Lula tem 45% na Média Estadão Dados; vantagem sobre Bolsonaro é de 14 pontos
Saiba como funciona o agregador
O agregador de pesquisas eleitorais do Estadão usa dados dos levantamentos de 14 empresas, considerando suas peculiaridades metodológicas, para calcular a Média Estadão Dados - o cenário mais provável da disputa a cada dia, de acordo com nosso modelo.
A média de cada candidato não é a simples soma dos resultados e divisão pelo número de pesquisas. O agregador controla diversos parâmetros e dá pesos diferentes aos levantamentos para impedir que números destoantes ou desatualizados puxem um dos concorrentes para cima ou para baixo.
Atualização: o agregador recalcula resultados diariamente e considera a linha de tendência de cada candidato em cada pesquisa das empresas que publicaram dados nos últimos 40 dias. Na média, a linha de tendência de Lula é de uma pequena redução a cada dia. De 29 para 30 de julho, a taxa do petista passou de 45,51% para 45,48%. Como o agregador arredonda as porcentagens, a variação sem as casas decimais foi de 46% para 45%, na Média Estadão Dados. A diferença em relação a Bolsonaro, sem considerar casas decimais, oscilou de 15 para 14 pontos.
A série histórica do agregador tem dados divulgados pelas seguintes empresas: Datafolha, Ipec (o antigo Ibope), Quaest, Paraná Pesquisas, Vox Populi, Sensus, MDA, PoderData, Ipespe, Ideia, Futura, FSB, Gerp e Real Time Big Data. As seis primeiras fazem pesquisas presenciais, ou seja, seus entrevistadores abordam as pessoas face a face, na rua ou em suas casas. As sete últimas promovem sondagens por telefone. O MDA usa os dois métodos. Veja aqui os atos de registro das pesquisas.
A forma como os dados são coletados tem influência significativa nos resultados. Na média, pesquisas telefônicas tendem a subestimar a taxa de intenção de votos no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a superestimar a do presidente Jair Bolsonaro (PL). É possível que isso aconteça porque sondagens feitas por telefone tenham mais dificuldades de aferir a opinião dos mais pobres - segmento em que o petista se sai melhor.
Nosso modelo considera que, na média, as pesquisas presenciais são mais precisas ao atribuir a taxa de intenção de votos de cada candidato. Por outro lado, as pesquisas telefônicas são feitas com maior frequência e podem captar melhor eventuais mudanças de tendência.
A Média Estadão Dados considera o desempenho de cada candidato nos dois tipos de pesquisas, mas depois que essas últimas são submetidas a um fator de correção. Veja as principais características do agregador:
1) São calculadas separadamente as médias de pesquisas presenciais e telefônicas. A média das primeiras é usada como parâmetro para estimar eventuais vieses das demais. Um fator de correção, que pode variar ao longo do tempo e é calculado para cada empresa, é aplicado para compensar esses possíveis vieses.
2) A linha de tendência de cada candidato, ou seja, a evolução de seu desempenho nas duas pesquisas mais recentes de um mesmo instituto, é levada em conta para calcular sua taxa a cada dia.
3) Há anteparos para evitar que números destoantes afetem o resultado final. Se uma pesquisa traz resultados muito diferentes de outras feitas em datas próximas e com metodologia semelhante, seu peso é reduzido no cálculo da média. O mesmo acontece quando uma determinada linha de tendência destoa das demais.
4) Se uma empresa fica muito tempo sem divulgar pesquisas, suas taxas e linhas de tendências deixam temporariamente de ser consideradas, até que novos números sejam publicados. Atualmente só entram na conta dados de institutos com pesquisas divulgadas nos últimos 77 dias. Essa “janela de inclusão” vai diminuir com o tempo para que, na data do primeiro turno, sejam considerados apenas os resultados dos três dias anteriores.
5) Quanto mais recente é uma pesquisa, maior é seu peso na definição da média final. Levantamentos com maior quantidade de entrevistados (e, portanto, com menor margem de erro), também ganham mais peso no cálculo.
