

No Congresso, parlamentares discutem a possibilidade de Lira levar a PEC alterada pelo Senado direto para o plenário. Na semana passada, no entanto, ele citou o regimento da Casa para mostrar resistência a essa manobra e falou que as alterações só devem ser analisadas pela Câmara em 2022, pressionando pelo fatiamento. 

"Se o Pacheco descumprir o acordo, o Pacheco não preside mais o Senado porque descumpriria o acordo com o PT, com o MDB, com o PSDB e com o Cidadania e um presidente da Casa nunca fez isso. Nem o Davi (Alcolumbre) fez isso. E o Pacheco é homem de cumprir acordos, até como jurista que é", afirmou a líder da bancada feminina no Senado, Simone Tebet (MDB-MS).

 

PEC da prisão em segunda instância deve ser votada esta semana

Redação, O Estado de S.Paulo

06 de dezembro de 2021 | 11h03

Parada há mais de um ano na Câmara dos Deputados, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que viabiliza o cumprimento imediato de pena após condenação em segunda instância deve ser votada nesta terça-feira, 7. A nova data foi anunciada na última quarta-feira, 1º, pelo deputado Aliel Machado (PSB-PR), presidente da comissão especial que analisa a proposta.

A votação do relatório estava marcada para a semana passada, mas foi adiada a pedido do presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL), segundo Machado. A intenção do político alagoano era usar o tempo extra para tentar chegar a um consenso sobre a proposta, que segue para o plenário sem acordo. 

plenário câmara
Após mais de um ano parada, PEC da prisão em segunda instância chega ao plenário da Câmara nesta terça-feira, 7, sem acordo. Foto: Dida Sampaio/Estadão

A PEC sugere que a Constituição seja alterada para permitir a execução imediata da pena após a condenação em segunda instância. A Carta estabelece que o réu não seja considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal — isto é, a etapa em que não cabe mais nenhum recurso. 

Atualmente, é possível estender os pedidos de recurso até o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF), o que pode retardar em anos o trânsito em julgado. A proposta se refere não apenas ao campo penal do Direito, mas também ao tributário, trabalhista e eleitoral.

Apresentada pelo deputado Alex Manente (Cidadania-SP), a proposta foi aprovada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara  em novembro de 2019, e desde então aguarda tramitação na comissão especial.

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A implosão dos partidos

O Estado de S.Paulo

05 de dezembro de 2021 | 03h00

A votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios na Câmara expôs com clareza um aspecto deletério sobre a forma com que partidos e deputados têm atuado desde o advento das emendas de relator. Em troca de recursos para suas bases eleitorais, parlamentares ignoram a orientação de suas lideranças e chegam a se posicionar contra bandeiras históricas de suas legendas. A intensa agenda do Congresso, com textos discutidos em poucas horas mesmo durante a pandemia, é um desafio a quem se propõe a acompanhar os trabalhos do Legislativo, e a quantidade de agremiações políticas não contribui para elucidar esse cenário. 

Mas a PEC dos Precatórios talvez seja o exemplo mais bem acabado do balcão de negócios em que a Câmara se transformou no governo Jair Bolsonaro. Entre o primeiro e o segundo turno de votações, apenas o PDT mudou de orientação, e somente depois que Ciro Gomes suspendeu sua pré-candidatura à Presidência da República. Ainda assim, cinco deputados mantiveram apoio ao texto.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defendeu os parlamentares do PDT, com quem havia firmado acordo para dar prioridade a professores no pagamento dos precatórios – na avaliação dele, os colegas foram tratados de forma injusta. Sob este ponto de vista, Lira tem razão. Todos os partidos, e não apenas o PDT, devem ser cobrados pelo apoio a uma proposta que representa um calote em dívidas da União a pretexto de socorrer os mais necessitados com o Auxílio Brasil. O comportamento de algumas legendas, em particular, deve ser observado com lupa. É o caso daquelas que se propõem a lançar candidaturas que representem a chamada terceira via. 

Seria salutar para a democracia que os eleitores encontrassem resposta para os problemas do País fora dos extremos representados por Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro. As pesquisas, no entanto, mostram escassa viabilidade para quaisquer desses nomes até o momento, e a votação da PEC dos Precatórios pode ajudar a explicar parte da descrença na política tradicional.