6) Datafolha e Ipec (instituto que mantém a equipe e a metodologia do antigo Ibope) entram no agregador com status de “padrão ouro”, por seu desempenho em eleições passadas. Empresas que tiverem os resultados ou linhas de tendência mais distantes do padrão ouro terão o peso reduzido no resultado final.
O agregador de pesquisas do Estadão leva em consideração levantamentos publicados desde o dia 1º de dezembro de 2021. A ferramenta vai trazer sempre dados dos últimos seis meses.
Além da Média Estadão Dados, o aplicativo permite visualizar, separadamente as médias das pesquisas presenciais e telefônicas, cada uma delas calculada segundo metodologia própria do núcleo de jornalismo de dados do Estadão.
Os usuários poderão fazer recortes dos resultados, destacando apenas as linhas do gráfico de determinados candidatos, e compartilhar essas visualizações em redes sociais e aplicativos de mensagens.
Lula chama Bolsonaro de ‘troglodita’ e diz que presidente vai levar ‘surra’ nas urnas
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste sábado, 30, que a população brasileira dará uma “surra” no presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais. Para o petista, a desconfiança do chefe do Executivo nas urnas eletrônicas é “medo” de perder as eleições. Segundo agregador de pesquisas do Estadão, que calcula cenário mais provável da corrida eleitoral, a vantagem de Lula sobre Bolsonaro é de 14 pontos.
“Nós não vamos aceitar nenhuma provocação. A nossa vingança vai ser nas urnas no dia 2. O Bolsonaro está todo dia brigando com a Suprema Corte e com a Justiça Eleitoral dizendo que a urna eletrônica não presta. Ele já foi eleito 10 vezes pela urna eletrônica. Na verdade, ele não está com medo da urna eletrônica. Ele está com medo do povo nordestino, do povo do sul do País... que vai dar uma surra nele que ele nunca mais esquecer”, disse durante Lula durante evento do Partido do Trabalhadores no Ceará. Nesta manhã, a sigla oficializou a candidatura de Elmano Freitas ao governo do Estado e o ex-governador Camilo Santana para o Senado Federal.
As pesquisas eleitorais mostram um favoritismo de Lula no Nordeste, entretanto, o último do levantamento do Datafolha mostrou que as intenções de voto de Bolsonaro subiram numericamente na região; foi de 19% para 24%. As intenções de voto do petista oscilaram de 58% para 59%. Assim, a distância entre os dois adversários no Estado passou de 39 para 35 pontos porcentuais. A pesquisa ainda aponta que essas variações nas porcentagens estão dentro da margem de erro.
Durante o discurso, Lula também chamou Bolsonaro de “troglodita” ao comentar sobre o pagamento de R$600 do Auxílio Brasil, que tem data limite até dezembro. “Se ele tivesse coragem de olhar na cara de vocês como eu estou olhando... Eu queria dizer que esse troglodita se ele conhecesse o povo brasileiro ele ia saber que se cair dinheiro no bolso de vocês, peguem e comam porque se não eles vão ficar com o dinheiro”. O petista classificou a manobra do aumento do benefício como um ato de desespero para ganhar as eleições. O ESTADÃO
Com histórico de nomes experientes, entenda a disputa pela vaga única do Senado no Ceará em 2022
Wagner Mendes / DIARIONORDESTE
Enquanto o cenário das candidaturas ao Governo do Ceará está cada vez mais definido, as projeções para a disputa à única vaga ao Senado ainda seguem incertas.
Três partidos têm pré-candidaturas definidas no Estado. Uma delas é a do ex-governador Camilo Santana, que já foi definida pelo PT e deverá ser homologada em convenção estadual marcada para o dia 30 de julho junto com Elmano Freitas – nome da sigla cotado para sucessão estadual.
Quem também já definiu pré-candidatura foi o Psol. Paulo Anacé deverá ter a candidatura homologada ao lado de Adelita Monteiro – pré-candidata à governadora – em convenção do partido agendada para o dia 5 de agosto.
Pelo lado da oposição ligada a Capitão Wagner (União), o PTB já definiu o nome do Pastor Paixão como pré-candidato. O diretório definiu no dia 9 de julho. A legenda, no entanto, ainda não garantiu aliança com o União Brasil.
As demais forças políticas cearenses precisarão discutir internamente a indicação antes da convenção. A Justiça Eleitoral determina que os partidos indiquem seus representantes até o dia 5 de agosto.
DEBATE
Depois do racha na aliança, o PDT precisará de um plano B para completar a chapa com Roberto Cláudio, candidato do partido ao Palácio da Abolição. Antes, pedetistas contavam com o nome de Camilo na chapa majoritária.
Nos bastidores, no entanto, o clima é de incerteza de quem assumirá a responsabilidade da candidatura, que terá como principal adversário o ex-governador petista.
Por outro lado, o assunto na oposição ligada a Capitão Wagner (União) praticamente não avançou nos últimos meses. À espera de pactuações, o pré-candidato a governador tem adiado a construção da chapa. O União Brasil chegou a lançar o empresário Ésio de Sousa em maio deste ano, mas recuou da pré-candidatura.
Dentro do grupo havia pelo menos quatro nomes que disputariam essa indicação: o vereador Inspetor Alberto, o empresário José Bardawil, o pastor Fernandes e o ex-deputado federal Raimundo Gomes de Matos.
Com a definição de que o PL indicará o vice na chapa de Capitão Wagner, a expectativa é que a pré-candidatura ao Senado seja articulada com outro partido que participe da aliança majoritária.
Questionado sobre o assunto, o pré-candidato a governador disse que está conversando com as siglas aliadas. Segundo ele, há "pré-candidatos" que estão cotados. O partido espera definir um nome nos próximos dias.
PRÉ-CANDIDATOS DEFINIDOS
- Camilo Santana (PT)
- Paulo Anacé (Psol)
- Pastor Paixão (PTB)
ÚNICA VAGA
Com 81 senadores da República em Brasília, as renovações dos mandatos ocorrem parcialmente a cada eleição. Neste ano de 2022, apenas 1/3 das cadeiras (27 no total) serão eleitas. Os outros 54 senadores têm mandato assegurado até 2026.
No Ceará, Eduardo Girão (Podemos) e Cid Gomes (PDT) não serão candidatos em outubro porque foram eleitos em 2018. Tasso Jereissati (PSDB), no entanto, precisaria concorrer novamente para renovar o mandato, mas tem dito aos aliados que não deve disputar a reeleição.
Desde 1990, os eleitos para essa única vaga no Ceará são nomes com experiência nas urnas. Na maioria, são parlamentares já experientes em cargos estaduais e federais.
Com a influência de Tasso Jereissati, o Ceará elegeu Beni Veras (PSDB) em 1990, com 35,46% dos votos válidos. Antes, Beni ocupava cargo na gestão estadual. Mais à frente, o tucano seria eleito vice-governador, ocupando a titularidade do cargo com a renúncia de Tasso em 2002 para concorrer ao Senado.
Oito anos depois, foi eleito Luiz Pontes (PSDB), com 43,41% dos votos válidos. Pontes já era parlamentar experiente, com mandato na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa do Ceará. Tanto Beni quanto Pontes foram eleitos vencendo Paes de Andrade.
Na Era Lula, a esquerda ganhou força no Ceará elegendo um comunista para a única vaga do Senado disputada em 2006. O então deputado federal Inácio Arruda (PCdoB) foi o escolhido pelos cearenses com 52,25% dos votos válidos. Foi uma disputa acirrada com o também parlamentar, à época, Moroni Torgan.
Em 2014, na chapa de Eunício Oliveira para o Governo do Estado, Tasso Jereissati (PSDB) conseguiu se eleger para o segundo mandato no Senado com 57,91% dos votos. O tucano derrotou Mauro Filho, o indicado do grupo liderado pelos irmãos Ferreira Gomes.
Primeiros candidatos registrados no TSE declaram ter em casa R$ 5,6 milhões em
Por Vinícius Valfré / o estadão
BRASÍLIA — Os primeiros políticos que pediram registro de candidatura ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declararam, juntos, ter mais de R$ 5,6 milhões em dinheiro em espécie, em moeda nacional e estrangeira, guardados em casa. Dos 757 candidatos registrados até esta sexta-feira, 29, na Corte, 78 disseram ter quantias em dinheiro vivo. Desses, 28 têm ao menos R$ 50 mil em cédulas.