O PSDB, por exemplo, lançou prévias para escolher um candidato para 2022 em uma disputa entre os governadores João Doria e Eduardo Leite, disputa vencida pelo paulista. Seu partido, porém, orientou a favor da PEC e deu mais de 20 votos pela aprovação do texto nos dois turnos na Câmara.

O MDB, da pré-candidata e senadora Simone Tebet (MS), recomendou à sua bancada o voto contrário à PEC dos Precatórios, mas ao menos dez deputados ignoraram essa orientação nas duas etapas. No PSD, do senador Rodrigo Pacheco (MG), apenas cinco dos 35 parlamentares votaram contra. 

Em trajetória errática, o Podemos, do ex-juiz Sergio Moro, deu cinco votos favoráveis e quatro contrários no primeiro turno da PEC. No segundo, foram três pela aprovação e seis pela rejeição. Com sete deputados, o Cidadania, do senador Alessandro Vieira (SE), deu dois votos a favor do texto. Justiça seja feita ao Novo, de Luiz Felipe d’Avila, que ficou unido pela derrubada da proposta.

No Senado, casa de três dos pré-candidatos, após muitas negociações, a PEC dos Precatórios passou com folga e mais de 60 votos a favor nos dois turnos. Somente a bancada do PDT votou contra o texto, que conseguiu unanimidade no PSD e PSDB, maioria no MDB e no PT e apoio parcial do Podemos.

A PEC dos Precatórios é a ponta do iceberg de uma gestão que não tem projeto para o País. Representado por um presidente que não está à altura do cargo que ocupa, o desgoverno mercantilizou o debate político. O modo oculto com que recursos bilionários são distribuídos, ainda que uma parte relevante deles se destine à saúde, revela acordos feitos longe do olhar da sociedade. Essa prática destrói as legendas por dentro e representa uma ameaça à democracia. A decisão liminar da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), que cobra ampla publicidade aos repasses autorizados sob essa rubrica em 2020 e 2021, pode ser o freio de arrumação de que os partidos tradicionais precisavam para refletirem sobre seus caminhos.

CPI do Orçamento Secreto: senador pede urgência após divulgação de imagens de deputado com dinheiro

Thaís Barcellos, O Estado de S.Paulo

 

BRASÍLIA - Após a divulgação de imagens de um deputado com grande quantidade de dinheiro que, segundo a Polícia Federal, resulta de desvio de emendas parlamentares, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) afirmou que vai colher “com urgência” assinaturas para abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Orçamento Secreto. Dois requerimentos de criação da CPI já foram apresentados e a coleta de assinaturas começou em novembro – são necessárias 27 e um ato do presidente do Senado para a instalação da comissão.

 

Em sua conta no Twitter, Vieira disse que o Senado vai ajustar o requerimento diante da divulgação dos novos fatos.  “Vamos ajustar o requerimento e colher com urgência as assinaturas para a CPI do Orçamento Secreto . As novas informações confirmam a gravidade dos fatos. É dinheiro público perdido para a corrupção e a falta de transparência”, disse.

 

Nesta sexta-feira, foram divulgadas imagens do deputado Josimar Maranhãozinho (PL-MA) manuseando uma grande quantidade de dinheiro. Segundo a Polícia Federal, o montante é resultado de um esquema de desvios de recursos de emendas parlamentares. Nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro se filiou ao PL, partido de Maranhãozinho.

CPI do Orçamento Secreto: senador pede urgência após divulgação de imagens de deputado com dinheiro
Deputado Josimar Maranhãozinho é flagrado pela PF com maços de dinheiro em escritório.  Foto: Polícia Federal/Reprodução

As imagens foram feitas em outubro do ano passado, por uma câmera escondida pelos agentes da PF no escritório do político em São Luís (MA), com autorização do Supremo Tribunal Federal, e incluída no inquérito da Operação Descalabro.  A operação apura uma complexa engrenagem de desvio de dinheiro público direcionado pelo próprio deputado a municípios maranhenses via emendas parlamentares.

Segundo o relatório da PF, obtido pelo Estadão, o fluxo de dinheiro em espécie no escritório do político tem como origem repasses que empresas ligadas a Maranhãozinho receberam de prefeituras sob influência política do parlamentar.

esquema do orçamento secreto foi revelado pelo Estadão em uma série de reportagens que mostraram o direcionamento de recursos públicos a parlamentares aliados do governo.  O Palácio do Planalto escolhe para quem vai liberar dinheiro das chamadas emendas de relator (identificadas pelo código RP-9),e aceita que o parlamentar indique o valor e o que deve ser feito com o montante, incluindo a cidade que irá receber, sem critérios técnicos e transparência.