O resultado ainda parcial do registro de candidaturas mostra que o patrimônio desses políticos é de R$ 668,5 milhões em bens, entre imóveis, automóveis, aeronaves e participação em empresas.
A informação sobre os bens é feita por meio de autodeclaração e a Justiça Eleitoral não submete o patrimônio apresentado por candidatos à averiguação. Em alguns casos, porém, o Ministério Público Eleitoral pode entender que há prejuízo à interpretação do eleitor sobre o candidato e oferecer denúncia por falsidade ideológica.
Não é considerado crime deixar cédulas guardadas em casa. Altas quantias, porém, costumam gerar dúvidas sobre a origem dos recursos.
Na lista dos que inauguraram o registro de candidatura neste ano, o que apresentou o maior patrimônio em espécie foi o vereador do Rio de Janeiro Luciano Vieira (PL), que tentará uma vaga de deputado federal: R$ 1 milhão. Quando se elegeu para a Câmara Municipal, em 2020, declarou R$ 770,2 mil, no somatório de todas as posses. Agora, os bens declarados pelo vereador somam R$ 7,6 milhões. Um aumento de cerca de dez vezes em apenas dois anos. Ele não foi localizado ontem.
Em segundo lugar, aparece o candidato a deputado federal Elio Lacerda (Patriota-MG), com R$ 511 mil em dinheiro declarados. Depois dele, Sargento Hamilton (Patriota-MG), postulante à Assembleia Legislativa, com R$ 400 mil em espécie. Os montantes em espécie declarados variam de R$ 1 milhão a R$ 40. O candidato que declarou ter R$ 40 é o advogado Edney Duarte Jr. (Novo), que pretende concorrer a um assento na Assembleia paulista. Também postulante ao cargo de deputada estadual pelo Novo em São Paulo, Carol da Banca disse ao TSE ter R$ 200 em espécie.
Nas eleições de 2018, 2.540 candidatos declararam, somados, R$ 313 milhões em espécie, de um total de R$ 24,2 bilhões em bens. Pela primeira vez, em razão da Lei Geral da Proteção de Dados (LGPD), os bens declarados, como imóveis e carros, passaram a não ser detalhados pelo TSE. A base de dados permite apenas uma consulta genérica, sem qualquer referência a endereços e modelos, por exemplo.
O deputado Helio Lopes (PL-RJ) disse, na eleição de quatro anos atrás, não ter nada em seu nome. Desta vez, declarou à Justiça dois terrenos de R$ 18 mil cada. Já Altineu Côrtes (PL-RJ), líder do partido na Câmara, disse ter perdido patrimônio de uma eleição para outra. Os R$ 3,9 milhões em bens passaram a ser R$ 1,2 milhão. O deputado Carlos Jordy (PL-RJ), candidato à reeleição, declarou R$ 122 mil, ante R$ 102 apresentados em 2018.
Veja o que é #FATO ou #FAKE na entrevista de Ciro Gomes para o Central das Eleições, na GloboNews
Por G1, TV Globo, GloboNews, O Globo, Extra, CBN e Valor*
O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, foi entrevistado no programa Central das Eleições, da GloboNews, nesta terça-feira (26). Foi a terceira e última entrevista da série de sabatinas com postulantes à Presidência da República.
A conversa foi transmitida ao vivo direto dos estúdios da GloboNews. O ex-governador foi sabatinado por Andréia Sadi, Flávia Oliveira, Fernando Gabeira, Julia Duailibi, Miriam Leitão, Valdo Cruz, Gerson Camarotti, Ana Flor e Octavio Guedes.
A primeira entrevista foi da pré-candidata do MDB, Simone Tebet. A segunda com o pré-candidato do Avante, André Janones. Lula e Bolsonaro também foram convidados, mas não confirmaram presença no prazo estipulado em reunião.
A equipe do Fato ou Fake checou as principais declarações de Ciro Gomes. Leia:
“Nós temos que entender o que está acontecendo. Por que está crescendo o feminicídio no Brasil? Que é um crime de gênero também. É preciso ter clareza disso."
A declaração é #FAKE. Veja por quê: Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, houve leve queda de 1,7% nos feminicídios no Brasil em 2021 na comparação com o ano anterior. A análise tem como base informações das secretarias estaduais de segurança pública.
A queda dos assassinatos de mulheres em razão do gênero, no entanto, foi acompanhada do crescimento de outros tipos de violência como lesão corporal, estupro e ameaças.
A queda dos feminicídios foi a primeira redução registrada desde 2016, quando o levantamento foi iniciado.
“Todas essas questões que se chamam identitárias, são questões absolutamente nobres, graves, importantes, centrais. Não há razão para que o Brasil aceite sermos nós o País que mais mata pessoas por identidade de gênero, isso é intolerável.”
A declaração é #FATO. Veja por quê: De acordo com a ONG Transgender Europe (TGEU, na sigla em inglês), em 2021, pelo 13º ano, o Brasil continuou sendo o país onde mais se mata pessoas transexuais, seguido pelo México e os Estados Unidos. O dossiê apontou que, no ano passado, 140 pessoas trans foram assassinadas no país.
“A mulher brasileira ganha 76% do que um homem ganha para fazer a mesma coisa, com a mesma jornada de trabalho.”
A declaração é #FATO. Veja por quê: As mulheres ganham cerca de 20,5% menos do que os homens com mesmo perfil de escolaridade, idade e mesma categoria de ocupação no Brasil, segundo levantamento foi feito pela consultoria IDados para o g1, com base na Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílio (Pnad) do IBGE. Há cinco anos, este índice era de 23,4%.
Ou seja, segundo dados do ano passado, as mulheres ganham 79,5% do que ganham um homem. Em 2017, recebiam 76,6% do rendimento do sexo oposto na mesma função.
"Hoje, nós estamos com o menor investimento em educação dos últimos dez anos."
A declaração é #FATO. Veja por quê: O gasto público com educação em 2021 atingiu o menor patamar desde 2012, segundo estudo feito pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) e divulgado pelo g1.
Em 2021, segundo o levantamento, as despesas autorizadas em educação chegaram a R$ 129,8 bilhões. A execução financeira, no entanto, foi de R$ 118,4 bilhões. Pouco menos do que foi executado em 2020, de R$ 118,5 bilhões.
Segundo a série histórica do levantamento, em 2012, o valor efetivamente investido foi de R$ 121,1 bilhões. Em 2013, subiu para R$ 130,2 bilhões. Chegou ao ápice em 2014, com investimentos na ordem de R$ 150,3 bilhões.Entre 2015 e 2017, ficou entre R$ 143 bilhões e 144 bilhões. Em 2018, foram investidos R$ 130 bilhões e em 2019, R$ 126 bilhões.
“Particularmente nós destruímos o complexo industrial da saúde, porque quase não resta mais nada de base nacional. Portanto, importamos tudo, do foco cirúrgico ao princípio ativo do Tylenol, nós estamos comprando tudo do estrangeiro.”
#NÃOÉBEMASSIM. Veja por quê: A estimativa da Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi) é que 5% dos fármacos - ou seja, diversos tipos de medicamentos e vacinas - utilizados no país têm produção interna. Os outros 95% são importados - cerca de 35% dos insumos vêm da China, de acordo com um relatório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“A lei diz, por exemplo, na questão do poder, a lei diz que todos os partidos são obrigados a entregar pelo menos 1/3 das suas vagas, de candidatos a deputado para mulheres. Diz que o dinheiro também tem que ser distribuído nessa conta. Vai a votação, e o parlamento brasileiro só tem 15% de mulheres, percebe?”
A declaração é #FATO. Veja por quê: A bancada feminina é composta por 77 deputadas federais na Câmara dos Deputados, o que representa 15% das cadeiras. Em maio de 2018, o Plenário do Tribunal Superior Eleitoral confirmou que os partidos políticos deverão reservar pelo menos 30% dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, conhecido como Fundo Eleitoral, para financiar candidaturas femininas.