No início de novembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu as emendas do relator. Mas, nesta semana, o Congresso aprovou um projeto que mantém o orçamento secreto. Ontem, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), encaminhou um documento para a ministra do STF Rosa Weber indicando que vai cumprir parte da determinação da Corte para dar transparência às emendas RP-9.

Lideranças evangélicas creditam vitória de André Mendonça para STF também ao PT e a Lula

Mônica Bergamo é jornalista e colunista. / FOLHA DE SP

ANDRE MEDONÇA NOVOMINISTRO DO STF BOLSONARO

Lideranças religiosas que não se alinham a Jair Bolsonaro de forma ruidosa passaram a creditar a aprovação de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF) também ao PT e ao ex-presidente Lula, que não teriam feito carga contrária ao "terrivelmente evangélico" indicado por Jair Bolsonaro para a Corte.

TODO OUVIDOS

Senadores do PT, como Humberto Costa (PT-PE), e o próprio Lula conversaram com evangélicos que apoiavam a ida de Mendonça para o STF. O partido não fechou questão contra a indicação, e liberou seus parlamentares para votar como quisessem.

DIREITO DELE

O ex-presidente manifestou a religiosos, e também a senadores petistas, a posição de que um presidente da República tem o direito de fazer a indicação que acha mais apropriada. E que Bolsonaro exercia esse direito, assim como ele e Dilma Rousseff viram aprovados todos os nomes que indicaram para o Supremo.

CESTO

Pela contabilidade das lideranças evangélicas, senadores do PT seguramente votaram contra Mendonça —mas o apoio de apenas alguns poucos deles pode ter feito toda a diferença para a aprovação do nome, em um placar que estava muito apertado.

CESTO 2

Já o presidente Bolsonaro, que cumpriu a promessa de indicar um evangélico para o cargo, gerou desconfiança na reta final por não ter feito o esforço que religiosos esperavam pela aprovação de André Mendonça. Mas, apesar do ruído de última hora, tem a gratidão das lideranças.

LINHA

A resistência maior a Mendonça entre setores do partido se mantinha por causa da proximidade dele com a Operação Lava Jato. Promessas do futuro ministro de que será um juiz garantista, no entanto, ajudaram a amenizar o clima contrário a ele.

Heitor Férrer cobra repasse de recursos para Santa Casa de Misericórdia

Deputado Heitor FérrerDeputado Heitor FérrerFoto: Júnio Pio

O deputado Heitor Férrer (SD) cobrou à Prefeitura de Fortaleza, durante o primeiro expediente da sessão plenária realizada em formato híbrido, presencial e remoto, durante a manhã desta quinta-feira (02/12), o repasse integral dos recursos encaminhados pela União à Santa Casa de Misericórdia. Segundo ele, o repasse integral foi determinado por decisão judicial no dia 19 de novembro. 

A Santa Casa de Misericórdia segue a obrigatoriedade da manutenção de metas qualitativas e quantitativas contratualizadas pelos prestadores de serviço de saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), o que lhes garante os repasses dos valores financeiros na sua integralidade. 

Conforme Heitor Férrer, devido à pandemia de Covid-19, a União suspendeu a obrigatoriedade dessas metas, mas mantendo o repasse integral às instituições. “A Prefeitura de Fortaleza entendeu que a Santa Casa não deve receber o valor integral dos repasses, repassando apenas um valor parcial”, disse o parlamentar. Ele informou que a instituição entrou com uma ação judicial e que ficou definido que a Prefeitura de Fortaleza deve fazer o repasse integral. 

“A Santa Casa de Misericórdia é uma das instituições mais importantes do nosso Estado, atende todo o Ceará, conta com um corpo excelente e dedicado de profissionais que fazem o atendimento da população”, disse.

Para o parlamentar, mesmo que houvesse alguma interpretação legal que indicasse o pagamento apenas parcial dos repasses, “a Prefeitura de Fortaleza deveria ter a sensibilidade de reconhecer o relevante trabalho da Santa Casa e realizar o pagamento integral”, avaliou.

PE/LF

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