“O Ceará está se industrializando enquanto o Brasil destrói indústrias.”
#NÃOÉBEMASSIM. Veja por quê: A indústria perdeu importância no Brasil nos últimos anos. Dados da CNI indicam que, entre 2014 e 2020, o setor registrou uma redução na participação do total do PIB brasileiro, passando de 23,8% para 20,5%.
Dados do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) também indicam redução na importância da indústria do Ceará nos últimos anos. A variação da produção física da indústria de transformação no estado foi de -2,5% em 2014; -9,9% em 2015; -4,3% em 2016; 2,1% em 2017; 0,4% em 2018; 1,6% em 2019; e -6,2% em 2020.
Números do Perfil da Indústria nos Estados, da CNI, também apontam que a indústria cearense perdeu importância no estado entre 2009 e 2019. Segundo o levantamento, o setor registrou uma redução de 5,2 pontos percentuais em relação ao total do PIB estadual no período.
Mais recentemente, dados do Observatório da Indústria, da CNI, de maio de 2021 a maio de 2022, o estado registrou uma variação de -6,2%, enquanto o Brasil caiu -2,6%.
"A Polícia Federal de um país de 212 milhões de habitantes tem onze mil e seiscentas pessoas trabalhando."
A declaração é #FAKE. Veja por quê: O pré-candidato subestima o efetivo da PF. Dados do Portal da Transparência apontam que o Brasil tem, atualmente, 16.825 servidores em exercício no Departamento de Polícia Federal — um número 45% maior que o estimado por Ciro Gomes.
"Brasil tá crescendo a 2% há 40 anos e crescendo a 0%, perto de 0% há 10, 11 anos. É uma proeza, mas não é nada demais para um país que cresceu 50 anos 6,7% ao ano."
A declaração é #FATO. Veja por quê: Segundo o IBGE, o nível da economia brasileira no final de 2021 estava no mesmo patamar que no final de 2012. Um levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas também mostrou que, entre 2011 e 2020, o Produto Interno Bruto (PIB) teve uma média de crescimento de 0,3%. Foi a pior década em 120 anos.
De acordo com dados do Banco Central, nos últimos 40 anos, o Brasil tem uma média de crescimento de 2,3% ao ano, próximo ao informado pelo candidato.
Por fim, dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontam que o Brasil cresceu, entre 1931 e 1980, 6,5% ao ano, índice perto do mencionado por Ciro.
"O Lula pediu o impeachment do Itamar Franco. O Lula pediu o impeachment do Fernando Henrique Cardoso e não assinou nenhum pedido de impeachment do Bolsonaro."
A declaração é #FAKE. Veja por quê: Em 1999, a partir de abril, parlamentares do PT apresentaram 4 pedidos de impeachment contra o presidente recém-reeleito, Fernando Henrique Cardoso. Dois deles foram protocolados pelo deputado petista Milton Temer, outro foi apresentado pelo deputado Alceu Colares, do PDT, e o último pelo deputado do PT José Genoíno. Lula, no entanto, não integrou os esforços em defesa dos pedidos, segundo os envolvidos.
Em 2015, o agora ex-deputado Milton Temer disse em entrevista ao jornal O Globo que o então presidente do partido fazia “uma oposição ambígua” e que ele ficou contra os processos de impeachment. Já o agora ex-deputado Miro Teixeira, que também participou dos processos, disse que o então presidente do PT se recusou a apoiar as iniciativas, inclusive em discursos.
“Ganhei prêmio mundial em combate à mortalidade infantil."
A declaração é #FATO. Veja por quê: Em 1993, a Unicef concedeu ao estado do Ceará o prêmio Unicef Maurice Pate. Foi a primeira vez que o reconhecimento foi dado à América do Sul. Ciro Gomes era governador do Ceará na época.
“O orçamento nacional esse ano são R$ 4,8 trilhões. Sabe quanto sobra para investimento? R$ 25 bilhões.”
A declaração é #FATO. Veja por quê: De acordo com o Painel do Orçamento Federal, a dotação atual do governo é de R$ 4,8 trilhões. O valor previsto para investimentos neste ano, ainda segundo o painel, é de R$ 25,6 bilhões.
“Dos 10 bancos mais lucrativos do planeta Terra, quatro são do Brasil. Não tem nenhum chinês, nem um japonês, nem um alemão, nem um inglês, nem um italiano.”
A declaração é #FATO. Veja por quê: Em abril deste ano, um estudo feito pela Economatica mostrou que quatro bancos brasileiros estavam na lista dos dez mais rentáveis do mundo no ano de 2021: Santander Brasil (18,9%), Itaú (17,3%), Banco do Brasil (15,7%) e Bradesco (15,2%). Na lista também estão quatro bancos americanos - Capital One (20,4%), Ally Financial (19,3%), J.P. Morgan (16,9%) e SVB Financial (15,0%) - e dois canadenses - RBC (17,3%) e Bank of Nova Scotia (15,1%).
Na lista de 39 instituições financeiras mais lucrativas do mundo, há quatro bancos do Reino Unido e três do Japão.
“O salário mínimo brasileiro é o pior da Américas, só perde para a Venezuela.”
A declaração é #FATO. Veja por quê: De acordo com um levantamento da agência Bloomberg, divulgado em janeiro, o salário mínimo brasileiro é o segundo pior na América Latina, em 2022. A comparação foi feita convertendo os salários em dólar. Na Venezuela, o salário de 10 Bolívares, convertido na moeda americana, ficou em US$2,18, ocupando a pior colocação no ranking. Em seguida, vem o salário brasileiro de R$ 1.212, que convertido ficou em $ 214.
“Quatrocentos mil pontos de comércio foram fechados no Brasil, no desastre do PT pra cá; trinta e oito mil indústrias foram fechadas no Brasil, no desastre do PT pra cá.”
A declaração é #FAKE. Veja por quê: O Brasil tinha 1.221.717 milhões de estabelecimentos comerciais em 2002, segundo a Pesquisa Anual do Comércio (PAC), elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já em 2016, último ano em que o PT esteve à frente do governo federal, esse número saltou para 1.546.646 milhões de estabelecimentos comerciais, segundo o Instituto. Neste período, o saldo positivo no país foi de 324,9 mil estabelecimentos comerciais.
Se compararmos o ano de 2002 com o ano de 2019, última divulgação da PAC, o Brasil registrou um aumento no número de estabelecimentos comerciais. Eram 1.221.717 milhões em 2002, ano em que o PT assumiu o governo federal, e 1.434.139 em 2019 -, ou seja, o saldo positivo foi de 212,4 mil estabelecimentos comerciais.
Já o número mais recente de estabelecimentos comerciais (do varejo) no Brasil é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), de 2021. De acordo com dados do Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), o comércio varejista encerrou o ano de 2021 com 2.407.821 estabelecimentos ativos.
Quanto às indústrias, de acordo com a Pesquisa Industrial Anual, do IBGE, o Brasil tinha 149.987 mil indústrias em 2002. Já em 2016, o número de indústrias era de 321.200 -, ou seja, 171.213 indústrias a mais no período em que o PT esteve no poder.
Comparando o ano de 2002 com o último ano em que a Pesquisa Industrial Anual foi divulgada, em 2020, o saldo positivo foi de153,6 mil indústrias. Em 2020, o Brasil tinha 303.612 indústrias.
"O Brasil hoje gasta um terço de 1% do orçamento em segurança pública. Um terço de 1% é o que se gasta do orçamento brasileiro em segurança pública."
A declaração é #FATO. Veja por quê: As despesas com a função Segurança Pública representaram entre 0,3% e 0,4% do Orçamento da União entre 2018 e 2012, de acordo com dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento e do Portal da Transparência.
*Débora Monserrat, Julia Cople, Julia Noia, Lucas Machado, Marcelo Parreira , Marina Pinhoni, Patrícia Fiúza, Paulo Veras, Roney Domingos, Thais Pimentel, Victor Farias e Wagner Vallim.